Revista TOP2000 Mangalarga Marchador 45

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E ntrevista Elder Grossi - Gerente de Relacionamento da ABCCMM A ABCCMM cresceu muito nos últimos anos, atingindo mais de 445 mil animais vivos inscritos em seu stud book e isso exige profissionalização. Para falar do assunto, entrevistamos o gerente de relacionamento da ABCCMM e coordenador da Escola de Formação de Mão de Obra, Elder Grossi. Ele nos fala dos planos e metas da Associação para capacitação profissional dos apresentadores de cavalos que lidam com a raça. Temas como relacionamento entre a Associação com os criadores, núcleos, exportação de cavalos, mulheres na raça e mercado são abordados nesta entrevista exclusiva. Confira.

Um dos problemas da raça atualmente é a falta de mão-de-obra. O que está sendo feito a respeito?

A Associação vai formar treinadores de animais puxados e montados em uma escola especializada. Essa escola está no primeiro estágio. Os alunos entram na fase de aprendizado no primeiro módulo como tratadores. Depois passam para o segundo, que é o treinamento. É bem complexo, entra doma, treinamento, casqueamento, ferrageamento, equitação, até chegar à fase de apresentação. Depois disso, ele vai para outra etapa, que se chama “Escola de Equitação de Acabamento”, que é onde se eleva o nível de equitação desses profissionais. Essa escola é dirigida pelo Tiago Resende.

através do núcleo Alta Mogiana, e Pernambuco, que manifestaram interesse. Aqui em Minas, em menos de um ano, vamos ter um volume maior de escolas e alunos. Em quanto tempo os alunos se formam?

O processo de formação dura 648 horas. Montamos turmas de uma semana, quinze dias e um mês. A escola se molda de acordo com a disponibilidade dos candidatos. Se conseguirmos um número de no mínimo 15 pessoas com a mesma carga horária, montamos a turma. Antes, essa escola era engessada. O aluno ficava 15 dias à disposição do Senar e 15 dias ele voltava pro haras. Hoje, montamos de acordo com a necessidade da região. Um dos objetivos do mandato do Magdi é estreitar o relacionamento entre a Associação e os criadores. Qual é a importância dessa prática?

Quando o Magdi me chamou, ele tinha a intenção de tornar a Associação uma empresa, e como uma empresa, ela tem que ter cuidado com cada um dos seus setores, e o principal, que é o seu cliente, que são os nossos associados. Eu vim para ser o contato mais próximo entre a empresa (a Associação) e o associado, para que tenha a quem se dirigir, ter a quem manifestar, solicitar e ter um canal aberto dentro da Associação, ao contrário de outras entidades, como públicas, estaduais, que resolvem tudo por call center, é muito frio. Ele não quer esse tipo de coisa, ele quer a proximidade. A liberdade de poder falar, ser ouvido, ver sua idéia colocada e ter a resposta das perguntas quando são feitas. O associado está mais amparado.

Como fazer para entrar na escola?

Primeiro é feita uma avaliação de conhecimento do candidato e depois passa por uma banca que avalia a aptidão. Então, se a pessoa tem aptidão para trabalhar com cavalo, ela já fica selecionada. Antes, ela era selecionada pelo conhecimento, mas nem sempre a pessoa que tem aptidão tem conhecimento. Ela pode vir a obter esse conhecimento depois, como profissional. A gente perdia esse profissional na seleção. Nós ajustamos a avaliação justamente para não perder os Ronaldinhos, os Pelés, esses craques que estão escondidos. Como está o andamento desse projeto?

Os núcleos têm uma dificuldade muito grande em obter receita. Qual é o papel da Associação em relação à ajuda dos núcleos?

O projeto inicial foi ano passado em Cruzília, foi nosso laboratório. A partir dele, nós fizemos algumas alterações e fundamos duas turmas em Cruzília, duas em Itabira e vamos fazer em outras regiões do Estado. Mas o presidente não quer escolas somente no Estado de Minas, ele quer dar essa oportunidade a todo o território brasileiro. A grande dificuldade é que o Senar (Serviço Nacional de Aprendizado Rural) apesar de ser um órgão nacional, ele é regionalizado, então para fazer essa escola em outros estados, eu vou ter que levar esse projeto através dos superintendentes do Senar daqui até o estado que tem interesse de fazer essa escola. Eu já estou conversando com o Estado de São Paulo,

Primeiro é ter uma pessoa a quem ele possa se dirigir para obter a sua necessidade. Antigamente ele tinha que ir para vários setores. Hoje ele chega a mim, faz o pedido e eu direciono aquela necessidade para o setor responsável. O presidente também quer a Associação junto aos núcleos. Ele acredita que os núcleos sejam a extensão da Associação. Portanto, temos que dar amparo, recurso, seja ele técnico ou administrativo, para que os núcleos possam ter ferramentas para fomentar o cavalo. Estamos realizando palestras, levando o MMTV para divulgar os trabalhos realizados e financeiramente fazemos algumas ações. O núcleo de Itabira, por exemplo, recebe uma ajuda com as

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“Em um desafio do crescimento, a diretoria determinou números dos quais todos foram batidos”


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