Revista Moderna - 5ª Edição

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Amamentar, a melhor dor Ouvi falar que o colostro é uma vacina natural, e é verdade. Ouvi falar que teria que amamentar até os seis meses ou mais para fortalecer a imunidade da criança, e é verdade. Ouvi falar muita coisa. Assisti a muitos anúncios na TV, vi cartazes, li folders no consultório do obstetra...

Antes da maternidade, não imaginava que a amamentação era mais do que uma necessidade e direito da criança. Não era só o que eu já tinha ouvido falar. Não imaginava que ver meus seios inchando naturalmente durante a gestação, era só uma amostra do que eu enfrentaria do nascimento em diante. Isso ninguém, por mais experiente que seja, nos conta!

Deus nos fez incrivelmente perfeitas em tudo e na arte da maternidade, em especial, no tocante a amamentação, é impressionante o que o corpo faz para nos alertar de que chegou a hora de alimentar o bebê.

Amamentar a cada duas horas durante 24 horas por tempo indeterminado, não é fácil! Apesar de ver seu corpo se esticar durante 9 meses e de se sentir a mulher mais feliz do mundo por saber que todo aquele processo vai gerar um ser que mudará a sua vida para sempre, e é isso mesmo que você quer, ver seus seios inchados, muitas vezes até rachar, empedrar é horrível e logicamente ninguém deseja isso! E pior ainda é a sensação de incapacidade diante da necessidade do bebê!

Amamentar dói! E dói muito nos primeiros dias e por causa dessa dor, muitas mulheres desistem de amamentar. Isso é uma pena... Isso, poucas mães que superaram e suportaram, nos conta.

Como eu disse acima, o corpo se prepara de várias formas. Transforma a mulher num relógio biônico. Na hora de cada mamada a surpresa é estranhamente agradável e é algo que só se sente nesse momento da vida. Os seios ficam mais duros, maiores, quentes, algumas vezes dormentes e se ainda nada disso acontecer, tenha certeza de que ficará com a blusa ensopada de leite.

O corpo avisa: “VAI DAR DE MAMÁ!” Mas o melhor desse momento está por vir. O momento da amamentação é um tempo de intimidade muito profundo. Um momento de perceber os detalhes, o tato, o cheiro, o som, a calma, a segurança, a paz, o amor, tanto o bebê quanto a mãe.

É incrível como uma coisa tão simples e tão difícil muitas vezes é também algo tão sublime. Digo isso por experiência própria.

Minha filha já tem 11 meses e ainda mama no peito... e mama muito! E por conta desse aleitamento, meu corpo voltou ao peso anterior em um mês após o nascimento. Isso toda mulher deseja, apesar da dor aflita e das olheiras...

Agora, o processo é inverso apesar de necessário. Desmamar. Isso também dói.

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