Gestão
Como romper a barreira do século Clube América entra para o rol das instituições e empresas centenárias ainda atuantes em Joinville Marcela Güther O que pode acontecer em um sé culo? Guerras, revoluções, avanço tecnológico, mudanças territoriais. Uma geração envelhece, outra nas ce. As fotografias vão se desgastan do e adquirindo o tom amarelado do passado. O papel, porém, não é o único que desbota com o tempo. O mesmo ocorreu com muitas empre sas e instituições da cidade – com o passar dos anos, elas foram perden do o colorido até fechar as portas. São raras as centenárias presentes no cotidiano joinvilense. Mas exis tem. E carregam, como diferencial, a experiência em renovação que só uma história secular pode propor cionar a uma organização. Em uma rua sem saída, lateral da João Colin, no bairro América (que antigamente era tido como Centro), encontra-se o clube que o
34
batizou, o América Futebol Clube, que, em 2014, completou 100 anos de história, entrando para um rol que tem nomes como as indústrias Lepper e Döhler e instituições de ensino ainda vigorosas. “A longevi dade de nosso clube se deve à sua fanática torcida e aos colaborado res fiéis que, ao longo dos anos, vêm contribuindo para o nosso sucesso”, diz o presidente atual, João Barbosa, que comanda a casa desde 2000, quando os gestores enfrentavam problemas e dívidas. “Com trabalho, conseguimos vencer, pagamos os credores e começamos obras e refor mas em toda a estrutura do Améri ca, que é referência na cidade.” A instituição nasceu em 14 de julho de 1914. A reunião de funda ção ocorreu na sala de espera do Cinema Floresta, na época, locali zado na Rua do Príncipe, e contou com 14 participantes. Cinco deles,
com mais dois novos sócios, inte graram a primeira diretoria. Devido ao desempenho em campo e à crise financeira que assolava os times catarinenses nas décadas de 60 e 70, o América acabou se fundindo ao Caxias Futebol Clube. Juntos, os rivais formaram, em 1976, o JEC. Mesmo com a fusão, o clube não saiu da ativa e continua oferecendo serviços aos frequentadores – atu almente, são 4 mil sócios, com o fu tebol amador como o ponto forte. Os investimentos nos últimos anos foram determinantes para a manutenção e sobrevivência. Entre as melhorias, estão a cobertura e aquecimento da piscina, a criação de uma sauna, a pavimentação do pátio, além da implantação de res taurante e academia. “O América saiu do ostracismo e veio para a rea lidade. Hoje é um clube acessível a todas as camadas sociais”, aponta Barbosa. De acordo com o presiden te, as principais mudanças foram na democratização administrativa e na aplicação dos recursos vindos