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O ESTADO DE S. PAULO

DOMINGO, 4 DE JULHO DE 2010

estadão.com.br

O ÚLTIMO BAILE DO IMPÉRIO

HABITAT A VIDA NAS CIDADES

A Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, abrigou o último baile do Império. Patrocinada pelo imperador d. Pedro II, a festa ocorreu em 9 de novembro de 1889, sete meses após a inauguração do castelo

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TUMURAFAEL NEDDERMEYER/AE

TIRE SUAS DÚVIDAS

Como fazer a reclamação 1. Quando é possível reclamar de barulho no Psiu? É possível reclamar de barulho no site da Prefeitura (sac. prefeitura.sp.gov.br/), pelo número 156 ou na praça de atendimento da subprefeitura de seu bairro. Vale destacar, porém, que essa via só costuma ser útil contra barulhentos frequentes, como bares, casas noturnas e igrejas. Não é possível reclamar de barulho em residências.

2. A Polícia Militar pode interceder nesses casos? A Polícia Militar (telefone 190) pode fazer um papel de mediador entre os dois lados, mas não tem como multar nem pode entrar na residência para abaixar o volume. É possível ir até a delegacia fazer um termo circunstanciado por “perturbação do sossego”.

Tumulto no Morumbi. Polícia Militar foi chamada para interceder em balada no sábado da semana passada: fila de carros em local estritamente residencial

Festas em mansões tiram o sono de bairros residenciais Por até R$ 55 mil, imobiliárias e proprietários alugam imóveis para baladas barulhentas no fim de semana em ruas nobres de São Paulo Rodrigo Brancatelli

Conheça Anderson Costa Freitas. Baixinho, falante, desempregado de 31 anos, morador do bairro de Santana, que cruza a cidade nos fins de semana para vender doces e cigarros com seu tabuleiro de madeiraemdanceteriasdazona sul. Anderson tem chicletes por R$ 3, isqueiros por R$ 5, dropes por R$ 4. Figurinha

carimbada na porta de baladas da Vila Olímpia e do Itaim-Bibi, Anderson agora simboliza uma nova tendência que vem fazendo barulho na noite de São Paulo. Literalmente. Na madrugada do último domingo, ele e outros dois vendedores de balas estavam na porta de um luxuoso sobrado no Morumbi. Apesar de ocorrer em um bairro estritamente residencial, a cena é simplesmente caótica –

carros por todos os lados, estacionados em fila dupla; manobristas correndo de um lado para o outro; música eletrônica alta e dezenas e dezenas de jovens quepagaramatéR$ 250 de entrada. “Desde o começo do ano tenho vindo nessas festas fechadas,omovimento éótimo,dápara fazer um troco bom”, diz Anderson. “É uma balada como outra qualquer.” Com o grande número de ca-

sas vazias em bairros nobres como o Morumbi e Pacaembu que não conseguem ser vendidas no mercado,cadavezmaisimobiliáriaseproprietáriosestãoalugando os endereços para festas de particulares.Por R$ 15 mil, épossível fazer uma festança em um sobrado amarelo no Morumbi. Por R$ 20 mil, aluga-se por dois dias uma mansão no Alto da Lapa com 3.500 metros quadrados de área. Já por R$ 50 mil, o endereçopode ser no Pacaembu, com piscina e o dobro da metragem. Quem sofre com isso são os vizinhos, que não conseguem ter sossego, mesmo ligando para a subprefeitura ou para a Polícia Militar. Reclamações. “De mês em mês fazem uma festa aqui na casa do lado. Eu já liguei dezenas de vezes para todas as instâncias. Sou um colecionador de protocolos, mas nada adianta”, reclama o designer gráfico Maurício Molina, morador do Jardim SãoBento,nazona norteda capital. “O Psiu (Programa de Silêncio Urbano) diz que não pode fazer nada e a PM até vem, mas logo que a viatura vai embora a músi-

O MAPA DO BARULHO ● Morumbi: As mansões mais procuradas ficam nas Ruas Malvinas, Albertina de Oliveira Godinho, Jabuticabeiras e Jabebira ●

Butantã: Rua Francisco

Perroti ●

Pacaembu/ Consolação:

Ruas Itabaquara, Traipu, Avaré e Teodoro Ramos

ainda maior porque a legislação é falha e repleta de lacunas. O Plano Diretor da cidade define como horário de silêncio em zonas residenciais o período das 22 às 7 horas. Mas o Psiu não pode atuar em residências,apenasemestabelecimentos comerciais. Já a Polícia Militar pode até fazer papel de mediador, mas não tem como multar, muito menos entrar na casa para abaixar o volume. Licença. As festas só preci-

Perdizes: Rua Aleixo Jorge

Lapa: Rua Bernardino de Sena

ca alta volta. Aqui em casa temos dormido à base de protetores de ouvido.” Segundo a Polícia Militar, de 2006 a 2010, os casos de “perturbação do sossego” cresceram 226% pelas ruas de São Paulo. As reclamações feitas por moradores que não conseguem dormir por culpa do barulho do vizinho crescem de 392 em média durante a semana para 1.118 de sextafeira a domingo. O problema é

sam ter licença da Prefeitura se houver venda de ingresso. Mas, se os fiscais não estiveremnolocaldemadrugadaparaflagrar airregularidade, não haverá multa nem lacração. “A gente chegaaoponto deter deficar xeretando antes na internet para ver se tem alguém anunciandofestaaquinobairro e poder avisar a Subprefeituracomantecedência”,reclama Marisa Rodrigues, moradora do Morumbi. “Ou seja: não só não conseguimos dormir, como também temos de fazer o trabalho para o poder público.”

FABIO MOTTA/AE

Stand up paddle: do Havaí às praias cariocas Pedro Dantas / RIO

É um surfista ou um jangadeiro? Quem olha pode confundir, mas é inegável que cresce o número de pessoas remando em cima de pranchas nas praias cariocas. Trata-se do stand up paddle, esporte do Havaí e sério candidato a sensação do próximo verão. A modalidade é praticada em prancha de epóxi e PVC – deaté 11pés, mais larga egros-

sa que as de surfe – e um remo levedefibradecarbono.Oobjetivo é se equilibrar com ou sem ondas, remar e relaxar. O esporte já tem adeptos do Leme ao Pontal, mas são nas águas calmas do Posto 6, em Copacabana,queosiniciantesseencontram para as primeiras aulas e tombos. “Meu pai foi surfista nos anos 1960. Ele viu pela primeira vez alguém praticando, há dois anos, e me ensinou. Tivemos a ideia de abrir uma escoli-

Mundo Urbano Na Indonésia, cemitério de luxo recebe até casamentos Às 8 horas de uma quarta-feira, um milionário industrial da Indonésia sai de casa para nadar e correr. Seria uma cena comum, não fosse o local escolhidoparaasatividadesfísicas o cemitério mais luxuoso do país asiático. Com área equivalente a 464 campos de futebol, o San DiegoHillsMemorialParkéinspirado em cemitérios dos EstadosUnidos– incluindo olocal onde estão os restos mortais

nha”, conta Eduardo Laucas, de 30 anos. A curiosidade atrai cariocas e turistas, que pagam R$ 60 por uma hora de aula. Quem se torna praticante pode gastar até R$ 4 mil em equipamentos. A triatleta Fernanda Keller se apaixonou pelo esporte. “Há dois anos, eu vi no Havaí uma pessoa remando eexperimentei. Acho uma terapia e sempre vou remar quando a praia está muito cheia.”Ela contaqueno arquipélago americano os praticantes

descem as ondas gigantes com o stand up paddle. Não é preciso ser uma “ironwoman” para praticar o esporte. No ano passado, a canadense e moradora do Rio Sandra Filippov, de 37 anos, viu um homem remando em Copacabana e ficou curiosa. Fez a primeira aula no mesmo dia. E hoje entra sozinha no mar com sua prancha e seu remo. “Eu me bronzeio e curto o visual. É possível até ver o Cristo de dentro d’ água.”

Esporte. Pranchas mais largas e grossas que as de surfe

Iuri Pitta

de Michael Jackson –, mas superou seus modelos. Além de piscina e pista de cooper, o cemitério tem restaurante, um lago artificial para passeios de barco a remo e heliponto. Há até espaço para festas de casamento. O local foi aberto há três anos, aproveitando o aumento do poder aquisitivo da população, em especial das classes mais altas. De 2007 para cá, 14 mil jazigos foram vendidos. O sucesso da iniciativa pode ser avaliado pelo preço dos jazigos. Os mais simples, com capacidade para um só corpo, custavam US$ 400 e hoje não saem por menos de US$ 1 mil. E, como os hotéis de luxo, o cemitério tem jazigos especiais: um dos mais caros foi vendido recentemente por US$ 872 mil.

BOBBY YIP/REUTERS

MÚSICA URBANA

Havia um piano no meio da rua

locais como o Parque do Ibirapuera e a Praça da Sé. NYT

DIVERSÃO Toda semana, o inglês Luke Jer- Uma escorregada a ram via as mesmas pessoas em caminho do trabalho uma lavanderia, sempre em siAções de marketing viral lêncio. Um dia, resolveu podem ser uma levar um piano, comegrande brincadeiçou a tocar e viu a ra. Que o digam interação entre TEM A REDE DE os alemães de elas. Veio daí a inspiração para o pro- METRÔ DE BERLIM, Berlim, que enQUE COMEÇOU A contraram um jeto Play Me, I’m SER CONSTRUÍDA grande escorregaYours. Jerram leva EM 1902 dor em uma escaaté 60 pianos para as da da estação de meruas de uma cidade e trô sob a Praça Alexandeixa os instrumentos à der. A ação da Volkswagen, disposição de quem quiser tofoi batizada de Fast Lane e car. O tour por Nova York acaba amanhã e Londres é o próxi- pode ser vista no YouTube. mo destino do projeto, que pas- Alguém se habilita a fazer o sou por São Paulo em 2008, em mesmo na Estação Sé?

145 km

Parque dos dinossauros Construído para a Olimpíada de Pequim, o Estádio Ninho de Pássaro será o Parque dos Dinossauros no verão chinês. As atrações do Dino Dream Park incluem réplicas em tamanho real, como a do tiranossauro


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