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“Ispia Só” é uma revista digital que nasceu em Mossoró/RN, com o objetivo de expandir a visão sobre a cultura nordestina. Nós iremos apresentar ao longo das próximas páginas, um bocado de histórias, vivências e dicas de produções fotográficas e audiovisuais, promovidas por artistas genuinamente potiguares. O nosso espaço está reservado para a pureza dos documentários, das fotografias artísticas, cotidianas, dos papéis significativos que geram e das lições que acalentam a alma de quem espia. O desenvolvimento da Revista “Ispia Só” está diretamente ligado a seleção de projetos artísticos/culturais, apoiados com recursos da Lei Aldir Blanc, número 14.017/2020, através da portaria de número 0075/2020, publicada no Jornal Oficial de Mossoró, número 555 de 27 de março de 2020, pela Prefeitura Municipal de Mossoró. Fomentada com contribuição de agentes culturais de Mossoró e região. É com um imenso prazer, que lhe convidamos a experienciar a leitura de cenários da nossa terra, representados com a força das produções fotográficas e audiovisuais potiguares. Espie só e repasse tudo para o mundo. Conhecimento dividido promove crescimento do nosso povo. Vá para a próxima página, cuide. 3
sumário
por Emanuela de Sousa
Conhecendo o editor-chefe da ISPIA SÓ
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comunicação é a grande teia capaz de unir pessoas ao redor do mundo. Meu universo não seria o mesmo sem o olhar e a presença de Alexandre Fonseca. O audiovisual, a cultura mossoroense, o jornalismo, o entrelaçamento de todas essas vertentes apontam para a mesma direção: ele produz, apura, desenvolve, executa, e apresenta a realidade com o mesmo zelo de quem trata com a vida humana. Isso exerce em mim, grande fascínio. Os temas sociais sempre foram interesses em comum, por isso, posso dizer que conheço os dois lados da mesma pessoa. É uma versão mais surpreendente que a outra! Alexandre é dotado de humanidade e garra quando o assunto é viver. Um jornalista com visão apurada e, produtor capaz de enxergar o que nem sempre os outros conseguem captar. Ele é cineasta porque acredita na capacidade de materializar e transformar até o invisível. É sonhador, por isso, idealiza projetos e faz acontecer. É também, um sujeito preciso, assertivo. O estudante do ensino fundamental e médio que, construiu um jornal, fez nascer um blog, não poderia ser outro, senão, ele mesmo! Escolher a área da Comunicação já era um propósito para chegar até aqui e poder entregar muito mais. Mais documentários, vídeos, narrativas, reportagens, cultura independente, prêmios, festivais, projetos multimídias. O aluno aplicado foi além, transformou-se num “experienciador” da Comunicação, aquele que trabalha e desenvolve o papel de unir os fios de um tecido fino e delicado.
Alexandre Fonseca é jornalista formado pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, cineasta, produtor audiovisual e agente cultural certificado pela Secretaria da Cultura de Mossoró/RN. Atualmente, exerce a função de Editor de Conteúdo na TCM Telecom e ocupa o cargo de editor-chefe da edição 01/2021, da Revista "Ispia Só".
Ac ur Ent iosida de re que Esp vista c tran om aço sfo Jés Og par rm s a re ica ost ou o c M Ent o um p afra rda ela rev me çõe f i o s nin ta c Esp tog s oe o rafi aço mK mu a Ent par p a mf ass taia rev a re a otó no ista do cor Ent gra A d com daç len e rev fo ger car ões ista Van açã eE com ess oe ste ad mg Alla pha ´Ol nP era n i y v iêr hab Fer çã n lo Q and o uei es roz
Os prim eiro s
Co lab o Re aliz res açã oe ap oio
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A
curiosidade que transformou um menino em um
fotógrafo. Conheça um pouco da história do Cláudio Júnior
Imagens cedidas
i @claudiojunior_fotografia
Cláudio Júnior morava no litoral norte do RN, mais precisamente na cidade de Areia Branca, quando seu pai o levou para um laboratório, com o propósito de fazer uma foto 3x4. Em uma oportunidade, bastante curioso, entrou na tradicional sala vermelha de revelação, viu as bandejas com os rolos de filmes fotográficos e começou a fazer vários questionamentos. Era o início da sua inserção no mundo dos "retratos". Num passado não muito distante, o acesso aos equipamentos de fotografia era bem restrito. Cada contato que Cláudio tinha com um laboratório, ele aproveitava para conhecer um pouco mais. Foi criando interesse. Chegava até a recortar imagens de histórias em quadrinhos dizendo que eram as suas próprias fotos. Vivenciou a produção audiovisual do cinema caseiro, feito de tirinhas retiradas de gibis, desenha, pinta, tem experiência com artes cênicas. Aos 18 anos, pegou uma câmera do irmão e começou a fotografar.
No âmbito profissional, Júnior deu o pontapé participando da "Maratona Fotográfica Caminho das Águas", promovida em 2013 pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). Conseguiu o 2º lugar na categoria amador. De lá pra cá, estudou, se aprimorou e já está há mais de 7 anos trabalhando no segmento. Hoje, seu ganha-pão, como ele descreve, é alcançado através das fotos que captura. Colabora com trabalhos sociais têm 26 anos. Algumas de suas imagens retratam a realidade do povo, seja em situação de rua, em suas rotinas cotidianas ou em eventos públicos. O viés social de suas fotos está diretamente ligado ao desejo de fazer com que, através delas, possa ser enxergado que a vida do outro é diferente da nossa. "Meu projeto é pulsar o olhar, o coração é quem bate, mas o pulsar vem primeiro", afirma.
Fotografia como identidade pessoal e profissional "Eu gosto de dois padrões de fotos, gosoutra pessoa com situações desse tipo. "É muito daquela foto mais escura, mais contraste, to gratificante, deixa nosso coração aliviado. A mas, também gosto daquela foto mais clara que fotografia quando é feita com amor, ela reflete o traz um pouquinho de paz. Gosto da foto preto que você é por dentro e isso são palavras de uma e branco que causa um impacto profundo assim cliente minha que desistiu do suicídio", declara. que você vê. Acredito que estou formando minha Para o futuro, Cláudio almeja montar uma identidade visual agora, que as pessoas olham e exposição com fotos que abordem pontos invireconhecem a autoria", pontua. síveis do centro de Mossoró. É um Ama fotografar cerimônias projeto em andamento, a pandemia Eu sei que a fotografia matrimoniais. "Começo a observar acabou atrapalhando a sua finalizapode mudar a história ção. Podemos adiantar que será um as pessoas mais velhas, as mais das pessoas, é mais do novas, os noivos, mas sempre no trabalho fotográfico bem inovador que o meu trabalho, é fim, algum familiar chama a atenpara o cenário mossoroense. ção com uma lágrima caindo, um minha missão! " "Na minha vida a fotografia signiabraço forte, um aperto de mão fica esperança, dias melhores pra firme", relata. O conceito de se inmim, pra minha família. Eu sei que a fotografia serir na história, naquele momento que está senpode mudar a história das pessoas, é mais do que do registrado, é o que Júnior busca ao tirar uma o meu trabalho, é minha missão! E eu tenho um foto. Dá significado aos seus trabalhos. "Coloco a propósito que é nunca deixar, nunca permitir que minha essência para capturar", finaliza. ninguém saia da minha presença sem um sorriso. Através da fotografia, menciona que já reA fotografia foi uma habilidade que Deus me deu cebeu feedbacks de clientes afirmando que supepara encontrar outras pessoas que precisam de raram a depressão, pelo cuidado e resultado dos ajuda e eu vou continuar até quando Ele permitir, ensaios que produziu. A sua profissão o tornou termina Cláudio Júnior com a voz consistente.
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Entrevista
Jéssica Mafra i @amafraa
O encerramento de um ciclo, o marco de um sonho, que foi sonhado por muitas pessoas. A
realização de algo que se dizia impossível! Está foto
Imagens cedidas
Como se envolveu com a fotografia?
O que ser fotógrafa significa pra você?
Significa ter o poder de captar momentos. A capacidade de congelar emoções. A honra de capturar sentimentos que passarão, mas que nunca serão esquecidos. Fotografar também é documentar etapas, evoluções... Por isso eu digo que devemos urgentemente fotografar e arquivar, ou um dia esqueceremos de tudo o que já vivemos. Nossa memória é falha, a fotografia não.
Mafra tem grande inspiração no trabalho do fotógrafo humanista Henri Cartier-Bresson
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Imagens cedidas
Nayara Oliveira,
História, emoção. A fotogra-
Imagens da internet
Eu sempre gostei de fotografia, o momento exato da paixão não sei definir. Mas desde os 15 anos tive sonhos diferentes de outras garotas, não desejei uma grande festa, só queria ganhar uma câmera digital. Ganhei a minha primeira máquina aos 15 anos, desenvolvi um grande apreço por fotos de paisagens e uma conexão afiada com a natureza. Com isso aprendi a viver o momento, a escutar os sons e ficar atenta aos pássaros. Ao entrar na faculdade de jornalismo fui desafiada para inserir pessoas nas minhas paisagens, parecia uma afronta, mas logo entendi que minha fotografia era incompleta. As técnicas apuradas de Cartier-Bresson me fez acordar para o "Instante Decisivo", o momento exato de uma boa fotografia. Logo eu estava observando pessoas, não pássaros mais. Era tudo o que precisava para fotografar e denunciar, porque o mundo sempre doeu em mim, como em Eliane Brum. Portanto não sei definir com exatidão o meu envolvimento com a fotografia, acredito que já nasci com esse amor por detalhes, a fotografia foi só um meio.
representa a vitória de uma recém-formada e a contemplação desse marco com as duas pessoas de maiores impactos na minha vida e que por sua vez, são as que me guiaram e deram força para alcançar o meu objetivo! Está foto traduz para mim, todo o significado de perseverar."
publicitária
fia é para mim um recorte da vida que sempre damos replay. Quando eu olho para essa foto consigo reviver tudo que passei. Os dias difíceis, os dias que pensei em desistir e o dia da minha vitória. Ao olhar a fotografia, minha memória faz um remake de todos os momentos até chegar nesse clique. Cada passo da minha vida. Essa é a foto que mais me representa como pessoa, que conta minha história. Qualquer pessoa que olhar para ela consegue reescrever minha trajetória. Eu sou amante da fotografia e sei que através de um simples registro conseguimos revelar a alma."
i @nayworld
Kauany Sousa,
jornalista e assistente social i @maedaenxada
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Imagens cedidas
Imagens cedidas
O gosto pela fotografia passado
de geração em geração. Petrus Magno
Quando se tem em casa, inspirações que estão envolvidas dentro de um mundo cultural, a probabilidade de absorver e passar a gostar do trabalho reproduzido por nossos matriarcas, aumenta. Não é uma regra, mas acontece. É o caso do Petrus Magno, que está iniciando no mundo fotográfico pelo incentivo da mãe Solange Santos, jornalista, fotógrafa e cerimonialista. "Meu interesse nasceu a partir de mãe, ela me chamava para ir tirar foto com ela, ou quando ia fazer alguma gravação, sempre me dava dicas e depois de um tempo, fui começando a gostar", revela. Muito curioso, o futuro fotógrafo passou a usar o smartphone com o objetivo de aprender novas técnicas. A janela do quarto tinha um papel fundamen-
i @_petrusmag
tal no seu olhar e nos estudos. Petrus já não precisava mais ser tão incentivado. Surgia aí, a paixão por este universo. Hoje, com 18 anos de idade, o rapaz possui algumas conquistas no ramo, como o primeiro lugar na Maratona Fotográfica da Liberdade, realizada pela Secretaria de Cultura de Mossoró, no mês de setembro de 2019, durante o "Auto da Liberdade" e o "Cortejo da Liberdade", eventos tradicionais do município. Petrus ganhou o primeiro lugar tanto com a imagem do "Auto da Liberdade", quanto com a do Cortejo, neste último também conseguiu o terceiro lugar na categoria amadora. Na época, foi o fotógrafo mais novo a ser premiado. Petrus até se sentiu feliz pela questão da idade não o impedir de participar da maratona.
"Eu quis pegar a personagem e as pessoas que estavam atrás para fazer uma diferença de expressão e de cor. Tem uma luz surgindo no fundo que ilumina a mulher (no centro da imagem) que eu quis destacar", comentou sobre o registro premiado. "Eu nunca tinha feito isso, de ir competir com outras pessoas", declara. Dispunha apenas do costume de assistir aos espetáculos e desfiles, tirando fotos por livre e espontânea vontade. O maior desafio de uma maratona pra ele, era ser autêntico nas ideias que apareciam no momento de fotografar, pelo fato de naquele instante, existir outros profissionais ao seu lado que poderiam ter o mesmo insight e as fotos saírem com certas semelhanças. Petrus queria a originalidade dele! Das suas experiências profisisonais, uma vez, foi junto da mãe fotografar um casamento e ficou acompanhando o fotógrafo oficial da cerimô-
nia, se arriscou um pouco, deu alguns palpites e adorou a receptividade do colega, "falei pra ele de alguns ângulos, é que dependendo do cenário eu já consigo imaginar uma foto", afirma. "Tenho estudado posicionamento, luz, o lugar da pessoa na foto e tenho buscado olhar o que outros profissionais fazem e assim reproduzir do meu jeito", conclui. Você pode acompanhar um pouco do trabalho de Petrus Magno através das redes sociais, acessando a sua conta de fotografia no Instagram pelo @petrusmagnoft. Nota da Editoria: Esta matéria começou a ser es crita no dia 17 de janeiro de 2021, uma hora antes da imprensa mossoroense anunciar que Solange Santos, mãe de Petrus, receberia alta da UTI/COVID do Hospital Regional Tarcísio Maia. Uma guerreira! Dedicamos o texto a ela.
Foto premiada na Maratona Fotográfica da Liberdade de 2019 10
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Imagens cedidas
pegada, a tendência é só crescer e é isso que esperamos. Existem sim outros fotógrafos, claro, mas a nossa empresa é segmentada em fotografia de comida e a gente busca sempre se especializar nisso, para oferecer um serviço de qualidade para nossos clientes. Descreva como pensam o processo de produção das fotos de comidas. O que mais vocês buscam na hora de realizar uma demanda desse tipo?
Leia nossa conversa com o casal Kataiano Alencar e Estephany Fernandes, donos do empreendimento
"Um Toró de Ideias". i @umtorodeideias
De onde surgiu o nome "Toró de Ideias"? Conte-nos um pouco sobre a idealização deste projeto. Kata e Esteph: O nome "Toró" surgiu quando a gente estava em um processo de briefing sobre o nome da nossa empresa e uma das características era que queríamos um nome simples de memorizar e espalhar por aí. Também queríamos que fosse nacional e resolvemos adaptar o brainstorm (tempestade de Ideias) para "Toró de Ideias", já que por aqui toró significa chuva forte. Surgiu em 2019, por necessidade de emprego mesmo. Estephany já tinha uma veia empreendedora e me convenceu. Começamos fazendo gerenciamento de redes sociais e daí a gente foi prestando serviços de fotos e vídeos, acabou sendo mais rentável. E tem uma rotatividade maior de trabalho.
Estephany: Um das coisas que a gente mais busca é contar histórias e imprimir a personalidade do cliente naquela sessão de fotos. Então, a gente não abre mão de fazer um briefing, pra conhecer mais a fundo tanto o cliente, como o motivo da demanda. Após essas etapas, a gente elabora um mapa visual, o mood board, criamos uma paleta de cores, também organizamos o food stylist, o cenário pra foto e vai acervo nosso, fotos de referências, explicações de cores e texturas. Acreditamos que esse processo é bem peculiar e individualizado. É o nosso grande diferencial no mercado.
Vocês possuem um direcionamento que é voltado para a produção de vídeos e fotos de comidas. Como perceberam que o mercado em Mossoró precisava de algo assim? Kataiano: Na verdade hoje ainda não nichamos exclusivamente nossa produção de vídeos apenas para o segmento de gastronomia, mas esse é um desejo nosso para um futuro não tão distante. Tudo aconteceu de maneira bem natural. Estephany defendeu o TCC dela sobre fotografia de comida e seu poder de venda no Instagram e após isso decidiu concentrar seus trabalhos nesse segmento. O que também consolidou essa ideia foi observar que esse não era um serviço oferecido na cidade por um profissional específico, assim como também a necessidade presente nos muitos estabelecimentos de comida em apresentar e vender através de imagens, seja foto ou vídeo, o real produto que eles vendem, esquecendo assim o uso de banco de fotos e vídeos da Internet. Já eu, Kataiano, sempre concentrei meus estudos e repertório sobre audiovisual, então resolvemos unir o melhor dos dois mundos: foto e vídeo de comida.
Tem algum trabalho que vocês considerem como o mais significativo até hoje? Por qual motivo? Kata e Esteph: O trabalho mais significativo que a gente nunca vai esquecer, foi o nosso primeiro, de gerenciamento de redes sociais. Foi através dele que a gente se encontrou! O cliente nos confiou o trabalho de gerenciar as redes sociais do estabelecimento de comida e para gerar o conteúdo, ele precisava de fotos e vídeos de alimentos. Tínhamos os equipamentos, vimos ali uma oportunidade. Foi o trabalho que mais aprendemos! Chegamos lá como clientes, ele se tornou nosso cliente e hoje, somos amigos. Um combo de significados pra gente. Para vocês da "Toró", quais as maiores lições que já absorveram no tempo de trabalho? É preciso sempre inovar em algum aspecto?
Como tem se comportado o mercado mossoroense diante do trabalho de vocês?
Kata e Esteph: A maior lição de todas é a de que não precisamos aprisionar nossas ideias numa caixinha e guardá-las, precisamos externalizá-las. Não existe tempo ideal, enquanto você vai deixando a ideia de lado, aparece outra pessoa com uma sacada parecida e aí vem o comodismo. Não precisa ser a melhor ideia, a gente vai amadurecendo, o importante é tirar do papel. E sim, sempre tentamos inovar. O mercado é muito carente de inovação, então, é necessário sempre inovar.
Kata e Esteph: Ficamos surpresos! Quando a gente vê oportunidades de trabalho surgindo com pouco mais de um ano no mercado, consideramos muito valiosas. Fizemos várias campanhas, criamos conexões com empresas já consolidadas e a gente acredita que a aceitação está sendo muito bacana. Sabemos que se continuar nessa 13
Entrevista
Vanessa dÓlivêr
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i @vanessadolivier
Como a fotografia surgiu em sua vida? Conte um pouco da sua história.
Vanessa escolheu fotografias que servem de inspiração para ela.
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No dia do impeachment, fiz esse registro na rampa do Palácio do Planalto. A expectativa, para a qual me posicionei naquela cena, era outra. Mas de repente, a foto estava pronta e cheia de significados bem ali com a flor no canto e a rampa vazia. Apontei, cliquei e guardei essa memória.
de imagens tanto com fotografias, como com vídeos. E o amor é tão grande por esta arte, que no tempo livre que me resta, procuro servir fotografando na igreja que congrego.
Qual é a
representatividade que a fotografia tem hoje na sua vida? A fotografia, além de me dar a possibilidade de mostrar como estou enxergando tudo ao meu redor, me proporciona também uma certa sensação de "não me sentir sozinha". Não existe solidão quando estou com uma câmera na mão parando, registrando e guardando todos os recortes do tempo. Então, diria que para mim, a fotografia representa um modo de companhia, um exercício de paciência para enxergar bem e além; e consequentemente a elaboração e a execução de imagens que podem ser consideradas verdadeiras obras de artes, pelo menos é essa a minha tentativa.
Esta foto de Wilton Júnior é, ao meu ponto de vista, a realização da teoria do “Instante Decisivo” de Henri Cartier-Bresson e dentro do fotojornalismo é uma das que mais me chama atenção. 14
Essa imagem foi registrada da janela do local em que trabalho. É um hábito meu, de vez em quando, olhar o céu durante o dia. E nesse dia, me deu um estalo “levante, vá ver o céu” e quando fui ganhei essa imagem de presente.
Pedimos pra Vanessa escolher algumas de suas fotos mais preciosas e descrevê-las!
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Louvor
Nos últimos tempos, venho me redescobrindo e criando um vínculo muito forte com a fotografia de espetáculos e shows, é uma aula prática de captação com a luz que muda o tempo todo. Essa imagem foi registrada em um dos cultos que estava servindo na igreja e eu esperei exatamente por este momento da mão alinhada com a luz
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Imagens cedidas
Uma das minhas grandes inspirações na fotografia é o Henri Cartier-Bresson, a forma como ele imprimia a realidade dura de uma guerra em leveza e arte nos seus registros é impressionante.
A fotografia, de maneira muito implícita, sempre esteve presente na minha vida. Uma experiência muito subjetiva, ainda do começo da minha adolescência, era fotografar a minha irmã usando aquelas câmeras analógicas com os filmes de 36 poses. Mas o encontro com uma câmera profissional veio um pouco mais tarde, precisamente na época da graduação em Comunicação Social, em que cursei jornalismo na Uern. O ano era de 2013 e tivemos a oportunidade de pagar a cadeira de Fotojornalismo e não deu outra, foi amor ao primeiro clique! Atrelado a essa realidade, também tive a oportunidade de estagiar na assessoria da Ufersa, este foi o ponto alto da minha história com a fotografia, pois aprendi muito durante os 2 anos que passei por lá. Resumindo, já são 8 anos registrando e buscando principalmente transformar a realidade em arte. Atualmente, trabalho em uma assessoria cuidando da parte
O céu de Brasília
Para não dizer que não falei das flores
Retratos
Uma paixão específica na fotografia é enxergar bem as pessoas e sempre que tenho a oportunidade peço para registrar o retrato delas. Esse menininho estava acompanhado de sua mãe e quando o avistei em meio a uma agenda política, pedi permissão a mãe dele e fiz a foto.
Imagens cedidas
Conversamos com o fotógrafo
Allan Phablo Queiroz, sobre a profissão, estética e mercado mossoroense. Leia!
Entrevista
i @allanphabloqueiroz
Como deu início o seu interesse pela fotografia? Interessante que logo na minha infância a fotografia estava presente, sou filho do finalzinho da década de 80 (1989), nasci já no universo da democratização da foto. A história da fotografia revela o auge da sua democratização, com o famoso advento das câmeras Kodak e Fuji, então em minha casa, meus pais tinham a prática de registrar nosso cotidiano como, por exemplo, as viagens de família, nossa residência, vida escolar, aniversários, cresci neste universo. Sempre revisitava a caixa de sapato dentro do guarda-roupa, com as narrativas visuais da família. Na minha adolescência, vivi a transição da fotografia analógica para a fotografia digital. Aos 12, 13 anos de idade, tivemos contato com a câmera digital. Uma colega da vizinhança tinha 16
feito uma viagem para os Estados Unidos e adquiriu um equipamento super moderno, que via a foto na hora, tinha um flash potente, uma capacidade de armazenar muitas fotos, era uma empolgação só. O estopim do meu casamento com a fotografia se deu mesmo no engajamento que tive na Igreja Católica, especificamente na "Comunidade Shalom". Comecei a registrar o cotidiano da religiosidade, da vida, dos seus membros e tomei gosto sem pretensão de técnica, estética, apenas de registrar. Adorava pedir o povo para fazer poses e adorava ver inúmeras vezes as fotos que eu capturava. Participei da "Maratona Fotográfica" de 2013, realizada pela Uern. O contato com os profissionais da fotografia me en-
tusiasmou a ir além, a buscar compreender cada coisa que a fotografia produzia na vida social das pessoas. Na "Maratona", as fotos que fiz não foram premiadas, e vendo hoje eram horríveis. Foi numa oficina com a professora Ana Lúcia Gomes, que iniciou meu maior envolvimento com este mundo. Foi ainda no evento, que fiz um amigo, o Márcio Barbosa e conheci minha esposa, Jaciara Raimonise, que na época era estagiária do projeto. Costumo dizer que a fotografia representa o que eu sou no mundo, ela molda minha existência, minhas inquietações de pesquisas acadêmicas e o sustento da minha família. Tive experiências com o projeto "Educarte" da Uern e mais recente, participei do "Estação Juventude 2.0", no qual tive a oportunidade de vivenciar a educação criativa por meio da fotografia em inúmeras esferas. É um programa que ajuda a aumentar o protagonismo da juventude e amplia o acesso dos jovens brasileiros aos direitos. Me sinto agradecido pela oportunidade desta entrevista, um mergulho na minha trajetória, que com emoção e imaginação, me fez voltar aos lugares que eu habitei, que a fotografia me proporcionou viver.
Qual o papel social que costuma atribuir as suas fotografias? Minha formação acadêmica é em Ciências Sociais. Me formei na Uern. Ingressei em 2009 e em 2012 fiz a descoberta de que queria ser fotógrafo. Com isso, a carga social em minha fotografia é muito forte. Mesmo com está indústria do instantâneo que o digital trouxe, a fotografia tem o espaço social que ela merece, nas paredes das casas, nos álbuns de família e também em nossos celulares. Mesmo que o banal hoje seja registrado com tanta frequência, o sentimento de nostalgia e lembrança que o registro permite viver, não tem preço. Possuímos histórias porque a fotografia permite que as tenhamos, talvez seja este o papel social da fotografia, lembrarmos que somos felizes, que vivemos momentos tristes, que simplesmente vivemos.
Fotografia também é identidade, como descobriu sua própria
estética?
O percurso da descoberta estética da fotografia se deu com o tempo, com as vivências, por isto falo que a escolha que fiz é híbrida, hora marcada pelo Instante Decisivo do jornalismo, pela fotografia de eventos culturais, pelas brincadeiras dos balanços de branco (hora quentes, hora tons frios), pela fotografia profissional de eventos de família, que permite construir as cenas como desejamos. Até o momento não sei se as pessoas ao verem minhas fotografias reconhecem de quem é a autoria, só sei de uma coisa: tento colocar nas minhas composições a forma mais natural possível das pessoas, tento congelar as emoções das pessoas no imediatismo da vida contemporânea. É natural até me pedirem orçamento, já trazendo fotos que consegui fazer em momentos espontâneos e felizes. Possa ser que está forma de documentar a realidade, seja uma estética própria, que a meu ver, ainda está em construção.
Como se encontra hoje, o mercado fotográfico de Mossoró, na sua concepção? O mercado está cada vez mais plural, modernizado e jovem. Cada dia aparece um jovem entusiasmado com criatividade e perfil para empreender na fotografia, o que é ótimo. Por outro lado, as modernas capturas fotográficas feitas pelo celular, fazem com que percamos um pouco de orçamentos para trabalhos. Não poderia deixar de destacar a concorrência. No mercado a um desequilíbrio notável de concorrência, muitas das vezes não respeitando o limite ético de cada um. Outra coisa que destaco nestes 10 anos de profissão, é que o mercado feminino cresceu muito. Atuo mais no ramo da fotografia de crianças, noto que as mulheres estão empreendendo quando o assunto é fotografia de gestante, eventos sociais e familiares. Talvez seja por questão de tratamento, pois, as mulheres se dão melhor umas com as outras. A mulher tem cada vez mais garantido seu espaço. Gosto disso! 17
Alexandre Fonseca i @_lexfonseca y AF Produções
por Isaiana Santos uando o que seria desinteressante para Q uns, torna-se algo extraordinário para outros. Nas mãos certas, ganha-se vida. Através da narra-
cicláveis também resinificaram a vida de muitos deles. Personagens fortes, falas marcantes, um recorte que não dá para assistir sem sentir a dor daqueles que tem tiva sensível e cheia de humanidade, Alexandre Fonsea profissão de catador como única fonte de renda. ca, mossoroense crescido no bairro Santo Antônio, um Para o documentarista, retratar esses assundos maiores da cidade de Mossoró/RN, dá significado tos através do audiovisual seria uma forma da poa temas que passariam despercebidos por qualquer pulação ter conhecimento sobre estas realidades. outra pessoa. Mas, no olhar dele, a história ganha es“São temas prioritariamente sociais. Envolve indisência, desperta sensações, faz-nos enxergar algo que víduos, causas e projetos com poucas visibilidades vai além de um problema social. nas massas e também, de pouco Seus quatro principais traconhecimento na própria populaRetratar esses assuntos balhos, sendo um deles a trilogia ção de Mossoró. Sentia que através através do audiovisual chamada “Projeto Vida”, abordam do audiovisual, poderia alcançar seria uma forma da temas como vício em drogas, obesimais pessoas. Queria poder gerar dade e esportes. O último produzido população ter conhecimento mudanças. Quando tomei a decisão sobre estas realidades. " até então, “Acrevi – O Incêndio”, de desenvolver materiais a respeito conta um pouco da história da Assodos temas, aproveitei a perspectiva ciação Comunitária Reciclando para a Vida e do incênde imersão pra conhecer cada uma das histórias no dio que destruiu não só materiais que estavam prontos momento em que produzia os documentários. Espara comercialização, como também, as máquinas retava lá, entendendo as trajetórias de superação de centemente conquistadas e que muito iriam servir para Lígia e do Fernando e as lutas do pessoal dos projefacilitar a vida dos catadores. tos do Taekwondo e da Acrevi. Acredito que como resultado, tenhamos feito alguma diferença, seja Este último, o maior, com quase vinte minutos quando realizamos campanhas para os projetos, de duração, retrata a luta diária de catadores de lixo embora nem todas tenham sido muito bem sucedide Mossoró/RN. Suas vivências e a forma como os redas ou quando inspiramos seres humanos a busca-
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manter as atividades, bem como a falta de estrutura física, torna-se um complicador para o desenvolvimento e ampliação do trabalho, mas que com garra e perseverança eles mantém a iniciativa a todo vapor. Na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, o audiovisual ainda caminha a passos lentos, não por falta de temas. Alexandre Fonseca mostra que com força de vontade, dá pra registrar cenas do cotidiano mossoroense. “Tem gente produzindo sim e percebo jovens recebendo incentivos nas instituições de ensino, o que era raro na minha época. Apesar de sempre ter gostado do audiovisual e brincar de produzir filmes quando criança, não era o que eu almejava para o futuro. Na faculdade que enxerguei a possibilidade e agarrei. Mossoró precisa de fomento, de iniciativas que capacitem novos produtores audiovisuais, sem esperar que tenham a chama acesa depois que se tornem adultos. O universo audiovisual é sinônimo de desenvolvimento e bagagem. Mossoró é uma cidade cultural que se preocupa bastante com os segmentos tradicionais do Teatro e da Música, mas, precisa também pensar um pouco nesse tipo de registro. A gente deixa a história gravada e pronta para as próximas gerações assistirem”, opina. Quando questionado sobre futuras produções, o produtor conta que pretende continuar abordando assuntos sociais. “Tenho pensado sobre a situação dos cuidadores de animais e já me cobraram mais de uma vez, um documentário com a travesti Bia Beatriz. Quando a pandemia passar, vou agir. Também existe um projeto futuro ligado a Lei Aldir Blanc, no entanto, vou deixar em segredo”, revelou.
Imagens cedidas
A vida que ninguém vê em cores.
rem por modos de vida saudáveis e a entenderem como pode ser doloroso o mundo das ruas. Creio que ainda vamos atingir mais pessoas, se Deus quiser”, destacou. O “Projeto Vida” toca em assuntos pessoais, feridas de uma sociedade desigual. Alexandre Fonseca acompanha a rotina diária de Fernando (documentário "Um Sinal para o Futuro"), um ex-usuário de drogas que, com ajuda de amigos, e também, muita força de vontade, conseguiu se libertar do vício. Descobriu na produção de salgados uma oportunidade de recomeçar a vida. Outro projeto de superação, é a história de Lígia Ferreira (documentário "Primeiro Passo"), uma mulher em processo de emagrecimento. Ela conta que começou a reeducação alimentar com coisas simples, que tinha em casa mesmo. Dores no corpo, na cabeça, além de outros problemas de saúde, fizeram com que ela decidisse mudar de vida. A produção mostra Lígia com 18kg a menos, uma história motivadora e cheia de lições. “Não ligue pra opinião dos outros, pra essas opiniões negativas. Não se deixe entristecer por nada. Pense só em você, na sua saúde, o quanto é bom você mudar, o quanto é bom você se sentir bem, só por você e por mais ninguém”, motiva a personagem. "Bigode Taekwondo" também é um projeto sensível que retrata a luta de um jovem que através do esporte, ensina princípios a outros garotos e garotas de sua comunidade, um projeto que leva perspectivas de uma vida melhor para muitos daqueles que apostam no esporte como um meio de salvação, existência e sobrevivência. Mas, assim como quase todo projeto social, eles enfrentam dificuldades para
Você pode acompanhar todos os quatro documentários citados na matéria, acessando www.youtube.com/afproducoespotiguares.
Entrevista
Murilo Santos
i @murilofsanttos7 / @promissumpictures
Conheça o publicitário que se encontrou no audiovisual e prepara um filme mossoroense para breve.
rente de visitas ao Abrigo Amantino Câmara em Mossoró/RN. A produção não tinha saído do papel antes por falta de equipamentos e logística. Contudo, ela foi feita na hora certa, com a junção de profissionais em desenvolvimento, como era o meu caso, do Alexandre Fonseca, Johnatan Cruz e da Isaiana Santos. Conseguimos contar em poucos minutos, histórias e memórias de moradores do abrigo, seus anseios e suas alegrias. Tentamos mostrar as várias vertentes de um lar de idosos e com isso atingimos pessoas, dentro e fora da cidade. Ele se torna o mais significativo (até o momento) não apenas por ter ganhado um prêmio regional e um prêmio nacional. Mas sim por ter sido o projeto com maior cuidado em seu tom, tempo de produção (cinco meses) e abrangência.
Faça uma breve descrição de você, Murilo, como profissional. Sou publicitário de formação, atuando na área desde 2016. Mas é no audiovisual que me encontrei de fato. Sou produtor de vídeo e diretor desde 2014. E conduzo a produtora "Promissum Pictures" desde sua fundação.
Qual a sua história com o audiovisual, como iniciou seu envolvimento?
Me lembro do dia que meu pai chegou na casa da minha tia com uma pequena filmadora. Aquele objeto parecia mágica. Com isso, a criação de vídeos caseiros ficcionais começou. A fita que tinha para usarmos, foi gasta até o fim, com gravações e regravações… Me lembro que em 2005, com 11 anos, escrevi e dirigi meu primeiro curta. A produção de poucos minutos era um terror, estrelada por minha irmã e meu amigo, e que se hoje fosse assistida, seria mais uma comédia. O tempo passou, e eu só volto a fazer audiovisual autoral 10 anos depois, na faculdade. Desde então, não parei mais, trabalhando e amando o cinema e suas ramificações.
Atualmente possui uma produtora audiovisual, explique sobre os tipos de demandas que desenvolve. A "Promissum Pictures" atua em áreas diversas do audiovisual. Pautada no mesmo esquema de negócio da maior produtora do país, "O2 Filmes", a "Promissum" trabalha em sua vertente comercial com vídeos publicitários e institucionais. Seu lado artístico engloba produções de videoclipes, documentários, curtas-metragens e longas.
Na faculdade, produziu documentários e outros produtos, destes, qual o mais significativo e como você acredita que tenha impactado a vida das pessoas que assistiram?
Teve oportunidade de participar de campanhas políticas. É muito puxado o processo de produção, ideias e execução, durante os períodos eleitorais? Participei das últimas três campanhas eleitorais, e posso dizer que o período é surreal em termo de produção. As ideias tem que estar muito bem amarradas para que nós, enquanto produ-
Sem dúvida foi o documentário “Lembrança – do Idoso ao Abrigo” de 2015. Ele era um projeto em que tinha pensado anos antes, decor20
Para recordar
tores, consigamos executá-las da melhor forma. Foram momentos de muita correria, mas que conseguimos tirar bons materiais. Oferecemos para 2 das 3 candidaturas, curtas-metragens como forma de contar a história do candidato. Isso faz com que consigamos unir o comercial ao artístico.
Acredita que o cenário audiovisual precisa ser mais valorizado em Mossoró? O cenário audiovisual de Mossoró precisa começar a existir para os próprios mossoroenses. Infelizmente, várias produções de qualidade são realizadas por artistas da terra, que a maioria das pessoas não conhecem. Creio que deve haver a união dos produtores de conteúdos independentes. Fazer o que o pessoal do teatro e da música já fazem. Só assim conseguiremos lutar por pautas que são particularmente nossas na Cultura.
Tem algum projeto futuro que possa nos adiantar? A "Promissum" produziu durante os anos de 2015 a 2021 um longa-metragem independente que será lançado ainda este ano. Em sua produção, contamos com um time de voluntários. Compraram a ideia e sustentaram ela até o fim. Não tivemos ajuda financeira em sua produção, por isso o percurso dessa história foi tão longa. O longa se viabiliza com o apoio da Lei Aldir Blanc em 2020, para sua pós-produção. Mossoró ganhará mais um filme feito por artistas da terra. Além disso, a produtora possuí projetos em desenvolvimento, como videoclipes e outros em processo de roteirização que podem sair em breve.
Veja a seguir, mais convidados relatando a importância da fotografia em dias memoráveis de suas vidas e das relações que possuem com os registros. Confira!
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Imagens cedidas
Depois de um dia de trabalho, de lutas, de superação, tristezas ou alegrias, nada melhor e mais confortante que assistir um pôr do sol. A árvore seca, se mantém forte e não desiste de viver em meio a escassez, contemplando o fim do dia. A cena me revela a necessidade que temos de parar... e respirar as belezas da natureza concebidas por Deus. Este registro foi numa tarde do dia 3 de dezembro de 2016 às 17h30 e 54 segundos. Sei exatamente o que estava fazendo naquele dia e depois de capturá-lo, ainda guardo no peito aquele sentimento de esperança. A confirmação de que depois do pôr do sol, outro dia nasce como uma nova oportunidade de erguer a cabeça e dar mais um passo."
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Vonúvio Praxedes, jornalista i @vonuviojr
Fazer parte desse universo cheio de encanto me motiva todos os dias a dar o melhor de mim, não é simplesmente clicar, é sentir e viver. Tornar essa experiência palpável aos meus clientes é a minha maior missão hoje!"
O que o audiovisual hoje representa em sua vida? Ele representa um presente que Jesus viabilizou em minha vida. Trabalhar com o que se ama é literalmente uma dádiva de Deus. Ganhar o seu sustento tendo prazer em fazer o que nasceu para fazer, é talvez uma das grandes satisfações que já tive.
Waltemberg, fotógrafo
i @waltembergstudiofotografico 21
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Johnnatan Mota | IG: @johnnatanmota / @nuavifrnmo
Me envolvi com a fotografia através do fotojornalismo. Paguei uma disciplina na faculdade e aí, quando peguei na câmera, percebi que a foto é uma linguagem e que eu poderia usá-la, pra contar histórias e para expressar sentimentos. Após a disciplina, comprei uma câmera e tinha o hábito de mostrar minhas fotos aos professores e sempre recebia críticas, não tinha incentivo. Comecei a separar o que das críticas eu concordava. Peguei minhas fotos e mostrei para outros fotógrafos e recebi mais críticas, mas a abordagem deles era bem diferente. Acabei tendo experiências e de 2013 a 2017, trabalhei de freelance. Hoje eu fotografo mais como movimento de expressão. Em 2019 e 2020, fui premiada no concurso nacional de fotografia “Cidadania em Foco”, destacando direitos garantidos ou não. Uso a fotografia para que as pessoas enxerguem as coisas da minha forma, é uma expressão artística."
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Os primeiros passos no audiovisual mossoroense
Jeane Meire,
jornalista, fotógrafa i @jeanemeireeu
“A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.” - (Peter Urmenyi)
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vários estudantes, que hoje, desempenham projetos fortes e essenciais para Mossoró. Segundo Mota, o curta mais inesperado em que já esteve na execução, é o nomeado "Lado A, Lado B". O tempo de produção girou em torno de uma semana e meia e o tema escolhido pela professora da disciplina do projeto, foi voltado para os relacionamentos afetivos em plataformas virtuais. Dentro da perspectiva, o grupo decidiu abordar as redes sociais
"Tinder" e "Grindr", suas relações de uso e os perigos que as ferramentas podem desencadear. O filme tem duração de oito minutos e chegou a ser exibido em Festivais dentro e fora do Nordeste. "O audiovisual me ajudou a enxergar o mundo de uma forma mais crítica, além de representar a realidade que a gente vive, pode ser utilizado para criticar ela ou mostrar realidades ocultas, vejo sua importância aí", pontua.
Lado A, Lado B. Sabe-se que a realidade da geração Z é focada na vida virtual. Nesse contexto digital, estão inclusos de forma adaptada e com uma nova configuração aos antes tradicionais, relacionamentos afetivos. Com o surgimento de uma nova forma de se relacionar por meio de redes sociais e aplicativos, é trago à tona a necessidade de falar abertamente sobre tal assunto em ambiente escolar. O Curta foi exibido no VIII Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa, XVIII Festival Nacional de Cinema Estudantil de Guaíba, vencendo o 2º lugar na categoria “Ficção”, dentre outros.
Amblose Furtiva. Amblose: sinônimo de aborto. Furtiva: algo que se realiza de forma ilegal ou clandestina. A trama da obra não é baseada em uma única história real, mas sim, na realidade desconhecida de muitas mulheres, tanto no Brasil, como no mundo. O curta retrata de forma didática, simples e livre de posicionamentos, um tema que hoje, ainda é considerado como um tabu pela sociedade. Imagens cedidas
ohnnatan Mota (concluinte do IFRN) nunca havia associado o audiovisual as suas práticas de vida. Ele conta que não existia em si, uma identificação artística. Foi numa disciplina de Artes, produzindo material audiovisual, que despontou o interesse pela narrativa em forma de vídeo. Em seus primeiros passos desenvolvendo um curta-metragem, o jovem produtor já pensava em aspectos técnicos como a utilização de uma boa câmera, boa iluminação, gravar um bom áudio e escolher uma boa trilha sonora. Dentro dele, já havia uma projeção. Na época, até o processo de divulgação do curta, foi eficaz e necessário para gerar empenho por parte de todos os envolvidos. O tema do filme? Aborto! A quantidade de pessoas querendo assistir ao material titulado de "Amblose Furtiva", ultrapassou as expectativas de Mota e dos seus colegas. Após toda repercussão, Johnnatan parou e pensou, "nossa, gosto muito dessa área e nem sabia disso". A partir daí, sempre que se envolve na criação de algum produto, ele atua tanto na direção conjunta, bem como na decupagem das imagens capturadas. A verdade é que Johnnatan tomou a decisão de buscar formas para produzir audiovisual na Instituição de ensino em que estava matriculado, através de Festivais de Curtas e outras ações que incentivassem a aplicação de propostas artísticas para o ambiente educacional, por sentir que faltava algo. Nesse meio tempo, acompanhou o nascimento do Núcleo de Audiovisual do IFRN, o NUAV, direcionado para produções do gênero. O principal objetivo era impulsionar o mercado audiovisual mossoroense e não só isso, despertar o entusiasmo do setor empresarial pelo ramo e ainda, promover workshops, palestras e oficinas para os alunos. O Núcleo possui grande papel na trajetória de
Imagens da internet
Entrevista
Wigna Ribeiro i @wignaribeiro i @buracofilmes
As iniciativas femininas no audiovisual mossoroense. Wigna Ribeiro nos conta como é trabalhar com produção de vídeo na cidade de Mossoró.
No momento de desenvolver um projeto, seja série, filme, quais as maiores dificuldades que já enfrentou e que ainda enfrenta?
O que te motivou a entrar no cenário audiovisual mossoroense? Como e quando começou o seu primeiro contato com este universo?
Sem dúvidas, orçamento é o principal problema. Mas mão de obra qualificada (amiga) também é uma grande pedra no sapato. Pra sanar esses dilemas, muitas vezes a gente já escreve o roteiro dentro das nossas reais possibilidades.
Desde criança eu gostei muito de assistir filmes. Mais precisamente filmes de ficção da Disney. Mas começar a filmar propriamente, foi na escola. No Ensino Médio havia um projeto que precisávamos adaptar um livro para filme. Assim tive o estalo de que poderia gostar de fazer isso sempre. Em seguida, procurei uma faculdade que mais se aproximasse disso. Em Mossoró, acabou sendo o curso de Comunicação Social na Uern. Depois, por incentivo de Pacífico Medeiros acabei enveredando pela fotografia. Daí foi um pulo pra tomar gosto por fotografia em movimento.
Como você enxerga hoje, o seu papel representativo de uma mulher, diretora, dentro do audiovisual de Mossoró?
Cite dois trabalhos que você considera mais significativos.
Acho que a cena no geral está engatinhando ainda. Diferente de Natal, na capital já observamos o negócio andando de forma definitiva há um tempo. Por aqui eu até vejo muita gente se arriscando a fazer algo a partir de editais (em sua grande maioria sempre homens), mas acho que a qualificação profissional deveria vir antes. Pra isso, vêm a tona a necessidade de editais e leis de incentivo cultural. Meu papel foi meio de dar um pontapé inicial dentro do cinema de ficção na cidade. Acho que a prática era quase inexistente.
“O Mundo de Ana”, foi essa estreia que lançou meu nome no audiovisual de Mossoró. Um filminho caseiro, mas bastante ousado. Com 2h de duração, elenco 50% de atores profissionais de Mossoró e estreia em salas de cinema. E “Era Uma Vez Lalo”, trabalho do mesmo segmento, porém, mais maduro tecnicamente. 24
"Era Uma Vez Lalo" (2017)
"O Mundo de Ana" (2014)
O que pretende almejar que ainda não conseguiu?
Acredita que suas produções audiovisuais causaram algum efeito na cena mossoroense?
Pretendo ainda compor equipe grande de filmes nacionais. Nunca tive vontade de sair do eixo nacional, muito pelo contrário, sou muito apaixonada pelo cinema nacional e meu sonho é contribuir com essa cena que só cresce.
Acredito sim que tenham sido um “despertar”. Principalmente para a classe artística, no geral que não imaginava que conseguiriam migrar de teatro pra outro tipo de arte fazendo praticamente a mesma coisa.
Alguma dica para quem está pensando em iniciar no ramo?
O que imagina para o futuro do audiovisual aqui em Mossoró?
Antes eu indicaria que a pessoa corresse pra fazer. Hoje eu indico que a pessoa corra pra estudar. Estude bastante, dedique-se muito e inscreva seus projetos em editais. Trabalhar com incentivo joga a gente muitos degraus na frente.
É mais um desejo, que as gestões públicas invistam em capacitação, prêmios, editais, leis e Festivais de Cinema. Só assim podemos pensar um cenário que “saia do canto”. 25
O ponto de equilíbrio entre a transição de gênero e a produção audiovisual. Entenda a trajetória regional e nacional de Elli Cafrê, uma figura potiguar LGBT.
O audiovisual sempre viveu pulsante na veia da Elli, quando ela ainda cursava "Comunicação Social", na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). Algo não contribuía para que o primeiro passo fosse dado, até que o ingresso no projeto "Geração Futura", idealizado pelo Canal Futura, lhe entregou a motivação necessária. Cafrê começou no ramo, produzindo o documentário "TRANSformar" (seu preferido). O material "narra a situação dos Transgêneros quanto a esfera da educação, mostrando quais os obstáculos desse grupo social ao acesso a um ensino de qualidade", como está descrito em sua sinopse. Pessoalmente, Elli estava em processo de transição correlacionado a sua atuação como diretora, roteirista dos seus projetos iniciais. "Os meus primeiros documentários falavam sobre pessoas trans, mesmo antes de eu me entender como uma pessoa trans", revela. Seguiu idealizando, montou os documentários "Bixa Presa", "Empretecer", "Mulheres", "Mandala", dentre outros. Atualmente, está envolvida em projetos do Unicef e ações audiovisuais inovadoras, promovidas remotamente, em razão da pandemia da COVID-19. "A gente começa a se aproximar de outras realidades, bem diferentes das nossas e isso faz a gente ter mais empatia, mais tato, mais cuidado com outras histórias e isso me fez ter a capacidade de me envolver mais facilmente nessas histórias", pontua.
Em relação ao cenário mossoroense, Elli acredita que a maior dificuldade em desenvolver produtos audiovisuais, está na falta de parcerias e recursos. Falta também, mão de obra, interesse, organização. "Histórias boas, aqui têm, falta o olhar", afirma. Na vida jornalística, Elli também edita, captura e finaliza seus projetos. No seu currículo, experiências vividas no Ceará, no Rio de Janeiro, no Piauí e em Mossoró/RN, além dos materiais que ajudou a desenvolver para o serviço de stream da Rede Globo e para o programa "Profissão Repórter". Vale a pena acessar o seu Portfólio: ellicafre.myportfolio.com/work
Uma indicação da Elli Cafrê:
Documentário "Mulheres de Visão" da jornalista Milena Rocha.
O Mulheres de Visão nasceu quando começamos a conversar sobre o Movimento Brasileiro de Mulheres Cegas e com Baixa Visão em 2014, quando organizamos um encontro e dialogando com as mulheres elas diziam, ‘nossa vida rende um filme’, e eu sempre dizia ‘vamos fazer’”, contou Milena em entrevista ao "Portal Entre Cultura", após ser premiada pelo trabalho em um Festival na Bahia. O caráter acessível da produção encantou Elli e de fato, é uma ótima opção audiovisual para você acompanhar. O registro pode ser encontrado facilmente na plataforma de vídeos YouTube. Imagens da internet
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O vídeo está aí,
vê quem quer!
Cinema é vida representada em tela, registrada com afeto pelo olhar criativo de quem conduz uma câmera. Os passos construídos por quem busca o audiovisual podem seguir caminhos diferentes, aos olhos de quem produz e de quem assiste.
por Lamonier Araújo
O Festival Internacional de Cinema de Baía Imagens cedidas Formosa (FINC) é uma das janelas no Rio Grande do Norte, que oferece oportunidades para essas produções. Nos últimos anos, a cidade de Mossoró tem se destacado no evento, através dos nomes de Plínio Sá e Alexandre Fonseca. Seja por meio de uma câmera profissional ou com apoio de um celular, o audiovisual pode se tornar realidade e forma nas mãos de qualquer cidadão. É arte acessível e competitiva. Considerado um dos mais importantes Festivais de Cinema independente do país, o FINC disponibilizou no decorrer de onze edições, espaços para potiguares mostrarem suas ideias em curtas de um minuto ou produções com maior tempo de duração. Alexandre Fonseca, Alexandre Fonseca e O Festival favorece a participação do púPlínio Sá e Jean Custo, Plínio Sá, no programa blico nas mais variadas categorias. Na edição do após participação no "Entre do Clima", da ano de 2019, titulada de os “Bons Ventos”, foi 10º FINC. TCM Telecom. proporcionada a criação livre pelo olhar de cada participante. Por caminhos diferentes, os mossoroenses entraram na disputa. Do cotidiano das palavras e do afeto das imagens, o trabalho do talento no teatro, se jogou na direção do audiovisual. jornalista Alexandre Fonseca, que é conhecido na E que bela jogada! Superou 65 filmes inscritos e se televisão de Mossoró e também na internet, contornou vencedor da principal categoria do evento: correu naquele ano. O aspecto cinematográfico Curtas de 1 Minuto. O curta “Quando o vento pasfoi tratado como desafio para ele. sar” mostra de forma sensível, o trabalho de um ar O mossoroense de jeito tranquilo e cabetista cego que faz sua arte, com ajuda do vento que ça fervilhando de convicções, resolveu buscar em passa pela sua casa. Com isso, Plínio representa o suas memórias, formatos e histórias que poderiam Rio Grande do Norte, ser contadas em vídeo. Na categoria “Perólas na maior cerimônia de do RN”, onde os destinos turísticos potiguares Dois olhares sobre o cinema independente deveriam ser explorados, ele foi em busca de audiovisual, com a força da Europa, o "Festisentimentos. O curta “Registros Singulares” fival OFF Câmera", que da resistência de uma cidade cou em segundo lugar na competição. O vídeo acontece anualmente chamada Mossoró. " mostra a beleza de recantos da Costa Branca, na cidade da Cracóvia, nas bacias de Sal e na calma praia de Pernamna Polônia. buquinho, situadas na cidade de Grossos/RN, A forma de olhar para o outro, diz muito sobre intercalada com sorrisos de simplicidades e de moa história que você quer contar no cinema. Seja em mentos afetuosos entre duas crianças, junto a uma Mossoró, onde a arte guarda essas histórias nas ruas natureza irretocável. O talento se tornou vídeo e ou em Baía Formosa, onde a praia vira tela para as encantou muitos críticos. Foi a primeira participaproduções cinematográficas. Dar espaço e voz para ção de Fonseca em um Festival de Cinema. mostrar quem escreve a arte no vídeo, só fortalece Do outro lado, temos o trabalho do ator quem somos e aonde queremos chegar. Estamos faPlínio Sá. Em sua participação no Festival, ele relando de momentos. Estamos registrando, um pouco solveu transformar as marcações de palco, em rode cada um de nós. O vídeo está aí, vê quem quer! teiro de cinema. O mossoroense conhecido pelo
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Dicas de Curtas
Entrevista
Registros Singulares (2016) de Alexandre Fonseca
O vídeo é um registro singular de um dia em união, na vida de duas crianças de mães e pais diferentes, que se enxergam como irmãos. Gravado em um Smartphone, mostra cenas dos dois se divertindo na praia de Pernambuquinho, localizada há poucos quilômetros da cidade de Grossos, no Rio Grande do Norte. O filme foi premiado na 10ª edição do Festival de Baía Formosa.
Quando o Vento Passar (2010) de Plínio Sá
Um artista plástico, cego, sensível ao toque do vento, sente a necessidade de reproduzir as mensagens que este lhe traz. O pintor mantem viva a sensibilidade que só o vento carrega nas suas telas. O filme foi premiado na 10ª edição do Festival de Baia Formosa.
Sinto Falta (2020) de Alexandre Fonseca
O vídeo foi produzido com imagens do quintal da casa do cineasta Alexandre Fonseca e arquivos guardados de projetos passados (o mar, por exemplo). O material retrata a visão particular sobre um dos poucos ambientes acessíveis durante a quarentena. Com a época de chuva na região do Rio Grande do Norte, as plantas florescem em meio à pandemia e a saudade de viver como antes cresce na mesma medida. É uma retratação metafórica da linguagem audiovisual com o sentimento vivido nos cinco meses de isolamento. O filme foi premiado na 1ª edição do Festival Quarentene-se. Os filmes citados podem ser encontrados facilmente nas plataformas de vídeo, Vimeo e YouTube. 28
Plínio Sá i @pliniosa / @facimmossoro
Leia nossa conversa com Plínio Sá, o diretor e ator, que está organizando a primeira edição de um Festival de Cinema Alternativo para Mossoró.
Quem é Plínio Sá? Descreva-se. Plínio Sá é ator e diretor potiguar que já coleciona vários papéis em sua carreira. Atua no teatro, na arte desde 1999. Dos trabalhos realizados, merecem destaque a atuação nos espetáculos "Auto da Liberdade", "Chuva de Bala no País de Mossoró", "Oratório de Santa Luzia". Dirigiu “A Paixão de Cristo” por 10 edições em Mossoró/RN; produziu e dirigiu "Os Caçulinhas do Guaraná Antártica", no programa "Busão do Brasil" da Band; participou do curta experimental “Matei, Fui em Casa Trocar de Roupa e Voltei para Assistir À Perícia” e do curta "Chuva de Bala no País de Mossoró". Foi preparador de elenco do Oratório de Santa Luzia 2015; atuou no musical “Pelas Trilas da Vida”, de Danilo Guanais, em Natal/RN; atuou no espetáculo natalense “Um Presente de Natal”; um dos seus principais feitos na arte foi a atuação no musical oficial da Broadway, O Musical “Avenida Q", uma das mais bem sucedidas comédias do teatro musical, ganhador dos 3 mais importantes Tony Awards de 2004 - Melhor Musical, Melhor Música e Melhor Libreto. Plínio Sá produziu também o intercâmbio do Palco Giratório 2018 em Mossoró/RN. Seu último trabalho com teatro foi na direção do espetáculo “Circo Sem Futuro”, contemplado pelo SESC com a circulação no estado do Rio Grande do Norte,
na Mostra SESC de Arte e Cultura e também na Aldeia SESC, em Caicó/RN. Atualmente, desenvolveu o curta “Quimera D’um Ôi Só”; venceu o prêmio de melhor filme no 10° FINC (Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa) com o curta "Quando o Vento Passar" no qual também será exibido no "Mastercard OFF CAMERA" em junho de 2021, o maior festival internacional de cinema independente da Europa. Hoje, segue com o projeto do FACIM – "1° Festival Alternativo de Cinema de Mossoró".
Quais foram as suas primeiras experiências com o audiovisual? Sempre sonhei em fazer cinema. Quando atuava nas peças teatrais, me imaginava atuando em filmes. Em 2007, participei do meu primeiro curta, que foi “A Captura do Coronel Antônio Gurgel”, para o espetáculo "Chuva de Bala no País de Mossoró", dirigido por João Marcelino. Daí por diante, acreditei que poderia fazer audiovisual. E foi quando dirigi o curta "O Batismo de João", em 2011, e não parei mais. Até hoje, estou sempre buscando produzir audiovisual.
Cite duas obras suas que considera mais importantes. O curta "Quando o Vento Passar" é muito importante. Com ele, tive a minha primeira participação em um festival e fui vencedor do prêmio de melhor filme do 10° FINC. Com esse prêmio, participarei do "Mastercard OFF CAMERA International Independent Film Festival" que é um dos maiores festivais da Eu-
ropa e acontece na Polônia. Tem também o filme "Aqui de Dentro", gravado totalmente com celular e o filme "Quimera D'um Ôi Só", um curta-metragem experimental que me trouxe muito da compreensão da linguagem do cinema.
O que falta hoje, para o cenário cultural de Mossoró ser mais abraçado pelo povo? Acredito numa descentralização de projetos culturais realizados pelo poder público e por artistas. É importante que o poder público encontre os fazedores de cultura popular, buscando preservar e ampliar de nosso patrimônio artístico-cultural. Além de ser importante o estabelecimento de uma política cultural, de modo a consolidar em um único instrumento, onde todos os aspectos regulatórios deste importante setor possam se denominar em um movimento cultural popular. É de extrema importância um fomento para novos espaços culturais periféricos, tais como pontos de cultura, isso aproxima o povo da arte e estimula na formação de plateia.
Você está idealizando um Festival de Cinema para Mossoró e a pandemia acabou atrapalhando o processo de desenvolvimento. Em que fase se encontra? O FACIM (Festival Alternativo de Cinema de Mossoró) está sendo retomado e previsto para acontecer ainda em 2021. No entanto, todo o andamento do mesmo depende do estágio em que se encontrar a pandemia. 29
Como colocaria a importância de um Festival Audiovisual para Mossoró? Mossoró é conhecida como uma cidade cultural. De uns tempos pra cá, o movimento do audiovisual vem expandindo e ganhando força. Um Festival de Cinema é de extrema importância, porque a história do cinema de Mossoró não é de hoje. Um festival como o FACIM, por exemplo, que trabalha em cima desse resgate, além de orgulhar o movimento, oportuniza os fazedores de conteúdo do audiovisual para expor suas obras, assim como, atrai para a cidade o olhar turístico do cinema local. É mais um movimento que Mossoró ganha para abrilhantar a nossa cultura.
Deixe uma mensagem para as pessoas que estão começando a produzir materiais audiovisuais e possuem algum receio. É difícil a jornada? A jornada do audiovisual é muito difícil; leva tempo, e envolve muitas etapas e processos. O custo é muito caro, mas, ao mesmo tempo, é uma forma que nos possibilita juntar diversas artes em um único conteúdo. Conseguir expor expressões que, mesmo separadas por uma tela, estimulam o público a um poder imaginário por tempo indeterminado e para a posteridade é fascinante. É preciso popularizar o cinema; é necessário o interesse de muitos em fazer audiovisual. Antes dos equipamentos, vem a sensibilidade do fazer artístico e a criatividade de se adaptar nas criações do audiovisual. Nesse sentido, todos são capazes de fazer audiovisual.
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