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O objetivo do Teatro do Oprimido é muito simples, nós acreditamos no teatro como uma essência humana, todos são capazes de fazer teatro, possibilitando ver a vida do lado de fora, representando a sua própria história, olhando para ela fazendo uma analise naquilo que possa ser modificado.
DE QUE FORMA VOCÊ ACREDITA QUE ESSE TIPO DE ATIVIDADE POSSA CONTRIBUIR JUNTO À REALIDADE DOS PRESOS E SERVIDORES DENTRO DE QUE FORMA O TEATRO DO OPRIMIDO É
DO CÁRCERE?
APLICADO DENTRO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO E QUE TIPO DE EXPERIÊNCIAS ERA POSSÍVEL SER
R: Esse projeto contribui de forma positiva para os que
PERCEBIDAS?
vivem a realidade do sistema prisional, até hoje encon-
R: Trabalhamos junto aos agentes penitenciários e
esse projeto em algumas penitenciárias no país. Esse
aos demais profissionais que atuam dentro do Siste-
trabalho é muito rico, por ter a possibilidade de utilizar
ma Penal, como médicos, enfermeiros e professores.
um método teatral dentro do sistema prisional que é um
Formamos multiplicadores que aplicam as metodologias
sistema fechado, difícil de entrar para se desenvolver
dentro das penitenciárias, junto aos detentos. Foi uma
um trabalho, especialmente um trabalho que propõem
experiência riquíssima que nos proporcionou bastante
o diálogo entre presos, servidores e a direção da peni-
aprendizado. Desenvolvemos atividades muito interes-
tenciária e através dele, colher resultados positivos de
santes. Como trabalhávamos com direitos humanos e
ambas as partes, propondo a mudança daquela reali-
geralmente ele se aplica ao preso e não ao servidor, at-
dade, humanizando as relações e possibilitando outro
ravés do teatro, começamos a reverter essa percepção,
olhar para a realidade vivida dentro das prisões.
tramos multiplicadores que continuam a desenvolver
pois tratamos os direitos humanos de forma horizontalizada, humanizando a relação de ambos os lados dentro do sistema penitenciário. Com a vivência realizada pelos presos através do teatro os próprios diretores que assistiam a encenação passavam a buscar a melhoria nas relações e a resolver pequenos conflitos dentro da cadeia.
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ALÉM MUROS
. JAN/ FEV
2016