Revista - AArtes

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Especial Natal AArtes: Na sua opinião o que deveria ser

sector é quando o artesão não sabe definir

feito para que as pessoas aderissem mais à

o seu público alvo.

compra de peças artesanais e por quem? Lu Heringer: Essa é uma pergunta muito interessante! Não sei como o artesanato é visto

aí,

em Portugal, mas

a

palavra

„artesanato‟ aqui no Brasil ou define algo barato, ou sem valor comercial. Entretanto, todas nós artesãs e artistas activas, sabemos que o custo do material é alto, o tempo gasto na realização das peças não é pouco e exige de nós conhecimento – o que não se adquire da noite para o dia. Fora, gastos com energia, água, etc. Então, as pessoas que compram, de um modo, geral acham caras as peças e é muito comum

AArtes: Para terminar, tem algo a acrescentar a esta entrevista? Lu Heringer:

Antes de tudo, agradecer

imensamente o convite para entrevista. Sinto-me muito honrada e espero não ter feito “feio”. Gostaria, também, de vos convidar a todos para conhecer o meu blog e o meu site: Blog , Site, Facebook, Youtube Deixo um beijo super carinhoso para todos da equipa e para todos os assinantes/ leitores. Fiquem com Deus.

que escutemos „Mas, isso é artesanato!‟ – uma expressão diminutiva do valor do artesanato. Umas das formas de se promover

Entrevista realizado por :

uma maior venda nessa área seria a cons-

Carolina Tadeu

cientização global de tudo o que disse acima e que, por ser artesanato, não quer di-

Especial Natal– Brasil

zer que é tão barato quanto comprar um quilo de feijão no mercado. É muito difícil que isso aconteça de uma hora para outra, mas se os órgãos que regulam a nossa profissão se empenhassem nessa campanha de conscientização dos compradores, talvez as coisas mudassem. Por quem? Acho que o artesanato está dividido em várias faixas: desde a peça mais simples e barata, até a peça mais elaborada e de maior valor. As pessoas acostumadas na primeira faixa, raramente migrarão para a última e vice versa. Noutras palavras, o poder de aquisição é o que determina esse „por quem‟. Então, se o artesão faz peças mais baratas, deverá dirigir as suas apresentações a um público de baixo poder económico e as mais caras, mais elaborada, deverão ser dirigidas a um público de poder económico maior. Talvez, a grande dificuldade que haja nesse 5º Edição

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