revista 29HORAS - ed. 54 - abril 2014

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especial moda Na ponte NY-SP

Paulistano do bairro de Santana, Carlos Miele deixou o Brasil há doze anos para ganhar os Estados Unidos, onde seduz celebridades com seus vestidos longos, femininos e exuberantes Por chantal brissac

Em 2002, Carlos Miele arrumou as malas rumo a Nova York, onde conquistou posição no circuito fashion internacional – com desfiles nas semanas de moda de Nova York e Miami – enquanto acompanhou, na época um pouco à distância, o crescimento de sua marca no Brasil. Além da unidade norte-americana, Miele tem lojas com sua grife em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Brasília. Já a M.Officer, sua primeira marca, conta com mais de 200 lojas em shoppings brasileiros. Focado em crescer lá fora, o paulistano formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas conseguiu a proeza de cativar celebridades como Rihanna, Beyoncé, Gisele Bündchen, Florence Welch, Jennifer Lopes e Camilla Belle, entre outras, que se tornaram clientes e divulgadoras de seus vestidos sofisticados. Em setembro de 2013, após dez anos sem mostrar suas coleções nas passarelas brasileiras, Miele desfilou no Shopping Cidade Jardim. Mesmo que os line ups em Nova York e Miami sejam prioridade, ele agora não esconde o desejo de retorno ao lar. “Este é o momento de aperfeiçoar minha plataforma no Brasil e desenvolver produtos mais democráticos, como acessórios e perfumes”, diz o estilista. Confira outros trechos da entrevista: Você foi um dos fundadores do SPFW e fez diversos desfiles memoráveis no evento. Por que deixou de se apresentar no Brasil? Acredito que o lançamento de uma coleção deve acontecer em uma só cidade, dada a agilidade dos meios de comunicação, e valorizo a liberdade do estilista de escolher o local. Depois de anos desfilando em São Paulo, fui convidado pelo CFDA (Council of Fashion Designers of America) para apresentar nossas coleções em Nova York, e achei uma ótima oportunidade para levar o design brasileiro para novas audiências.

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Aos 50 anos, Miele é o estilista brasileiro de maior sucesso no exterior

Por que Nova York se tornou a principal vitrine do seu trabalho? O que a cidade representa para você? Comecei a me apresentar em Nova York em 2002. O motivo é que a cidade é, ao lado de Paris, um dos principais centros lançadores de moda. Aquele foi o início de um grande momento brasileiro na moda mundial. Nova York é o centro cultural e econômico mais importante do mundo, uma cidade incrível. É também o lugar onde pessoas de diversas áreas circulam, o que me possibilitou com que artistas como Rihanna, Beyoncé, Florence Welch, Blake Lively, Jennifer Lopes e Camilla Belle tivessem contato com meu design. Mas hoje a minha plataforma de trabalho está muito baseada no Brasil e eu tenho estado mais concentrado no nosso país. Quais são seus planos agora? Depois de mais de dez anos desfilando em NY, sinto que minha experiência internacional permitiu o reconhecimento de que um brasileiro pode, sim, fazer alta costura. Agora é o mo-


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