437 - MANUAL DE ECONOMIA1

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Apesar das numerosas críticas, a obra de Keynes estimulou o desenvolvimento de estudos não apenas no campo da economia, mas também em áreas afins (assim, por exemplo, os econometristas passaram a construir novos modelos agregados; a estatística conta com novo campo de pesquisas ligado à contabilidade nacional, à coleta e análise dos dados da Renda Nacional, do Produto Nacional etc.). Na área da renda, emprego e teoria monetária, as contribuições póskeynesianas têm provocado verdadeiro impacto sobre a evolução do pensamento econômico contemporâneo (como, por exemplo, o reenunciado matemático e a análise do processo dinâmico; o modelo multiplicador-acelerador de Samuelson; a explicação de HicksHansen das taxas de juros. as novas teorias da função consumo; a hipótese de renda permanente de Friedman; a hipótese de consumo de Duesenberry; a hipótese da proporcionalidade de Smithies; novas contribuições a respeito da natureza e do financiamento do investimento; contribuições sobre a teoria monetária; integração entre a micro e a macroeconomia; teorias da inflação de custo versus inflação da demanda etc. Na área de flutuação e do desenvolvimento econômico são geralmente considerados pós-Keynesianos os autores que têm se interessado especialmente pela procura agregada e que contribuem no sentido de tornar dinâmica a análise de Keynes, como Joan Robinson, Harrod, Hicks, Samuelson, Domar, Duesenberry etc.

Enquanto Keynes reabilitava o capitalismo, o socialismo implantado a nível nacional, pela primeira vez em 1917 (URSS), passou a servir de modelo, depois da Segunda Grande Guerra, às Democracias Populares: China, Vietnã, Cuba etc. Mas no limiar do ano 200o, bruscas mudanças econômicas, políticas e sociais surpreendem o mundo: o vento da História, no início dos anos 9o, elimina desde os modelos extremos das economias socialistas integralmente planificadas, até as forças políticas locais e regionais, que insistem em se apoiar tio exacerbado centralismo estatal e na política massificadora. Na ex-URSS, as surpresas têm sido muito grandes: os especialistas, sovietólogos e kremlinólogos, haviam previsto todos os cenários, menos seu desmoronamento a parti r do interior do próprio sistema. Os países da chamada "cortina de ferro- e até mesmo a China e a Albânia adotam mecanismos da economia de mercado. Apenas Cuba persiste na via socialista autoritária e burocrática. Daí se dizer que os anos 90 representam uma fase científica e tecnologicamente muito produtiva, mas politicamente imprevisível. De fato, na área científica e tecnológica, o progresso é intenso, desde o infinitamente pequeno ao infinitamente grande, mas no campo político, a reavaliação do papel do Estado apresenta fatos inesperados, sobretudo no ponto de junção entre a estrutura e a superestrutura: o comunismo fracassa na tentativa de aperfeiçoar a sociedade com base no planejamento da intervenção estatal e, ao mesmo tempo, provoca a reabilitação da iniciativa individual e do lucro, que retornam, com a "mão invisível de Adam Smith", como os únicos instrumentos confiáveis de aperfeiçoamento...

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