437 - MANUAL DE ECONOMIA2

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Por estas razões, nenhum país contemporâneo adota uma política de livre comércio sem restrições à importação, deixando sua economia completamente exposta à concorrência internacional. Isto não significa, entretanto, que uma nação deva de certa forma obedecer à Teoria das Vantagens Comparativas, isto é, que os Estados Unidos devam produzir café ou que o Brasil deva concorrer com a Suíça na produção de relógios. Trata-se, na realidade, de considerar, além da Teoria das Vantagens Comparativas, outros aspectos também importantes no comércio internacional. Estes aspectos, entretanto, serão tratados com mais cuidado no tópico seguinte, onde será dada ênfase ao comércio internacional, relativamente à situação do mundo subdesenvolvido.

4. O comércio internacional e os países subdesenvolvidos Desde a época das grandes descobertas, a maioria dos países, hoje chamados de subdesenvolvidos, mantêm relações comerciais com as nações mais avançadas do mundo ocidental, exportando aqueles produtos que produziam com "vantagens comparativas" e importando os bens que os países mais desenvolvidos produziam mais suficientemente. Assim foi, por exemplo, no caso do café e da cana-de-açúcar para o Brasil e outros produtos agrícolas para outros países do mundo subdesenvolvido. E, sem dúvida alguma, este tipo de relação comercial foi altamente benéfico para o desenvolvimento destes países, quer por meio dos aumentos de renda que propiciavam, quer como um veículo de mudança social e progresso tecnológico, que se transmitiam por meio do comércio dos países mais desenvolvidos para os menos desenvolvidos. Em conclusão: o comércio internacional foi, e ainda é, um fator de desenvolvimento para os países do Terceiro Mundo, quer fornecendo os bens de capital necessários ao desenvolvimento destes países, quer por meio da transmissão de conhecimentos tecnológicos por meio das importações, quer por intermédio dos aumentos de renda conseguidos pela especialização na produção dos bens de custos menores, como foi demonstrado na seção anterior125. Apesar de nunca ter havido no mundo um comércio completamente livre de barreiras alfandegárias, tarifas e quotas de importação, a maioria dos países subdesenvolvidos manteve e mantém relações comerciais bastante importantes com as nações industrializadas, especializando-se na produção daqueles bens em que possuíam vantagens comparativas, ou seja, os produtos primáriosalimentos, como a cana-de-açúcar, o café, o cacau e matérias-primas como o algodão, a borracha, minérios de ferro etc.

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Se um país compra bens importados e mais baratos do que os produzidos internamente, sua renda aumenta: um mesmo montante de cruzeiros pode comprar mais bens.

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