Os 15 Anos

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Passados quase vinte e dois anos de sua criação, com um histórico de trabalho e de lutas dedicadas a Biguaçu e ao resgate de sua memória histórica, artística e cultural, envolvendo as cidades e municípios do seu entorno e todo o litoral catarinense, povoado por açorianos e portugueses, desde o final do século XVIII, vejo a cada dia esvair-se os sinais vitais dessa instituição basilar e de s ustentação de nossas origens históricas e culturais, que sobrevive apenas pelo rico acervo material e imaterial preservado e pelos poucos e dedicados membros que a sustentam. Como membro fundador de sua primeira Diretoria, eleita em Assembléia realiza da em 02/02/1992, na residência de Ana Lúcia Coutinho Locks, constituída por um Coordenador (Ana Lúcia), Secretário (eu próprio) e Tesoureiro (Jaqueline Kremer), e mais a colaboração importante de um grupo de fundadores e apoiadores, entre os quais, Catarina Rüdiger, Jorge Luiz Locks, Maria Helena de Lara Prazeres e Maria Lúcia Rüdiger, ouso clamar à sociedade biguaçuense, num brado de socorro pelo seu revigoramento, com ênfase ao retorno das atividades do Grupo Folclórico Danças e Cantares Açoriano de Biguaçu, atualmente com seus membros dispersos, sem perspectivas e orientação técnica. Vejo com profunda preocupação o estado de inanição e de abandono em que se encontra o Grupo Folclórico, e de modo especial, o acervo da instituição Grupo Arcos, exposto à deterioração em uma sala do antigo Mercado Municipal, fechada e sem a necessária ventilação, mantida como mero depósito, sofrendo os efeitos da umidade do tempo e o descaso das autoridades e das pessoas. Apenas a pequena e singela inscrição, Grupo Arcos, altaneira, pintada à entrada do prédio histórico, a indicar sua existência esperançosa de auxílio e estímulos. Infelizmente, a figura central do GRUPO ARCOS e seu Grupo Folclórico, a historiadora e pesquisadora cultural, Ana Lúcia Coutinho, que serviu por anos ao Estado, junto à Companhia de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – CODESC e à Fundação Catarinense de Cultura - FCC, em Florianópolis, onde foi funcionária efetiva, veio a aceitar, em 2007, convite para atuar junto ao Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul. É lá, na centenária cidade, que ela se encontra desde 2008, realizando o projeto de criação do Centro de Referência Naval Brasileiro , um trabalho profissional cercada do carinho e respeito dos técnicos do IPHAN, de instituições do Governo Municipal e das entidades culturais parceiras do projeto. E nós, que somos filhos de Biguaçu e admiradores dessa terra e de seu povo, com o seu vasto e rico patrimônio histórico cultural e tão carente de valores intelectuais comprometidos com o desenvolvimento em sua integralidade, como podemos dispensar os serviços dessa conceituada e talentosa profissional da cultura, filha da terra e com tantos serviços prestados à História e à Cultura de Biguaçu?

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