Revista Vox - Edição 158

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Edição 158 | Ano XXIII | www.aborlccf.org.br

Vox news • 47º CBO: Conheça a lista das cirurgias que serão transmitidas ao vivo durante o congresso Páginas azuis • Slow Medicine: Movimento que busca repensar a abordagem médica atual

Romance que surge na

Otorrinolaringologia Conquistas: Está sendo produzida a terceira edição do Tratado de ORL, ainda mais moderno e dinâmico

Gestão e carreira: Reportagem explica a importância da adequação às normas da Vigilância Sanitária na ORL


02 a 04 de Junho de 2017 - Fecomercio Confira a programação com as especialidades: Cabeça e Pescoço

Laringologia

Medicina do Sono

Otorrino Pediatria

Imagem: Ponte Estaiada

www.aborlccf.org.br/2combined


Mensagem da

Presidente Wilma Terezinha Anselmo Lima

Dra. Wilma junto à equipe ABORL-CCF e representantes das Sociedades Regionais da Otorrinolaringologia

Caro (a) associado (a), No final de março, na cidade de São Paulo, realizamos o Exame de Suficiência para Obtenção do Título de Especialista em Otorrinolaringologia de 2017. Foram meses de trabalho árduo do Comitê de Título de Especialista que mais uma vez executou um belíssimo trabalho. Ainda a fim de estimular a importância desta titulação, conseguimos subsídios para fomentar a educação médica continuada aos três primeiros colocados para fazerem estágios no exterior. Gostaria de salientar o esforço e o empenho do Comitê de Eventos e Cursos e todos das diretorias das academias e nossos departamentos na grande responsabilidade de organizar nossos dois grandes eventos deste ano - o II Combined Meeting ABORL-CCF - não deixem de participar deste encontro, que será em junho, com uma grade científica imperdível - e o 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, que será realizado em novembro na capital catarinense. Estamos trabalhando a todo vapor para trazer um congresso ‘sem fronteiras’ à Florianópolis, com uma estrutura e programação científica de altíssima qualidade. Não percam uma grande novidade deste congresso: cirurgias ao vivo com interação da plateia. Os membros do Comitê de Defesa Profissional não param de trabalhar para os nossos associados: em março, em reunião na AMB, conseguimos adequar os portes dos

20 procedimentos cirúrgicos que ainda estavam faltantes na CBHPM. Não deixem de assistir o ciclo de palestras gravadas e dispostas em nosso site preparadas com muito carinho pelo Dr. Bruno Rossini para ajudá-los dentro e fora dos consultórios. No dia 30/03, com muita alegria, recebemos 17 dos 23 presidentes das regionais para o III Fórum de Defesa Profissional e Sociedades Regionais. A discussão dos pontos mais polêmicos foi muito interessante, ficando claro que deve existir uma importante e melhor interação entre nossa associação e as regionais. Adicionalmente, atendendo a uma importante demanda solicitada pelos nossos associados em uma pesquisa realizada em 2015, a ABORL-CCF está prestes a viabilizar um sistema de prontuário eletrônico do paciente com a certificação CFM/SBIS de forma subsidiada para nosso associado. Por fim, em maio, o Comitê de Educação Continuada irá lançar a Plataforma de Educação Continuada com o curso de ORL Geral ministrado por nossos experts da especialidade. Não deixem de checar no nosso site. Nós, da ABORL-CCF, trabalhamos muito e assumimos diariamente grandes responsabilidades com o objetivo de assegurar a todos os associados condições cada vez melhores para realizarem suas atividades e atualização de qualidade. Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima e toda diretoria Presidente da ABORL-CCF

Diretoria 2017 Presidente Dra. Wilma Anselmo Lima - Ribeirão Preto (SP) Primeiro Vice-Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP) Segundo Vice-Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP) Diretor-Secretário Dr. Edwin Tamashiro - Ribeirão Preto (SP) Diretora Tesoureira Dra. Eulalia Sakano - Campinas (SP) Diretor-Secretário Adjunto Dr. Edson Ibrahim Mitre - São Paulo (SP)

Diretor Tesoureiro Adjunto Dr. Leonardo Haddad - São Paulo (SP) Assessores Dr. Eduardo Landini Dolci - São Paulo (SP) Dr. Márcio Fortini - Belo Horizonte (MG) Dr. Geraldo Druck Sant”Anna - Porto Alegre (RS)

PRESIDENTES DOS COMITÊS Comitê de Eventos e Cursos Dra. Thais Knoll Ribeiro - São Paulo (SP) Comitê de Comunicação Dr. Allex Ogawa - Londrina (PR)

Comitê de Educação Médica Continuada Dr. Thiago Freire Pinto Bezerra - Recife (PE) Comitê de Ética e Disciplina Dr. Marcelo Miguel Hueb - Uberaba (MG) Comitê de Residência e Treinamento Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP) Comitê de Título de Especialista Dr. Fernando Danelon Leonhardt - São Paulo (SP) Comitê Defesa Profissional Dr. Bruno Almeida A. Rossini - São Paulo (SP)


5 Carta ao leitor 6 Páginas azuis: Slow Medicine 9 Espaço ao leitor 10 Agenda de eventos 11 O que diz a lei: Sigilo profissional: direito do paciente, dever do médico 12 47º CBO sem fronteiras 16 Gestão e carreira: O papel da Vigilância Sanitária 20 Capa: Romance que surge na Otorrinolaringologia

26 ABORL-CCF em ação: As mulheres que fazem a ABORL-CCF 28 Conquistas: ABORL-CCF produz nova edição do Tratado de Otorrinolaringologia 29 Vox news 32 Gestão em prática: Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch - M’Boi Mirim 34 Conduta médica: O que os profissionais devem saber? 37 Qualidade de vida: Educação em meio à natureza 38 Educação médica continuada: Doenças vesicobolhosas 41 Internacional: Tire suas dúvidas sobre contratualização 42 HumORL


EXPEDIENTE ABORL-CCF

CARTA AO

LEITOR Um novo ano para a Otorrinolaringologia

Allex Ogawa Presidente do Comitê de Comunicações

VOX Otorrino Presidente: Wilma Anselmo Lima

Comitê de Comunicações:

Alexandre Beraldo Ordones Allex Itar Ogawa Fabrizio Ricci Romano Gustavo Polacow Korn Ingrid Helena Lopes de Oliveira Marco Antonio dos A. Corvo Maria Dantas C. L. Godoy Renata Dutra Moricz Ricardo Landini Lutaif Dolci

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF: Aline Pereira Cabral

Editora-chefe:

Mariana Moreira (MTB: 35.038-RJ)

Chefe de Reportagem: Gabriela Rezende

Reportagem:

Bruno Bernardino, Gabriela Rezende e Luan Sicchierolli

Revisor: Adriano Bastos

Fotos:

Arquivo pessoal, Divulgação, Divulgação ABORL-CCF, Gisele Fap e ReCarrara photo studio

Diagramação:

Douglas Almeida, Monica Mendes , Tatiana Couto e William Rabello

Produção:

DOC Content Fone: (21) 2425-8878

Periodicidade: Bimestral

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onfira nesta edição da Vox Otorrino a cobertura de um dos grandes orgulhos da nossa ABORL-CCF: a prova de Título de Especialista. Não por acaso, é o Comitê com o maior número de integrantes, com o compromisso de realizar uma prova abrangente e equilibrada. O grau de satisfação e o grande número de inscritos mostram o respeito e o zelo desse Comitê com os nossos futuros colegas otorrinolaringologistas. Outro grande momento da nossa ABORL-CCF é o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia (CBO), principal evento da ORL nacional. Desde o ano passado, o Comitê de Eventos e a atual presidente da associação, Dra. Wilma Anselmo, vêm trabalhando para a realização de algo inédito na história dos nossos congressos: as cirurgias ao vivo! Com o compromisso de abastecer os nossos associados com informações do nosso dia a dia, redigimos um primeiro material sobre a Vigilância Sanitária. Suas regras não são homogêneas ao longo de todo o território nacional, dificultando, e muito, toda a documentação e cuidados necessários para o funcionamento de nossos consultórios. Ainda na temática da nossa rotina diária, convido-os a estarem sempre acompanhando as matérias do nosso Departamento Jurídico, nesta edição, abordando o sigilo médico e as perícias médicas. A matéria de Capa traz as curiosidades dos casais otorrinolaringologistas. Será que ter um parceiro da profissão em casa traz facilidades ou dificuldades? Nas Páginas azuis, um pouco sobre a Slow Medicine, que resgata a consulta personalizada e sem pressa. E você, como tem administrado o seu tempo? E o tempo para ajudar a ABORL-CCF a se consolidar cada vez mais? Escreva a sua sugestão ou crítica, conte-nos as suas dificuldades e as suas dúvidas. Boa leitura!

Tiragem:

6.500 exemplares

Espaço do leitor

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco: comunicacao@aborlccf.org.br (11) 95266-1614

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Slow Medicine Um dos pioneiros da iniciativa no Brasil, Dr. Dario Birolini fala sobre o movimento que visa fomentar reflexões sobre a prática médica atual Por Luan Sicchierolli e Mariana Moreira | Foto: divulgação

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low Medicine é um movimento que busca resgatar o tempo como parte essencial da abordagem médica, como o tempo para ouvir. A Slow Medicine começa pela escuta cuidadosa e respeitosa do paciente. Enfatiza o raciocínio clínico e o cuidado focado no paciente. A iniciativa visa repensar o modelo de consultas rápidas e profissionais apressados, gerando, segundo os favoráveis à prática, relações em que não se estabelece uma conexão entre o profissional e o paciente. Para falar mais sobre o assunto, convidamos o Dr. Dario Birolini, cirurgião e professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), um dos pioneiros do movimento Slow Medicine no Brasil. VOX: Como o senhor conceitua a Slow Medicine? Dr. Dario Birolini: A Slow Medicine leva em conta não apenas as doenças, sintomas ou, eventualmente, alguns achados de exames, mas, também, o seu perfil global. Na realidade, o que se pretende é dar uma assistência holística, integral e personalizada, lembrando que cada ser humano tem suas características absolutamente únicas. Em outras palavras, adotar como rotina protocolos, guidelines e assim por diante é uma atitude razoável, mas como orientação genérica. O que importa é que cada paciente tem o seu perfil e deve ser tratado de forma individualizada. VOX: Quando o senhor decidiu seguir essa filosofia de trabalho? DB: A minha graduação foi na década de 1960. Naquela ocasião, não havia outra forma de trabalhar. Os médicos baseavam seu diagnóstico essencialmente na avaliação clínica, pois não havia recursos diagnósticos

“O que se pretende é dar uma assistência holística, integral e personalizada, lembrando que cada ser humano tem suas características absolutamente únicas” Dr. Dario Birolini

complementares sofisticados. Existiam alguns exames de laboratório, radiografias, mas praticamente não passava disso. Assim, era essencial investir um tempo longo o suficiente para realizar uma boa história clínica; pesquisar os hábitos de vida dele; avaliar os seus antecedentes pessoais e familiares; fazer um exame físico completo e cuidadoso; e olhar o doente com calma, tentando entender as suas queixas para, enfim, fazer o diagnóstico correto. Atualmente, as vertentes leiga e profissional deixaram de valorizar a avaliação clínica, que tornou-se complementar. O fundamental atualmente são os exames, o que é completamente absurdo a meu ver, mas é uma prática adotada rotineiramente. VOX: Quais etapas do exercício médico podem ser beneficiadas pela Slow Medicine? DB: Exatamente pelo fato de a Slow Medicine ser uma filosofia de assistência à saúde, todas as etapas podem ser beneficiadas. Desde a formação durante o curso médico – quando, aliás, o estudante de Medicina deveria ser alertado para isso – até o exercício de qualquer tipo de especialidade. A Slow Medicine VOX Otorrino | 7


Páginas azuis

tem o objetivo prioritário e fundamental de valorizar a relação médico-paciente e fazer com que as decisões sejam tomadas de forma consensual, discutidas com o paciente, e não impostas por parte do profissional. VOX: De que forma uma boa relação médico-paciente auxilia no tratamento do paciente? DB: O ser humano não é uma máquina, mas, sim, um ser que possui características físicas, funcionais e genéticas absolutamente próprias. Então, na realidade, as mesmas queixas que um paciente apresenta podem ter um significado totalmente distinto quando se trata de pacientes diferentes. Não raro, tanto doenças funcionais como orgânicas manifestam-se de forma semelhante, e a distinção não é feita por exames laboratoriais e de imagem, mas, sim, por uma análise clínica correta. Na realidade, nos dias atuais, o paciente faz o próprio diagnóstico movido por desinformações divulgadas nas redes sociais, e ele acaba procurando um médico especialista, já informando os exames que quer fazer e os medicamentos que quer tomar. Isso não tem sentido algum, principalmente porque muitos exames podem levar a uma série de informações equivocadas. Fora os medicamentos que, seguramente, sempre dão uma série de efeitos colaterais, principalmente quando o paciente toma mais de um. Na verdade, desde que exista uma relação médico-paciente adequada, tudo isso pode ser evitado. VOX: Quais resultados podem ser obtidos por meio dessa prática? DB: Os resultados são extremamente importantes, numerosos, óbvios e claros. Em primeiro lugar, as opções diagnósticas e terapêuticas são discutidas claramente entre as partes envolvidas, ou seja, o paciente e o médico. E a decisão final, tanto diagnóstica como terapêutica deve ser consensual, fazendo com que haja um respeito e uma consideração de reciprocidade. Obviamente, quando as queixas são oriundas de maus hábitos de vida do paciente, este não deve tomar remédios para corrigir o problema, mas, sim, precisa ser esclarecido e incentivado a investir na correção desses hábitos errados. Entendo que o uso de exames complementares e medicamentos deve ser limitado a situações em que eles realmente são importantes. Assim, diminuem-se os efeitos adversos, tanto de exames falso-positivos e falso-negativos, como de medicamentos. Hoje, é muito comum que o doente procure um pronto-socorro e, ao fazer o PCR, apresentando uma dosagem um pouco alta, já tenha indicação para tomar um antibiótico, o que é uma insensatez total, mas, infelizmente, faz parte da nossa prática atual. 8 | VOX Otorrino

“As opções diagnósticas e terapêuticas são discutidas claramente entre as partes envolvidas, ou seja, o paciente e o médico. E a decisão final, tanto diagnóstica como terapêutica deve ser consensual, fazendo com que haja um respeito e uma consideração de reciprocidade” Dr. Dario Birolini VOX: Qual mensagem o senhor deixa para incentivar os médicos a praticarem a Slow Medicine? DB: Seria interessante que médicos de todas as especialidades meditassem a respeito desses conceitos que estou emitindo. Na verdade, a decisão final sobre o que fazer ou não depende deles, então é impossível dar sugestões para todo mundo, mas, de forma geral, é importante que se adotem medidas que visem o bem-estar global do paciente e não simplesmente o atendimento a queixas que, por vezes, não possuem significado algum. VOX: Gostaria de comentar algo mais sobre o tema? DB: Este assunto deveria ser discutido em todas as suas vertentes – sob a ótica da formação dos médicos, de sua atualização e do processo de informar adequadamente o público leigo –, de modo que se deixasse de adotar políticas ou posturas que são muito mais baseadas ou justificadas por interesses, sejam eles profissionais, econômicos ou da indústria farmacêutica, do que por interesse da sociedade e dos pacientes.

Para saber mais sobre a filosofia e a prática da Slow Medicine, assista à aula do Dr. Dário Birolini no site da ABORL-CCF.


Espaç o ao Leit or

A ABORL-CCF quer saber a sua opinião! Envie suas ideias para o nosso Departamento de Comunicação

Se você tem alguma dúvida, quer dar uma sugestão de pauta, fazer um elogio ou externar a sua reclamação, este é o seu espaço. Envie um e-mail para comunicacao@aborlccf.org.br ou uma mensagem via WhatsApp para (11) 95266-1614. As mensagens podem ser publicadas de forma resumida por questões de espaço ou de clareza. Sua opinião é muito importante – e nos ajudará a melhorar cada vez mais a nossa Associação.

Teste da linguinha Por favor, saberia me dizer se a ABORL-CCF emitiu alguma orientação ou parecer técnico sobre o teste da linguinha? Obrigado! Dr. Sergio Nobuo Konno Nota da Diretoria Executiva - ABORL-CCF: A Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica ABOPe emitiu um parecer no qual se posicionou desfavorável à necessidade do teste da linguinha, embora este tenha se tornado uma lei. Consideramos que este exame já faz parte da rotina de seguimento do pediatra junto à criança ao nascimento. A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) também está de acordo com o nosso parecer.

Respostas Departamento Jurídico Gostaria de sugerir que haja um prazo máximo para o recebimento de respostas institucionais, sobretudo do Departamento Jurídico. Havendo um prazo, seria possível cobrar o posicionamento e ter mais controle sobre o tempo necessário para cada ação. Autor: anônimo Nota da Diretoria Executiva - ABORL-CCF: Agradecemos o comentário e informamos que, de acordo com as determinações normativas da ISO 9001, que regem as práticas da ABORL-CCF, o prazo máximo de resposta do Departamento Jurídico aos associados é de 15 dias. No entanto, em casos de maior complexidade, a resposta depende de fatores externos e pode exigir uma extensão desse prazo. Envie dúvidas, para o e-mail juridico@aborlccf.org.br.

Rinossinusites Olá, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO-FACIAL! Tudo bem? Sou Thiago, estudante de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Primeiramente, gostaria de parabenizá-los pela excelente iniciativa de criar o PROJETO GRADUAÇÃO, que tem sido uma ferramenta ímpar para a melhor consolidação do conteúdo de ORL na graduação (amplamente marginalizada, tristemente, em muitos projetos pedagógicos de vários cursos de Medicina do país). Tem sido uma experiência incrível me dedicar mais a essa linda especialidade. Tendo em vista isso, acompanho sempre a Revista Vox Otorrino e, folheando-a, verifiquei que a aula Rinossinusites, da Dra. Milena Lopes não está disponível no site. Gostaria muito de poder assisti-la (assim como outras que, por algum acaso, não estejam disponíveis) e que vocês disponibilizassem. Fico no aguardo de uma resposta. E agradeço imensamente desde já. Abraços! Dr. Thiago Dantas Martins

Nota da Diretoria Executiva - ABORL-CCF: Agradecemos a atenção e o comentário. Informamos que a aula já está disponível e que pode ser acessada no site pelo link: <http:// www.aborlccf.org.br/secao_videos_restritos. asp?s=221&id=4498>

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Agenda de eve ntos

Agenda Maio 4 a 6 de maio de 2017 4ª SECCAPE USP - Semana da Cirurgia de Cabeça e Pescoço da USP Coordenação: Drs. Lenine Garcia Brandão e Claudio Roberto Cernea Local: Centro de Convenções Rebouças. Av. Rebouças, 600 - Pinheiros, São Paulo/SP-Brasil Website: www.stelamariseventos.com.br E-mail: administrativo@stelamariseventos.com.br Informações: (11) 5080-4933 4 a 5 de maio de 2017 VI Curso de Anatomia e Dissecção do Osso Temporal Direcionado aos Métodos de Reconstrução da Audição Coordenação: Dr. Iulo Barauna e Dr. Gustavo Barros Local: Complexo Hospitalar Professor Edmundo Vasconcelos. R. Borges Lagoa, 1450 - Vila Clementino, São Paulo/SP-Brasil Website: facebook.com/centrodeotorrinosp E-mail: cursos@centrodeorl.com.br / cofotorrino@gmail.com Informações: (11) 5080-4357 - Yone Heiss. 5 a 6 de maio de 2017 Curso de Dissecção do Osso Temporal para Implantes Cocleares e Próteses Implantáveis de Condução Óssea Coordenação: Prof. Dr. Luiz Carlos Alves de Sousa Local: Clinica Paparella. Rua Bernardino de Campos, 1503 Ribeirão Preto /SP-Brasil Website: www.clinicapaparella.com.br E-mail: maria@clinicapaparella.com.br Informações: Curso teórico-prático de dissecção do osso temporal para a realização da cirurgia do implante coclear e próteses implantáveis de condução óssea. Indicações clínicas, audiológicas e técnicas cirúrgicas. 8 a 10 de maio de 2017 114° Curso de Dissecção do Osso temporal Coordenação: Prof. Ricardo Ferreira Bento Local: Faculdade de Medicina de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 455 - Cerqueira César, São Paulo/SP-Brasil Website: www.forl.org.br E-mail: cursosforl3@forl.org.br Informações: (11) 3068-9855 Secretaria Executiva / Organização: Fundação Otorrinolaringologia - Camila. 10 | VOX Otorrino

11 a 12 de maio de 2017 XXIV Workshop em Estroboscopia Coordenação: Dra. Adriana Hachiya e Dra. Saramira Bohadana Local: Voice Center - anfiteatro do Hospital Paulista. Rua Dr. Diogo de Faria, 780 - Vila Clementino, São Paulo/SP-Brasil Website: http://www.voicecentercursos.com.br E-mail: cursos@voicecenter.com.br Informações:(11) 5085-0189 – Luciana. 11 a 13 de maio de 2017 V Caipirão de Otorrinolaringologia Coordenação: Dr. José Victor Maniglia Local: Ipê Park Hotel. Rodovia Washington Luís, Km 428 São José do Rio Preto/SP-Brasil Website: www.cenacon.com.br E-mail: marketing@cenacon.com.br / cientifico@cenacon. com.br Informações: (17) 3214-5900 - Igor Galves ou Elaine Tamura

2 a 4 de junho de 2017

II Combined Meeting ABORL-CCF Coordenação: ABORL-CCF Local: Fecomércio. Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista, São Paulo/SP-Brasil Website: www.aborlccf.org.br E-mail: eventos@aborlccf.org.br Informações: (11) 5053.7503

24 a 28 de junho de 2017

IFOS ENT World Congress Coordenação: Prof. F. Chabolle, Professor B. Fraysse Local: Palais des Congres. ENT World Congress SFORL French ENT & HNS Society 26 Rue Lalo 75116. Paris/France Website: http://ifosparis2017.org/congress/ E-mail: contact@ifosparis2017.org Informações: +33 (0)1 44 64 15 15 / Fax. +33 (0)1 44 64 15 16


O q ue d i z a Le i

Sigilo profissional Direito do paciente, dever do médico Por Departamento Jurídico da ABORL-CCF

“Aquilo que, no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto” Juramento de Hipócrates

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ob a égide dos princípios éticos e legais, o sigilo profissional é o mais relevante e importante aspecto ético na relação médico-paciente. A preservação e proteção do sigilo nessa relação profissional encontra amparo legal nas Resoluções do Conselho Federal de Medicina, na Constituição Federal Brasileira e em outras normas do ordenamento jurídico, prevenindo assim, que atos ou omissões provoquem constrangimento e prejuízos ao paciente, e penalidades ao médico, pela infração ética-legal. O sigilo profissional somente poderá ser violado por autorização expressa do paciente, do responsável legal, ou por justa causa e dever legal.

Pelo Código de

Ética Médica: Capítulo I, item XI O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos em lei. Capítulo IX, artigo 73 É vedado ao médico: revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. • CF - Artigo 5º... X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. • Código Penal – Art. 153 – Divulgar a alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem: • Pena- detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sempre que houver dúvidas quanto à remessa de documentos protegidos pelo sigilo profissional, à autoridade, o médico poderá consultar o Conselho Regional de Medicina ou sua Associação de Especialidade Médica quanto à conduta e procedimento a ser adotado, afastando, assim, procedimentos que podem ser enquadrados como infrações éticas, puníveis no âmbito do Conselho Regional e nas esferas penal e cível. VOX Otorrino | 11


47 ยบ CBO sem f ro nte ira s

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47º CBO Sem Fronteiras Entre as inovações que estarão presentes no próximo congresso da ABORL-CCF, um dos pontos altos serão as cirurgias transmitidas ao vivo, confira por Bruno Bernardino

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s preparativos para o congresso mais internacional de todos os tempos não param. O 47º CBO Sem Fronteiras, que será realizado simultaneamente ao Congresso Luso-brasileiro de Otorrinolaringologia e ao Congresso Ibero-americano, acontecerá entre os dias 01 e 04 de novembro de 2017 e trará novidades e inovações imperdíveis aos congressistas. “Além dos muitos convidados internacionais que agregarão ao nosso congresso, traremos procedimentos cirúrgicos ao vivo, algo que nunca aconteceu na história da ABORL-CCF”, explica a presidente do Comitê de Eventos da ABORL-CCF, Dra. Thaís Knoll. Entre os convidados internacionais já confirmados, temos o Dr. José Juan Montes, que fará a cirurgia ao vivo na área de Plástica Facial e o Dr. Sam Most, que terá muitas participações durante toda a programação de Plástica Facial. A Dra. Knoll explica que serão seis períodos de cirurgia ao vivo, uma por subespecialidade. Elas serão realizadas em um complexo hospitalar de alto nível de Florianópolis, o Hospital Baía Sul, e transmitidas em tempo real. Os participantes poderão conversar e sanar dúvidas com as equipes cirúrgicas em ação ao vivo. “Os otorrinos devem esperar procedimentos cirúrgicos do nosso dia a dia e inovações nas áreas. Além da equipe que estará no hospital transmitindo a cirurgia ao vivo, teremos moderadores que abrirão discussão com o público para esclarecer dúvidas e acrescentar sugestões”, conta.

Cirurgias que serão apresentadas ao vivo: Rinologia: cirurgia endoscópica endonasal em polipose nasal Medicina do sono: sonoendoscopia Laringologia: microcirurgia de laringe Otologia: timpanoplastia endoscópica Otorrinopediatria: endoscopia de vias aéreas pediátricas (faringolaringotraqueobroncoscopia) flexível e rígida Cirurgia plástica facial: rinoplastia

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47 º CBO sem f ro nte ira s

Para que essas cirurgias se tornem possíveis, pacientes estão sendo recrutados pelo comitê local e a área de defesa profissional e da ética está trabalhando junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) para autorizar todos os médicos dos diversos estados brasileiros a realizar o procedimento cirúrgico no hospital de Florianópolis. Quanto à parte jurídica, todos os cuidados referentes a essas questões já foram considerados. Segundo o presidente do congresso, o Dr. Fábio Zanini, o comitê está trabalhando a todo vapor para propiciar um evento que agrade às expectativas profissionais, sociais e culturais que surgem quando um congresso dessa magnitude e importância é realizado em uma cidade tão interessante e diversa como Florianópolis. “Vários são os atrativos na nossa cidade e, com certeza, nossos colegas visitantes não abrirão mão de conhecê-los. Por isso mesmo temos nos empenhado em trazer novidades para o congresso, incluindo as cirurgias ao vivo que serão realizadas por médicos escolhidos a dedo por sua competência profissional. Além disso, a rede hoteleira na cidade cresceu muito nos últimos anos, podendo comportar confortavelmente o número de congressistas com relativa proximidade ao local onde será realizado o evento”, acrescenta.

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47º CBO

Sem fronteiras Data: de 01/11/2017 a 04/11/2017 Cidade: Florianópolis Local: CentroSul Endereço: Av. Gov. Gustavo Richard, 850 - Centro, Florianópolis - Santa Catarina - CEP: 88010-290


CONHEÇA ALGUNS DOS TEMAS ABORDADOS NO CONGRESSO: CABEÇA E PESCOÇO:

MEDICINA DO SONO:

Ÿ Uso de cirurgias conservadoras em

Ÿ Laudo de Polissonografia – O que avaliar?

tumores T2 e T3 de laringe Ÿ Desafios diagnósticos em câncer de conduto auditivo e técnicas cirúrgicas Ÿ Cirurgia endoscópica no cancer moderadamente avançado de laringe Ÿ Robótica em câncer de cabeça e pescoço

Ÿ Novidades no Tratamento da SAOS –

OTORRINO PEDIÁTRICA:

LARINGOLOGIA E VOZ:

Ÿ Rinossinusite na Infância – Do diagnóstico

Ÿ Neurolaringologia Ÿ Voz profissional Ÿ Lesões fonotraumáticas Ÿ Rouquidão – Aspectos éticos e legais

Quando indicar? Ÿ Tratamento das SAOS – Cirurgia Faríngea Ÿ Avaliação clínica

ao Tratamento Clínico e Cirúrgico Ÿ Otites na Infância Ÿ Infecções de vias aéreas superiores de repetição X Biofilmes Ÿ Atraso na aquisição da linguagem - O que fazer?

*Programa preliminar, sujeita à alteração sem aviso prévio

Acesse aqui a programação completa do evento:


Gestão e Carre ira

O papel da Vigilância Sanitária Reportagem explica a função do órgão, apresenta as consequências de não se adequar às normas e traz pesquisa referente a POP em Otorrinolaringologia por Mariana Moreira | Fotos: divulgação

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arte do poder de polícia do Estado, a Vigilância Sanitária desempenha um papel de eliminação, redução e prevenção de riscos e danos à Saúde, sendo posta em prática por meio de intervenções e uso dos poderes normativo e de polícia. No Brasil, a definição legal da Vigilância Sanitária ocorreu em 1990 com a lei federal nº 8.080 de 19 de setembro, que regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde. Segundo o §1º do artigo 6º da lei, Vigilância Sanitária é um “conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde”. Entretanto, a Vigilância Sanitária tornou-se um órgão de caráter regulatório apenas em 1999, com a instituição da lei nº 9.782/99, que criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma autarquia sob regime especial, que tem sede e foro no Distrito Federal, e está presente em todo o território nacional. 16 | VOX Otorrino

De acordo com a Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Anvisa (GGTES), a Agência estabelece as normas gerais para o funcionamento dos serviços, que devem ser cumpridas nacionalmente. Os estados e municípios também têm a prerrogativa de legislar complementar e suplementarmente à legislação federal, dentro de suas jurisdições. Em outras palavras, pode haver leis estaduais e municipais mais restritivas e/ou mais específicas do que a legislação federal, contanto que não haja conflito entre esses regulamentos. A execução de ações e serviços de Vigilância Sanitária em serviços de saúde é, prioritariamente, de responsabilidade dos municípios (vigilâncias sanitárias das prefeituras) e, em caráter complementar, dos estados (vigilâncias sanitárias estaduais). A GGTES explica que a União pode executar ações de Vigilância Sanitária em serviços de saúde apenas em circunstâncias excepcionais que possam extrapolar o controle da direção estadual do SUS. Além disso, no âmbito dos serviços de saúde, compete à Anvisa estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano e para coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).


Sobre as vistorias Segundo informações da GGTES, em razão do princípio da descentralização político-administrativa, cada estado e município é autônomo e independente para organizar seus processos de trabalho. Dessa forma, pode haver inspeções sanitárias específicas para o licenciamento sanitário de um serviço de saúde, para a renovação de alvará sanitário, para a investigação de eventos adversos, apuração de denúncias etc. O que compete aos hospitais e clínicas é conhecer a legislação vigente e cumpri-la. Para saber o rol de regulamentos a ser observado, a GGTES recomenda procurar a vigilância sanitária local (municipal ou estadual), pois, além de ela dispor dos regulamentos federais, estaduais e municipais, ela é a autoridade responsável pela realização das inspeções. Quanto ao prazo de validade do alvará de licenciamento sanitário (ou licença sanitária), sua definição é dada pela autoridade sanitária local, com base no Código Sanitário e na complexidade do serviço. No entanto, o alvará pode ser cancelado a qualquer momento, caso seja constatada infração sanitária grave e/ou risco iminente à saúde da população. Dessa forma, caso haja o descumprimento da legislação sanitária vigente – o que configura uma infração sanitária, conforme estabelece a lei federal nº 6.437 de 1977, em que estão descritas as infrações sanitárias, o processo administrativo sanitário (que apura e julga as infrações sanitárias), e as penalidades cabíveis a cada infração –, o responsável pelo serviço de saúde pode receber desde advertência e multa à interdição total do estabelecimento. O serviço que não atende aos requisitos sanitários, conforme a GGTES, também está sujeito aos códigos sanitários estaduais e municipais, além de poder ser responsabilizado civil, penal e administrativamente, a depender da não conformidade detectada. A GGTES orienta, portanto, que o serviço de saúde se aproxime da vigilância sanitária local (municipal ou estadual), a fim de conhecer a legislação e seus processos de trabalho. Esse conhecimento, segundo a Gerência, além de

dar transparência e legitimidade aos atos praticados, evita surpresas nos momentos das inspeções sanitárias.

Protocolos na Otorrinolaringologia Para trazer um exemplo de protocolo sanitário a ser seguido na área de Otorrinolaringologia, a revista VOX Otorrino conversou com os pesquisadores Kazuko Uchikawa Graziano, enfermeira e docente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) e coordenadora pedagógica do Curso MBA em Centro de Material e Esterilização (INESP); e o Dr. Marco César Jorge dos Santos, otorrinolaringologista do Hospital IPO de Curitiba e membro da ABORL-CCF e da Pós-graduação do Departamento de Otorrinolaringologia da Universidade de São Paulo (USP), tendo como orientador o professor doutor Richard Voegels. O trabalho ainda contou com a ajuda do Departamento de Microbiologia da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e do Hospital Albert Einstein nos estudos, cultura e identificação dos micro-organismos. Sob o título Desinfecção de endoscópicos em consultório de Otorrinolaringologia, o estudo dos pesquisadores buscou validar um Protocolo Operacional Padrão (POP) na área, conforme o próprio nome da pesquisa indica. “No âmbito do consultório, é importante que o Protocolo Operacional Padrão de descontaminação seja não só seguro, como também exequível”, afirmou a professora Kazuko. Ela contou que havia uma prática errada com o processamento utilizado nos exames clínicos otorrinolaringoscópicos, principalmente no que concerne aos nasofibroscópios, que eram imersos diretamente em desinfetante de alto nível glutaraldeído. “A matéria orgânica (muco) precipitava sobre a superfície, propiciava a formação de biofilmes e, o pior de tudo, não descontaminava, pois a sujidade protege os micro-organismos, além do enxágue, que não era feito abundantemente e deixava resíduo tóxico sobre o aparelho”, explicou.

“No âmbito do consultório, é importante que o Protocolo Operacional Padrão de descontaminação seja não só seguro, como também exequível” Kazuko Graziano

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Gestão e Carre ira

Com base nisso, o POP proposto foi o de lavar o endoscópio com detergente e, em seguida, desinfetá-lo com álcool etílico 70% p/v por 90 segundos. Para chegar a esse resultado, validado pelo Dr. Marco César, o médico, que começou o trabalho na gestão do Dr. Marcelo Hueb e teve a parceria mantida com os presidentes que se sucederam, relatou que a pesquisa avaliou cerca de 40 pacientes que foram submetidos a exames de videonasoscopia. Após cada exame, foram coletados os micro-organismos a serem estudados e, imediatamente depois da coleta, foi realizado o POP de limpeza e de desinfecção consecutiva dos endoscópios dentro do ambulatório de Otorrinolaringologia, no Instituto Central do Hospital de Clínicas da USP. “Nosso grande problema é que os endoscópios são equipamentos extremamente caros e estão na prática diária da Otorrinolaringologia, servindo a vários exames por dia. Entre um exame e outro, esse endoscópio tem de ser desinfectado. Logo, o objetivo do nosso estudo foi provar que essa desinfecção é segura para o paciente, para o responsável técnico, que é o médico, e para o meio ambiente, não deixando nenhum resquício tóxico que possa ser eliminado em vias sanitárias comuns”, complementou o especialista. O Dr. Marco César disse ainda que a pesquisa tem o objetivo de padronizar os procedimentos de limpeza e desinfecção, garantindo que a técnica seja segura. Para o otorrinolaringologista, devemos realizar um método de desinfecção seguro para todos, viável economicamente e factível de ser realizado em todo o território nacional, seja em consultórios, clínicas ou hospitais. “Gostaria muito que a Otorrinolaringologia incorporasse essa visão em relação à desinfecção de equipamento e entendesse que a Anvisa está preocupada, na verdade, em determinar um modo padrão

“Como trabalhamos em área de mucosa, pode ocorrer o risco de contaminação cruzada. Por isso, precisamos ter o apoio da Anvisa e da ABORL-CCF para aplicar um POP cientificamente seguro e dentro da legislação” Dr. Marco César Jorge dos Santos

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Saiba mais Para saber mais sobre as normas federais da Anvisa aplicáveis aos serviços de saúde, confira os QR Codes a seguir: RDC/Anvisa nº 63/2011 Boas práticas em serviços de saúde

RDC/Anvisa nº 50/2002 Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde

RDC/Anvisa nº 36/2013 Segurança do paciente em serviços de saúde

RDC/Anvisa nº 06/2013 Boas práticas de funcionamento para os serviços de endoscopia com via de acesso ao organismo por orifícios exclusivamente naturais

RDC/Anvisa nº 306/2004 Gerenciamento de resíduos em serviços de saúde

RDC/Anvisa nº 02/2010 Gerenciamento de tecnologias em serviços de saúde


de funcionamento dos consultórios. Isso é extremamente importante para que possamos evitar epidemias de doenças. Como trabalhamos em área de mucosa, pode ocorrer o risco

de contaminação cruzada. Por isso, precisamos ter o apoio da Anvisa e da ABORL-CCF para aplicar um POP cientificamente seguro e dentro da legislação”, finalizou.

Confira os contatos da vigilância sanitária de cada estado brasileiro* Região Norte Pará

(91) 3222-4184/3212-5000

ouvidoria@sespa.pa.gov.br

Amazonas

(92) 3216-7756

dipre@fvs.am.gov.br

Roraima

(95) 3623-2800

saude@saude.rr.gov.br

Rondônia

(69) 3216-5397

agevisaro@gmail.com

Acre

(68) 3215- 2773/3223- 3453

vgsanitaria.saude@ac.gov.br

Amapá

(96) 3225-6929

infosaude@saude.ap.gov.br

Tocantins

(63) 3218 3264

visa@saude.to.gov.br

Bahia

(71) 3270-5775/3351-1515

sesab.divisa@saude.ba.gov.br

Ceará

(85) 3101-5285 (geral)

Varia conforme cidade, consultar em: http://extranet.saude.ce.gov.br/nuvis/

Alagoas

(82) 3315 1118

sesau.ascom@gmail.com

Pernambuco

(81) 3181-6424/3181-6425

ouvidoria@saude.pe.gov.br

Paraíba

(83) 3218-5927

ouvidoria.agevisa@agevisa.pb.gov.br

Sergipe

(79) 3234-9500

oge@ouvidoriageral.se.gov.br

Rio Grande do Norte

(84) 3232-2562

visa@rn.gov.br

Piauí

86) 3216-3662/3216-3664

visapiaui@yahoo.com.br

Maranhão

(98) 3212-4321 (municipal) | (98) 3218- ouvidoria@saude.ma.gov.br 8700 (Secretaria Estadual Saúde)

Região Nordeste

Região Centro-Oeste Mato Grosso

(65) 3613-5373

covsan@ses.mt.gov.br

Mato Grosso do Sul

(67)3318-1600

gabinete.ses@saude.ms.gov.br

Goiás

(62) 3201-2674

suvisa.gabinete@gmail.com

Distrito Federal

(61) 3227-5766/3227-2064

vigilanciasanitariadf@gmail.com

Minas Gerais

(31) 3916-0586

sesjornalismomg@gmail.com

São Paulo

(11) 3065-4600

cvs@cvs.saude.sp.gov.br

Rio de Janeiro

(21) 2333-3788;3780

vigsanitaria@saude.rj.gov.br

Espírito Santo

(27) 3636-8227

visa@saude.es.gov.br

Santa Catarina

(48) 3251-7990

protocolotvs@saude.sc.gov.br

Rio Grande do Sul

(51) 3901-1090

dvs@saude.rs.gov.br

Paraná

(41) 3330 4536

visa@sesa.pr.gov.br

Região Sudeste

Região Sul

* Números de referência para informações. Consulte sempre as instâncias municipais para dados mais precisos.

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Romance

que surge na Otorrinolaringologia Confira a história de casais que se conheceram nos corredores dos hospitais e formam verdadeiras parcerias na Medicina e na vida Por Bruno Bernardino | Fotos: arquivo pessoal e Gisele Fap

A

série médica Grey’s Anatomy (atualmente na 13ª temporada) começa sua longa história com a protagonista descobrindo, em seu primeiro dia de estágio, que havia passado a noite com o chefe da Neurocirurgia do hospital. Ao longo da história, os dois se apaixonam e, muitas idas e vindas depois, casam-se e têm filhos. Outros personagens de Grey’s também costumam se relacionar apenas entre si, no ambiente hospitalar. A realidade é que a vida imita a arte: por passarem muitas horas dedicando-se ao exercício da Medicina, muitos médicos conhecem seus parceiros nesse ambiente, casam, trabalham unidos e levam uma vida a dois dedicada à área.

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“Quando não posso atender um paciente, não tenho ressalvas em indicar meu esposo para atendê-lo. Dessa forma, sinto que funcionamos como uma equipe”

Dra. Letícia Prado

Benefícios do relacionamento entre médicos Segundo estudo aprofundado de 2014 sobre médicos e suas famílias, hobbies e atividades financeiras, o 2014 Work / Life Profiles of Today's Physician, cerca de 40% dos médicos são susceptíveis a se casar com outro médico ou profissional de saúde. Por que será que isso acontece? Quais são os benefícios desse casamento? Para muitos médicos, o grande benefício está em compartilhar suas perspectivas e paixão pela Medicina. Além disso, nessa profissão, suas vidas estão tão ocupadas que é difícil encontrar pessoas fora dessa área. E mesmo quando encontram, o entendimento sobre a falta de tempo e ocupação em finais de semana e até feriados é complicado. Há também um benefício psicológico e emocional, em se casar com alguém que entenda os desafios exclusivos da carreira médica, como perder pacientes ou eventos críticos da vida. Pode ser muito difícil para um companheiro fora da área da Saúde, que na maioria das vezes, em toda a sua vida tem contato com uma ou duas mortes, enquanto para os médicos isso é algo mais comum. Quando se está com alguém na Medicina, existe uma igualdade de linguagem e experiência. Acontece o compartilhamento do mesmo conjunto de valores quando se trata de ajudar os outros e colocar a responsabilidade como médico acima das necessidades do relacionamento. 22 | VOX Otorrino

É o caso, por exemplo, dos otorrinolaringologistas Letícia e Osmar Berquó, que se conheceram durante a residência, há quatro anos, e estão com a data do casamento marcada para o dia 21 de abril deste ano. Apesar de não trabalharem juntos, eles têm a intenção de montar, em união, um consultório próprio. “Trabalhamos muito e só nos encontramos à noite, mas trocamos mensagens de texto ao longo do dia e opiniões sobre vários pacientes”, conta Letícia. “Em algumas cirurgias, operamos juntos, algo que é bem normal para mim e que gosto particularmente por podermos discutir vários casos e conversarmos sobre a Otorrinolaringologia de maneira natural. Além disso, quando não posso atender um paciente, não tenho ressalvas em indicar meu esposo para atendê-lo. Dessa forma, sinto que funcionamos como uma equipe”.


“Conversamos muito sobre os casos, apesar de trabalharmos em subáreas diferentes na Otorrinolaringologia. Quando eu me afastei pelas gestações, ele pôde ficar no meu lugar. Quem sabe futuramente poderemos ter mais um otorrinolaringologista na família”

Dra. Raquel Chung

A história individual deles com a Medicina começou cedo. Letícia tem outros médicos na família e diz nunca ter tido dúvidas quanto à escolha pela profissão. Igualmente a Otorrinolaringologia aconteceu em sua vida de forma natural, no quinto ano de faculdade, ao perceber o interesse na possibilidade em ter acesso à parte cirúrgica e também à clínica nessa especialidade. Já Osmar optou pela carreira na adolescência ao conviver com uma avó que sofria uma doença rara. “Desde aquela época tive curiosidade em me tornar médico para poder trabalhar em prol das pessoas, ajudando-as, como não pude ajudar a minha avó”. O casamento que une vida pessoal e profissional O sonho do consultório em conjunto já foi realizado pela cearense Raquel e o paulista Daniel Chung, juntos há 10 anos. Eles se conheceram na residência médica, apaixonaram-se e hoje vivem em

Fortaleza, onde dividem uma clínica e são professores universitários. O casal também gosta muito da Otorrinolaringologia pelas infinitas possibilidades clínicas e cirúrgicas que ela traz e por ser uma especialidade que contempla atender crianças, jovens, adultos, idosos, homens ou mulheres. “Conversamos muito sobre os casos, apesar de trabalharmos em subáreas diferentes na Otorrinolaringologia. Quando eu me afastei pelas gestações, ele pôde ficar no meu lugar”, conta Raquel, mãe de Maria Luiza, de cinco anos de idade e dos gêmeos Lucas e Samuel, de dois anos. “Quem sabe futuramente poderemos ter mais um otorrinolaringologista na família”. O casal Gustavo Zaffalon e Sabrina Rahal também se conheceu durante o período de residência em Otorrinolaringologia, em 2004 (Gustavo era o tutor de Sabrina na especialidade). A proximidade fez VOX Otorrino | 23


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Principais

desafios Não se pode negar as maravilhas do amor e do compromisso entre médicos, entretanto, entrar em um relacionamento com alguém da área da Saúde tem também seus desafios. Dividir e organizar tarefas dentro dos horários compatíveis aos dois pode ser uma das dificuldades que provavelmente esses casais encontram. Pode ser complicado também atingir o equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada como casal. Trazer os problemas e questões dos pacientes diariamente para casa pode prejudicar um relacionamento. É preciso encontrar a medida exata entre esses dois mundos e isso é particular a cada casal, não há uma receita. Outra questão delicada e complicada é conseguir administrar a doutrina aprendida durante tantos anos de estudos e carreira. Enquanto médico, aprende-se a ser um tomador de decisões, ser o decisor em sua profissão é o correto e fundamental. Contudo, depois que se está em casa é preciso dividir o lar com outro tomador de decisão. É necessário, então, reaprender a equilibrar esse instinto e saber a hora de ouvir e seguir o outro.

“A Otorrinolaringologia é tudo, como um estilo e meio de vida para nós. Foi graças a ela que nos conhecemos e hoje temos um filho maravilhoso”

Dr. Gustavo Zaffalon

com que eles se apaixonassem e logo começassem a namorar. Segundo o médico, “foi amor à primeira vista mesmo”. Atualmente, eles residem na cidade natal de Sabrina, Birigui, no interior de São Paulo. “A Otorrinolaringologia só ajuda a nossa vida. Por ser nosso ganha-pão, por adorarmos o que fazemos, por nossos professores terem sido verdadeiros mestres em nossas vidas e manterem contato conosco até hoje, apesar de morarmos no interior”, diz Gustavo. “A Otorrinolaringologia é 24 | VOX Otorrino


“É muito legal ter um marido que trabalha na mesma área de atuação que eu, porque ele acaba entendendo meus problemas e conflitos. Quando eu chego em casa de um dia estressante de trabalho, ele é uma pessoa com quem posso desabafar, pois sei que vai me entender”

Dra. Carolina Demant

tudo, como um estilo e meio de vida para nós. Foi graças a ela que nos conhecemos e hoje temos um filho maravilhoso”. Gustavo destaca que sua escolha pela Medicina teve muita influência de seu irmão, sete anos mais velho, que também é otorrinolaringologista. “Somos muito chegados. Ele faz parte da minha roda de melhores amigos, que é toda de otorrinolaringologistas. Temos um grupo no WhatsApp para discutir casos e, dessa forma, a Otorrinolaringologia está sempre presente em nossos cotidianos de maneira muito marcante”. Nem só nos corredores dos hospitais nascem romances Todo curso de universidade costuma ter seus eventos esportivos. O Intermed, evento do curso de Medicina, foi o cenário perfeito para que os jovens Roberto e Carolina, na época estudantes, se aproximassem. No próprio Intermed, em 2003, os dois começaram a namorar. Apesar de não trabalharem mais juntos, o casal já dividiu o consultório com outros sócios e trabalhou no

mesmo plantão, na equipe de Otorrinolaringologia. “É muito legal ter um marido que trabalha na mesma área de atuação que eu, porque ele acaba entendendo meus problemas e conflitos. Quando eu chego em casa de um dia estressante de trabalho, ele é uma pessoa com quem posso desabafar, pois sei que vai me entender”, explica. “Discutimos os casos mais interessantes, os mais diferentes e isso é muito bom, pois, quando há uma pessoa do lado de fora, é possível ter uma visão mais ampla. Ele me traz questões e nós nos ajudamos mutuamente”. Roberto destaca o mesmo ponto. “Invariavelmente, a Otorrinolaringologia está no nosso dia a dia e nas nossas conversas. Sobre o que aconteceu e o que vimos durante o trabalho. Discutimos vários casos e não tem como ser diferente. Mas eu acho isso ótimo, pois me ajuda bastante em algumas decisões”. A rotina dos dois hoje é dividida entre os consultórios e as duas bebês que têm em casa (uma de dois anos e uma recém-nascida). No próximo mês, Carolina pretende voltar às cirurgias, algo que tem evitado desde a gestação. VOX Otorrino | 25


ABORL - CCF em A çã o Capa

As mulheres que fazem a ABORL-CCF Conheça a história da participação de seis otorrinolaringologistas em prol da Associação por Carol Herling | Fotos: Divulgação ABORL-CCF

P

ela primeira vez em sua história, a ABORL-CCF terá uma mulher como presidente. Isso certamente é reflexo do aumento de mulheres na especialidade: hoje, temos 61,61% de homens otorrinolaringologistas (o que representa pouco mais de 5.200 profissionais) e

Nesses últimos dois anos, eu estive junto com os presidentes; como segunda-vice presidente (quando tive a oportunidade e a felicidade de trabalhar com o Dr. Sady) e como vice-presidente (atuando junto ao Dr. Domingos). E com ambas as diretorias eu aprendi muito. A responsabilidade é a mesma para qualquer um, não importa o sexo. O desafio é maior não por eu ser uma mulher, mas, sim, por eu ter passado a minha vida toda na universidade. Eu não sabia e não tinha ideia das reais necessidades e das dificuldades do associado dentro do consultório. Esses dois anos me trouxeram maturidade: eu aprendi, eu vi e eu conversei com as pessoas, e o meu desafio será melhorar a vida dos associados no dia a dia. E isso eu vou tentar fazer com a ajuda dos meus colegas. O momento político acaba trazendo uma pressão muito maior, pois tivemos as nossas expectativas completamente frustradas com uma mulher na presidência da república. Tentarei fazer o melhor, pois prometi aos sócios que darei o melhor de mim. Abri mão de todos os meus cargos na universidade para justamente me dedicar integralmente às minhas atividades como presidente de cinco mil associados. Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima, presidente da ABORL-CCF

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38,38% de mulheres (ou seja, 3.283 profissionais). Além de conquistar cada vez mais espaço na profissão, as mulheres também participam ativamente da Associação, ocupando cargos de relevância e sem dever nada aos colegas do sexo masculino. Conheça algumas trajetórias de sucesso:

Estou há dois anos à frente do BJORL. Trata-se de um trabalho intenso de toda uma equipe. Entre minhas atribuições estão receber todas as submissões e encaminhar para os editores e/ou revisores. Na verdade, tudo passa por mim, na ida e na volta, então tenho essa função de ler, identificar e separar o que é cientificamente bom, se pode trazer uma contribuição em termos de impacto para a revista e para o conhecimento dos nossos leitores. Fora isso, enfrento os problemas que são comuns a todas as revistas, como disputas de autoria, queixas e solicitações de autores e revisores, mas que são resolvidos com tranquilidade. A despeito do trabalho incessante, é maravilhoso ver que o nosso fator/índice de impacto só tem aumentado, estando hoje praticamente em um nível compatível com os das revistas internacionais. Isso, para mim e para toda a equipe, é motivo de muito orgulho. Atualmente, nós recebemos mais de mil ao ano, é uma quantidade enorme, e mais da metade das submissões que recebemos vem do exterior. Isso reflete não só a importância crescente do nosso jornal ao longo dos anos, mas também do trabalho de todos os editores que me antecederam. Nossa meta é atingir e ultrapassar o fator de impacto. Dra. Shirley Shizue Nagata Pignatari, editorachefe do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL)


Participo desde 1998, quando a ABORL-CCF era ainda a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (SBORL), a convite do então presidente Dr. Luc Louis M. Weckx, como secretária-geral. Nesses 19 anos, atuei como secretária e tesoureira em diferentes diretorias, organizei os consensos de rinossinusites, otites médias, vertigens e rinites, juntamente com os presidentes das supras. Tenho muito orgulho em ter participado ativamente do crescimento da SBORL até sua transformação na atual ABORL-CCF. Tal participação me permitiu o contato com os diversos serviços da Otorrinolaringologia do Brasil e o conhecimento de muitos colegas, possibilitando a troca de experiências e a percepção da grandiosidade da nossa especialidade no país. Dra. Eulalia Sakano, diretora tesoureira

Em 2015 tive a honra de receber o convite do Dr. Domingos Tsuji para participar da sua gestão presidencial no ano de 2016, como assessora e participar do trabalho incrível deste grupo que sempre busca o melhor para o associado. Este ano entrei para o Comitê de Educação Médica Continuada, com o objetivo de ajudar na manutenção de projetos passados e na implementação de novos projetos, como o “Dr. Otorrino”. Minha participação na ABORL tem agregado em minha vida pessoal e profissional em questões de experiências médicas e administrativas, proporcionando um trabalho mais direto nas diversas iniciativas, atividades em andamento e projetos futuros. Além disso, a oportunidade de poder conhecer e expandir os relacionamentos com outros colegas médicos é muito gratificante. Dra. Roberta Pilla, membro do Comitê de Educação Médica Continuada Participei do Comitê de Educação Médica Continuada nos últimos 10 anos. Tive várias atribuições: fui coordenadora do Comitê, coordenadora principal do comitê e, agora, serei apenas membro participante, pois vou para o Comitê de Comunicações. Na EMC eu ajudei a organizar várias atividades que têm, como objetivo, a atualização constante dos otorrinolaringologistas de todo o país, independentemente de serem residentes, alunos ou formados há muito tempo. Trabalhei em vários campos, ajudando a montar manuais, a organizar palestras, a promover ciclos de palestras e a formatar palestras on-line, que são a oportunidade que os otorrinos dos locais mais distantes têm de se atualizar – e tudo pelo site da ABORL-CCF. Também ajudei em projetos direcionados à graduação em Medicina. Além disso, tive a honra de participar da diretoria do Dr. Fernando Ganança e do Dr. Sady Selaimen como assessora. Apesar desses dois anos na coordenação terem sido mais cansativos, foi muito positivo poder contribuir com a Associação. É muito satisfatório participar de um Comitê que pode levar a educação continuada e atualização para qualquer lugar do Brasil. Espero poder continuar a contribuir no Comitê de Comunicações. Dra. Renata Dutra de Moricz, membro do Comitê de Comunicações Estou no Comitê de Eventos há 4 anos, e, neste ano de 2017 e no próximo, tenho a honra de ser presidente do mesmo. Nesse tempo, venho conciliando o que chamo de minha “jornada múltipla”, atendendo como otorrinolaringologista na prática privada, auxiliando a formação de residentes e trabalhando na organização dos principais eventos da ABORL, principalmente no Congresso Brasileiro. Tem sido muito gratificante minha participação na ABORL-CCF. Aqui pude conhecer muitos dos colegas, bem como os funcionários que contribuem para a construção da história da nossa Associação, além de ser um prazer pessoal ver um evento do porte do Congresso Brasileiro sendo construído no dia a dia e efetivamente funcionando no final de cada ano, apesar de todas as dificuldades, sempre com muito sucesso. Particularmente, estou muito feliz este ano, podendo auxiliar diretamente nossa primeira presidente mulher da história da ABORL-CCF! Dra. Thaís Knoll R. de A. Marques, presidente do Comitê de Eventos

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Conquistas Capa

ABORL-CCF produz nova edição do Tratado de

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Otorrinolaringologia

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A terceira edição do Tratado promete ser atual e dinâmica sem perder a abrangência Por Gabriela Rezende | Foto: Divulgação

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esde sua última edição – no ano de 2011 -, a era digital, novas formas de comunicação, informação e formação dos novos profissionais foram impositivas na urgência e necessidade de adequação do Tratado de ORL, tanto na sua forma quanto no seu conteúdo, tornando-o mais objetivo e prático. E é por isso que a ABORL-CCF pretende lançar o novo Tratado no próximo Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, em novembro de 2017. Segundo a editora-chefe do BJORL, Dra. Shirley Pignatari, serão 185 capítulos atualizados e sintetizados por mais de 250 colaboradores e ainda um e-book com informações complementares. “Procuramos incluir autores da segunda edição, assim como novos valores dentro da especialidade”, explica. Tudo isso sob a chancela de uma editora de renome internacional, a Elsevier, reconhecida pelo altíssimo nível de qualidade. Além disso, a doutora nos conta que muitos capítulos foram totalmente reestruturados com novas ilustrações e uma grande variedade de vídeos curtos, tanto da abordagem clínica quanto da abordagem cirúrgica. “E os otorrinolaringologistas que desejarem poderão ter acesso ao e-book, mais completo, que incluirá temas mais específicos e menos abordados nas versões anteriores, como: Foniatria, Medicina do Sono e Cirurgia Plástica Facial’, garante. A nova edição do Tratado de ORL promete ser uma leitura obrigatória para os jovens profissionais que buscam uma fonte de informação completa para seus exames de proficiência. Trata-se de uma reunião de conhecimentos expostos de forma prática e moderna. E para os profissionais mais experientes, será uma excelente oportunidade de reciclagem e atualização. 28 | VOX Otorrino

As primeiras edições do Tratado de ORL Para a Dra. Shirley Pignatari, a 1ª edição do Tratado de ORL, brilhantemente lançada em 2002, foi um passo fundamental para o crescimento da classe otorrinolaringológica brasileira. “A despeito do hercúleo trabalho na sua execução, procurando ser extremamente abrangente, mostrou-se que seria possível alcançar o êxito com capítulos desenvolvidos por nossos colegas, dentro de cada subárea da Otorrinolaringologia”, afirma. Em 2011, de acordo com a Dra. Shirley, a segunda edição, mais enxuta, entretanto acrescida de novas informações, veio a tempo de suprir um gap de quase 10 anos de novos conhecimentos, com quatro volumes impressos. ”A grande aceitação do Tratado ao longo dos anos praticamente esgotou os volumes disponíveis”, conta.

Agradecimentos “Agradecimentos especiais aos colaboradores que nos contemplaram com capítulos atualizados e lindamente ilustrados, às diretorias executivas e administrativas da ABORL-CCF das gestões 2016 e 2017, aos editores, editores associados e coeditores e staff do Departamento do BJORL, pelo seu apoio incondicional e por entenderem e aceitarem a necessidade desse novo Tratado”. Dra. Shirley Pignatari e Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima

Novo Tratado de ORL • Lançamento previsto no 47º CBO • 185 capítulos • E-book complementar • Mais de 250 colaboradores


Vox news

III Fórum de Defesa Profissional e Sociedades Regionais da ABORL-CCF O evento foi marcado por debates e discussões relevantes para a Otorrinolaringologia Por Gabriela Rezende | Fotos: divulgação

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oordenado pelo Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, o III Fórum de Defesa Profissional e Sociedades Regionais de Otorrinolaringologia foi realizado no dia 25 de março no Auditório Luc Louis Maurice Weckx - Sede da ABORL-CCF em São Paulo. O evento teve a sua terceira edição para um público médio de 50 convidados. Dos 23 presidentes regionais convidados, 15 compareceram, entre eles os presidentes das principais Sociedades Regionais da Otorrinolaringologia. A programação do Fórum começou com o Discurso de Boas-Vindas da presidente da ABORL-CCF, Dra. Wilma Anselmo Lima e do Dr. Bruno Rossini, presidente do Comitê de Defesa Profissional. Após a abertura, foi a vez da apresentação dos representantes estaduais que puderam expor seus contextos locais e integrar-se sobre os temas em voga na ABORL-CCF. De acordo com o Dr. Bruno Rossini, esse evento é fundamental para que haja maior integração entre as regionais. “A aproximação com as regionais fortalece a todos”, afirma. Na parte da tarde foi discutido com sucesso o tema: Frente parlamentar em Medicina, além da mesa-redonda sobre os desafios da cirurgia facial estética e reconstrutora coordenada pelo Dr. Eduardo Baptistella e com os doutores José Eduardo Lutaif Dolci e Antonio Carlos Cedin. Já o painel com abordagem de ações institucionais e novas tecnologias, tributação e formas de remuneração na saúde suplementar contou com a colaboração do Dr. Paulo Saraceni, Dr. Reginaldo Raimundo Fujita e Dr. Jamal Sobhi Azzam. Aconteceram ainda palestras com Vania Moraes, que representou o Departamento Jurídico da ABORL-CCF, com Carlos Roberto, diretor da Associação e com o representante da Associação Médica Brasileira (AMB), o Dr. Márcio Fortini. O Dr. Casimiro Junqueira Filho discorreu sobre as mudanças na portificação de procedimentos na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Para a Dra. Wilma, o saldo do encontro foi extremamente positivo, com os presidentes regionais tendo participações fundamentais – discutindo propostas e soluções. Ao final, foi redigido um relatório com todas as sugestões levantadas. “ Eu vou levar esse relatório para a Direx e se for aprovado, nós vamos implementar todas as proposições. Nós queremos o fortalecimento das regionais, trabalhando sempre junto a nossa ABORL-CCF”, contou a presidente. Dr. Bruno Rossini reitera a importância da colaboração de todos para a realização de ações como essa. “Meu muito obrigado a todos que participaram e ajudaram o nosso comitê durante o evento. Não podia estar mais feliz com o resultado. Nossa casa estava cheia e o debate foi muito enriquecedor. Contem comigo para continuarmos o trabalho e atingirmos os objetivos propostos”, conclui.

“Nós queremos o fortalecimento das regionais, trabalhando sempre junto a ABORL-CCF”

Dra. Wilma Anselmo Lima

“Meu muito obrigado a todos que participaram e ajudaram o nosso comitê durante o evento. Não podia estar mais feliz com o resultado. Nossa casa estava cheia e o debate foi muito enriquecedor. Contem comigo para continuarmos o trabalho e atingirmos os objetivos propostos” Dr. Bruno Rossini

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Vox Ne ws

ABORL-CCF promove a realização do Exame de Suficiência para Obtenção do Título de Especialista Aplicação do exame superou as expectativas e trouxe prêmios para os otorrinolaringologistas melhor colocados Por Gabriela Rezende | Fotos: ReCarrara photo studio

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Exame de Suficiência para Obtenção do Título de Especialista deste ano aconteceu no dia 26 de março, organizado pelo Comitê de Título de Especialista da ABORL-CCF. As provas foram realizadas no Centro Fecomércio de Eventos, como já vem acontecendo nos últimos anos e contou com a presença de 310 dos 327 otorrinolaringologistas inscritos, cerca de 5,2% de ausência. Ambas as provas – teórica e teórico-prática - foram realizadas em computadores e abrangiam temas de Otologia, Otoneurologia, Audiologia, Rinologia, Cirurgia Estético-Facial, Otorrinolaringologia Pediátrica, Faringoestomatologia, Laringologia, Otorrinolaringologia Ocupacional, Medicina do Sono e Cirurgia Cérvico-Facial e de Base de Crânio. Os candidatos passaram ainda por análise curricular. E o índice de aprovação foi de 84,19%, com 261 dos 310 candidatos que fizeram o exame atingindo o objetivo da aprovação. A grande novidade deste ano, segundo a presidente da ABORL-CCF, Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima, trata-se de uma conquista da Associação. “Nós iremos oferecer um prêmio aos três primeiros colocados no exame. Eles poderão escolher o serviço do qual querem participar no exterior e nós vamos dar as passagens de ida e volta. Então, será um estágio no exterior com as passagens dadas por nós da ABORL-CCF”, conta. Para o presidente do Comitê, Dr. Fernando Danelon, o objetivo de todo o Comitê e da ABORL-CCF é dar suporte aos otorrinolaringologistas, de maneira que eles entrem no mercado de trabalho com uma chancela da Associação - com um título que mostra a proficiência deles na área. “Hoje em dia, muitos locais de trabalho exigem o título de especialista. Então, na verdade, estamos dando formação e certificação para que eles possam entrar no mercado de trabalho confiantes e tranquilos”, argumenta. De acordo com o Dr. Fernando Veiga, membro do Comitê, a coisa mais preciosa que um médico otorrinolaringologista tem hoje é o título de especialista. “Temos que valorizar esse título em todos os aspectos profissionais, éticos, humanos -, porque é algo que o otorrinolaringologista vai carregar para o resto da vida, que garante a sua profissão. Esse é o bem maior do qual temos que cuidar”, afirma. Com a palavra: os candidatos Os otorrinolaringologistas aspirantes ao título de especialista chegaram cedo ao local da prova. Eles vieram de toda parte do país e, de uma maneira geral, estavam concentrados aguardando o início do exame. Mas um deles veio de mais longe, Mohamad Ferás Al-Lahham é da Síria e conclui lá mesmo seus estudos e residência. No Brasil há 3 anos com o objetivo de reconstruir aqui sua carreira, para ele, a Otorrinolaringologia foi uma paixão de infância. Ele contou que estudou bastante as referências da ABORL-CCF e, na maioria do tempo, pelo Tratado de ORL. “Meu desejo é trabalhar entre o consultório e a pesquisa. Eu gosto muito da área acadêmica e gosto também do trabalho clínico”, explicou. 30 | VOX Otorrino


Mensagens aos aspirantes ao Título de Especialista da ABORL-CCF “Eu iniciei a minha fala hoje para eles, na abertura do exame, da seguinte maneira: Bom dia, força jovem da Otorrinolaringologia brasileira! Eu fiz um convite e eu espero que eles o aceitem, que eles venham conhecer a nossa sede, venham conhecer a estrutura da nossa associação hoje. Conhecer como é que se compõe, como é que trabalham os comitês. A minha mensagem é: precisamos de vocês! Queremos vocês com a gente, trabalhando” Já a candidata de Manaus, Mônica Pinheiro, fez residência na Fundação Hospital Adriano Jorge e estudou bastante ao longo desses três anos. Participou de seminários dentro da sua instituição, leu o Tratado e ainda fez um curso de preparação. “Foi uma prova cansativa, exigiu muito raciocínio e emocional, mas, para nós que estudamos muito, foi um exame de acordo com o conteúdo. Foi uma boa prova”, afirma. Para o Eduardo dos Santos, natural de São Paulo que fez residência na Santa Casa de Santos e atualmente mora no Mato Grosso, essa foi a segunda tentativa de obter o Título de Especialista. Eduardo disse que no exame anterior não passou por detalhes, por um ponto. “Achei que a prova foi melhor do que eu imaginava, me saí melhor que no ano passado. Os temas estavam bem divididos, alguns com questões bem específicas”, apontou. Mas, o aspirante ao título que mais chamou atenção foi o Fábio Ladeira de Belo Horizonte. Ele veio fazer a prova com um nervosismo a mais: sua esposa, grávida com 39 semanas de gestação e cesariana marcada para o dia seguinte do exame, já começava a sentir as contrações. Fábio explicou que teve muitas dúvidas se faria mesmo a prova, porém, foram três anos de dedicação quase exclusiva de preparação para esse dia. “Estudei muito e até deixei de curtir alguns momentos da gravidez dela. Gostaria de pedir desculpas a ela. Eu sei que abri mão de muita coisa, mas foi para dar um futuro melhor para a nossa família”, contou.

Dra. Wilma Terezinha Anselmo Lima, presidente da ABORL-CCF

“Esse é um passo muito importante da carreira de um médico otorrinolaringologista e acho que eles têm cada vez mais que fazer jus ao que eles conseguiram - a vitória de passar no exame do Título de Especialista e fazer o melhor uso dele. Não apenas profissional, mas pensando para quem a gente faz isso, que é a população. Garantir o atendimento ético, humano e profissional de toda a população brasileira” Dr. Fernando Veiga, membro do Comitê de Título de Especialista da ABORL-CCF

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Gestão em Pr á tic a

Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch - M’Boi Mirim Por Gabriela Rezende | Fotos: Divulgação

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Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch M’Boi Mirim (HMBM) foi inaugurado em abril de 2008. Como resposta a uma reivindicação de mais de 20 anos da população local, o hospital foi construído para complementar a assistência à rede básica de saúde na região do M’Boi Mirim (composta pelo Jardim Ângela e Jardim São Luiz), além de parte do Capão Redondo, na cidade de São Paulo. Sua gestão é realizada pela parceria inédita entre a Secretaria de Saúde de São Paulo, o Centro de Estudos Dr. João Amorim (Cejam) e o Hospital Israelita Albert Einstein, por meio do Instituto Israelita de Responsabilidade Social. Com a premissa de ser absolutamente guiado pelos valores institucionais estabelecendo uma assistência centrada no paciente, na eficiência operacional e na saúde populacional, sua missão é acolher a população do M’Boi Mirim, prestando assistência humanizada e eficiente, em conformidade com os princípios do SUS e contribuir para o aprimoramento do sistema de saúde, baseado sempre nos valores de respeito, honestidade, competência, justiça e qualidade. A estrutura do hospital conta com 240 leitos planejados e distribuídos nas áreas de Clínica Médica, Cirurgia

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e Ortopedia com 80 leitos, Obstétrica com 48, Pediatria com 40, Psiquiatria com 10 leitos, Neonatologia com 22, na UTI são 40, Centro Cirúrgico com 10 salas cirúrgicas e no Centro de Parto Humanizado (CPH) são 5 salas. Diferenciais do HMBM Atualmente, o hospital atende a uma população estimada em 750 mil habitantes e conta com 1.500 colaboradores diretos, dos quais 48% são moradores da região do M´Boi Mirim, evidenciando o alto compromisso institucional com a responsabilidade social. Assim, pretende ser reconhecido como o melhor hospital público de São Paulo, pelo setor de saúde, pela população da sua área de atuação e por todos que trabalham na casa. O hospital faz parte dos 10 melhores hospitais públicos do Brasil segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e é incansável pela busca da excelência e melhoria contínua, expressas em sua visão institucional. Acreditado pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), atingiu o nível III (excelência em Gestão), o que promove um ambiente de cultura de melhoria contínua de qualidade, foco no paciente e eficiência operacional, onde a segurança é premissa institucional em todas as ações realizadas.


Número de atendimentos – média mensal de 2016 Tipo de cirurgia (Nº)

799

Cl. Cirúrgica

227

Geral

243

Cl. Médica

407

Infantil

166

Cl. Obstétrica

477

Ginecológica

59

Cl. Ortopédica

106

Captação de órgãos

0

Cl. Pediátrica

210

Curetagem

27

Cl. Psiquiátrica

46

Ortopedia

113

Neonatologia

86

Vasectomia

0

Otorrino

29

Saída por especialidade

Internações por especialidades

1.559

1.561

Peq. cirurgias orto

0

Cl. Cirúrgica

224

Vasectomia / Urologia

4

Cl. Médica

408

Cirurgia vascular

6

Cl. Obstétrica

481

Cirurgia / Urologia

24

Cl. Ortopédica

107

Cesárias

128

Cl. Pediátrica

209

Oftálmica

0

Cl. Psiquiátrica

46

Ambulatório

Neonatologia

86

2.806

Clínica Cirúrgica

281

Atendimentos do PS

19.362

Clínica Médica

146

Avaliação de risco

1.543

Ginecologia

Ambulatório - Retorno

289

3 713

Ortopedia

5

Clínica Obstétrica

0

Cl. Cirúrgica

2.050

Clínica Psiquiátrica

1

Cl. Médica

6.063

Pediatria

303

Cl. Obstétrica

2.684

Projeto Eletivas Clínica PED.

137

Cl. Ortopédica

2.306

Projeto Eletivas Clínica GO.

312

Cl. Pediátrica

4.291

Projeto Eletivas Clínica CIR.

624

130

Projeto Eletivas Clínica ORL

179

Projeto Eletivas ANEST.

107

Ambulatório - Obstétrico

Cl. Psiquiátrica Neonatologia

1

Casos memoráveis Recentemente, uma gestante recebeu o diagnóstico ultrassonográfico fetal de gastrosquise (defeito congênito da parede abdominal do feto com evisceração intrauterina). Em virtude da forte integração entre o hospital e a rede de atenção básica, a gestante foi encaminhada para uma consulta com vários especialistas simultaneamente e houve um planejamento da correção cirúrgica imediatamente após o nascimento da criança. Ela recebeu alta hospitalar e a família demonstrou-se plenamente satisfeita com o atendimento. Outro caso foi o de uma pessoa que fazia um curso dentro do hospital e apresentou uma parada cardíaca no treinamento. Ela foi atendida e, como estratégia terapêutica, foi submetida à hipotermia, recebendo alta alguns dias após e sem sequelas. Curiosamente, essa pessoa participou de um processo seletivo e passou a trabalhar no hospital por um período de dois anos.

O HMBM e a Otorrinolaringologia O hospital participa desde 2016 do Programa de Cirurgias Eletivas da Secretaria de Saúde do Município de São Paulo, sendo referência para a região Sudeste. E atende ao público pediátrico em procedimentos específicos como cirurgias de adenoides e amígdalas. Os pacientes são atendidos em consultórios e são operados em regime ambulatorial. Conforme os quadros acima, é possível perceber que durante o ano passado foram realizadas 350 cirurgias otorrinolaringológicas, com uma média mensal de 179 consultas que resultaram em 29 cirurgias de ORL dentro do programa. A humanização, o estímulo a pesquisa, a formação de profissionais da área da Saúde em nível de graduação, residência médica e pós-graduação fomentam a qualidade da assistência. Apesar de ser caracterizado como um hospital secundário no Sistema Único de Saúde,

conta com recursos sofisticados como a Telemedicina, que permite aos profissionais atenderem com excelência patologias como o acidente vascular cerebral isquêmico com o uso de trombolíticos, atingindo desfechos clínicos semelhantes a centros terciários. VOX Otorrino | 33


Conduta mĂŠd ic a

Conduta mĂŠdica O que os profissionais devem saber?

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Por Departamento Jurídico da ABORL-CCF

I

nicialmente é preciso saber que perícia médica “é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por finalidade a emissão de laudo sobre questões médicas, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação e de competência exclusiva do médico regularmente inscrito no Conselho Regional de Medicina, denominado de perito médico. ” Opitz e Bepu (2011, p. 13) De acordo com a doutrina e ordenamento jurídico, a perícia médica é atribuição privativa do médico por ser indispensável o diagnóstico e o prognóstico da doença para sua efetiva realização, conforme disposto pela lei nº 12.842/2013 que estabelece:

A perícia médica tem por finalidade esclarecer determinadas questões técnicas para dar substrato às decisões judiciais e auxiliar às partes, exigindo do médico formação e conhecimento técnico-científico. E deve ser remunerada de forma justa Durante o ato pericial, o médico deve guardar absoluto sigilo quanto às informações a que teve acesso durante a perícia médica. Denota-se que da mesma forma que a lei regulamenta a atuação do profissional médico no ato pericial, também regulamenta as vedações, de acordo com a Resolução CFM nº 1.931/2009 – Código de Ética Médica – artigo 92 e seguintes.

“São atividades privativas do médico: XII - realização de perícia médica e exames médico-legais excetuados os exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular” Trecho da lei nº 12.842/2013

É vedado ao médico investido nos atos periciais: •

Assinar laudos periciais quando não tenha realizado pessoalmente o exame;

Ser perito do próprio paciente, de pessoa de sua família, ou de empresas onde atue ou tenha atuado;

Intervir, quando na função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico;

Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios, delegacias, unidades militares, casas de detenção e presídios.

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Conduta méd ic a

Além das vedações pontuadas, o profissional médico poderá se recusar a realizar a perícia médica, desde que se enquadre nas hipóteses de motivo justo: •

Quando o profissional não é especialista na matéria sobre a qual deverá opinar;

Quando não se estipular a justa remuneração do médico nomeado;

Quando existir motivo que leve ao impedimento ou a suspeição do médico, e,

Quando o paciente ou vítima a ser examinada for paciente do médico nomeado. Enquadrando-se nas hipóteses previstas acima, o médico poderá se recusar a realizar a perícia, devendo

comunicar à autoridade competente, no prazo de 05 (cinco) dias, alegando motivo justo para sua escusa. Concluiu-se, de acordo com a legislação, que perícia médica é ato privativo do profissional médico, cabendo ao próprio exercer os atos periciais com isenção e imparcialidade, com o objetivo de oferecer subsídios técnico-científicos, os quais são substratos para o magistrado formar seu convencimento quanto à decisão a ser proferida.

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Q ual i d ade de vi da

Educação em meio

à natureza A

educação socioemocional por meio de programas no formato expedição foi criada e validada em 1941, no Reino Unido, pelo alemão Kurt Hahn, pioneiro nesse tipo de Educação Experimental ao Ar Livre. Na época, ele e o sócio proprietário de uma companhia de navegação britânica perceberam que marinheiros mais jovens e fortes tinham taxa de sobrevivência menor do que os mais velhos. Ao estudar a situação, Hahn concluiu que o problema era a falta de autoconfiança e a dificuldade em lidar com estresse entre os mais jovens. Decidiu criar, então, um programa que expusesse esses marinheiros iniciantes a tarefas que os desafiassem e os fizessem perceber o seu potencial. Nascia o Outward Bound (um termo náutico em inglês que designa o momento em que um barco deixa um porto seguro e se aventura em alto-mar). Em seus 76 anos de história, o programa criado pelo alemão se espalhou pelo globo, estando presente atualmente em 33 países, com suas 52 escolas internacionais sem fins lucrativos. No Brasil, foi trazido em 2001, tendo entre seus pioneiros o otorrinolaringologista que atualmente é presidente do conselho da Outward Bound Brasil (OBB), Dr. André Duprat. O interesse do Dr. Duprat pelas expedições começou aos 19 anos, quando ele teve a oportunidade de passar cinco dias em uma travessia pelas montanhas do Peru. “Essa experiência foi transformadora na minha vida. Foram dias intensos: uma beleza incalculável que, por vezes acolhia, mas também assustava. Momentos em que a risada imperava e

Por Bruno Bernardino | Fotos: Divulgação

Conheça a história da ONG trazida ao Brasil por um otorrinolaringologista que educa e ensina em expedições na natureza outros em que o choro extravasava o momento; em que me sentia forte, para então me sentir vulnerável. Dessa forma, a natureza nos ensinava a respeitá-la, aproximava o grupo e nos ajudava no autoconhecimento”, conta. Para Duprat, a experiência foi tão intensa que, desde então, quando tem oportunidade, ele se embrenha em caminhadas pelas montanhas, levando consigo amigos e familiares. Ao conhecer a Outward Bound, o otorrino se animou em trazer a ONG para o Brasil (primeiro país da América do Sul a recebê-la), acreditando no poder da natureza em educar crianças, jovens e até adultos.

Programas disponíveis A OBB tem programação para todas as idades. Pais e filhos, uma mistura de desafio e tempo de qualidade em família. Crianças de 11 e 12 anos, já buscando mais autonomia. Adolescentes, uma jornada de 10 dias de descobertas. Adultos que buscam expandir a zona de conforto. Além de cursos de formação para educadores ao ar livre, canoagem, primeiros socorros em áreas remotas, entre outros. Os valores cobrados pelas expedições são convertidos em doações para crianças e jovens carentes de instituições parceiras. Caso tenha se interessado em participar, seja doando ou embarcando em uma aventura, acesse o site da ONG: <https://www.obb.org.br/2017/>.

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Educação Mé d ic a Co ntinu a d a

Doenças

Vesicobolhosas Por Paula Moreno

A

s doenças vesicobolhosas, como o nome já indica, compreendem enfermidades que apresentam o desenvolvimento de vesículas ou bolhas na mucosa oral. A importância destas doenças na nossa especialidade se dá pelo grande número de casos que aparecem em consultórios de Otorrinolaringologia. Somos os primeiros profissionais a ser procurados por pacientes com essas características. E o diagnóstico precoce é fundamental para a conduta terapêutica adequada e para o prognóstico da doença. As doenças que causam vesículas geralmente são afecções causadas por vírus e nelas incluímos as vesículas do herpes simples, do herpes-zóster e do coxsackie. Em geral, não temos dificuldades para diagnosticar esses

quadros, por serem bastante frequentes no dia a dia dos nossos consultórios. Diferentemente disso, as doenças que provocam bolhas são menos comuns. Algumas delas causam lesões apenas na mucosa e outras também na pele. As mais importantes são: o pênfigo vulgar, o penfigoide bolhoso, o eritema multiforme, a síndrome de Stevens-Johnson, o líquen plano bolhoso, a angina bolhosa hemorrágica, a epidermólise bolhosa adquirida e a necrólise epidérmica tóxica. Por serem muitas, ficaria inviável detalhar cada uma delas individualmente, portanto, optamos por fazer um esquema que resume seu quadro clínico, sua prevalência, métodos de diagnóstico e tratamento de cada uma delas, de maneira que se tenha um guia para o diagnóstico adequado.

A seguir, algumas imagens das principais doenças vEsicobolhosas: Figuras 1 e 2. Infecção pelo herpes simples

Figuras 6, 7 e 8. Penfigoide bolhoso

Figura 12. Síndrome de Stevens-Johnson

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Figuras 3, 4 e 5. Pênfigo vulgar

Figuras 9, 10 e 11. Eritema multiforme

Figura 13. Líquen plano bolhoso

Figura 14. Angina bolhosa hemorrágica


Doenças vesicobolhosas

Características clínicas

Prevalência

Diagnóstico

Tratamento

Infecção primária pelo herpes simples

Vesículas; Dor; Início súbito; Atinge mucosa queratinizada.

Principalmente crianças.

Eminentemente clínico; Sorologia; PCR.

Sintomáticos.

Infecção pelo herpes-zóster

Vesículas unilaterais; Dor intensa; Atinge mucosa queratinizada.

Indivíduos imunocomprometidos.

Eminentemente clínico; Sorologia; PCR.

Sintomáticos; Corticoterapia; Antivirais.

Infecção pelo coxsackie

Odinofagia e febre baixa; Vesículas em palato mole e lesões de mão/pé/boca.

Crianças e adultos jovens.

Eminentemente clínico.

Sintomáticos.

Pênfigo vulgar

Bolhas de fácil ruptura e ulcerações na mucosa oral; Outras mucosas e pele podem estar acometidas.

Adultos de meia-idade; Principalmente do sexo feminino.

Histopatológico; Imunofluorescência direta e indireta.

Corticoterapia, imunossupressores.

Penfigoide bolhoso

Bolhas e ulcerações na mucosa oral; Outras mucosas e pele podem estar acometidas.

Adultos no final da meia-idade; Principalmente do sexo feminino.

Histopatológico; Imunofluorescência direta e indireta.

Corticoterapia, imunossupressores.

Eritema multiforme

Vesículas e bolhas na mucosa oral e lábios; Evolui com úlceras dolorosas; Lesões em alvo na pele e mucosa.

Qualquer faixa etária após uso de medicamentos, infecções virais ou pós-irradiação.

Clínico; Histopatológico.

Suspender medicamentos em uso e evitar prescrever outros medicamentos; Corticoterapia; Antiviral.

Síndrome de Stevens-Johnson

Vesículas e bolhas na mucosa oral e lábios; Várias mucosas acometidas; Evolui com úlceras dolorosas.

Qualquer faixa etária após uso de medicamentos, infecções virais ou pós-irradiação.

Clínico; Histopatológico.

Internação hospitalar; Controle da dor.

Líquen plano bolhoso

Bolha seguida de ulceração dolorosa; Lesões estriadas brancas em mucosa jugal.

Todas as faixas etárias, mas não é comum em crianças.

Histopatológico; Imunofluorescência direta.

Corticoterapia sistêmica e tópica.

Angina bolhosa hemorrágica

Bolhas hemorrágicas; Ruptura das bolhas leva a ulcerações pouco dolorosas.

Meia-idade e idosos, assoHistória; ciadas ao uso prolongado de Exame físico; corticoides tópicos e diabetes. Histopatológico.

Sintomático.

Epidermólise bolhosa Bolhas em áreas de atrito; adquirida Ulcerações dolorosas.

Adultos.

Histopatológico; Imunofluorescência direta.

Corticoterapia, imunossupressor.

Necrólise epidérmica tóxica

Pacientes com idade avançada; Principalmente mulheres.

Clínico; Internação hospitalar; Algumas vezes histopa- Controle da dor; tológico. Suporte metabólico; Controle hidroeletrolítico.

Bolhas que se ulceram; Clínica de grande queimado; Vários sistemas acometidos.

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Educação Mé d ic a Co ntinu a d a

Notícias da emc Concurso OrlTube Sabe-se do poder da educação a distância (EAD) como ferramenta no meio acadêmico e profissional, principalmente quando assume um caráter complementar ou contínuo. Seguindo essa tendência, o nosso portal de compartilhamento de vídeo, o OrlTube, tem dentre os seus objetivos, a divulgação de técnicas e táticas cirúrgicas que integram os projetos da Educação Médica Continuada. Planejando ampliar seu uso, já está acontecendo no OrlTube um concurso criado pela ABORL-CCF que vai premiar o vídeo mais curtido. Muitos associados já estão participando, é só postar suas próprias gravações de cirurgias no portal e aquele vídeo que receber mais curtidas dentro do período de 1º de maio até 30 de junho será o grande vencedor do concurso, recebendo o prêmio de R$1.000,00. Contamos com a participação de todos vocês associados, usando o ambiente virtual para o envio de vídeos, compartilhamentos, curtidas e interação com outros usuários. Para mais informações, acesse: <http://www.orltube.org.br/>.

Tele5 O Tele5 é um projeto da ABORL-CCF em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e comprometimento com a sociedade, que visa aperfeiçoar a formação de médicos da atenção básica de saúde em temas relevantes da Otorrinolaringologia. Trata-se de um aplicativo que foi desenvolvido com doze aulas dentro dos temas mais importantes da especialidade. É um curso constituído de aulas curtas, com duração de cinco minutos, acompanhadas de um material de apoio de quatro páginas. O aplicativo é direcionado para médicos já formados, que já possuam algum conhecimento sobre os temas básicos como a otite média. A intenção é promover uma atualização desses profissionais da atenção básica. O piloto do projeto já está pronto e já foi testado por seis meses, em uma cidade do interior de Pernambuco chamada Limoeiro, onde em outubro do ano passado, ao final do período de teste, foi possível observar resultados muito positivos. O lançamento do Tele5 está previsto para o final do ano e ele estará disponível tanto para plataforma Apple quanto para Android. Para começar a usá-lo, será preciso apenas baixar o app e assistir as aulas. Ao final do curso, completando todo o programa de aulas, será aplicada uma avaliação cognitiva e, se estiver apto, o médico receberá um certificado de conclusão.

Lançamentos

Os textos da Educação Médica Continuada são escritos com a colaboração da equipe. Nesta edição, contamos com a colaboração da Dra. Paula Moreno. Já na edição anterior (#157), O Dr. Ali Mahmoud foi o responsável.

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O Curso de Atualização UP!, que contemplará os principais temas e novidades da Otorrinolaringologia, já tem data de lançamento: dia 04 de maio. Nessa data, será lançado também o Portal da Educação Médica Continuada, que deve hospedar os cursos on-line e semi-presenciais promovidos pela ABORL-CCF.


INT ERNA C I ONAL

Otorrinolaringologia

no mundo Congresso Mundial da IFOS será realizado em junho Por Mariana Moreira | Foto: divulgação

R

ealizado a cada quatro anos, o 21º Congresso Mundial da International Federation of Otorhinolaringological Societies (IFOS) será realizado entre 24 e 28 de junho em Paris, na França. De acordo com o Dr. Ricardo Bento, presidente do Comitê de Otologia e Otoneurologia da IFOS, este é o único congresso em que todos os países do mundo são representados, levando aos participantes novidades referentes a todas as áreas da Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, com grande exposição de materiais e novos produtos. O público Segundo o médico, é esperado um público de, aproximadamente, 6 mil médicos e mais 3 mil outros profissionais, como fonoaudiólogos e expositores. “Aguardamos, também, uma delegação de mais de 100 médicos brasileiros, sendo que dez estão no programa científico e muitos outros apresentarão trabalhos na área”, ressalta. Conhecimento Sobre a Comissão Científica francesa, Dr. Bento aponta que é composta por especialistas com larga experiência na organização de eventos e pelos principais

“Os colegas brasileiros têm uma possibilidade única de conhecer o ponto de vista mundial dos tratamentos em nossa área, diferente de congressos nacionais que focam mais os problemas de cada país, com uma visão muito local” Dr. Ricardo Bento nomes de professores universitários franceses. Ele destaca, inclusive, que eles prepararam o que há de mais atual da Otorrinolaringologia reunindo os melhores conferencistas do mundo, à luz do tema principal do evento Diversidade, Inovação e Avaliação. “Os colegas brasileiros têm uma possibilidade única de conhecer o ponto de vista mundial dos tratamentos em nossa área, diferente de congressos nacionais que focam mais os problemas de cada país, com uma visão muito local”, reforça.

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HumORL

Lição de economia T

ratava-se de um acidente. O maior problema, entretanto, era o fato de que ocorrera no interior, em plena roça e a situação não era tranquila. O rapaz cortara-se em uma ceifadeira, ou que nome aquele monstrengo tenha, e amputara os cinco dedos da mão esquerda. Corre daqui, corre dali, avisa um vizinho, lindeiro de seu campo e, enfim, levam o acidentado à cidade próxima onde havia um hospital bem aparelhado. Enquanto o profissional não chega, tomam as providências cabíveis, incluindo limpeza, ataduras etc. Chega o cirurgião plástico, levam o paciente ao bloco e procedem a cirurgia. Dois dias depois, contrariando expectativas, a lesão evoluía bem. Chega a hora do pagamento e o cirurgião tem uma crise de ... Lá com seus botões, imagina que não pode cobrar muito na medida em que se trata de pessoas simples, possivelmente classe média baixa e não teriam condições de pagar. Informa o preço (vamos imaginar mil reais) e de imediato se surpreende. O pai do rapaz coloca a mão no bolso da bombacha e traz para a superfície um pacote de notas, a maioria das quais de grosso calibre. Mais que depressa, o cirurgião complementa: - Por dedo.

Por José Seligman

42 | VOX Otorrino




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