Revista Adoro ED 04 - LEM - MAIO 2021

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MAIO 2021

Aos 44 anos, Eduardo colhe os louros do talento cultivado ainda quando menino, na olaria em que o pai trabalhava com fabricação de cerâmicas, lugar onde teve os primeiros contatos com a arte ao brincar de fazer esculturas. “Me sinto prestigiado, super valorizado e o que eu quero mesmo é que as pessoas se inspirem com o que eu faço e o que eu puder mostrar pelo meu trabalho, mostrarei”, aponta. Mas nem sempre foi assim. Até estabelecer-se na arte, Eduardo trilhou um longo caminha. Como ser artista era algo que não pertencia à própria realidade como profissão, aos 18 anos, Eduardo trabalhou como frentista. Na época, ainda com muitos sonhos na cabeça, o jovem pintava quadros para si mesmo e para a família. Uma dessas obras ficou de presente para a esposa, que colocou na própria loja. “Um cliente gostou, pediu para comprar e nós decidimos vender. Então, eu fiz outro quadro para pôr no lugar e, novamente, outro cliente quis comprar”, conta Eduardo. Foi aí que a vida dele começou a mudar. As obras de Eduardo já foram enviadas a mais de 30 países e o sucesso do artista é nítido nas mídias. Eduardo já participou de programas como “Encontro, com Fátima Bernardes” e teve as obras adquiridas por famosos como Felipe Neto (que fez uma encomenda personalizada para o pintor), a namorada dele, Bruna Gomes, Marco Antônio Biaggi, Rodrigo Lombard e Natasha Dantas, esposa do jornalista e apresentador Willian Bonner. Além do reconhecimento popular, a carreira de Eduardo também é marcada por premiações em eventos artísticos na Itália, em Londres e na Áustria. “Quando recebi o convite para participar de um evento em Roma, pensei em criar uma obra que retratasse o cotidiano do sertanejo. Assim foi. E essa obra obteve o prêmio de medalha de ouro nesse salão em Roma. Anos depois, eu participei com outra obra também retratando a lida sertaneja e também fui premiado. Hoje eu tenho espaços abertos lá fora, justamente em decorrência dessas premiações”, afirma. E esse reconhecimento permitiu que Eduardo fizesse da arte sua única fonte de renda. “Como a procura pelas minhas telas estava muito grande e algumas pessoas não estavam conseguindo, eu resolvi explorar as possibilidades gráficas. Então, eu fotografo e exploro por meio de canecas, camisetas, bonés e diversos produtos e minha família toda está envolvida no processo. Minha esposa trabalha com a parte de assessoria, um filho trabalha com as mídias e outro com o financeiro.’

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A vida nordestina impregnada no jovem sertanejo que, atualmente, vive em Barreiras, mistura-se com diversos cotidianos. “Eu gosto de gente, de retratar pessoas. Certa vez, eu visitei uma comunidade quilombola e fiquei tão tocado com a força deles que, quando eu cheguei em casa, fui para o ateliê e passei a retratar as figuras que representam as mulheres em suas labutas diárias, nas batalhas. Também resolvi usar um traço mais fino para trazer a sutileza que eu chamo de leveza, o brilho que eu vejo nessas pessoas. Também temos a figura do cangaceiro Lampião e Maria Bonita, que são personagens históricos e, apesar de toda a problemática em torno dele ser criminiso ou não, eu tento retratá-lo de forma doce. As pessoas têm brilho e é esse brilho que eu tento retratar. Quando as pessoas enxergam isso, eu fico muito feliz. Pintar, para mim, é um sentimento de completude, eu preciso pintar, fazer arte para me completar, para me sentir inteiro como pessoa”, finaliza. www.eduardolimaart.com.br @eduardolimaart


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