Ed151

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borrachaatual .com.br Ano XXVI • Nº 151 • ASPA Editora

16 Arquitetura de borracha

ISSN 2317-4544

26 Manifesto

Coalizão Indústria

PERSPECTIVAS Economia vai ao reboque da ciência

04 ENTREVISTA

João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da ABIMAQ

44 MATÉRIA TÉCNICA

Borracha – Recuperação e Reuso


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SUMÁRIO

borrachaatual .com.br Ano XXVI • Nº 151 • ASPA Editora

ISSN 2317-4544

16 Arquitetura

26 Manifesto Coalizão Indústria

de borracha

08

MATÉRIA DE CAPA PERSPECTIVAS Economia vai ao reboque da ciência

04 ENTREVISTA

João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da ABIMAQ

44 MATÉRIA TÉCNICA

Borracha – Recuperação e Reuso

Perspectivas 2021 Economia vai ao reboque da ciência

04 ENTREVISTA

João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da ABIMAQ

16

ARQUITETURA DE BORRACHA Não-convencional e versátil

20 PNEUS

Tecnologia Run-Flat da Dunlop

22 MAQUINATUAL

MXF Motors traz bicicleta elétrica de equilíbrio

26 MANIFESTO COALIZÃO INDÚSTRIA

A importância da indústria de transformação

28 QUÍMICA

Produção e demanda de químicos de uso industrial crescem em 2020

32 CALÇADOS

Produção e exportação de calçados caíram em 2020

34 NOTAS & NEGÓCIOS

Déficit em produtos químicos soma US$ 30,4 bilhões em 2020

42 SUSTENTABILIDADE & INOVAÇÃO Nissan será carbono neutro até 2050

44 MATÉRIA TÉCNICA

Borracha – recuperação e reuso

48 ARTIGO

EDITORIAL A ciência tem vez sim A pandemia completou um ano e muita coisa já mudou. Discussões tornaram-se corriqueiras, mo�vações polí�cas e interesses escusos muitas vezes sobrepujaram as reais necessidades de saúde da população. Opina-se sobre tudo e as “fake news” tornaram-se uma praga. Neste turbilhão de informações, a ciência verdadeira destacou-se e mostrou sua cara, provando que sem conhecimento, pesquisa e tecnologia somos simplesmente homens e mulheres das cavernas usando celulares. A vacina provou o quanto a união de esforços pode beneficiar a todos. A indústria de borracha reagiu e adaptou-se à nova realidade, implementando “home office”, dinamizando sua logís�ca, seu suprimento de matérias-primas e a oscilação de custos. Sairá fortalecida para o novo mundo digital. Esta edição traz exatamente uma fotografia de nosso momento, um período de incertezas, dúvidas, mas também de esperança, superação e inovação. A BORRACHA ATUAL estará renovada com um novo site, inovadoras plataformas e pronta para uma sociedade ávida por fontes confiáveis de informação e divulgação da verdade. Boa leitura, amigos!

O salto da Indústria 4.0 em 2020

Antonio Carlos Spalle�a Editor

50 FRASES & FRASES

EXPEDIENTE

Ano XXVI - Edição 151 - Nov/Dez de 2020 - ISSN 2317-4544 Diretores: Adriana R. Chiminazzo Spalletta Antonio Carlos Spalletta

A revista Borracha Atual, editada pela Editora ASPA Ltda., é uma publicação destinada ao setor de Borracha, sendo distribuída entre as montadoras de automóveis, os fabricantes de artefatos leves, pneus, camelback, calçados, instituições de pesquisa, órgãos governamentais e universidades. As opiniões expressas em artigos assinados não são necessariamente as adotadas pela Borracha Atual. É permitida a reprodução de artigos publicados desde que expressamente autorizados pela ASPA Editora.

www.borrachaatual.com.br

Editora Aspa Ltda.: Rua Com. Bernardo Alves Teixeira, 695 13033-580 – Vila Proost de Souza – Campinas/SP. CNPJ: 07.063.433/0001-35 Inscrição Municipal: 106758-3 Redação: Rua Com. Bernardo Alves Teixeira, 695 13033-580 – Vila Proost de Souza – Campinas/SP. redacao@borrachaatual.com.br

Assinatura e Publicidade: Tel/Fax: 11 3044.2609 assinaturas@borrachaatual.com.br www.borrachaatual.com.br Jornalista Responsável: Adriana R. Chiminazzo Spalletta (Mtb: 21.392) Projeto: Three-R Editora e Comunicação Ltda www.threer.com.br Ilustração Capa: Geralt/Freepik. Impressão: Mais M EPP. Tiragem: 5.000 exemplares

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ENTREVISTA ©DIVULGAÇÃO

João Carlos Marchesan

Presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

“Quanto mais rápida a vacinação, mais rápida a retomada” João Carlos Marchesan é administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Desde 1995 é vice-presidente da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. É conselheiro do CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – desde 1995 e também é diretor do Departamento de Ação Regional da FIESP desde 2005.

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Nesta entrevista para Borracha Atual, João Carlos Marchesan, faz um balanço do setor de máquinas e equipamentos em 2020, perspec�vas para 2021, do desempenho deste segmento industrial nos úl�mos anos, e também fala sobre os efeitos da pandemia da Covid-19 e como a indústria se prepara para voltar a crescer após a crise. BORRACHA ATUAL: Quais os investimentos previstos para este ano pelo setor de máquinas? João Carlos Marchesan: Estudo recente realizado pela ABIMAQ entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 mostrou que os fabricantes de máquinas e equipamentos estão dispostos ampliar o inves�mento em 2021, mas, basicamente o aumento se deve à retomada de parte dos inves�mentos suspensos em razão da crise causada pela pandemia do Covid-19. O setor previa inves�mentos da ordem de R$ 7,6 bilhões em 2020, destes apenas R$ 5,1 bilhões foram efe�vamente realiwww.borrachaatual.com.br


“O Brasil nunca deixou de ser um polo atraente de investimentos devido ao tamanho do seu mercado doméstico.” zados, queda de 32%. Para 2021 a previsão é de inves�mento de R$6,7 bilhões. Ainda abaixo do previsto em 2020, mas 31% superior ao efe�vamente realizado. A maior parte dos fabricantes (36%) preveem u�lizar este recurso para ampliação da capacidade produ�va e 34% para modernização tecnológica do setor. Uma mudança na estratégia do setor, que até o úl�mo ano previa, na maioria, inves�mentos para reposição de máquinas depreciadas. Como se comportarão as exportações de máquinas este ano? O setor fabricante de máquinas e equipamentos é um dos maiores exportadores da indústria de transformação, cerca de um terço das suas vendas são realizadas no mercado externo. Nos úl�mos dois anos, no entanto, o setor amargou forte queda nas suas exportações. Incialmente em razão da guerra comercial entre Estados Unidos e China, desaceleração do mercado europeu e crise nos países da América La�na, com destaque à Argen�na, um dos nossos principais parceiros comerciais. Posteriormente em razão das medidas internacionais e nacionais para controle da pandemia do novo coronavírus. Assim, as exportações encolheram 5,9% em 2019 e 23,7% em 2020. Em 2021, a recuperação da economia internacional – o FMI prevê crescimento do PIB de 5,5% – deverá favorecer as exportações do setor. Ademais, temos como fator posi�vo a paridade cambial, que mesmo com a valorização esperada para este ano, con�nuará favorável às exportações. www.borrachaatual.com.br

O Brasil será um pólo atraente para investimentos? O que precisará ser feito para isto ocorrer? O Brasil nunca deixou de ser um polo atraente para inves�mentos devido ao tamanho do seu mercado domés�co. Contudo, é primordial que se torne compe��vo para que inves�dores possam também usá-lo como plataforma para exportação de produtos e serviços. A ABIMAQ monitora, há anos, os fatores responsáveis pela perda de compe��vidade da indústria instalada no Brasil. Tratam-se das assimetrias sistêmicas que encarecem o processo produ�vo, aquelas denominadas como “Custo Brasil” e inviabilizam desenvolvimento tecnológico e maior presença no cenário internacional. Cerca de 80% das assimetrias lá dimensionadas poderiam ser reduzidas com a correção de três fatores: 1. Custo do capital; 2. Sistema tributário e 3. Custo do insumo. A mão de obra brasileira está treinada para os novos desafios? Na medida em que as novas tecnologias aumentem a par�cipação no cenário domés�co e que a indústria de transformação ganhe peso no desenvolvimento econômico, haverá demanda por mão de obra com alta qualificação, o que elevará a renda per capita do país. O tema da capacitação está intrinsicamente ligado à inovação, dado que o desenvolvimento tecnológico depende, em primeiro lugar, da existência de pessoas capacitadas, com vistas ao desenvolvimento de produtos e processos inovadores.

Esta qualificação, na maior parte das vezes, é feita dentro das fábricas. A indústria de máquinas e equipamentos, por exemplo, setor cuja mão de obra possui renda superior à média da indústria de transformação por ser altamente qualificada, é na sua maioria formada dentro do setor. Por isso a importância de se apostar na indústria de transformação para �rar o país da armadilha da renda média. A formação profissional para a inovação tem alto impacto, tanto na trajetória do indivíduo como para a empresa. Nos países que lideram a Quarta Revolução Industrial os sistemas de formação profissional já foram ou estão sendo rapidamente adaptados para este novo paradigma, com a ampliação do sistema dual de aprendizagem, que concilia o ensino profissional e a prá�ca nas empresas. No Brasil, estamos muito atrás neste ponto, que é nevrálgico. Precisamos urgentemente adequar nossas grades curriculares nos ensinos técnicos e superiores, alinhando a oferta de cursos às demandas do setor produ�vo, es�mulando o interesse nas áreas de ciências exatas, agrárias, saúde, tecnologia e engenharias, desde o ensino básico, e fundamentalmente, revisar os currículos de ensino superior, promovendo uma abordagem mais prá�ca, empreendedora e interdisciplinar, implementando o ensino dual, unindo a teoria na escola com a prá�ca nas empresas. O nível tecnológico das empresas nacionais foi afetado pela pandemia? Sempre que ocorre crise há impactos nega�vos no estoque de capital e no nível tecnológico das nações. No Brasil, as duas úl�mas crises reduziram as taxas de inves�mento em cerca de 5 p.p na úl�ma década. E foi com este quadro de inves�mento, em nível historicamente reduzido, que o Brasil foi surpreendido pela crise da pandemia da Covid-19.

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ENTREVISTA

“No Brasil, até o passado é incerto.” Ainda que as vendas de máquinas e equipamentos produzidos localmente tenham melhorado em 2020, os inves�mentos – ainda não divulgados pelo IBGE – deverão registrar queda de 5% em 2020. Perspectivas futuras. Quais os segmentos que poderão crescer de maneira sustentável este ano? A expecta�va é que aqueles setores ligados ao setor agrícola, à infraestrutura e também alguns ligados ao setor de bens de consumo, tais como os de embalagem, alimentos industrializados e produtos de higiene pessoal e de limpeza sejam novamente os que puxarão a economia em 2021. Alguns também devem �rar vantagem da melhora do mercado internacional, são eles: fabricantes de componentes e máquinas para construção civil. Qual é a capacidade ociosa média do setor no momento? Qual era na pandemia e é possível estabelecer um prazo para a produção voltar ao normal? Hoje o setor de Máquinas e Equipamentos está com uma capacidade ociosa em torno de 27%, mas chegou a ficar com 35,5% durante a pandemia. Se considerarmos o valor normal como o pré-covid, o setor já voltou aos níveis normais, mas é importante salientar que já faz alguns anos que o setor está com baixos pedidos em carteira. Desta forma, a situação com bons níveis, ou seja, com ociosidade abaixo de 20%, como já observado em outras épocas, ainda levará um tempo. Quanto mais rápida a vacinação, mais rápida a retomada.

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Segundo dados recentes do IBGE, o setor de máquinas e equipamentos está entre os que mais cresceram no último trimestre dentro da indústria de transformação. Qual a receita para crescer dentro de uma crise tão intensa quanto a que estamos vivendo? O setor de máquinas costuma apresentar um comportamento antecedente dos demais, ou seja, cresce e diminui antes. Isso se deve basicamente porque o setor responde aos inves�mentos dos demais. Poderíamos chamar o setor de Máquinas e Equipamentos como a “Indústria das Indústrias”. Desta forma, quando os setores vislumbram algum crescimento no futuro, já se posicionam para atender àquela demanda, aumentando seus inves�mentos, o que consequentemente gera uma compra de máquinas, que podem ser para ampliação ou reposição de alguma já deteriorada. Contudo, ocorre o mesmo fenômeno quando a expecta�va é de queda, um dos primeiros itens a cortar são os inves�mentos. Exposto isto, enxergamos como natural este comportamento um pouco melhor que os demais setores, neste início de retomada da atividade econômica. Muito se tem falado na desindustrialização do país, principalmente após o caso Ford. A ABIMAQ acredita que este fenômeno esteja ocorrendo no setor? A desindustrialização é um fenômeno que vem ocorrendo no Brasil há pelo menos 30 anos e que a�nge todos os setores industriais, com maior ou menor magnitude. Há diversos fatores que levaram a esta situação, mas eu arriscaria dizer que os diversos anos de polí�cas macroeconômicas equivocadas que, mesmo em anos de crescimento do PIB, levaram ao encolhimento do market

“O Brasil deve transformar seu legado em potencial para construir uma agenda ativa e visível nos temas de meio ambiente.” -share da indústria nacional e à redução das receitas, é um deles. Vimos naquele período, de forte valorização do real e elevadas taxas de juros, cadeias produ�vas se desintegrarem, que geraram forte dependência nacional de insumos importados. A crise que culminou na subs�tuição da Presidente da República também teve sua importância. Depois daquele período, o País não conseguiu retomar o crescimento. Os inves�mentos públicos e privados caíram ao seu pior nível. A ausência de mo�vação ao desenvolvimento de novas tecnologias, da agregação de valor, de ações que permi�ssem a maior diversificação da pauta de exportação de bens manufaturados predominou. Há ainda a insegurança jurídica, no Brasil até o passado é incerto, a complexidade do sistema tributário entre muitos outros fatores. A lista pode ser imensa. Existe clima político para aprovar as tão necessárias reformas estruturais no país? Nossa expecta�va é que, com as eleições na Câmara e no Senado, pelo menos a reforma tributária evolua. Outras reformas, como a administra�va, vêm perdendo a relevância diante do aumento de casos de infecções; tudo indica que a prioridade no momento serão ações que permitam à economia brasileira superar em defini�vo esta crise de saúde. www.borrachaatual.com.br


A taxa Selic foi mantida em dois pontos percentuais. Para o setor de máquinas e equipamentos essa estabilidade é boa? A taxa Selic em 2% a.a finalmente deixou de concorrer com o retorno dos inves�mentos produ�vos. Neste patamar, o inves�mento na indústria passa a ser uma a�vidade que remunera melhor que �tulos do tesouro. Nossa expecta�va agora é que os spreads bancários sigam esta tendência e permitam ao setor produ�vo a aquisição do capital de giro em níveis internacionais. Esperamos ainda que as taxas de juros de longo prazo disponíveis para financiamento de inves�mentos também se reduzam; hoje quase 80% das vendas de máquinas e equipamentos são feitas com recursos próprios em razão das elevadas taxas de juros. Qual é o reflexo para a indústria da transformação brasileira a mudança na presidência dos Estados Unidos? Além de ocuparem o posto de maior economia do mundo, os Estados Unidos são atualmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil, sendo o primeiro do setor de máquinas e equipamentos. Apesar da recessão econômica mundial causada pela pandemia da Covid-19, a corrente de comércio entre os países alcançou, em 2020, a marca de US$ 45,5 bilhões, representando 10,2% do total das exportações brasileiras. Para o setor de máquinas e equipamentos, a estabilidade das relações comerciais é especialmente importante, uma vez que cerca de 30% do mercado externo do setor é representado pelo país. Apesar da pauta de comércio internacional não figurar entre as prioridades do novo governo, ao menos no início da gestão Biden, há espaço para a construção e aprofundamento da aliança entre o Brasil e os Estados Unidos. A consistência histórica da relação comercial e de inves�mentos mútuos e a assinatura recentemente do Pacote Comercial, aliadas a www.borrachaatual.com.br

novos elementos favoráveis, como o fato de Biden ter conhecimento sólido sobre a relevância geopolí�ca e estratégica do Brasil na região da América La�na, podem ser facilitadores desta aproximação. Sendo referência mundial nos temas de produção de energia limpa e renovável, no qual está inserido o setor de máquinas e equipamentos, o Brasil deve transformar seu legado em potencial para construir uma agenda a�va e visível nos temas de meio ambiente, impactando assim não só a sua relação comercial com os Estados Unidos, mas com outras importantes economias. O pragma�smo deve ser o principal fator a conduzir a relação com os Estados Unidos, ampliando bene�cios para ambos os países. Como ficaram os eventos organizados pela ABIMAQ em relação à sua realização? Há a possibilidade de acontecerem ainda em 2021, ainda que no formato virtual? Alguns dos eventos realizados pela ABIMAQ e previstos para acontecerem em 2021 �veram suas datas alteradas devido ao cenário ainda desfavorável causado pela pandemia do Covid-19, caso da Plás�co Brasil, que teve sua

data de março postergada para novembro/21. A Agrishow também mudou de abril para o final de junho/21 e a Expomafe permanece com a sua data inicial para realização em maio próximo. Apesar da grande preocupação com o cenário atual da pandemia, há uma expecta�va posi�va com relação à vacinação neste primeiro semestre que possibilite a realização dos eventos com segurança para todos, porém, todas as possibilidades estão sendo analisadas em conjunto com a organizadora das feiras, a Informa Markets. Os eventos que não aconteceram em 2020 �veram suas edições realizadas virtualmente pela Informa Markets e esta estratégia deverá ser adotada novamente caso não seja possível a realização das feiras neste primeiro semestre. A realização virtual tem sido uma alterna�va posi�va para os organizadores, expositores e visitantes diante da situação atual, mas todos esperam ansiosos pela realização presencial das feiras industriais que são responsáveis por impulsionar a geração de negócios, contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento dos diversos setores da economia e da região onde acontece o evento. 

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CAPA

PERSPECTIVAS

2021

Economia vai ao reboque da ciência Empresários e representantes governamentais de todo o mundo são unânimes em afirmar que, quanto mais rapidamente a vacinação em massa ocorrer, menos tempo irá demorar para as economias retornarem aos cenários prépandemia do novo coronavírus. 8

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©KONSTANTIN KOLOSOV/PIXABAY

mpresários e representantes governamentais de todo o mundo são unânimes em afirmar que, quanto mais rapidamente a vacinação em massa ocorrer, menos tempo irá demorar para as economias retornarem aos cenários pré-pandemia do novo coronavírus. O próprio FMI – Fundo Monetário Internacional, em sua mais recente projeção, afirmava que as economias dos países desenvolvidos (peso de 40% da economia mundial) devem decrescer 1% em 2020 e também em 2021, enquanto nos países emergentes (peso de 60%), devem crescer 1%, também nos dois anos. O desastre que se alinhavava no primeiro semestre de 2020 acabou perdendo força no decorrer do ano, e a segunda onda da pandemia, apesar de assustadora, encontrou governos mais preparados para enfrentá-la, com o ines�mável apoio da ciência – representada pelos laboratórios da indústria farmacêu�ca, responsáveis pelo desenvolvimento das imprescindíveis vacinas. No Brasil, 2020 não foi um ano dos sonhos em termos de desenvolvimento econômico, longe disso. Mas nossa economia conseguiu se recuperar em muitos setores com o decorrer do ano. O Índice de A�vidade Econômica do Banco Central (IBC-Br), referência para o cálculo do PIB, após uma queda acentuada de 9,2% em abril, subiu em todos os meses seguintes, até a úl�ma medição divulgada, de novembro. Falavase no começo da pandemia em uma queda catastrófica do PIB, mas o tombo deve ser menor que o previsto. Ainda segundo o FMI, a contração do Produto Interno Brasileiro em 2020 deverá ser de 4,5%, e para 2021 as perspec�vas são de uma melhora acentuada, com crescimento de 3,5%. www.borrachaatual.com.br


Navegando na onda da recuperação econômica, o ministro Paulo Guedes foi ainda mais o�mista que o FMI, durante evento com empresários no final de janeiro. “O Brasil pode crescer, de repente, 5%. Depende. Se todo mundo entrasse na mesma vibração que é: estamos recuperando, com vacinação rápida”, afirmou, ressaltando, entretanto, que sua equipe trabalha com um índice mais conservador, os 3,5% projetados pelo FMI. O ministro da Economia prevê um crescimento sustentável da economia através de inves�mento privado que será atraído após as reformas administra�va e tributária, e também dos marcos regulatórios. Guedes projeta que tais medidas resultem na entrada no caixa do governo entre R$ 80 e R$ 90 bilhões. Além dos efeitos da pandemia, o obstáculo mais sério a ser enfrentado pelo governo federal, há outros que podem atrapalhar na caminhada (sem contar a polarização que divide o país há anos). Um deles é a inflação, que pode começar a preocupar a par�r deste ano. O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -, usado para boa parte das métricas de inflação, de 2020, ficou em 4,52% em 2020, acima do centro da meta (4,53%) e, embora esteja sob controle, mostra que os preços estão com tendência de alta. Com o fim do auxílio emergencial e consequente queda no consumo, as persperc�vas não são boas neste sen�do.

2020 o aumento no preço dos alimentos foi impulsionado por um conjunto de fatores com impactos em toda a cadeia produ�va, entre eles o aumento no custo de produção, principalmente com insumos (fer�lizantes, herbicidas, ração). Além disso, a alta nos preços internacionais dos alimentos de 10,9% de maio a outubro e a desvalorização da taxa de câmbio (46,5%) também favoreceram o aumento dos preços no Brasil. Quanto à produção, deve con�nuar batendo recordes nos próximos anos. Segundo es�ma�vas da CNA, o Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio irá crescer 3% em 2021 (R$ 1,8 trilhão), e o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) deve aumentar 4,2%, superando R$ 903 bilhões. Para 2020, a previsão para o PIB do agro é um crescimento de 9%, enquanto o VBP deve ter alta de 17,4%.

Vendas de pneus fecham o ano com viés de baixa As vendas totais da indústria brasileira de pneus fecharam o ano de 2020 com baixa 12,9% em comparação com o ano anterior. Tal baixa no acumulado do ano foi observada nas vendas de todos os segmentos: pneus de passeio (-19,2%),

comerciais leves (-13%), carga (-1,8%) e moto (-1,2%). Nota-se, com isso, que mesmo apresentando sucessivos meses de boas vendas, incluindo um mês de dezembro 9,5% maior em 2020 do que foi em 2019, o setor não conseguiu reverter as perdas dos meses de grande baixa. Esse comportamento pode ser observado nos segmentos de comerciais leves (27%), carga (25,8%) e motocicleta (20,3%). Os dados fazem parte do levantamento setorial divulgado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumá�cos (ANIP). “Em um ano totalmente único, com suspensão de produção por um período determinado e de amplas medidas de prevenção em relação ao covid-19 que ainda permanecem, a indústria de pneumá�cos no Brasil respondeu prontamente às necessidades de todos os mercados, inclusive com crescimento no fornecimento do equipamento original”, analisa Klaus Curt Müller, presidente execu�vo da ANIP.

©HANNAHLMYERS/PIXABAY

Setor agrícola, sempre com boas notícias João Mar�ns, presidente da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – é o portador das melhores no�cias para a economia brasileira em 2021. Para Mar�ns, os preços dos alimentos não terão o mesmo cenário de alta em 2021 devido à previsão de maior equilíbrio entre oferta e demanda. Em www.borrachaatual.com.br

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CAPA

Indústria automotiva com a mão no freio Os fabricantes de veículos no Brasil projetavam, no período pré-pandemia, um crescimento de 10% em 2020. Nos primeiros meses de crise, a expecta�va foi totalmente inver�da para o lado nega�vo. Porém, no acumulado do ano, os números apresentaram quedas acentuadas, mas não tão drás�cas, Segundo dados da ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores –, as vendas ao mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades, queda de 26,2%, recuando ao patamar de 2016, auge da úl�ma crise econômica brasileira. E poderia ter sido pior. A grande injeção de recursos emergenciais na economia e a força do agronegócio ajudaram a amenizar as perdas do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceram fechadas. A produção de 2.014.055 autoveículos encolheu 31,6% em 2020, deixando a indústria automobilís�ca com uma ociosidade técnica de quase 3 milhões de unidades. Já as exportações de 324.330 de unidades foram as piores desde 2002, um retrocesso de quase duas décadas. Em valores, a receita de US$ 7,4 bilhões foi menos da metade do que se exportou em 2017 (US$ 15,9 bilhões). O segmento de caminhões, impulsionado pelo agronegócio e pelo crescimento do ecommerce, foi o que teve as menores perdas entre os autoveículos, com queda de 11,5% nos licenciamentos em relação a 2019. Comerciais leves caíram 16%, automóveis 28,6% e ônibus 33,4%. Já as máquinas agrícolas e rodoviárias venderam 7,3% mais que no ano passado. Em 2021 a ANFAVEA prevê aumento de 15% no licenciamento de autoveículos, 9% nas exportações e 25% na produção, índices insuficientes para a retomada a patamares de 2019, pré-pan-

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©KUKA.COM

demia. No setor de máquinas, a expecta�va é de crescimento de 7% nas vendas, 9% nas exportações e 23% na produção. “Nunca foi tão di�cil projetar os resultados de um ano, pois temos uma neblina à nossa frente desde março, quando começou a pandemia”, explica Luiz Carlos Moraes. Infelizmente, observamos uma segunda onda de covid-19 em países do hemisfério norte, que parece ter chegado também ao Brasil. E sabemos que uma imunização pela vacina será um processo demorado, que tomará quase todo o ano, impedindo uma retomada mais rápida da nossa economia. Some-se a isso a pressão de custos, as necessidades urgentes de reformas e surpresas desagradáveis como o aumento do ICMS paulista, e temos diante de nós um quadro que ainda inspira muita cautela nas nossas previsões”, resume o presidente da ANFAVEA.

Duas rodas: setor espera vacina para crescer mais Alguns dos efeitos da pandemia do novo coronavírus serviram para, se não alavancar, ao menos impedir a queda brusca de setores como o de serviços de entrega. Usando na maioria das vezes de motos e bicicletas, estes serviços �veram grande procura em 2020, o que mo�va os fabricantes a terem

boas expecta�vas em relação a 2021. A Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e similares, projeta crescimento de 10,2% na produção destes veículos neste ano, na comparação com o ano passado, que teve 961.986 unidades fabricadas. A en�dade es�ma que as fábricas localizadas no PIM (Polo Industrial de Manaus) deverão produzir 1.060.000 motocicletas em 2021. O volume representa alta de 10,2% na comparação com as 961.986 unidades que saíram das linhas de montagem em 2020. No varejo, a expecta�va da Associação é de que sejam licenciadas 980.000 unidades, alta de 7,1% na comparação com as 915.157 motocicletas emplacadas em 2020. As exportações deverão totalizar 40.000 unidades, volume 18,5% maior em relação às 33.750 unidades registradas no ano passado. O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, afirma que a expecta�va do setor é recuperar, em 2021, parte das perdas do ano anterior. “A chegada da vacina será o ponto chave para recuperarmos as perdas provocadas pela maior crise, tanto sanitária quanto econômica, que já enfrentamos. Por isso, acreditamos que a tendência é que a produção de motocicletas siga em ascensão nos próximos meses”, afirma. www.borrachaatual.com.br



CAPA Fermanian explica que a demanda pelo modal está em alta, tanto no mercado interno quanto externo, mas ressalta que as fabricantes seguem trabalhando com medidas restri�vas em suas unidades industriais, o que impacta no volume produ�vo e, consequentemente, nas vendas. “Recentemente, com a implantação do toque de recolher pelo governo do Amazonas, todas as associadas adequaram seus turnos de trabalho. Além disso, redobramos os cuidados com as medidas de saúde e segurança para garan�r a saúde dos colaboradores”, diz.

Indústria em processo de franca recuperação Os úl�mos dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados pelo IBGE – Ins�tuto Brasileiro de Geografia e Esta�s�ca –, mostram a indústria brasileira �rando o atraso causado pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Em novembro, a produção industrial brasileira registrou a sé�ma alta seguida e apontou crescimento de 1,2%, na comparação com o mês de outubro, na série com ajuste sazonal. A a�vidade industrial indicou recuperação da perda de 40,7%, acumulada entre o período de março e abril — quando havia caído ao seu menor nível da série — e se encontra 2,6% acima do patamar de fevereiro, quando a pandemia ainda não havia a�ngido a produção industrial do País. Dentre os setores com maiores destaques no crescimento da produção industrial está a indústria de máquinas e equipamentos, que teve alta de 4,1% em novembro, na comparação com o mês anterior. No balanço de 2020, o desempenho deste setor foi ainda melhor, em se tratando de faturamento. Segundo dados da ABIMAQ – Associação da Indústria Brasileira de Máquinas e Equipamentos –, no ano passado a renda líqui-

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da foi de R$ 144 bilhões, que representa um crescimento de 5,1% em relação a 2019. Segundo a en�dade, o final do ano sinalizou a normalização das vendas internas e melhoria das exportações para 2021. O ganho de fôlego do setor de máquinas contou com expressivo desempenho das vendas internas a par�r do segundo semestre. Em dezembro a renda domés�ca aumentou 50,9% em relação ao mesmo mês de 2019. No total do ano passado, as vendas internas cresceram 11,1%. Em relação às exportações, estas cresceram 0,9% em 2020 na comparação com o ano anterior, interrompendo uma longa sequência de quedas. No acumulado do ano, entretanto, as vendas externas de máquinas registraram a maior queda desde 2009. Entre janeiro e dezembro as exportações caíram 23,7%. Para 2021 a en�dade espera uma normalização na compra de máquinas à medida que a a�vidade interna ganhe tração, e uma retomada sustentável das importações.

Indústria química tem déficit de US$ 30,4 bilhões

O setor importou US$ 41,4 bilhões em produtos químicos em 2020, valor total pago pela aquisição das mais de 51,5 milhões de toneladas, recorde em volume importado pelo País ao longo de toda a série histórica de acompanhamento da balança comercial setorial pela Abiquim (desde 1989). Na comparação com os resultados de 2019, foi registrada uma redução de 6,3% no valor monetário das importações, mas uma significa�va elevação de 8,2% nas quan�dades �sicas adquiridas, em especial tendo em vista as graves conjunturas econômicas global e nacional decorrentes da pandemia de Covid-19. Para o presidente-execu�vo da Abiquim, Ciro Marino, o ano de 2020 será lembrado com um momento em que todos, em especial a indústria química, concentraram seus esforços no enfrentamento dos desafios sanitários, econômicos e sociais impostos pela pandemia, garan�ndo pleno abastecimento para as diversas cadeias de valor e evitando o caos na vida diária das pessoas. “Toda a indústria, par�cularmente a de transformação, teve, tem e con�nuará tendo papel decisivo no enfrentamento da pandemia e na transformação do movimento de retomada econômica em um ©OST2/PIXABAY

Importante agente no momento de crise sanitária, a indústria química nacional registrou forte déficit em 2020. O saldo nega�vo da balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 30,4 bilhões no ano passado – superando recentes es�ma�vas da Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química – fazendo com que pela quarta vez em toda a história da balança setorial em produtos químicos tal indicador superasse a marca dos U$ 30 bilhões (anteriormente foram os anos de 2013, US$ 32 bilhões, de 2014, US$ 31,2 bilhões, e de 2019, US$ 31,6 bilhões). www.borrachaatual.com.br



CAPA sustentável ciclo de recuperação e crescimento, salvando vidas, trazendo ainda mais inovação e soluções baseadas em ciência e gerando empregos e renda”, destaca Marino. Quando comparadas com as 37,5 milhões de toneladas de 2013, ano em que foi registrado o maior déficit no histórico da balança comercial de produtos químicos, de US$ 32 bilhões, observa-se um aumento de 37,5%, sobretudo em produtos químicos orgânicos e para o agronegócio, para os quais o Brasil tem domínio técnico e exper�se empresarial de produção e poderiam ser fabricados no País, diminuindo a dependência externa em cadeias estratégicas, caso as condições de compe��vidade em fatores de produção como energia, gás natural e logís�ca, fossem favoráveis para a atração de inves�mentos. Entre os grupos acompanhados, os intermediários para fer�lizantes foram percep�velmente o principal item da pauta de importação do setor com compras de pra�camente US$ 7,2 bilhões em 2020, equivalentes a 61,7% (31,8 milhões de toneladas) das 51,5 milhões de toneladas em compras externas de produtos químicos. As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, de US$ 10,9 bilhões, em 2020, �veram uma sensível redução de 13,6% na comparação com o ano anterior, considerando uma movimentação de 14,7 milhões de toneladas para os mercados de des�no, com reduções consideráveis nas quan�dades exportadas de gases industriais (37,1%), de produtos orgânicos (8%), de resinas e elastômeros (13,3%) e de químicos diversos (2,2%), todos esses grupos de mercadorias centrais no enfrentamento da pandemia, refle�ndo e comprovando o firme compromisso da indústria química brasileira em priorizar a manutenção de suprimento no mercado interno tanto nos momentos mais crí�cos da Covid-19 quanto também agora no movimento de retomada da economia.

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Produção e exportação de calçados caem em 2020 Outro setor que teve em 2020 um ano esquecível foi o de calçados. O período foi bastante di�cil para o setor calçadista brasileiro. Conforme dados divulgados pela ABICALÇADOS – Associação Brasileira das Indústrias de Calçados –, o setor pode ter perdido 21,8% da sua produção em 2020, retornando a patamares de 16 anos atrás. Na exportação a queda foi de 18,6%, pior número desde 1983. Já para 2021, a es�ma�va é de incremento tanto em produção (+14,1%) quanto na exportação de calçados (+14,9%). O crescimento, porém, não será suficiente para recuperar o “tombo” verificado no ano passado. Para o presidente-execu�vo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, a a�vidade vem em recuperação gradual, tendo criado mais de 30 mil postos de julho a novembro (úl�mo dado disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego). “A abertura do varejo, que absorve mais de 85% das vendas do setor, foi fundamental para o resultado”, comenta. Por outro lado, o crescimento não foi suficiente para reverter as perdas de postos nos meses mais crí�cos da pandemia e das restrições ao varejo �sico. Entre março e junho do ano passado mais de 60 mil trabalhadores perderam seus empregos. O dado até novembro mostra que o setor está empregando 255 mil pessoas, 13% menos do que no mesmo mês de 2019. Quanto à produção de calçados, a queda no acumulado até novembro foi de 23,4% (para 654,1 milhões de pares fabricados), sendo que o ano deve fechar com uma queda de 21,8%, indicando pequena melhora no úl�mo mês de 2020. “Fecharemos o ano com a produção de 710 milhões de pares, nível registrado em meados dos anos 2000”, destacou Ferreira. Para 2021, a expecta�va é de que o setor cresça 14,1% sobre a base fraca do

ano passado (para 811 milhões de pares). “Porém, ainda que a es�ma�va se realize, estaríamos 10,3% abaixo do desempenho de 2019 (908 milhões de pares), na pré-pandemia”, projeta o dirigente. “O estrago foi muito grande, mas esperamos que com a vacinação em massa e as coisas retornando ao normal possamos experimentar uma recuperação. Mas ainda vamos ficar longe do ideal”, acrescenta o execu�vo, ressaltando que para que o crescimento seja sustentável é preciso que o Estado brasileiro promova as reformas estruturantes necessárias, especialmente a tributária. “Vivemos em um manicômio tributário. Não havendo uma reforma neste sen�do, não teremos como sustentar a recuperação”, afirma. Exportações – Respondendo por cerca de 15% das vendas do setor calçadista brasileiro, as exportações terminaram 2020 com um revés de 18,6% em pares (93,8 milhões de pares) e de 32,3% em dólares (US$ 658,3 milhões) no compara�vo com 2019, pior resultado em quase quatro décadas. Com o retorno gradual das negociações internacionais, especialmente as grandes feiras comerciais, a expecta�va é de um crescimento de 14,9% ao longo de 2021 (108 milhões de pares). “Ainda assim ficaremos 6,5% aquém de 2019”, diz Ferreira. Segundo Ferreira, os principais des�nos das exportações, em 2020, seguiram sendo Estados Unidos (9,3 milhões de pares e US$ 137,8 milhões, quedas de 22,1% e 30,8%, respec�vamente); Argen�na (7,7 milhões de pares e US$ 72,6 milhões, quedas de 23,5% e 30,8%) e França (7,1 milhões de pares e US$ 59,2 milhões, quedas de 10,7% e 2,1%). As principais origens dos embarques foram Rio Grande do Sul (22 milhões de pares e US$ 292,5 milhões de pares, quedas de 28,8% e 34,8%); Ceará (33 milhões de pares e US$ 167 milhões, quedas de 14,5% e 28,1%); e São Paulo (6,4 milhões de pares e US$ 66,8 milhões, quedas de 16,5% e 35,3%).  www.borrachaatual.com.br


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ARQUITETURA DE BORRACHA: Não-convencional e versátil Por: GIOVANNA SPALLETTA

©KONSTANTIN KOLOSOV/PIXABAY

Rubber Holiday Home / Benthem Crouwel Architects. Foto: Jannes Linders.

Material ganha cada vez mais espaço em notáveis projetos de arquitetura. A descoberta da versatilidade da borracha cria novas possibilidades de design como aplicação em fachadas e soluções para interiores de projetos arquitetônicos 16

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a maioria das vezes, a borracha não é considerada um material de construção convencional – pelo menos não na mesma proporção que materiais como madeira, concreto ou vidro. Mas sua versa�lidade por poder ser moldada em qualquer formato, ser a prova de fogo ou ter diversas formas de aplicação, faz com que cada vez mais se torne um material presente em obras arquitetônicas. A borracha é comumente usada em interiores para pisos de cores ou brilho extraordinários, e ainda mais inesperadamente para fachadas com aspectos exclusivos ou efeitos de acolchoamento. Essa funcionalidade é mo�vada por vantagens exclusivas, como suavidade, elas�cidade, durabilidade e consistência de cores. Originalmente criada a par�r da seiva de látex das seringueiras, a borracha é uma substância elás�ca naturalmente forte. Mais tarde, descobriu-se

que poderia ser reproduzida sinte�camente através de uma combinação de materiais naturais e sinté�cos, com resultados quase idên�cos. Dependendo do uso e das qualidades desejadas da borracha, as empresas modernas também introduziram cargas minerais, pigmentos naturais e aceleradores de vulcanização durante o processo de produção da borracha. Essa capacidade de introduzir pigmentos naturais é propícia à produção de pisos coloridos e brilhantes. O tipo de piso do Music Center Theatre Teca do Dapstudio, em Bérgamo, Itália, por exemplo, acrescentou personalidade estética ao edifício ao ser aplicado em laranja. Ao mesmo tempo é funcionalmente recomendado para edifícios públicos e de alto tráfego, onde é necessária demarcação de circulações, facilidade de limpeza, propriedades antiderrapantes e redução de ruído. www.borrachaatual.com.br


Music Center Theatre Teca / Dapstudio. Fotos: Filippo Romano.

Por outro lado, podendo ser moldada em diversos formatos, a borracha apresenta uma versa�lidade de modificação de super�cies e texturas que permite a expansão de seu uso. No CDGIA – Liège Centre for Group Dynamics and Ins�tu�onal Analysis, projetado pelo Dethier Architecture, em Seraing, Bélgica, o pequeno orçamento promoveu o uso de materiais de baixo custo. Para minimizar a manutenção dos telhados sem

beirais, foram u�lizadas folhas pretas de borracha para cobertura, permi�ndo a obtenção de uma super�cie curva. Associada ao uso de paineis de policabornato nas fachadas, divisórias internas de vidro, piso de concreto polido e tetos de aço corrugado, essa cobertura confere ao prédio uma esté�ca industrial. Essa aplicação só é possível devido ao processo de vulcanização, que move con�nuamente o material entre os cilindros de metal a altas temperaturas, produzindo uma �ra de borracha perfeitamente regular, con�nua e plana. Já na Soundhouse, de Jefferson Sheard Architects, que abriga o departamento de música da Universidade de Sheffield, Reino Unido, a flexibilidade inata da borracha está presente na escura fachada, que possui manipulação preta semelhante a um estofamento. Cada fachada exterior é envolta em uma única folha de borracha de meia tonelada, composta por várias pequenas folhas que foram soldadas. Suas propriedades naturais de redução de ruídos também são aproveitadas no interior do edi�cio, em diversas salas de ensaio e estúdios de gravação, fazendo o isolamento acús�co existente no projeto.

CDGIA – Liège Centre for Group Dynamics and Institutional Analysis / Dethier Architecture. Fotos: Serge Brison.

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ARQUITETURA nhão picados. Todo o interior foi pintado de vermelho, incluindo a escada de madeira que levava a uma pequena plataforma de observação no topo. Conforme planejado, após um ano, o pavilhão foi desmontado e os pneus reciclados em lascas de borracha para os estábulos de um clube equestre local. Com toda essa versa�lidade, diminuição de ruídos, resistência às intempéries e ao fogo, baixa toxicidade por fumaça e pouca dificuldade de reciclagem, a borracha vem aos poucos se tornando um material viável e muitas vezes ideal para uso em projetos arquitetônicos específicos, com caracterís�cas peculiares e diversas. Soundhouse / Jefferson Sheard Architects. Fotos: Jefferson Sheard Architects.

resíduo para o meio-ambiente. No pavilhão “Belly of the Beast”, de Burn Ritani, na Nova Zelândia, a inspiração veio da frase do arquiteto Jeremy Till, que dizia que “toda arquitetura é lixo de construção em trânsito”. Foi levantada uma estrutura abstrata, com quase 12 metros de altura, coberta de pneus de camiO resgate histórico de construções também pode ser beneficiado pelo uso deste material. Na Rubber Holiday Home”, na ilha de Texel, costa da Holanda, o formato de an�gos galpões agrícolas pode ser reconstruído em uma nova residência, usando telhado e paredes construídos com painéis de madeira compostos pré-fabricados e borrifados com borracha líquida HB S-200 para criar um acabamento à prova d’água. Camadas de redes coloridas, uma homenagem ao pescador que primeiro habitou a ilha, foram colocadas sobre a borracha preta, dando à fachada um aspecto lúdico. A arquitetura temporária também se apropria das caracterís�cas da borracha e de sua representa�vidade como

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Rubber Holiday Home / Benthem Crouwel Architects. Foto: Jannes Linders.

Bibliografia

ArchDaily – Rubber Skin Buildings: A Malleable, Seamless Architecture, Lilly Cao Archi�zer – Bounce Back: 7 Resilient Rubber Buildings, Jon Cornachio.

Belly Of The Beast / Burn Ritani.

Fotos : Sam Hartnett.

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PNEUS

Tecnologia Run-Flat da Dunlop

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ecentemente, o heptacampeão da F-1, Lewis Hamilton, passou por uma situação co�diana no trânsito. O britânico postou nas redes sociais que precisou parar o carro no meio da rodovia para trocar um pneu que havia furado. Estes imprevistos com pneus, além de desagradáveis, geram desconforto nas viagens e podem trazer riscos durante o percurso, afinal os motoristas, às vezes, precisam parar em locais ermos para fazer a subs�tuição dos pneus. A fim de evitar tais problemas, uma tecnologia que permite ao motorista rodar com o pneu furado em situações de emergência ganha cada vez mais espaço: são os pneus autoportantes, comumente conhecidos como “Run-Flat”. Com o reforço estrutural das partes internas do pneu, como na lateral, ombro e talão, os pneus Run-Flat permitem que os motoristas trafeguem por um percurso de até 80 quilômetros, em uma velocidade máxima de 80 km/h, mesmo com furos ou danos ao pneu que provoquem baixa pressão ou mesmo a total perda de ar de seu interior. A opção pelos pneus Run-Flat proporciona, assim, mais segurança aos motoristas. Caso o pneu seja de fato usado com baixa pressão ou até mesmo sem ar em um momento de emergência, é necessário levá-lo posteriormente a uma loja para

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que um técnico possa avaliar se é possível reparar o produto de acordo com as normas técnicas, e se o produto tem condições de permanecer em uso, visto que a carcaça pode sofrer danos irreversíveis. O fato do pneu Run-Flat oferecer uma mobilidade de forma segura em um momento de emergência, não significa que ele poderá sempre rodar com baixa pressão ou sem ar de forma permanente. A u�lização de pneus Run-Flat também exige a u�lização de componentes e sistemas de segurança e alerta para o motorista do veículo, como sensores de monitoramento de pressão dos pneus, por exemplo. Na questão da manutenção, além dos cuidados convencionais com a calibragem correta e sistema de suspensão do veículo, os pneus Run-Flat demandam equipamentos e maquinário especializado para a correta montagem/desmontagem nas rodas do veículo. Também merece atenção especial o correto lado de montagem desses pneus, assegurando assim o correto sen�do de rodagem recomendado pelo fabricante. Para o mercado brasileiro, os pneus Run-Flat Dunlop são iden�ficados pela sigla DSST (Dunlop

Self-Suppor�ng Tire), que possuem uma combinação de tecnologias denominada CTT (Combined Tire Technology) e permitem um produto com uma menor rigidez na lateral e menor peso, além de um controle efe�vo de temperatura do pneu em uso, sem nenhuma redução das vantagens que esse �po de pneu oferece. A Dunlop tem à disposição dos consumidores pneus Run-Flat desenvolvidos para equipar os veículos das principais montadoras do mundo que demandam por essa tecnologia, como o 225/50RF18 98V que equipa o Lexus UX, o SP SPORT MAXX GT600 que equipa o super-espor�vo Nissan GT-R, além do modelo SP SPORT MAXX 050+ disponível para o mercado de reposição. Vale ressaltar que a consulta ao manual do fabricante do veículo é fundamental para avaliar as caracterís�cas dos pneus aplicáveis em cada carro. Ao disponibilizar a tecnologia RunFlat para os seus clientes, a Dunlop aposta em inovação e trabalha para disponibilizar pneus que ofereçam desempenho e tecnologia, sem abrir mão da segurança. “A Dunlop atua para oferecer o que há de melhor no quesito segurança para os seus clientes. Ao disponibilizar a versão Run-Flat para os consumidores brasileiros, à empresa segue com o seu papel de trazer ainda mais bene�cios, aliado a mais alta tecnologia para os veículos que circulam pelo país”, diz Rodrigo Alonso, gerente sênior de Marke�ng e Vendas da Dunlop.  ©DIVULGAÇÃO

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Bridgestone Bandag lança bandas para uso rodoviário e de veículos leves

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A Bandag, empresa pertencente à Bridgestone, dedicada à pesquisa, desenvolvimento e manufatura de bandas de rodagem, ampliou sua abrangência de mercado com o lançamento de dois novos produtos. Com foco no segmento rodoviário, a marca apresenta a BTL9 e,

para veículos leves, a BRSS LT. As novas bandas foram desenvolvidas para apresentarem qualidade superior, melhor desempenho e contribuírem para a redução dos custos operacionais dos motoristas, pensando nos diferentes perfis e necessidades dos usuários finais. Criada para ser usada em eixo livre, a banda radial BTL9 possui ejetor de pedras nos sulcos para proteção das cintas, ombros arredondados que minimizam os efeitos do arraste lateral e um desenho moderno, proporcionando maior estabilidade e versa�lidade na aplicação. Já a BRSS LT é uma extensão da banda BRSS, lançada em 2019, e foi desenvolvida para veículos leves em aplicação mista, com um composto que ajuda na resistência contra cortes e picotamento em estradas pavimentadas e não pavimentadas. A banda também possui ejetor de pedras no fundo dos sulcos,

cujo desenho facilita a autolimpeza, contribuindo para uma maior vida ú�l da carcaça. Todos esses atributos possibilitam aos motoristas um excelente desempenho quilométrico. “Nossos produtos são pensados para atender a necessidade do cliente final”, comenta Gonzalo Muzzupappa, Gerente de Marke�ng Bridgestone La�n America South. “Esta ampliação de por�ólio reforça o padrão de qualidade da Bandag, com produtos específicos para cada perfil de cliente, atendendo expecta�vas em relação à performance, segurança e custo-bene�cio ao motorista”, completa. A BTL9 está disponível nas medidas 210, 230, 240, 250 e 260 mm e, em fevereiro, contará com a medida 220 mm. Já a BRSS LT pode ser encontrada nas medidas 188 e 205 mm e, a par�r do próximo mês, também nas 180 e 195 mm. 

Barum Bravuris 5HM combina desempenho, elevada quilometragem e preço competitivo Alto desempenho e baixa resistência ao rolamento são caracterís�cas que dificilmente estão associadas a um pneu com a proposta de alta quilometragem. O novo Bravuris 5HM consegue vencer esse desafio graças ao composto com sílica empregado em sua produção, que entrega também segurança nas frenagens. “O Bravuris 5HM foi desenvolvido especialmente para consumidores que buscam desempenho e durabilidade a um custo final extremamente compe��vo e integra a quinta geração de pneus de passeio de alta quilometragem (high mileage – HM) da marca Barum, incorporada ao por�ólio do Grupo Con�nental em 2004”, explica explica João Scalabrin, supervisor comercial de desenvolvimento de produto da Con�nental Pneus. www.borrachaatual.com.br

O 5HM é extremamente resistente à abrasão, permi�ndo a oferta de uma vida ú�l muito longa em razão de seu design inovador – com ranhuras laterais o�mizadas – e do equilíbrio a�ngido na distribuição da rigidez e do contato com o solo, permi�ndo uma pegada uniforme que evita o desgaste irregular e impacta posi�vamente no aumento da quilometragem. Graças ao seu desenho e ao uso de compostos resistentes à temperatura associados a componentes aprimorados, o Bravuris 5HM tem baixa resistência ao rolamento. Isso se se reflete em economia de combus�vel, o que reduz a emissão de CO2 beneficiando o meio ambiente, e proporciona maior conforto ao dirigir. Além dos compostos, o desenho de sua banda de rodagem garante máximo de-

sempenho tanto em piso seco como molhado. Vo l t a do para aplicação em veícu©DIVULGAÇÃO los que compõem a maior parte da frota nacional, como Gol, Saveiro, Fiat Palio, Fiat Uno, Chevrolet Prisma, Ford Ka, Ford Fiesta, Renault Clio, Kia Cerato, Renault Logan, entre outros, o Bravuris 5HM tem 22 medidas fabricadas na planta da Con�nental Pneus em Camaçari, na Bahia, e estará disponível na rede de revendedores oficiais da marca em todo o país em um total de 33 medidas dos aros 13 ao 19. 

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MXF Motors traz bicicleta elétrica de equilíbrio

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12” e 16”, motores com 80W e 150W, ambas com quadro feito em alumínio, transmissão por corrente, botão de segurança, autonomia de até 60 minutos com uma carga completa, que funcionam com ou sem o motor ligado. “Com design único, são modernas e perfeitas para a diversão em família. As crianças desenvolvem o senso de direção e aprendem a pilotar em duas rodas brincando. Nada se compara à evolução das mini-bikes elétricas”, comenta Gustavo Salvadori, analista de marke�ng da MXF Motors. O tamanho da roda também é essencial para um bom ajuste. As rodas determinam o equilíbrio, a estabilidade e a facilidade para a criança montar e controlar a bicicleta. Tal como acontece com as bicicletas para adultos, as des�nadas para crianças estão cada vez mais baixas e compridas, o que as tornam mais estáveis e fáceis para subir e descer. “As rodinhas, mesmo com as melhores intenções, podem desencorajar muitas crianças a andar de bicicleta, já que são instáveis e colaboram muito pouco para ensinar a se equilibrar. Elas eram um mal necessário antes das bicicletas de equilíbrio chegarem, e não é raro encontrar pais e crianças frustradas por não conse-

guirem aprender a se equilibrar com as rodinhas”, diz Gustavo. Escolha do tamanho certo – Os tamanhos das bicicletas infan�s são referenciados pelo diâmetro das rodas. Pode-se es�mar um aro sugerido para uma criança com base na idade, mas o melhor mesmo é testar a bicicleta, pois a altura de crianças com a mesma idade pode variar bastante. Em geral, a principal diferença encontrada no tamanho do aro está na distância entre o selim e o guidão, associada a uma maior distância entre os eixos. Se a bicicleta for muito longa para a criança, é fácil perceber quando ela virar o guidão, pois será forçada a se es�car muito, reduzindo o controle. Os pais devem estar atentos a esses detalhes ao presentearem seus filhos, escolhendo o tamanho do aro ao qual eles melhor possam de adaptar. Os equipamentos de segurança também são fundamentais, como capacete, protetores e luvas. Fazendo a escolha certa, toda criança terá a melhor lembrança dessa época, como aquele presente inesquecível do Papai Noel que não sai da nossa memória. 

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MXF Motors lança de maneira inédita no Brasil a EBiker: uma bicicleta elétrica de equilíbrio que promete se tornar febre entre as crianças como opção de lazer ao ar livre. E, ainda, promete tornar mais fácil a aprendizagem para os pequenos, com diversão e segurança. Mas, o que é uma bicicleta de equilíbrio? Aquelas rodinhas acopladas na roda traseira, para que os pequenos não sofressem uma queda até que aprendessem a se equilibrar sozinhos, não existem mais. As bicicletas de equilíbrio E-Biker vêm sem pedais e rodinhas. A grande vantagem desses modelos é que permitem às crianças aprenderem a andar mais rapidamente, podendo u�lizar os pés enquanto se familiarizam com os fundamentos do equilíbrio. Isso ajuda também a melhorar as suas habilidades motoras e de coordenação. Para crianças em idade pré-escolar, as bicicletas de equilíbrio são ideais. Elas têm a sensação de empurrar e equilibrar a bicicleta com os pés enquanto se movem. Isso também significa que a transição para uma bicicleta maior será muito mais rápida. A MXF Motors está lançando no Brasil dois modelos da E-Biker, com aros

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Cummins produz milésimo grupo gerador a diesel Introduzido em 2014, o gerador a diesel QSK95 da Cummins foi instalado em mais de 35 países, deixando sua marca em todos os con�nentes, exceto na Antár�ca. De data centers a hospitais, instalações de tratamento de águas residuais para minas e muitos outros setores, a série fornece energia confiável para uma variedade de aplicações de standby e principais. “Alcançar a produção do milésimo grupo gerador QSK95 é uma conquista notável para a Cummins e uma prova da aceitação do produto pelos mercados. A demanda pelo produto con�nua forte”, diz Doug Sunkel, gerente da fábrica da Cummins Fridley. Embora o motor QSK95 seja produzido em Seymour, Indiana, o grupo gerador é montado na fábrica da Cummins em Fridley, em Minnesota, também nos EUA. Em dezembro de 2020, um marco significa�vo foi alcançado quando a Cummins produziu seu milésimo grupo gerador QSK95, que alimentará uma instalação de um data center na América do Norte. Flexível, o

QSK95, de 95 litros, permite diferentes regulagens para operar no mercado global. No Brasil, por exemplo, em frequência de 60Hz, o grupo gerador chega a 3.500kW de potência. Segundo Heber Jordão, gerente de Power Systems da Distribuidora Cummins Brasil (DCB), responsável pela comercialização das sete unidades vendidas no País, “por aqui, enxergamos uma tendência na aplicação do QSK95 para atender projetos de missão crí�ca, como hospitais, por exemplo”. Dos 36 grupos geradores vendidos na América La�na, só o Chile já conta com 26 unidades em operação, sendo a grande maioria abastecendo o mercado de data centers para grandes empresas de tecnologia. No Brasil, as sete unidades também foram vendidas para atender o segmento. A Cummins Brasil conta com estrutura completa de atendimento para o mercado HHP (High Horse Power) de grupos geradores, ou seja, de potência superior a 800 kW, com suporte de vendas, pós-vendas e engenharia. 

Renda líquida de máquinas e equipamentos cresce 5,1% em 2020 Segundo dados da ABIMAQ – Associação da Indústria Brasileira de Máquinas e Equipamentos – no ano passado a renda líquida foi de R$ 144 bilhões, que representa um crescimento de 5,1% em relação a 2019. Segundo a en�dade, o final do ano sinalizou a normalização das vendas internas e melhoria das exportações para 2021. O ganho de fôlego do setor de máquinas contou com expressivo desempenho das vendas internas a par�r do segundo semestre. Em dezembro a renda domés�ca aumentou 50,9% em relação ao mesmo mês de 2019. No total do ano paswww.borrachaatual.com.br

sado, as vendas internas cresceram 11,1%. Em relação às exportações, estas cresceram 0,9% em 2020 na comparação com o ano anterior, interrompendo uma longa sequência de quedas. No acumulado do ano, entretanto, as vendas externas de máquinas registraram a maior queda desde 2009. Entre janeiro e dezembro as exportações caíram 23,7%. Para 2021 a en�dade espera uma normalização na compra de máquinas à medida que a a�vidade interna ganhe tração, e uma retomada sustentável das importações. 

Veículos comerciais da CAOA têm alta em 2020 A CAOA comemora alta de 3% nas vendas dos seus modelos comerciais no ano de 2020 em comparação ao ano de 2019. Mesmo em um cenário de crise e isolamento social instalado no país, os emplacamentos do Hyundai HR e do Hyundai HD80, produzidos na planta da CAOA Montadora, em Anápolis (GO), totalizaram 4.371 unidades. O Hyundai HR foi importado por dois anos pela CAOA, antes de ser consagrado como o primeiro veículo produzido na planta da Montadora em Anápolis (GO), em 2007. A camioneta se destaca por ter permissão para trafegar em grandes centros urbanos, em que o tráfego de caminhões é restringido pela legislação, e por ter a maior capacidade de carga da categoria, 1.800 kg. Durante 2020 o modelo teve a comercialização de 4.146 unidades. Já o caminhão leve, Hyundai HD80, começou a ser produzido e comercializado no país em 2017. O modelo obteve 225 emplacamentos no ano passado e se destaca no seu segmento por ter a maior capacidade de carga da sua categoria com 5.263 kg de capacidade de carga ú�l + carroceria, chassi resistente que possibilita ao cliente configurá-lo de acordo com as necessidades do seu ramo de a�vidade, motor diesel biturbo 3.0 com 170 CV e sistema de injeção EGR (que dispensa o uso do Arla 32), sistema de freios pneumá�co, entre outros atributos. 

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EQA é novo SUV elétrico compacto da Mercedes ©DIVULGAÇÃO

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Mercedes-Benz abriu a cor�na do crossover EQA, seu úl�mo veículo elétrico, como parte de uma lista de novos EVs que estão sendo planejados para os próximos anos. O SUV compacto terá um alcance de menos de 300 milhas, uma bateria de 66,5 kWh e um preço de lista líquido de € 39.950 ($ 48.442). O EQA, que é baseado na classe de SUVs da montadora alemã GLA, está programado para entrar em produção este ano na Europa, mas provavelmente não chegará aos EUA tão cedo. Um porta-voz da Daimler, empresa controladora da Mercedes-Benz, disse que o EQA ainda está sendo considerado para o mercado dos EUA. Os compradores de carros americanos fariam melhor esperando pelo crossover elétrico EQB, que estará in�mamente relacionado ao veículo da classe GLB mais boxier. O EQB também está programado para entrar em produção no final deste ano. Enquanto isso, os modelos EQS e EQE serão os primeiros EVs construídos na nova plataforma modular de veículos elétricos da Mercedes. O EQA é construído na mesma pla-

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taforma de veículo do SUV EQC de US $ 68.000, que deveria começar a ser comercializado nos Estados Unidos no início de 2020, mas foi adiado para 2021 . E como com o EQC, a Mercedes está contando com o Novo Ciclo de Direção Europeu (NEDC) para fazer uma es�ma�va de alcance de 486 quilômetros (300 milhas) para o EQA. O padrão NEDC é amplamente considerado desatualizado e está em processo de subs�tuição pelo Procedimento de Teste de Veículos Leves Harmonizados Mundialmente (WLTP), que supostamente é um pouco mais rígido. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos realiza seus próprios testes para definir es�ma�vas de alcance para carros elétricos, que tendiam a ser menores do que o NEDC e são considerados mais próximos do desempenho do mundo real. Se e quando o EQA vier aos EUA, é muito provável que seu alcance es�mado pela EPA seja inferior a 300 milhas. O EQA, que está sendo lançado como “EQA 250”, terá uma bateria de 66,5 kWh, que está um pouco acima da média para os EVs na estrada hoje. A maior bateria da Tesla é de 100 kWh, dis-

ponível no Modelo S e no Modelo X, que é uma das maiores baterias disponíveis atualmente. O EQA terá preço inicial na Alemanha de € 47.540,50. A Mercedes diz que planeja lançar variantes adicionais do crossover, incluindo uma versão de tração nas quatro rodas com um trem de força elétrico adicional que aumenta a potência de saída para 200 kW ou mais, ao mesmo tempo que oferece uma versão com um alcance de mais de 500 quilômetros (310 milhas ) com base no padrão WLTP. A Mercedes-Benz vê o EQA como um “ponto de entrada” na crescente família de veículos elétricos da montadora. Com um preço mais modesto do que o SUV EQC, o novo crossover certamente encontrará seu quinhão de compradores interessados. A questão é se a montadora alemã pode compe�r por compradores curiosos de EV quando Volkswagen, Tesla, BMW e outros parecem estar progredindo em um ritmo mais rápido.  www.borrachaatual.com.br


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Manifesto Coalização Indústria

A importância da Indústria de Transformação Abaixo o manifesto, na íntegra:

Quinze en�dades representando alguns dos mais relevantes setores industriais brasileiros lançaram em 22 de janeiro um manifesto em que reforçam a importância da Indústria de Transformação brasileira, e que foi escrito em conjunto pelas en�dades que fazem parte da coalização Indústria. A coalização Indústria é formada por 15 associações de importantes setores econômicos da indústria nacional e que representam 45% do PIB da indústria nacional, 65% das exportações brasileiras de manufaturados, geram 30 milhões de empregos diretos e indiretos e mais de R$ 250 bilhões em pagamentos de impostos. São elas: Anfavea, Abicalçados, Abrinq, AEB, CBIC, Abinee, Abimaq, Abiplast, Abiquim, Abit, Abcp, Eletros, Interfarma, Grupo FarmaBrasil e Ins�tuto Aço Brasil.

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Indústria de transformação quer transformar o Brasil Nossa gente merece e pode ter um futuro de desenvolvimento e justiça social

Nações com o porte do Brasil necessitam de uma forte indústria de transformação. Para a promoção de um projeto eficaz de desenvolvimento sustentado, ou seja, economicamente pujante, socialmente justo e ambientalmente correto, não basta o progresso dos serviços, agronegócio, prospecção mineral e setor financeiro. A constatação, tão óbvia e pra�camente consensual em todo o mundo, depara-se, ocasionalmente, com inconsistentes contrapontos no País, em contraste com o que se verifica nas nações ricas e nos demais integrantes dos BRICs. Nesses, é incontestável o papel da manufatura em sua jornada de modernização, inclusão socioeconômica, atração e promoção de inves�mentos produ�vos, criação intensiva de empregos, inovação e oportunidades de negócios. Tais ques�onamentos expressam uma visão muito rasa de que deveríamos nos ater às nossas vocações inatas na a�vidade industrial, ou seja, limitá-la ao processamento agroindustrial. Essa premissa não resiste sequer à análise referente ao equilíbrio da balança co-

mercial. Por mais que o agronegócio e a agroindústria tenham hoje elevada expressão no nosso comércio externo, teríamos um gigantesco déficit anual se não fabricássemos bens de capital, aço, produtos químicos, automóveis, cimento, plás�cos, brinquedos, calçados, medicamentos, máquinas e implementos agrícolas, trens, ônibus, caminhões, computadores, roupas, eletrodomés�cos, eletrônicos e uma infinidade de produtos de alto valor agregado. Negar-nos, enquanto economia e nação, a prerroga�va de desenvolver competências e tecnologias significa um retrocesso à jurássica lógica colonialista, resignando-nos à condição de fornecedores de produtos primários e compradores de bens avançados. Essa anacrônica equação sinte�za-se em uma palavra: subserviência. É fundamental para o desenvolvimento pleno, o atendimento às demandas da população e até mesmo para a soberania nacional reduzirmos as dependências, explorando nossas melhores competências, sejam elas naturais ou ob�das e conquistadas ao longo do tempo. Temos, neste exato momento de enfrentamento da Covid-19, um duro exemplo dessa questão: dependemos da importação de princípios a�vos para a produção de vacinas, certamente o item de maior demanda no mundo hoje, sujeitando-nos à boa vontade de laboratórios e governos estrangeiros, o que fatalmente atrasará o fim da pandemia no País. Felizmente, nossos competentes ins�tutos Butantan e Fiocruz, que par�ciparam do desenvolvimento de

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imunizantes, em breve terão a transferência de tecnologia, que lhes permi�rá autonomia para a fabricação. Para isso, contudo, desenvolveram competências. Como, aliás, fizeram a Alemanha, o Japão e a Coreia do Sul, devastados por guerras, que, muito além de suas vocações naturais, construíram três dos mais sofis�cados e diversificados parques industriais do mundo. Como também, em escala menor, demonstrou o Brasil, ao fabricar aviões de alto desempenho, ao pesquisar e desenvolver a tecnologia dos motores flex, fundamental e estratégica para que o mundo todo possa u�lizar biocombus�veis, mais limpos e renováveis, e ao produzir, graças ao ágil e eficiente ajuste de numerosas fábricas, respiradores pulmonares, máscaras e equipamentos de proteção individual para o enfrentamento da pandemia. Bastam estes três ó�mos exemplos nacionais e a preocupante questão pontual da vacina para deixar incontestavelmente claro que não devemos negligenciar o fomento industrial e o consequente avanço em P&D. É oportuno lembrar que até mesmo os Estados Unidos, país mais rico do planeta, está promovendo uma polí�ca de recomposição e fortalecimento de seu parque manufatureiro, reconhecendo sua expressão socioeconômica. Mais danoso do que a retórica ex�nta no mundo civilizado sobre o significado da indústria de transformação é o fato de o Brasil vir perdendo precocemente densidade no setor, ressuscitando e dando força ao conceito, com a ausência de polí�cas públicas voltadas ao fortalecimento e, o que é pior, com o disparo de fogo amigo contra a manufatura. Esta tem sido atacada por ondas de sobrevalorização ou fortes oscilações do câmbio, juros altos, escassez de crédito para financiamento de capital de giro e inves�mentos, insegurança jurídica,

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complacência alfandegária com produtos subsidiados em nações concorrentes, insuficiente aporte de recursos em pesquisa e impostos sem precedentes. Poder-se-ia argumentar que os demais setores também enfrentam tais obstáculos. É verdade, mas não na mesma proporção e gravidade. Os serviços têm lógica de concorrência internacional diferente e são regidos por um regime tributário dis�nto, assim como o mercado financeiro, que tem regulamentação específica para o seu funcionamento. A agropecuária nacional, felizmente, é provedora mundial. Nesse segmento, importamos apenas o que não produzimos em quan�dade suficiente aqui, como o trigo. Sua carga tributária é infinitamente menor, o que não �ra seus méritos na inovação e produ�vidade. Uma prova de que a manufatura é a�ngida desproporcionalmente, por exemplo, pela ar�lharia de impostos é o fato de recolher aos cofres públicos montante equivalente ao dobro de sua par�cipação no PIB. Um dado emblemá�co demonstra como todas essas agruras minam a compe��vidade industrial: estudo do Movimento Brasil Compe��vo (MBC) revelou que produzir no Brasil custa anualmente R$ 1,5 trilhão a mais, cerca de 22% de nosso PIB, do que na média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É exatamente o parque industrial que tem enfrentado e resis�do de modo heroico a todos esses problemas que sofre crí�cas de pensadores desatualizados, defensores, ao que parece, do neocolonialismo. É esse parque também que, nas regiões nas quais está mais presente, deixa sua marca, ao contribuir para os melhores indicadores socioeconômicos, de distribuição de renda e de educação, como se vê no interior de São Paulo, de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul.

É importante deixar claro que, a despeito de tudo, o setor tem se superado. Embora represente 21,4% do PIB, ainda responde por mais da metade das exportações de bens, 69,2% do inves�mento empresarial em P&D, 33% da arrecadação de tributos federais e 31,2% da arrecadação previdenciária patronal. Além disso, emprega 20,4% de todos os trabalhadores brasileiros, paga os melhores salários, é a a�vidade que mais gera impactos em cadeia, mais paga impostos e mais promove a difusão de tecnologia e produ�vidade, segundo dados do próprio IBGE. Quem entende o significado desses dados deve ficar mais preocupado ao verificar alguns outros números: nos úl�mos seis anos, em decorrência de todos os problemas aqui apontados, 36,6 mil fábricas fecharam as portas no Brasil; em 2020, sofremos o encerramento de a�vidades de 17 por dia. No ano passado, com a crise econômica nacional agravada pela Covid-19, o setor registrou sua menor par�cipação no PIB desde o início da série histórica, em 1946. Está mais do que na hora de sintonizarmos o discurso com o mundo que cresce, que se desenvolve e que joga o jogo estratégico. É preciso discutir a questão com desprendimento e mente aberta, num processo de mobilização para revitalizar a indústria de transformação e conduzir nosso país a um novo patamar de desenvolvimento. O setor não quer subsídios e benesses, mas apenas condições para recuperar e viabilizar sua competitividade. Nesse sentido, com a resiliência e capacidade de superação sempre presentes em sua história, que lhe permitem estar ainda entre os maiores parques manufatureiros do planeta, está aberto ao diálogo construtivo, com o sincero propósito de contribuir para transformar o Brasil numa grande e mais feliz nação. 

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QUÍMICA

Produção e demanda de químicos de uso industrial crescem em 2020 A essencialidade dos produtos químicos e a recomposição de estoques geram resultados positivos ao setor, mas importados já representam quase metade do consumo nacional. ©BDYCZEWSKI/FREEPIK

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s principais índices que medem o desempenho da indústria química cresceram em 2020 na comparação com o ano anterior. A produção teve elevação de 0,12%, as vendas internas subiram 1,71% e a demanda, medida pelo consumo aparente nacional (CAN), resultado da soma da produção mais importação excetuandose as exportações, cresceu 10,9%, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim. Já a u�lização da capacidade instalada ficou em 72%, dois pontos acima do patamar do ano anterior, mas ainda revelando uma ociosidade elevada, de 28%. No entanto, preocupa o setor o crescimento das importações, que em

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volume cresceram 17,9%, na comparação com 2019, e os produtos importados passaram a ocupar 46% da demanda interna. Em 2006, as importações �nham peso de 21% sobre o volume de demanda interna e, no início da série, em 1990, de apenas 7%. Já o volume de exportações recuou 15,8% em 2020, “isso evidencia a prioridade que foi dada ao atendimento do mercado interno durante o período de turbulência por conta da pandemia”, explica a diretora de Economia e Esta�s�ca da Abiquim, Fá�ma Giovanna Coviello Ferreira. Segundo a diretora da Abiquim, apesar de um segundo trimestre conturbado e cheio de incertezas, a essencialidade dos produtos químicos na prevenção e no combate à Covid-19, possibilitou uma rápida retomada das a�vidades, com destaque para os produtos u�lizados para tratamento de água, produtos de limpeza, sani�zantes, gases medicinais, descartáveis hospitalares, embalagens de alimentos, detergentes, desinfetantes, medicamentos, entre tantos outros. No segundo semestre, o destaque foi o crescimento da demanda que ocorre tradicionalmente para os químicos de uso industrial, presentes na base de diversas cadeias industriais, entre os meses de julho a outubro, em razão das encomendas de Natal e do período de verão, que eleva a procura por descartáveis e outros itens, além do impacto de recomposição geral de estoques em diversas cadeias. Como resultado, no quarto trimestre de 2020 a produção su-

biu 11,01% na comparação com mesmo período de 2019. Em igual período de comparação, as vendas internas cresceram 16%, enquanto o CAN teve alta de 10,6%. “A con�nuidade desse movimento de melhoria no curto prazo dependerá do impacto da segunda onda da Covid-19, que já afeta todo o mundo, e da velocidade da vacinação para a população”, avalia Fá�ma. Em relação aos preços, o índice fechou o ano com alta nominal de 40,37%. Descontados os efeitos da inflação, os preços médios reais do segmento de produtos químicos de uso industrial subiram 18% em 2020, recuperando as perdas de 18,1% do ano anterior. Se for u�lizado o dólar como deflator, os preços reais subiram 4,7% em 2020, mas sem recuperar o que havia sido perdido no ano anterior, ocasião em que houve queda de 17%. “Os preços no mercado interno acompanham as oscilações e flutuações ocorridas no mercado internacional, especialmente pela caracterís�ca do Brasil não ser ‘formador de preços’, mas ‘tomador’. O mercado domés�co de produtos químicos possui relação estreita e é fortemente impactado pelo comportamento da cotação do barril de petróleo e do gás natural e, consequentemente, da na�a petroquímica e outras matérias-primas básicas do setor, o que jus�fica a flutuação recente. Em abril do ano passado, a na�a petroquímica estava custando US$ 136 a tonelada na Europa, chegando a US$ 428 a tonelada em dezembro”, explica a diretora da Abiquim.  www.borrachaatual.com.br


Polímero para revestimento da Evonik é anuído pela ANVISA ©DIVULGAÇÃO

O EUDRAGUARD® protect, um copolímero básico de metacrilato, foi apresentado há alguns anos pela Evonik, que sempre manteve forte parceria com a indústria farmacêu�ca e nutracêu�ca. Desde então, foram iniciados os trabalhos regulatórios para comprovar a segurança do seu uso em suplementos alimentares junto à ANVISA. Após grandes esforços, o EUDRAGUARD® protect recebeu o parecer posi�vo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (processo 25351.650145/2019-15). A anuição do polímero pela ANVISA e sua inclusão na Lista de Adi�vos Autorizados para Uso em Suplementos Alimentares Sólidos, ainda pendente de publicação, entrega ao mercado nutracêu�co uma nova solução para contornar os desafios das formulações de suplementos sólidos. O copolímero básico de metacrilato (INS 1206), ob�do a par�r de polimerização, teve solicitação de inclusão na lista de adi�vos como glaceante para uso em suplementos alimentares sólidos com um limite máximo de 10%, o mesmo definido pelo Joint FAO/WHO Expert Commi�ee on Food Addi�ves (JECFA). O reves�mento final possui brilho caracterís�co dos powww.borrachaatual.com.br

límeros acrílicos, alta capacidade de carreamento de pigmentos e confere, ainda, super�cie lisa, que diminui atrito com a mucosa e facilita a deglu�ção dos comprimidos. Muitos nutrientes apresentam odor desagradável e são, portanto, frequentemente recusados como suplementação regular. Nesses casos, a aplicação de um reves�mento funcional, sem retardar a liberação dos ingredientes, é a solução ideal. Com liberação imediata no estômago, o EUDRAGUARD® protect pode ser usado em formulações de suplementos alimentares sólidos de vitaminas, minerais, aminoácidos e outros. “A lista de adi�vos autorizados para uso em suplementos alimentares restringe as possíveis estratégias para o desenvolvimento de nutracêu�cos. A anuição do EUDRAGUARD® protect pela ANVISA vem em um momento adequado, onde a crescente consciência de saúde pessoal e do consumo de nutracêu�cos exigem soluções inovadoras para melhorar aparência, estabilidade e aceitação do produto final. A Evonik tem muito a colaborar nesse sen�do”, destaca Lucas Cusin, Coordenador de Serviços de Formulação e Aplicação da área de Health Care da Evonik para a América La�na. 

Artecola e Simalfa anunciam adesivos aquosos para espumas e têxteis A Artecola Química anuncia parceria com a Simalfa, companhia suíço-americana que se apresenta, acima de tudo, como uma empresa ambiental, com amplo domínio da tecnologia de produção de adesivos à base d´água. A parceria terá início com atuação no Brasil e na Argen�na. Pioneira e referência mundial em adesivos aquosos aplicados por spray com aderência instantânea, a Simalfa se diferencia no mercado por duas caracterís�cas muito iden�ficadas com a Artecola: a Inovação e o atendimento técnico. “Temos um perfil muito parecido, porque desenvolvemos Sustentabilidade através da Inovação e oferecemos não apenas produtos, mas todo um acompanhamento técnico ao cliente para que os resultados sejam sempre os mais produ�vos. Agora estaremos ainda mais alinhados, atuando de maneira conjunta”, declara o Presidente Execu�vo da Artecola, Eduardo Kunst. Com esta aliança, a Artecola passa a contar um uma linha completa de adesivos spray para as indústrias de colchões, móveis, têxteis, calçados e automo�vo, desde os tradicionais adesivos à base de solventes até os inovadores aquosos e hot melt (100% sólidos). A parceria também irá garan�r o fornecimento de produtos Simalfa a clientes globais, que hoje compram produtos da marca em suas unidades na Europa, América do Norte e Ásia, mas ainda não encontravam os produtos e o atendimento localmente. “Trabalharemos dentro do mesmo compromisso de oferecer pronta-entrega e consultoria técnica a todos os clientes, tudo isso com produtos sustentáveis e de alta performance”, enfa�za o Presidente da Artecola. Mais informações podem ser ob�das em www.artecolaquimica.com.br. 

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QUÍMICA

Déficit em produtos químicos soma US$ 30,4 bilhões em 2020

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Brasil importou US$ 41,4 bilhões em produtos químicos em 2020, valor total pago pela aquisição das mais de 51,5 milhões de toneladas, recorde em volume importado pelo País ao longo de toda a série histórica de acompanhamento da balança comercial setorial pela Abiquim (desde 1989). Na comparação com os resultados de 2019, foi registrada uma redução de 6,3% no valor monetário das importações, mas uma significa�va elevação de 8,2% nas quan�dades �sicas adquiridas, em especial tendo em vista as graves conjunturas econômicas global e nacional decorrentes da pandemia de Covid-19. Quando comparadas com as 37,5 milhões de toneladas de 2013, ano em que foi registrado o maior déficit no histórico da balança comercial de produtos químicos, de US$ 32 bilhões, observa-se um aumento de 37,5%, sobretudo em produtos químicos orgânicos e para o agronegócio, para os quais o Brasil tem domínio técnico e exper�se empresarial de produção e poderiam ser fabricados no País, diminuindo a dependência externa em cadeias estratégicas, caso as condições de compe��vidade em fatores de produção como energia, gás natural e logís�ca, fossem favoráveis para a atração de inves�mentos. Entre os grupos acompanhados, os intermediários para fer�lizantes foram percep�velmente o principal item da pauta de importação do setor com compras de pra�camente US$ 7,2 bilhões em 2020, equivalentes a 61,7% (31,8 milhões de toneladas) das 51,5 milhões de toneladas em compras externas de produtos químicos. As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, de US$ 10,9 bilhões, em 2020, �veram uma sensível redução de 13,6% na comparação com o ano anterior, considerando uma movimentação de 14,7 milhões de tonela-

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©PUBLICDOMAINPICTURES/FREEPIK

das para os mercados de des�no, com reduções consideráveis nas quan�dades exportadas de gases industriais (37,1%), de produtos orgânicos (8%), de resinas e elastômeros (13,3%) e de químicos diversos (2,2%), todos esses grupos de mercadorias centrais no enfrentamento da pandemia, refle�ndo e comprovando o firme compromisso da indústria química brasileira em priorizar a manutenção de suprimento no mercado interno tanto nos momentos mais crí�cos da Covid-19 quanto também agora no movimento de retomada da economia. O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 30,4 bilhões em 2020 – superando recentes es�ma�vas da própria Abiquim – fazendo com que pela quarta vez em toda a história da balança setorial em produtos químicos tal indicador superasse a marca dos U$ 30 bilhões (anteriormente foram os anos de 2013, US$ 32 bilhões, de 2014, US$ 31,2 bilhões, e de 2019, US$ 31,6 bilhões). Par�cularmente preocupante, em 2020, foi o agravamento do resultado desfavorável com países asiá�cos (par�cularmente China e Índia), que, somados, passaram da representação de 20% (1/5) do total do déficit, em 2013, para pra�camente 35% (1/3) do total, no ano passado. Avaliando-se as trocas comerciais com os principais blocos econômicos regionais, em 2020, o Brasil foi superavitário apenas em relação aos países vizinhos e históricos parceiros comerciais, do Mercosul e da Aladi (Associação La�no-Ame-

ricana de Integração), respec�vamente saldos comerciais de US$ 1 bilhão e de US$ 276 milhões. Entretanto, foram novamente registrados resultados estruturais nega�vos expressivos em relação à União Europeia e ao Na�a (América do Norte), que somados ultrapassaram um déficit agregado de US$ 14,8 bilhões, além do mencionado crescente desbalanceamento com a Ásia (déficit com essa região se amplia de US$ 4,3 bilhões, em 2010, para US$ 10 bilhões, em 2020). Para o presidente-execu�vo da Abiquim, Ciro Marino, o ano de 2020 será lembrado com um momento em que todos, em especial a indústria química, concentraram seus esforços no enfrentamento dos desafios sanitários, econômicos e sociais impostos pela pandemia, garan�ndo pleno abastecimento para as diversas cadeias de valor e evitando o caos na vida diária das pessoas. “Toda a indústria, par�cularmente a de transformação, teve, tem e con�nuará tendo papel decisivo no enfrentamento da pandemia e na transformação do movimento de retomada econômica em um sustentável ciclo de recuperação e crescimento, salvando vidas, trazendo ainda mais inovação e soluções baseadas em ciência e gerando empregos e renda. É exatamente por isso tudo que a indústria brasileira, sobretudo a química, é um a�vo estratégico para o Brasil e deve ser amparada por polí�cas públicas consistentes, perenes e de Estado, especialmente em matérias econômicas e comerciais, elaboradas a par�r de uma visão que garanta segurança jurídica capaz de assegurar um ambiente de negócios que lhe dê condições de demonstrar toda a sua já comprovada compe��vidade da porta para dentro. É mister resolver as limitações que o Custo Brasil apresenta para o exercício pleno de seu potencial produ�vo”, destaca Marino.  www.borrachaatual.com.br


Lanxess desenvolve pré-polímeros de elastômero para rolos e rodas

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demanda por elastômeros de extrema capacidade de carga para rodas e rolos está crescendo em todo o mundo. Os materiais são usados, por exemplo, nas rodas de empilhadeiras, em rolosguia de prédios e elevadores industriais, e em rolos para máquinas agrícolas e montanhas-russas de alto desempenho. A LANXESS, empresa de especialidades químicas, respondeu a essa tendência desenvolvendo sistemas personalizados de pré-polímero de elastômero termofixo e endurecedores relacionados. Além disso, a empresa de especialidades químicas oferece suporte aos clientes com amplos serviços para o�mizar os componentes feitos com esses materiais. Por exemplo, o pré-polímero Adiprene PP1095H foi desenvolvido para rodas e rolos mecanicamente bastante tensionados e de alto desempenho de funcionamento rápido. “Isso resulta em elastômeros com um nível extremamente alto de propriedades dinâmicas em comparação com os materiais industriais padrão para essas aplicações e são extremamente resistentes à fadiga”, explica Ian Laskowitz, gerente de desenvolvi-

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mento de aplicações da unidade de negócios Urethane Systems. “Graças a um modelo matemá�co proprietário, também somos capazes de o�mizar o uso das vantagens do material dos elastômeros no que diz respeito às especificações de projeto do cliente e prever com precisão o desempenho das rodas e rolos”. Quase nenhum calor acumulado com deformação periódica – Adiprene PP1095H é um pré-polímero à base de poliéster terminado com diisocianato de p-fenileno (pPDI). Com o endurecedor Vibracure A250, produz elastômeros com dureza 95 Shore A. Estes mantêm suas excelentes propriedades dinâmicas em uma ampla faixa de temperatura. Isso ocorre porque o fator de dissipação tan d, que descreve a conversão de energia em calor sob uma carga pulsante, é menor que em materiais-padrão industriais comparáveis. “Nossos elastômeros geram menos calor quando sujeitos a deformações frequentes e rápidas. Portanto, eles não sobreaquecem em uso con�nuo, permi�ndo o aumento da capacidade em comparação com outros materiais”, diz Laskowitz. Este comportamento de histerese favorável também reduz a resistência ao rolamento, o que, por sua vez, leva à economia de energia quando, por exemplo, operar empilhadeiras. Graças a essas caracterís�cas, velocidades de operação mais altas e maior capacidade de carga podem ser alcançadas com essas rodas e rolos. Os respec�vos veículos, sistemas de transporte ou elevadores podem, portanto, ser operados de forma mais rápida e eficiente. Alta precisão de previsão – O modelo matemá�co proprietário da LANXESS para prever o desempenho

das rodas e rolos leva em consideração as propriedades do elastômero, a geometria das rodas e rolos e as condições operacionais. Em primeiro lugar, os parâmetros do material, como as propriedades de amortecimento do material (tan d), são determinados para o sistema de elastômero selecionado em uma análise dinâmico-mecânica. As especificações do cliente são então levadas em consideração – como a geometria da roda, ciclo de trabalho e temperatura de operação. A ferramenta então calcula as cargas e as velocidades de operação nas quais o material falha devido à histerese, bem como prevê suas outras falhas relacionadas a tensões, como fadiga e falhas de adesão. “Nossa ferramenta oferece uma precisão de predição muito alta em muitos setores diferentes. Temos conseguido ajudar inúmeros clientes a o�mizar suas rodas e rolos para atender às demandas exigidas da aplicação”, resume Laskowitz. “Isso se aplica não apenas ao Adiprene PP1095H, mas também a todos os nossos produtos de uretano fundido que a LANXESS desenvolveu para este segmento de aplicação. Isso inclui muitos sistemas de pré-polímero à base de éster, éter e policaprolacton produzidos com uma variedade de isocianatos”.  ©DIVULGAÇÃO

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CALÇADOS

Produção e exportação de calçados caíram em 2020

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ano de 2020 foi bastante di�cil para o setor calçadista brasileiro. Conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em cole�va on-line realizada, dia 13 de janeiro, o setor pode ter perdido 21,8% da sua produção em 2020, retornando a patamares de 16 anos atrás (dado oficial, do IBGE ainda será divulgado). Na exportação a queda foi de 18,6%, pior número desde 1983. Já para 2021, a es�ma�va é de incremento tanto em produção (+14,1%) quanto na exportação de calçados (+14,9%). O crescimento, porém, não será suficiente para recuperar o "tombo" verificado no ano passado. Para o presidente-execu�vo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, a a�vidade vem em recuperação gradual, tendo criado mais de 30 mil postos de julho a novembro (úl�mo dado disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego). "A abertura do varejo, que absorve mais de 85% das vendas do setor, foi fundamental para o resultado", comenta. Por outro lado, o crescimento não foi suficiente para reverter as perdas de postos nos meses mais crí�cos da pandemia e das restrições ao varejo �sico. Entre março e junho do ano passado mais de 60 mil trabalhadores perderam seus empregos. O dado até novembro

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mostra que o setor está empregando 255 mil pessoas, 13% menos do que no mesmo mês de 2019. Quanto à produção de calçados, a queda no acumulado até novembro foi de 23,4% (para 654,1 milhões de pares fabricados), sendo que o ano deve fechar com uma queda de 21,8%, indicando pequena melhora no úl�mo mês de 2020. "Fecharemos o ano com a produção de 710 milhões de pares, nível registrado em meados dos anos 2000", destaca Ferreira. Para 2021, a expecta�va é de que o setor cresça 14,1% sobre a base fraca do ano passado (para 811 milhões de pares). "Porém, ainda que a es�ma�va se realize, estaríamos 10,3% abaixo do desempenho de 2019 (908 milhões de pares), na pré-pandemia", projeta o dirigente. "O estrago foi muito grande, mas esperamos que com a vacinação em massa e as coisas retornando ao normal possamos experimentar uma recuperação. Mas ainda vamos ficar longe do ideal", acrescenta o execu�vo, ressaltando que para que o crescimento seja sustentável é preciso que o Estado brasileiro promova as reformas estruturantes necessárias, especialmente a tributária. "Vivemos em um manicômio tributário. Não havendo uma reforma neste sen�do, não teremos como sustentar a recuperação", diz.

Exportações – Respondendo por cerca de 15% das vendas do setor calçadista brasileiro, as exportações terminaram 2020 com um revés de 18,6% em pares (93,8 milhões de pares) e de 32,3% em dólares (US$ 658,3 milhões) no compara�vo com 2019, pior resultado em quase quatro décadas. Com o retorno gradual das negociações internacionais, especialmente as grandes feiras comerciais, a expecta�va é de um crescimento de 14,9% ao longo de 2021 (108 milhões de pares). "Ainda assim ficaremos 6,5% aquém de 2019", afirma Ferreira. Segundo Ferreira, os principais des�nos das exportações, em 2020, seguiram sendo Estados Unidos (9,3 milhões de pares e US$ 137,8 milhões, quedas de 22,1% e 30,8%, respec�vamente); Argen�na (7,7 milhões de pares e US$ 72,6 milhões, quedas de 23,5% e 30,8%) e França (7,1 milhões de pares e US$ 59,2 milhões, quedas de 10,7% e 2,1%). As principais origens dos embarques foram Rio Grande do Sul (22 milhões de pares e US$ 292,5 milhões de pares, quedas de 28,8% e 34,8%); Ceará (33 milhões de pares e US$ 167 milhões, quedas de 14,5% e 28,1%); e São Paulo (6,4 milhões de pares e US$ 66,8 milhões, quedas de 16,5% e 35,3%).  ©JAROSŁAW BIALIK/PIXABAY

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Outros eventos do setor de calçados, conhecidos e globais, também optaram por edições digitais em virtude da nova onda do Coronavírus. A italiana Expo Riva Schuh/Lago de Garda será apenas online, e ocorre no período de 16 a 19 de janeiro. O mesmo vale para a Micam Americas/ Pla�orm Las Vegas, cuja versão digital está prevista para o período de 19 de janeiro a 16 de março. Já a americana Magic/Las Vegas ocorre de forma virtual de 1º de fevereiro a 1º de março, enquanto a alemã Ispo/Munique está agendada para o período de 1º a 05 de fevereiro. Congresso Brasileiro do Calçado – No período de realização da versão digital da Couromoda, também ocorrerá uma edição especial e virtual do Congresso Brasileiro do Calçado, que terá a curadoria do Comitê Couromoda de Varejo, que conta a par�cipação da ABIESV – Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo, ABO2O – Associação Brasileira Online to Offline, FecomercioSP, IBEVAR – Ins�tuto Brasileiro de Execu�vos de Varejo e Mercado de Consumo e LABFIN.PROVAR/FIA – Laboratório de Finanças e Programa de Administração de Varejo da Fundação Ins�tuto de Administração. “Teremos três importantes palestras, uma por dia. Serão nomes de peso em suas áreas e os temas serão de interesse do complexo calçadista. Lojistas e fabricantes par�ciparão de debates após cada apresentação. Estes even-

tos abrirão os dias de trabalho. Depois, todo o tempo será reservado exclusivamente para os negócios”, acrescenta Jorge Souza, diretor-superintendente da Couromoda. São Paulo Prêt-à-Porter – A mostra de confecções São Paulo Prêt-à -Porter, que sempre ocorre integrada à Couromoda, também será 100% digital em 2021. Os expositores já confirmados terão lugar garan�do na plataforma Couromoda Digital e um intenso trabalho junto a lojistas e compradores estrangeiros da área será desenvolvido para garan�r tráfego qualificado no evento digital, que também ocorre de 01 a 03 de março. Com isso, a versão presencial da Couromoda fica para 2022, entre os dias 16 e 18 de janeiro, já no Brasil imunizado e após a vacinação, sempre no Complexo do Expo Center Norte, em São Paulo. Cabe ressaltar que os expositores que compraram seus espaços para a edição �sica da Couromoda 2021 não terão nenhum custo extra direto para par�cipar da Couromoda Digital. A Direção e representantes da feira já estão contatando as indústrias para detalhar a operação. Informações e tutorial serão disponibilizados para todos. Além disso, os expositores que adquiriram seus espaços para a Couromoda 2021, Edição Presencial, terão seus contratos e áreas válidos para a COUROMODA 2022, Edição Física e Presencial, que será realizada de 18 a 20 de janeiro do próximo ano, no Expo Center Norte, em São Paulo.  ©DIVULGAÇÃO

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Couromoda 2021 será digital

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Feiras globais terão edições virtuais neste semestre

Em virtude das novas restrições impostas pelo Governo de São Paulo para conter a pandemia do Coronavírus, a Couromoda definiu que sua edição de 2021 será exclusivamente digital e realizada de 01 a 03 de março. Foi criada uma nova plataforma, o Couromoda Digital, que permi�rá a fabricantes e lojistas fazerem negócios com poucos cliques. Será um evento online, uma ferramenta desenvolvida para impulsionar contatos e negócios durante três dias com formato de maratona, com muita informação, possibilitando aos compradores uma visão das coleções e abrindo um contato direto com os expositores. "Trata-se de uma edição-conceito, que vai facilitar o contato e relacionamento entre a indústria e o varejo, com acesso fácil e a poucos cliques dos produtos e ofertas”, enfa�za o presidente da Couromoda, Francisco Santos. Vale destacar que a plataforma Couromoda Digital, hospedada dentro do portal Couromoda.com, ficará disponível – aos expositores da feira presencial e aos lojistas – 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante 365 dias; e será impulsionada em períodos específicos, quando serão realizados os eventos virtuais, em datas que são importantes para a indústria e comércio. 

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Governo zera imposto de importação de pneus de caminhão

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O governo reduziu a zero a tarifa de 16% cobrada na importação de pneus de caminhão. Segundo o ministério da Economia, a intenção é baratear o transporte rodoviário de cargas no Brasil. A re�rada da tarifa de importação de pneus de caminhão neutraliza o aumento do transporte marí�mo de cargas verificado durante a pandemia. Esta é a opinião dos representantes dos caminhoneiros autônomos e das empresas importadoras. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, a CNTA, diz que os pneus são o segundo maior custo do transporte, depois do diesel, como explicou o assessor execu�vo da organização, Marlon Maues. O representante dos caminhoneiros negou que haja entre a categoria alguma paralisação programada. A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus, a Abidip, calculou que a redução da tarifa de importação neutralizou o reajuste do frete marí�mo internacional verificado na pandemia. Agora, o presidente da en�dade, Ricardo Alípio, espera que o governo entre na Organização Mundial do Comércio (OMC), para inves�gar o aumento no preço desse �po de transporte. 

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Licenciamento de veículos cai 11,5% em janeiro A ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - divulgou em 4 de fevereiro os números da indústria automobilís�ca no mês anterior. A produção de 199,7 mil unidades cresceu 4,2% sobre janeiro de 2020, mas recuou 4,6% em relação a dezembro. Já as exportações, com 25 mil unidades embarcadas, o cresceram 21,9% sobre o mesmo mês do ano passado, porém com queda de 34,8% em relação ao mês anterior.

Já o licenciamento total de 171,1 mil autoveículos representou desempenho nega�vo, mesmo levando-se em conta os dois dias úteis a menos de janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado. A queda foi de 11,5% em relação a janeiro de 2020 e de 29,8% na comparação com dezembro. A en�dade vê fatores preocupantes no horizonte, como o baixo estoque de veículos e o agravamento da pandemia. 

Moto Honda suspende produção Em virtude dos impactos da covid-19 nas cadeias de suprimento, que geram indisponibilidade de insumos para a produção, e o agravamento da pandemia no estado do Amazonas, a Moto Honda da Amazônia informa a parada temporária de sua linha de produção de 25 de janeiro a 3 de fevereiro.

A retomada estava prevista para 4 de fevereiro, até o fechamento desta edição, não havia no�cias do retorno. Durante esse período, os colaboradores das áreas administra�vas e produ�vas entram em férias cole�vas, permanecendo um con�ngente mínimo de pessoas para a realização de a�vidades essenciais. 

Evonik fornece tecnologia essencial A pandemia da COVID-19 promoveu um grande avanço na área de vacinas baseadas em genes usando uma tecnologia na qual a Evonik é líder global. Atualmente, o único modo de se fazer uma vacina de mRNA eficaz é por meio da encapsulação com nanopar�culas lipídicas (LNP). Elas oferecem uma proteção ao mRNA, que será o responsável por es�mular a resposta do sistema imune, permi�ndo que ele chegue ao seu local de ação – a célula. Do contrário, bastariam alguns segundos para que se degradasse na corrente sanguínea e tornasse a vacina sem efeito. “O enfrentamento da pandemia depende em grande medida da dispo-

nibilidade de vacinas eficazes”, diz o CEO da Evonik, Chris�an Kullmann. “O fato de a oferta de vacinas ser iminente é uma façanha da indústria farmacêu�ca e de biotecnologia, que nós apoiamos com nossas aplicações altamente especializadas desde o desenvolvimento da formulação até à produção”.  ©DIVULGAÇÃO

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Pneus fecham 2020 com baixa de 12,9%

Ford encerra produção A Ford Brasil anunciou no dia 11 de janeiro que encerrará sua produção nas plantas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller (Horizonte, CE) durante 2021. O principal mo�vo são as perdas que a pandemia de Covid-19 causou à empresa no país,resultando na ampliação da capacidade ociosa da indústria e na redução das vendas, que já vinham ocorrendo há alguns anos. No total, mais de 5 mil funcionários serão demi�dos - no Brasil e também na Argen�na. O plano de indenização está sendo discu�do com sindicatos. A Ford Motor Company anunciou também que atenderá os consumidores na América do Sul importando da

Argen�na, Uruguai e outros mercados, veículos de seu por�ólio, especialmente SUVs, picapes e veículos comerciais. Entre estes, estão garan�dos a nova picape Ranger produzida na Argen�na, a nova Transit, o Bronco, o Mustang Mach 1, além de futuros modelos conectados e eletrificados. A montadora promete manter assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garan�a para seus clientes no Brasil e na América do Sul. Também deverá manter o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo. 

Oxiteno no “ EcoVadis Sustainability Rating” A Oxiteno, líder na produção de tensoa�vos e especialidades químicas na América La�na, avançou duas categorias no ranking da EcoVadis, plataforma reconhecida mundialmente por avaliar a performance de sustentabilidade empresarial. A�ngindo 73 de um total de 100 pontos, a companhia se posiciona na categoria Pla�num, a mais alta do ranking e ocupada por apenas 1% das empresas avaliadas. A Oxiteno é a segunda companhia brasileira a conquistar essa posição. 

As vendas totais da indústria brasileira de pneus fecharam o ano de 2020 com baixa de 12,9% em comparação com o ano anterior. Tal baixa no acumulado do ano foi observada nas vendas de todos os segmentos, pneus de passeio (-19,2%), comerciais leves (-13%), carga (-1,8%) e moto (-1,2%). Nota-se, com isso, que mesmo apresentando sucessivos meses de boas vendas, incluindo um mês de dezembro 9,5% maior em 2020 do que foi em 2019, o setor não conseguiu reverter as perdas dos meses de grande baixa. Esse comportamento pode ser observado nos segmentos de comerciais leves (27%), carga (25,8%) e motocicleta (20,3%). Os dados fazem parte do levantamento setorial divulgado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumá�cos (ANIP). “Em um ano totalmente único, com suspensão de produção por um período determinado e de amplas medidas de prevenção em relação ao covid-19 que ainda permanecem, a indústria de pneumá�cos no Brasil respondeu prontamente às necessidades de todos os mercados, inclusive com crescimento no fornecimento do equipamento original”, analisa Klaus Curt Müller, presidente execu�vo da ANIP. 

Recuperação só virá com redução do Custo Brasil Mesmo experimentando uma recuperação no úl�mo bimestre de 2020, o setor calçadista nacional, responsável pela geração de mais de 255 mil empregos diretos no Brasil, vem mostrando preocupação quanto à sustentabilidade da retomada para os próximos anos. O presidente-execu�vo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, destaca

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que o setor deve encerrar 2020 com uma queda de 22% na produção de calçados, retornando ao patamar de 16 anos atrás, algo em torno de 710 milhões de pares. “São 200 milhões de pares a menos do que no ano anterior. Isso significou empregos de milhares de pessoas. Somente no pico da pandemia do novo coronavírus, entre março e junho perdemos mais de 60 mil postos”, conta o dirigente. Po-

rém, o setor passou a experimentar uma recuperação com a abertura gradual do varejo no segundo semestre, mas que não foi suficiente para “salvar” 2020. Em novembro passado, conforme o IBGE, a produção de calçados teve o único resultado posi�vo ante mesmo mês de 2019, 6,7%. “Ainda assim, entre janeiro e novembro de 2020 a queda acumulada ficou em 23,4%”, informa Ferreira.  www.borrachaatual.com.br


Vetta significa cume, montanha, sinônimo de topo, ápice ou auge. Este significado reflete exatamente nossa essência, exigimos sempre elevar nosso compromisso, respeito e dedicação ao mais alto nível. Reflete também nossa vontade em continuar crescendo e participar do crescimento dos nossos clientes, colaboradores e parceiros, de maneira ética e sustentável. Com isso, contamos, com uma equipe focada na satisfação do cliente, disponibilizando, canais diretos de comunicações, suporte técnico, entrega expressa, entre outros benefícios. Os investimentos em inovação não param.

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Cobreq lança pastilha de freio cerâmica

A Cobreq apresenta ao mercado a nova pas�lha de freio Cobreq Cerâmica que atende veículos da linha leve, com foco em SUV's, sedans médios e picapes, e chega trazendo inovação para o segmento automo�vo. Elaborada com matérias-primas de alta qualidade para componentes cerâmicos, a peça garante a redução de ruído, menos pó nas rodas e uma frenagem livre de vibrações. Desenvolvidas através de tecnologia avançada pela Cobreq, as pas�lhas são ecológicas e apresentam diferenciais fundamentais e favoráveis para o dia a dia. Através do material cerâmico as pas�lhas sofrem um desgaste diferenciado, produzindo menos sujeira nas rodas além de proporcionar uma experiência confortável e silenciosa, devido a baixa emissão de ruído. A pas�lha cerâmica é ecológica, livre de substâncias e elementos nocivos à saúde, desenvolvida com um material de fricção inovador. Foram dois anos de pesquisas e avaliações até chegar ao produto final, alinhando performance, qualidade e segurança com soluções sustentáveis. 

Roletes azuis para velocidades máximas de esteiras A Igus desenvolveu um novo polímero de alto desempenho especialmente para uso na produção de alimentos. Com o iglidur A250, a especialista em plás�cos para movimentação amplia sua gama de produtos para roletes. O tribo-polímero azul não é apenas detectável visualmente, mas está em conformidade com a regulamentação FDA e a UE e também é resistente ao desgaste e suporta altas velocidades de correia de até 1 m/s. Como resultado das crescentes demandas por produ�vidade na indústria de alimentos, estão as velocidades de fabricação e, portanto, os requisitos dos elementos da máquina estão aumentando cada vez mais. Esse também é um desafio para os roletes que orientam as esteiras transportadoras de massas, por exemplo. Com mais de 50 anos de experiência em tecnologia de buchas autolubrificantes, a igus desenvolveu agora um novo material precisamente para esta aplicação. “Com o novo tribo-polímero iglidur A250, pela primeira vez temos um polímero em nossa gama de produtos que atende aos rígidos requisitos de higiene de ambos os regulamentos FDA e UE 10/2011 e também é adequado para altas velocidades de estei-

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ra”, explica Lars Braun, Chefe do Setor de Gestão de Alimentos e Tecnologia de Embalagem da igus GmbH. Isso torna o polímero de alto desempenho ideal para roletes. Os novos roletes de iglidur A250 requerem apenas uma baixa potência de acionamento devido à minimização do coeficiente de atrito. Como todos os polímeros iglidur, o iglidur A250 é isento de lubrificação externa, insensível a poeira e sujeira e fácil de limpar. Graças à sua cor azul, também é detectável visualmente. O novo material foi capaz de demonstrar sua longa vida ú�l e resistência ao desgaste no laboratório de testes da igus de 3.800 metros quadrados. Aqui foi mostrado que o iglidur A250 tem uma vida ú�l até 10 vezes mais longa do que outros materiais em conformidade com a FDA da igus em velocidades máximas de esteiras. 

Indústria produzirá mais de 1 milhão de motocicletas A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo – es�ma que as fábricas localizadas no PIM (Polo Industrial de Manaus) deverão produzir 1.060.000 motocicletas em 2021. O volume representa alta de 10,2% na comparação com as 961.986 unidades que saíram das linhas de montagem em 2020. No varejo, a expecta�va da Associação é de que sejam licenciadas 980.000 unidades, alta de 7,1% na comparação com as 915.157 motocicletas emplacadas em 2020. As exportações

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deverão totalizar 40.000 unidades, volume 18,5% maior em relação às 33.750 unidades registradas no ano passado. O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, afirma que a expecta�va do setor é recuperar, em 2021, parte das perdas do ano anterior. “A chegada da vacina será o ponto chave para recuperarmos as perdas provocadas pela maior crise, tanto sanitária quanto econômica, que já enfrentamos. Por isso, acreditamos que a tendência é que a produção de motocicletas siga em ascensão nos próximos meses”, afirma.  www.borrachaatual.com.br


Implementos projetam 10% de crescimento Com a economia reagindo em razão do início da vacinação contra a Covid-19, uma das maiores empresas de implementos do País, a 4TRUCK, espera alta de 15% para este ano. Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia de coronavírus, a indústria de implementos rodoviários fechou 2020 com saldo posi�vo. No compara�vo com 2019, o mercado interno registrou uma ligeira alta de 0,77% no número de emplacamentos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR). Ao todo, o setor emplacou 121.891 mil unidades no período, contra 120.962 no ano anterior. Só o agronegócio foi responsável por mais de 40% dos negócios de implementos pesados. Outros setores que �veram destaque são o da construção civil, com a retomada de lançamentos prediais e obras de infraestrutura, e o de transporte de medicamentos e alimentos. De acordo

com a en�dade, a reação destes segmentos pode ser considerado o principal fator para a estabilização das perdas registradas no início do ano (em abril, a indústria esperava uma queda de 30% no ano). Das sete categorias do segmento de leves, ao menos três �veram elevação nos índices: as betoneiras para atendimento da construção civil, com 890 unidades entregues e alta de 56%, além dos tanques (8,54%) e basculantes (6,84%). Já a categoria de baús alumínio e frigorífico registrou 24,3 mil entregas e fechou o ano com queda de 1,28%. Com 13 mil emplacamentos, os graneleiros e carga seca �veram retração de 16,73%. No geral, o segmento somou 54,5 mil unidades comercializadas - recuo de 5,19%. A Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR) projeta uma alta de até 10% nas vendas de implementos e prevê que o protagonismo ficará com a linha de le-

ves neste ano - o maior desafio, segundo a en�dade, será a pressão causada pelo aumento de preços. Já a 4TRUCK espera um crescimento de 15% para 2021, levando em consideração as perspec�vas do mercado, com os fatores de retomada da economia a par�r do início da vacinação, além de uma carteira reforçada de fro�stas e transportadores. “Com a questão da saúde mais estável a par�r da chegada da vacina contra a Covid-19, as coisas tendem a melhorar em termos econômicos. Por isso, pretendemos nos manter como referência no fornecimento de implementos para a linha leve e aumentar ainda mais nossa par�cipação na implementação de produtos ‘isotérmicos’ para cargas especiais (como vacina e medicamentos) e unidades móveis. Apesar das no�cias di�ceis já neste início de ano, como a do caso Ford, temos esperança de que este será um ano muito produ�vo”, finaliza Osmar Oliveira. 

Goodyear é patrocinadora oficial do Rally Piocerá 2021 A Goodyear é patrocinadora oficial da 34ª edição do Rally Piocerá, uma das maiores compe�ções off-road da América La�na e a segunda maior no Brasil. Esta é a primeira vez que a companhia patrocina oficialmente o rally, realizado de 26 a 30 de janeiro, com largada em Teresina (PI) e chegada em Aquiraz (CE). A inicia�va faz parte da estratégia de negócio da Goodyear, com foco em pneus para SUV's e Pick-Ups. "Em 2020 es�vemos presentes com duas equipes no Rally dos Sertões e, neste ano, seguimos engajados em manter a nossa marca presente em provas que são referência para o setor, como também é o Piocerá", explica Gabriel Corrêa, Gerente de Produto - Pneus Passeio da Goodyear. A par�cipação da companhia no www.borrachaatual.com.br

rally também teve o apoio da rede de revendedores oficial Goodyear, que ofereceu bene�cios exclusivos aos compe�dores, contribuindo para a divulgação da marca durante as provas. Para aproveitar ao máximo a exposição, a Goodyear elaborou um planejamento 360º, que inclui também uma parceria com o Habitat Natural, grupo de influenciadores que faz expedições pelo mundo em um veículo 4x4. "O grupo par�cipou da prova produzindo conteúdo e avaliando os pneus Goodyear usados. O material pôde ser conferido também nas redes sociais da marca", completa Gabriel. O rally acontece anualmente alternando os trajetos, sendo que em um ano parte do Ceará rumo ao Piauí (Cerapió) e no seguinte, do Piauí ao Ceará (Piocerá).

A compe�ção reúne pilotos e equipes do Brasil e do mundo de cinco modalidades diferentes: motos, carros 4x4, quadriciclos, UTVs e bicicletas. Conhecida pelas belas paisagens e trilhas ao longo do percurso, a prova contribui para o fortalecimento não só do esporte, mas também do turismo sustentável.  ©DIVULGAÇÃO

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A Sumitomo Rubber do Brasil, detentora das marcas Dunlop, Falken e Sumitomo no país comemorou o aniversário de 31 anos da cidade-sede da empresa: Fazenda Rio Grande, localizada na região metropolitana de Curi�ba, no Paraná, que foi fundada em 26 de janeiro de 1990. A fábrica da Sumitomo está presente no município desde 2013 e tem contribuído para o crescimento da região, tanto com os seus mais de 1,6 mil empregos diretos quanto pelo impacto posi�vo em toda a economia local. Há uma estação que realiza o tratamento de 100% do efluente domés�co da fábrica e existe o desenvolvimento de um trabalho para também contar com um sistema de reaproveitamento do efluente através de osmose reversa, que permi�rá reu�lizar 50% do efluente gerado no processo produ�vo. As tecnologias empregadas na fábrica no Brasil garantem uma expulsão mínima de gases poluentes no processo de fabricação dos pneus. Além disso, a fábrica da Sumitomo Rubber do Brasil envia apenas o mínimo de resíduos para aterros e há a procura de novos parceiros e tecnologias para a�ngir o “Aterro Zero”, reforçando o compromisso da empresa com a preservação do meio ambiente. 

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Sumitomo comemora aniversário de Fazenda Rio Grande

Dunlop supera 30 milhões de pneus produzidos no Brasil A Sumitomo Rubber do Brasil, detentora das marcas Dunlop, Falken e Sumitomo, produziu mais de 5 milhões de pneus para veículos leves, caminhões e ônibus em 2020, ultrapassando a marca de 30 milhões de pneus produzidos na fábrica de Fazenda Rio Grande, no Paraná, desde o início das operações em 2013. Os números acima são frutos do planejamento para todo o ano e comprovam mais uma vez a solidez da Sumitomo Rubber do Brasil no mercado nacional. Preocupada com todas as ações para mi�gar eventuais casos de contágio da Covid-19, a fábrica foi além de u�lização de máscaras, álcool em gel e a aferição de temperatura, adotando também medidas de prevenção inovadoras e cria�vas como a criação de um comitê de prevenção com patrulhas e mapas de controle, car�lha com todos os cuidados que os funcionários devem ter e a produção de um vídeo de conscien�zação com a par�-

Emplacamentos de veículos caem 8,16% em janeiro A FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – divulgou em 2 de fevereiro que os emplacamentos de veículos novos, considerando todos os segmentos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros) somaram 274.093 unidades, o que representa uma baixa de 8,16% na comparação com janeiro do ano passado (298.459 unidades). Na comparação com dezembro de 2020 (363.142 unidades), houve retração ainda maior, de 24,52%. 

cipação dos filhos de alguns funcionários dando dicas de como se prevenir contra o vírus. Para Tufik Kairalla, gerente de Produção, “o momento exigiu flexibilidade para se adequar e minimizar o impacto desse ano di�cil e desafiador. Nos preparamos com ações de prevenção e controle de risco, o que nos permi�u voltar a plena capacidade produ�va após um período de paralisação da fábrica. “Apesar de todas as dificuldades, durante todo o ano de 2020 trabalhamos para seguir oferecendo produtos de qualidade para nossos clientes. Sempre atentos à segurança dos nossos colaboradores, ficamos contentes em saber que conseguimos alcançar números expressivos mesmo com as adversidades enfrentadas”, diz Rodrigo Alonso, gerente sênior de Marke�ng e Vendas da Dunlop. 

Produção industrial do Brasil desacelera em janeiro ao menor patamar desde junho A indústria brasileira registrou alta no início de 2021, mas em um ritmo menor em comparação a dezembro, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), divulgado pela IHS Markit em primeiro de fevereiro. O PMI caiu de 61,5 em dezembro para 56,5 em janeiro, o ponto mais baixo desde junho do ano passado. O índice compila dados de encomendas, produção, vendas internas e externas, emprego e custos levantados junto a mais de 400 empresas do setor no Brasil.  www.borrachaatual.com.br


Vendas de carros importados caem 0,4%

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As quinze marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores –, com licenciamento de 4.909 unidades, das quais 2.010 importadas e 2.899 veículos de produção nacional, anotaram em janeiro úl�mo queda de 0,4% ante igual período de 2020, quando foram comercializadas 4.930 unidades. Na importação, as 2.010 unidades vendidas significaram redução drás�ca de 16,5% ante as 2.407 unidades de

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janeiro de 2020; enquanto na produção nacional – com 2.899 unidades – houve aumento de vendas de 14,9% ante as 2.523 unidades de 2020. Ante o mês de dezembro de 2020, os veículos importados registraram queda de 17%. Foram 2.010 unidades em janeiro de 2021 contra 2.422 unidades de dezembro de 2020. De outra parte, os licenciamentos de veículos aqui produzidos por associadas à Abeifa caíram 34,7%. São 2.899 unidades ante as 4.440 unidades de dezembro úl�mo. “O ano de 2020 foi extremamente di�cil para o nosso setor, por conta da pandemia e da desvalorização do câmbio. Agora o ano começa, para a importação, ainda muito lento, registrando reduções expressivas de vendas sobre bases fracas do ano passado”, analisa

João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa. Nesse sen�do, a en�dade reforça e insiste em seu pleito de redução da alíquota do imposto de importação, passando dos atuais 35% para 20%, porcentual equivalente à Tarifa Externa Comum do Mercosul, diante do panorama persistente de alta do dólar e do euro, principais moedas de negociação internacional de importação. Em janeiro úl�mo, com 4.909 unidades licenciadas (importados e produção nacional), a par�cipação das associadas à Abeifa foi de 3,02% do mercado total de autos e comerciais leves (162.567 unidades). Se consideradas somente as unidades importadas, as associadas à en�dade responderam por 1,24% do mercado interno brasileiro. 

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SUSTENTABILIDADE & INOVAÇÃO

Nissan será carbono neutro até 2050

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Nissan Motor Co., Ltd. definiu o obje�vo de a�ngir a neutralidade das emissões de carbono em todas as operações da empresa e no ciclo de vida de seus produtos até 2050. Como parte deste esforço, até o início da década de 2030 todos os novos veículos comercializados pela Nissan em mercados-chave serão eletrificados. A empresa se dedicará a intensificar as inovações em tecnologias de eletrificação e manufatura para avançar em seu obje�vo de neutralidade em carbono, nas seguintes áreas estratégicas: • Inovações em baterias, incluindo de estado sólido e tecnologias relacionadas, para desenvolver veículos elétricos mais eficientes e com custos mais compe��vos; • Expansão do desenvolvimento das motorizações eletrificadas e-POWER da Nissan, para obter maior eficiência em energia; • Desenvolvimento de um ecossistema de baterias para apoiar a geração descentralizada de energia, para edi�cios com fontes de energia renováveis. A Nissan prevê aumentar a colaboração com o setor de energia, para apoiar a descarbonização da rede elétrica;

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• Inovações nos processos de manufatura, para proporcionar maior produ�vidade a começar pela inicia�va Nissan Intelligent Factory. A empresa também vai se empenhar para obter maior eficiência em materiais e energia e, assim, dar sustentação às suas ambições de longo prazo em neutralidade em carbono. "Estamos determinados a ajudar a criar uma sociedade neutra em carbono e acelerar a luta global contra as mudanças climá�cas", afirma Makoto Uchida, CEO da Nissan. "Vamos con�nuar expandindo a comercialização de veículos eletrificados em todo o mundo e isso será de grande contribuição para que a Nissan se torne neutra em carbono. Con�nuaremos a impulsionar a inovação que enriquece a vida das pessoas, enquanto buscamos um futuro sustentável para todos". O obje�vo da Nissan se baseia em programas da companhia iniciados há décadas para reduzir as emissões e oferecer veículos elétricos que beneficiem o meio ambiente e a sociedade. Os esforços da empresa em eletrificação e redução das emissões dão sustentação aos obje�vos do Acordo de Paris em relação às Mudanças Climá�cas da ONU e o pro-

gresso global para uma neutralidade em carbono até 2050. A ambição da Nissan também complementa inicia�vas anteriores por meio do “Nissan Green Program”, bem como o trabalho que está sendo realizado pela empresa para minimizar a pegada de carbono de seus produtos e a�vidades. A empresa foi pioneira ao lançar o primeiro carro elétrico comercializado em massa no mundo, o Nissan LEAF, e vendeu mais de 500.000 veículos zero emissão até hoje. A Nissan também con�nua trabalhando com governos e setor privado para desenvolver infraestrutura e conscien�zar o público a respeito dos bene�cios dos veículos elétricos. Com a eletrificação de 100% dos novos veículos comercializados nos mercados-chave da companhia- Japão, China, Estados Unidos e Europa - até o início da década de 2030, a Nissan também estará entre os líderes em impulsionar a adoção da tecnologia de veículos elétricos. A companhia acredita que a indústria automo�va poderá ser uma força motriz para sa�sfazer as necessidades climá�cas e ambientais globais, por meio de um compromisso com a inovação e redução do impacto, trabalhando em conjunto com governos e parceiros em todo o mundo. Associada à expansão da infraestrutura de recarga e do uso de energias renováveis, a eletrificação veicular e as a�vidades sustentáveis podem ajudar a acelerar o advento de um futuro com carbono neutro. 

Informações: (11) 3044-2609 www.borrachaatual.com.br


Engenharia brasileira da TE Connectivity recebe prêmio global de inovação A engenharia da TE Connec�vity, líder global de conec�vidade e sensores para setores automo�vo, agrícola, aeroespacial, energia, industrial entre outros, com fábrica em Bragança Paulista, SP, levou o prêmio principal entre as inovações de melhorias apresentadas por todas as unidades da empresa no mundo, com o projeto “Câmera Vision System Terminal Inspec�on” (Inspeção de Terminais – Sistema de Visão por Câmeras). O reconhecimento faz parte do TE Best Prac�ce Award, uma premiação mensal voltada para Projetos de Inovações de todas as unidades da TE do mundo. O projeto, que teve um inves�mento de apenas 43 mil dólares, prevê a instalação de um sistema de câmeras de alta eficiência capaz de fazer até duas mil inspeções por minuto. Os autores da

ideia são os engenheiros de manufatura da TE, Rafael Vaz, Jackson Oliviera, Marcelo Silveira; e o supervisor de engenharia de manufatura da TE, Tyrone Hewi�. A TE conta com 20 prensas de alta precisão com alta velocidade de processamento, que são fabricadas na Suíça e produzem cerca de 240 milhões de terminais/ mês, des�nados para a indústria automo�va, eletrônica e eletrodomés�cos tanto para o mercado interno como externo. Em dois desses equipamentos, foram instaladas as Câmeras de Inspeção de Terminais do Sistema de Visão, pois os engenheiros da TE detectaram que o sistema tradicional não é capaz de inspecionar micro falhas de solda a laser. As peças consideradas “ruins” dependem de verificação manual dos operadores, procedimento que pode estar sujeito a erro humano.

“Tivemos muitos bene�cios com as câmeras de alta eficiência para a inspeção de solda, como por exemplo, o corte e separação automá�ca de peças ruins. O principal ganho está na qualidade do produto, evitando assim eventuais reclamações de cliente ou gastos com seleção de peças. Como o sistema é mais eficiente e permite maior produ�vidade das máquinas, iremos construir mais equipamentos para atender as demais prensas e já temos até demanda das demais unidades da TE em outros países, como nos EUA”, pontua Paulo Trevisan, gerente de Engenharia de Manufatura da TE. A solução será exportada para outras unidades da TE no mundo. “Com os resultados posi�vos desta inovação, a TE dos EUA já encomendou cinco equipamentos como esse”. 

Plastivida e Pão de Açúcar em reciclagem de EPS A Plas�vida, Ins�tuto Socioambiental dos Plás�cos, por meio do seu Comitê de EPS, e a rede Pão de Açúcar promovem a coleta sele�va e a reciclagem do EPS. O projeto, realizado desde outubro de 2019, ampliou os seus cinco pontos de coleta e, desde dezembro de 2020, passa a disponibilizar aos clientes da rede 17 postos de descarte do material, que será encaminhado à reciclagem e u�lizado para produção de novos materiais. "O EPS é um produto 100% reciclável e quanto mais pessoas souberem disso, maior será o empenho de separar as embalagens e bandejinhas juntamente com os demais plás�cos e encaminhá-los para a reciclagem”, explica o presidente da Plas�vida, Miguel Bahiense. www.borrachaatual.com.br

Ainda segundo o execu�vo, o processo de reciclagem se completa, transformando o EPS em produtos como decks de piscina, concreto leve, molduras de quadros, rodapés, rodatetos, calçados, material de escritório, embalagens para a proteção de objetos, entre outros. A Plas�vida, por meio do Comitê de EPS, tem se empenhado para ampliar o alcance da informação sobre a reciclabilidade desse material. Entre as ações educa�vas realizadas, também foi desenvolvido e já está disponível o Manual de Orientação para Coopera�vas sobre a revalorização e reciclagem de EPS, “com o obje�vo de ampliar ainda mais o ciclo de coleta e reciclagem, que reintroduz o EPS no mercado”, completa Bahiense. 

Os endereços do Pão de Açúcar em São Paulo com os pontos de coleta são: Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)

Cerro Corá – Rua Bairi, 435 Panamericana I - Praça Panamericana, 217 Panamericana II - Praça Panamericana, 190 Teodoro – R. Teodoro Sampaio, 1933 Rebouças – R. Alves Guimarães, 50

Ecopontos

Jd. Paulistano – Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1353 Cardoso de Almeida – R. Cardoso de Almeida, 472 Santo Amaro – Av. Santo Amaro, 4530 Portal – R. Marech Has�nfilo de Moura, 30 Moema – Av. Ibirapuera, 3068 Tatuapé – R. Serra de Bragança, 647 Nova Cantareira – Av. Nova Cantareira, 240/248 Planalto Paulista – Av. José Maria Whitaker, 600 Vila Clemen�no – Av. Doutor Al�no Arantes, 268 Vila Monumento – R. Pereira da Nóbrega, s/n Casa Verde – R. Bernardino Faganiello, 349 Abílio Soares – R. Abílio Soares, 386

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MATÉRIA TÉCNICA

BORRACHA – RECUPERAÇÃO E REUSO Autor: Luis Tormento

A disposição segura e reuso de rejeitos de borrachas industriais ou de pós–consumo é um sério desafio ao meio ambiente e à saúde pública. Rejeitos de borracha são borrachas quimicamente re�culadas; são os materiais mais di�ceis de serem reciclados, uma vez que não podem ser dissolvidos ou fundidos. Geralmente, a reciclagem da borracha pode ser feita através das seguintes técnicas: • Reuso • Redução de tamanho e produção de pós • Desvulcanização e regeneração • Recuperação de químicos e energia A borracha em si divide-se em duas classes: Borracha Natural • A borracha natural é extraída da árvore da espécie Hevea Brasiliensis, originária da América do Sul. • Atualmente, cerca de 90% de toda borracha natural vem de plantações da Indonésia, Península Malaia e Sri Lanka. • Obtenção: o látex extraído é mesclado, diluído em água e coagulado por meio de ácidos. É prensado entre rolos para formar lâminas finas e seco com ar ou defumado e enviado para consumo. Borracha Sintética • Existem vários tipos de borrachas sintéticas. Elas são produzidas de maneira similar aos plásticos, por um processo químico conhecido como polimerização. • Incluímos aqui: CR, SBR, NBR, BR, IIR etc. • Muitas borrachas foram desenvolvidas para aplicações específicas, como a borracha bu�lica que, pela sua baixa permeabilidade, é u�lizada no interior de pneumá�cos. Tipo de Borracha

Aplicação

Borracha Natural

Veículos comerciais tais como automóveis, ônibus e trailers

Borracha SBR e BR

Automóveis, motocicletas e bicicletas

Borracha butílica (IIR)

Câmaras e interior de pneus

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Produção de artefatos de borracha Os modernos processos de manufatura de artefatos de borracha envolvem uma sofis�cada série de processos, tais como: • Mas�gação • Mistura • Laminação • Pré-formação • Moldagem • Vulcanização Além disso são u�lizadas: • Fibras • Metais • Têxteis • Etc... Após a vulcanização teremos uma peça única, onde todos os componentes ficam entrelaçados e, algumas vezes, tão unidos que dificultam a separação.

Vulcanização Para entender o processo de vulcanização: • Devemos saber que a borracha possui muitas cadeias poliméricas, longas e flexíveis. A vulcanização junta estas cadeias para prevenir seu deslocamento e garan�r suas caracterís�cas elás�cas. • O processo de vulcanização ocorre pelo aquecimento desta borracha na presença de enxofre. Selênio e telúrio fazem a mesma função, mas enxofre é o mais comum.

Molécula de borracha reticulada por enxofre.

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Os processos de vulcanização mais comumente usados são dois: • Vulcanização sob pressão – este processo envolve o aquecimento da borracha com enxofre, sobre pressão @ 150C. Muitos ar�gos são vulcanizados em moldes que são comprimidos por prensas hidráulicas. • Vulcanização livre – este processo é u�lizado quando a vulcanização sob pressão não é possível, tais como vulcanização con�nua, extrusão de produtos. Ocorre pela aplicação de vapor ou ar quente.

Recuperação da borracha Tipo de Recuperação Reuso do produto

Reuso do material

Por que regenerar ou reciclar a borracha? A recuperação da borracha envolve processos di�ceis e complicados. Existem muitas razões para a necessidade de regenerar ou reusar a borracha: • A borracha recuperada pode custar metade do preço da borracha natural ou sinté�ca. • A borracha recuperada possui algumas propriedades que são melhores que a borracha no estado virgem. • A produção de borracha a par�r de regenerados requer menos energia no processo total de produção do que o material virgem. • É um excelente meio de recuperar rejeitos ou peças defeituosas. • Conserva produtos de petróleo não-renováveis, que são u�lizados para produzir borrachas sinté�cas. • A a�vidade de regeneração pode gerar empregos. • Muitos produtos úteis são derivados do reuso de pneus e outros produtos de borracha. • A incineração fornece energia. A queima da borracha pode gerar uma quan�dade muito elevada de energia. Algumas fábricas de cimento u�lizam pneus inservíveis como fonte de energia. Alternativas de recuperação Existem muitas maneiras pelas quais os pneus e câmaras podem ser reu�lizados e regenerados. A regra de gerenciamento de resíduos sugere a seguinte hierarquia: reuso, reciclagem e geração de energia, como opções superiores ao gerenciamento de resíduos e disposição

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Reuso da energia

Processos de recuperação Reparar

• Recapagem (retreading) • Regravação

Reuso físico

• • • •

Físico

• Recortar • Processar em grãos

Térmico

• Pirólise • Combustão

Químico

• Regeneração

Uso como peso Uso como forma Uso do volume Uso das propriedades

• Incineração

Reuso do Produto Os pneus danificados são reparados com frequência. as câmaras podem ser consertadas e pneus podem ser reparados por vários métodos. Regravação é uma prá�ca que ocorre em muitos países, onde as velocidades nas estradas são menores. Frequentemente é feita manualmente e requer muita mão-de-obra. Recauchutagem

• A recauchutagem economiza energia e recursos. • Um pneu novo usa o equivalente a 23 litros de petróleo cru em matéria-prima e 9 litros na energia de processo. • Um pneu recauchutado usa 7 e 2 litros, respec�vamente.

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MATÉRIA TÉCNICA Reuso do Produto São três os processos conhecidos de recapagem. • Recapagem a frio Uma nova banda de rodagem pré-formada é “colada” à carcaça. A nova banda de rodagem pode ser uma �ra ou um “anel” que é es�rado sobre a carcaça. • Recapagem a quente Uma nova banda de rodagem é remoldada sobre a carcaça. A banda de rodagem é aquecida sob pressão e vulcanizada, aderindo à carcaça. • Remoldagem É similar à recapagem a quente mas envolve a completa modificação da super�cie, incluindo as laterais. O reuso secundário do pneu todo é a segunda etapa do gerenciamento de resíduos. Os pneus são frequentemente u�lizados por suas dimensões, peso, forma ou volume. Alguns exemplos são: • Controle de erosão • Proteção de árvores • Recifes ar�ficiais • Cercas • Decoração de jardim • Absorvedores de choques em docas • Protetores contra colisão • Contentores de água • Auxiliares de piscinas As ferramentas u�lizadas nesta recuperação são simples: tesouras, facas, alicates, martelos etc..., e muitas outras improvisadas para o uso. Os produtos mais representa�vos são: • Decoração: tapetes, brinquedos • Artesanato • Cintos, bolsas

Outra forma de uso �sico dos resíduos de borracha reside na sua granulação e posterior uso.

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É um processo de maior inves�mento em equipamentos e rede de distribuição e pode ser u�lizado em: • Pavimentação, estradas, playgrounds, passeios públicos. • A próxima etapa de nossa hierarquia envolve o reuso para a produção de um produto novo. • A borracha de reuso derivada de pneus é um material tão fácil de processar como o couro, e, de fato, o tem subs�tuído em muitas aplicações. Recuperação química e térmica Este �po de recuperação não é somente baixa na hierarquia de manuseio de resíduos, mas também envolve equipamentos sofis�cados de alta tecnologia. A recuperação química consiste em aquecer o resíduo de borracha, tratá-lo com produtos químicos e então processar a borracha mecanicamente. • Recuperação ácida – U�liza ácido sulfúrico quente para destruir os tecidos incorporados ao artefato, além de conferir ao composto de borracha plas�cidade suficiente para permi�r seu uso como carga na borracha crua. • Recuperação alcalina – A borracha é regenerada através do tratamento com álcali aquecido de 12 a 30 horas; esta borracha regenerada pode ser u�lizada com borracha crua para reduzir o preço do artefato final. A quan�dade a ser u�lizada dependerá da qualidade do reciclado e das especificações do artefato. • Desvulcanização – Relatado como um processo que u�liza grande quan�dade de energia e produtos químicos que podem ser perigosos ao meio ambiente. • Processo CSIRO – Técnica desenvolvida para tratar a super�cie do granulado, modificando-a para ter compa�bilidade com qualquer substância. É um processo em fase de desenvolvimento e início de comercialização. • Reciclagem com látex – O processo envolve a cobertura do granulado com látex, que melhora sua adesão a outros substratos. • Halogenação fase gasosa – O processo halogena o granulado, oxidando sua super�cie e permi�ndo sua compa�bilização com outros substratos. • Pirólise – É a mais comum forma de uso em recuperação térmica. Envolve o aquecimento dos resíduos na ausência de oxigênio, que causa a sua decomposição em gases e outros componentes. www.borrachaatual.com.br


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ARTIGO

O salto da Indústria 4.0 em 2020 Por: Alexandre Pierro

Alexandre Pierro é engenheiro mecânico, físico nuclear e fundador da PALAS, consultoria pioneira na implementação da ISO 56002, de gestão da inovação ©FOTO TIAGOLASAK-15

“Se houve um lado positivo na pandemia, foi a grande aceleração na transformação digital das empresas”.

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Se houve um lado posi�vo na pandemia, foi a grande aceleração na transformação digital das empresas. Embora já falássemos sobre Indústria 4.0 há muitos anos, só agora ela encontrou mais espaço entre as empresas brasileiras. O termo, que foi usado pela primeira vez pelo governo alemão em 2012, engloba uma série de tecnologias que u�lizam conceitos de sistemas cyber-�sicos, Internet das Coisas e Computação em Nuvem. Seu principal atributo é a criação de fábricas inteligentes, que criam uma cooperação mútua entre seres humanos e robôs. E, num contexto de tantas restrições nas interações humanas, os robôs não poderiam ser mais bem-vindos. Tanto é que uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou que 54% das indústrias que adotaram de uma a três tecnologias digitais em 2020, registraram um lucro igual ou maior que no período pré-pandemia. Esse resultado é sete pontos percentuais maior que o registrado pela indústria analógica. Dentre as tecnologias mais adotadas no Brasil, estão o “Big Data”, impressoras 3D e simulações computacionais. Essas e outras ferramentas são capazes de interligar o ciclo da empresa, promovendo agilidade na comunicação de modo a aumentar a eficácia do processo, tornar os funcionários mais produ�vos e fornecer informações precisas para uma melhor tomada de decisão. As vantagens ficaram ainda mais evidentes diante da necessidade de afastar trabalhadores do grupo de risco e manter o distanciamento social dentro das fábricas e escritórios. As indústrias automa�zadas e inteligentes conseguiram manter o ritmo de produção mais próximo do normal, galgando um grande diferencial compe��vo, em especial em um momento em que começa a faltar matéria-prima no mercado. Soma-se a isso tendências como o home-office e o paperless – subs�tuição do uso de documentos �sicos por digitais – que rece-

beram grande notoriedade durante os úl�mos meses. As startups que promovem soluções automa�zadas para desburocra�zar a�vidades ro�neiras em diversos segmentos, também registraram um expressivo desempenho em 2020. A perspec�va é que a adoção dessas facilidades se mantenha e con�nue crescendo no pós-pandemia. O fato nos remete a outros acontecimentos históricos que também proporcionaram grandes avanços na história da humanidade. Muitas oportunidades e inovações surgiram logo após épocas de grandes crises humanitárias, como a peste bubônica, em meados do século XIV, que culminou na criação da medicina moderna, ou a pandemia de cólera na Inglaterra, em meados do século XIX, que impulsionou a Revolução Industrial. Isso mostra que passados tempos di�ceis, muitas oportunidades tendem a surgir. Outro mito que cai por terra é o de que a Indústria 4.0 provoca desemprego. A pesquisa da CNI aponta que 30% das indústrias que adotaram até três tecnologias digitais �nham ampliado os quadros de funcionários em relação ao período pré-pandemia. No entanto, cabe destacar que trata-se de uma mão de obra mais qualificada, capaz de operar os sofis�cados so�wares e hardwares da robo�zação. Um gargalo com o qual as empresas precisarão lidar por meio de inves�mentos massivos em educação. A mesma tendência é observada quando se avaliam dados internacionais da Indústria 4.0 pelo mundo. Não é possível notar uma correlação entre a maior adoção da tecnologia digital com o avanço nas taxas de desemprego. O que se percebe é uma busca por mais qualificação, revelando que quando uma porta se fecha, várias janelas se abrem. Quem tiver empenho para se preparar, certamente irá encontrar melhores oportunidades no mercado de trabalho. Cabe lembrar que, um dia, os carros também ocuparam o lugar de cavalos e cocheiros.

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Embora tenhamos dado um salto importante no tema em 2020, esses são apenas os primeiros passos de uma longa maratona. Segundo dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), menos de 2% das nossas indústrias estão prontas para a Indústria 4.0. Na China, Estados Unidos e União Europeia es�ma-se que esse número chegue a 50%. Na Índia e Paquistão são cerca de 25%. Mesmo tendo melhorado quatro posições no Índice Global de Inovação (IGI) entre 2019 e 2020, o Brasil ainda ocupa a 62ª posição do ranking, com uma adesão rela�vamente baixa à Indústria 4.0. Apesar de estarmos tão atrás, essa é uma corrida que está apenas começando. Com a chegada do 5G – prevista para 2021 – o processo de automa�zação das indústrias certamente ganhará um novo patamar. Engana-se quem pensa que teremos apenas uma internet mais veloz. O 5G é a base para termos trilhões de disposi�vos conectados à rede, como carros autônomos, eletrodomés�cos inteligentes, sensores diversos e manufatura predi�va, com fábricas muito mais eficientes do que é possível hoje. O lado bom é que temos tempo para avançar. E não são só as indústrias que precisam se modernizar. O conceito de

Indústria 4.0 se estende também a empresas dos segmentos de comércio e serviços, que vem adotando tecnologias como o self check-out, estoques autônomos, inteligência ar�ficial, realidade virtual e aumentada e até a adoção de QR Codes e criptomoedas para pagamento de produtos ou serviços. Outro ponto importante é que não necessariamente a adoção à Indústria 4.0 está atrelada a al�ssimos inves�mentos. Muitas dessas tecnologias têm baixo custo e promovem grandes ganhos de produ�vidade, eficiência e até em segurança da informação. A chave está em fazer uma implementação adequada e inteligente das tecnologias certas para cada �po de operação. Sair comprando e implementando tecnologias sem um prévio planejamento certamente não é o melhor caminho. As empresas que desejam melhorar sua compe��vidade em esfera internacional precisam inves�r, acima de tudo, em gestão para a inovação. Assim como em toda maratona, o corredor precisa de um bom preparo, como o planejamento da rota, as métricas e as estratégias certas para conseguir o melhor desempenho. Adotar tecnologias da Indústria 4.0 sem um conceito claro de realização de valor, com foco em resultado, é andar para trás. 

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FRASES & FRASES “É preciso esquecer para viver; a vida é esquecimento; cumpre abrir espaço para o que está por vir.” Miguel de Unsmuno

“O que a História nos ensina é que a História não nos ensina nada.”

“Nós sabemos o que somos, mas não o que podemos ser.” William Shakespeare

George Bernard Shaw

“Ansiedade é algo muito vago. Medo é o específico.” Louise Bourgeois

“As correntes do hábito em geral são pouco sólidas demais para serem sentidas, até que se tornem fortes demais para serem rompidas.” Samuel Johnson

“Sonhar com o futuro é levantar velas aos ventos da inspiração.” Tony Flags

“Os homens usam as ideias somente para justificar seus erros, e as palavras para esconder suas ideias.” Voltaire

“Promessas e bolachas nasceram para ser quebradas.” Jonathan Swift

“Pensa o outro lado. Só quem tem fama é difamado.” Millôr Fernandes

“A pior solidão que existe é darmo-nos conta de que as pessoas são idiotas.” Gonzalo Torrente Bellester

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“Sempre me pergunto. Por que Eva foi a última a chegar ao Paraíso?”

“O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.” Friedrich Nietzsche

“O melhor uso do capital não é fazer dinheiro, mas sim fazer dinheiro para melhorar a vida.” Henry Ford

Charles Bright

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