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Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Ouvi falar sobre uma nova doença presente em alguns países, chamada “dengue”. Gostaria de saber mais sobre ela.

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Dengue é uma doença causada pelo mosquito transmissor do vírus chamado “flavivírus”. Essa família é constituída de quatro membros, e o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Outro mosquito chamado Aedes albopictus também pode transportar o vírus. Em áreas de floresta a doença é espalhada entre os primatas, mas com o aumento das cidades densamente populosas, predomina a transmissão entre pessoas. O aumento das viagens permitiu que pessoas infectadas sejam transportadas rapidamente para todo o mundo. Além disso, o comércio e as viagens expandiram a localização do mosquito Aedes aegypti. O comércio de pneus usados onde pode haver ovos de mosquitos e larvas no seu interior, além da rápida urbanização na Ásia, aumentou dramaticamente o potencial para a disseminação da doença. Os dados da Organização Mundial de Saúde e dos centros de controle da doença sugerem que o sul dos Estados Unidos, a América Central, grande parte da região Amazônica, na América do Sul, bem como a área tropical da África, boa parte da Índia, Malásia, Indonésia, Tailândia, Filipinas e nordeste da Austrália são áreas de risco da dengue. Recentes epidemias na África estão chamando a atenção para a doença. Para a maior parte das pessoas, a dengue terá sintomas de uma doença “gripal”. Pode ser que sintam febre, malestar, dores no corpo, dor de cabeça e, f o t o :

L o r e n z o

G o n z á l e z

talvez, algum vômito e erupção cutânea leve. No entanto, a dengue severa pode provocar a morte. O vírus pode se ligar à camada de capilares bem pequenos e fazer com que vazem profusamente. O número de plaquetas pode cair e haver perda de proteína do sangue, provocando o choque em seguida. Pode ocorrer desconforto respiratório devido à saturação dos alvéolos com fluídos do sangue e o sangramento se tornar intenso. Geralmente, a incubação dura de três a sete dias, os sintomas mais leves dois ou três dias, os mais severos três a quatro dias e mais uns três dias para recuperar. As pessoas que vivem em áreas endêmicas correm risco, a menos que já tenham sido infectados com os quatro tipos da dengue. Devido a viagens frequentes, pessoas que retornaram de áreas endêmicas estão em risco e devem ser consideradas potencialmente infectadas se houver sintomas. Para fazer o diagnóstico podem ser realizados exames de pesquisa do vírus, proteínas estruturais do vírus ou da presença de anticorpos contra o vírus. Atualmente, ainda não há medicação eficiente que mate o vírus. Tem sido difícil produzir uma vacina contra a dengue, embora haja um tipo de vacina em fase de teste. Os esforços para limitar o crescimento dos mosquitos, também têm obtido pouco sucesso. Latas velhas de tinta, pneus, garrafas plásticas e alguns tipos de plantas como o sisal, podem coletar água onde os mosquitos deixam seus ovos. Limpar esse tipo de lixo da casa ou da cidade é a chave para controlar a proliferação dos mosquitos nas áreas urbanas. Algumas outras possibilidades estão

sendo testadas. “Mosquitos machos, modificados geneticamente para esterilizar moscas tipo-selvagem e reduzir a produção de ovos e o tamanho da população da próxima geração”, estão sendo estudados como método em potencial para quebrar o ciclo reprodutivo do mosquito.* Uma bactéria chamada Wolbachia foi usada para infectar os mosquitos Aedes aegypti, e parece protegê-los contra o vírus da dengue. Ela oferece a possibilidade de se espalhar naturalmente entre os mosquitos e potencializar um grupo mais resistente de mosquitos. Atualmente a melhor proteção é limitar a infestação dos mosquitos e o risco de ser picado por eles. Cortinados embebidos em permetrina e paredes pulverizadas com inseticida reduzem a possibilidade dos mosquitos entrarem em casa. É muito importante a instalação de telas nas janelas, portas bem ajustadas e o uso de repelentes contra insetos nas áreas onde há o mosquito. Como em muitas situações, a prevenção é essencial – especialmente quando não existe cura. n

Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, médico cardiologista

nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Março 2013 | Adventist World

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