O estado de S 040710

Page 32

%HermesFileInfo:B-11:20100704:

O ESTADO DE S. PAULO

DOMINGO, 4 DE JULHO DE 2010

Economia B11 DIVULGAÇÃO

Aguardando embarque. Pátio de veículos da Ford, em porto privado da montadora perto da fábrica de Camaçari, na Bahia: inaugurado há 5 anos, terminal já movimentou 500 mil veículos

Fiat exporta carro por terra para fugir de portos do País Infraestrutura portuária ruim atrasa entregas, eleva custos de transporte e dificulta entrega de veículos para a América do Sul Cleide Silva

Diariamente, 12 carretas com 10 automóveis cada partem da fábrica da Fiat em Betim (MG) para um percurso de 3,2 mil quilômetros. Atravessam São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, quase sempre enfrentando estradas ruins, até chegar ao destino, a Argentina. São 10 dias, entre viagem e trâmites alfandegários. Por navio, levaria de 25 a 30 dias, boa parte por causa da falta de infraestrutura dos portos nacionais. Desde o início do ano, a Fiat

exporta modelos como Palio e Uno para a Argentina, seu maior cliente externo, por rodovias. Também traz o Siena, produzido em Córdoba. Além do ganho em tempo, a operação garante maior integridade à carga. “Na operação marítima precisamos carregar e descarregar os veículos oito vezes”, diz Eduardo de Souza Antunes, supervisor de operação e serviços logísticos. “Por carreta, são só dois movimentos, de carga e descarga.” Num momento em que tenta recuperar terreno perdido no ano passado, quando as exportações caíram 35% ante 2008, a in-

Falta da letra ‘s’ retém comboio por 2 semanas Transporte terrestre tem custo igual ao marítimo, mas é mais rápido. Já o aéreo é 4 vezes mais caro e por isso pouco usado Usarrodovias para exportarprodutostambémtemseustranstornos, não só pelos riscos de acidentesnasestradas,maspela burocracia ao atravessar fronteiras. Há duas semanas, um comboio de dez ônibus da Marcopolo que seguem rodando para o Chile está retido em Uruguaiana, fronteira com a Argentina. O diretor comercial para o mercado internacional, Paulo Andrade, explica que a aduana detectou uma divergência na identificaçãodomodelodosônibus (Andare Class). “Por erro de digitação, faltou uma letra ‘s’ na fatura”, diz. “Os fiscais não aceitam a troca da fatura e, como a empresa foi autuada, precisa esperar até que eles definam uma solução, o que não tem prazo.” A Marcopolo exporta ônibus por via terrestre para Argentina, Chile, Bolívia, Peru e Uruguai. Para o Peru, um trajeto de 5 mil quilômetros, a viagem dura uma semana. Por via marítima, levaria de 25 a 30 dias. Os custos com transporte, segundo Andrade, são equivalentes, mas o ganho maior é no prazo de entrega. Para destinos como África e Oriente Médio, a empresa usa os portos de Itajaí, Santos e Rio Grande. “Como os ônibus não são embalados, é muito comum chegaremdanificados,com arranhões e batidas”, diz Andrade. O presidente da Associação NacionaldosFabricantes deVeículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, vê o quadro dos portos e da logística do País como “desanimador, quando o norte do nosso futuro depende

dústria automobilística se depara com o antigo problema da falta de infraestrutura e burocracia nos portos brasileiros. Paralelamente,enfrentadificuldades para receber produtos importados, também num período de crescimento de encomendas. A Ford eliminou as dificuldades com um porto privado na Bahia, o único da montadora no mundo. Instalado próximo à fábrica de Camaçari – responsável por70%dasexportaçõesdamarca –, o porto, inaugurado há cinco anos, já movimentou 500 mil veículos. “Uma das vantagens é não ter de enfrentar o congestio-

namento dos portos públicos”, afirma Edson Molina, diretor de logísticada Ford América doSul.

PARA ENTENDER

Alternativa. A General Motors

buscou alternativa intermediária. Investiu R$ 30 milhões em uma central de logística no Porto de Suape (PE), onde recebe o modelo Agile produzido na Argentina para ser revendido no Norte e Nordeste. Antes, os carros vinham pelo porto do Rio Grande do Sul e demoravam dez dias para chegar à região, prazo que caiu à metade. Futuramente,deverãodesembarcaremSuape os modelos Malibu e Camaro, importados dos EUA e Canadá. “A infraestrutura e as operações portuárias não têm crescido na mesma proporção que o nosso comércio internacional”, lamenta Paulo Andrade, diretor para o mercado internacional da Marcopolo, fabricante gaúcha de ônibus que exporta 35% de suaprodução– 3mila5milveículos/ano. “Passamos por momento crítico e damos espaço aos asiáticos que têm logística e custo menores que os nossos.” Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a logística no Brasil representa 16% do Produto Interno Bruto (PIB). Em países competitivos, não ultrapassa 10%. O preço do frete

Estudo do Banco Mundial classifica o Brasil em 34.º lugar em competência logística portuária na comparação com outros países. No quesito logística como um todo, que reflete a competitividade do país, o Brasil está na 126.ª posição. No ano passado, as montadoras exportaram 475,3 mil veículos, ante 734,6 mil em 2008. Neste ano, até maio, foram 288,1 mil, 78,6% a mais que no mesmo período do ano passado. do Brasil para a América do Sul é mais caro do que da Coreia para o México e o Chile. Antunes ressalta que a posição geográfica da Fiat dificulta o uso de portos, mas vê vantagem no fato de a fábrica poder despachar caminhões de acordo com as necessidades diárias. Se fosse usar navios, seria preciso reunir grande quantidade de veículos. Ele diz ainda que a operação rodoviária só é vantajosa se o caminhão que leva carros do Brasil voltar carregado com o modelo fabricado na Argentina. Quando não é possível, a saída é recorrer aos portos de Santos e do Rio.

Segundo Antunes, o ganho principal pela via rodoviária é o menor tempo para o produto chegaraocliente, customais baixo e menos risco na movimentação dos carros. O Siena que vem daArgentinaécolocadonacarreta em Córdoba e levado ao porto de Buenos Aires. Lá, é descarregado num pátio e depois levado para o navio. Quando chega ao Brasil,vaiparao pátio,depoispara a cegonha e,finalmente, é descarregado na fábrica. “O risco de avarias é enorme”, diz. Disputa por espaço. O porto

da Ford foi construído pelo governo da Bahia e cedido em concessãodeusocomo partedas negociaçõespara ainstalação dafábrica no Estado, em 2001. Está a 35 km do complexo de Camaçari e serve também para importação de veículos da marca. O pátio tem capacidade para 6 mil veículos. Os modelos que são produzidos em São Bernardo,noABC,eexportadosviaPorto de Santos, disputam espaço no pátio com outras empresas. O mesmo ocorria quando a Ford usava o porto de Salvador. “A fila para entrar levava até dois dias”,dizMolina.“Nonossoportoésóotempodeliberaçãoaduaneira, de até quatro horas.” A Ford transporta cerca de 2 mil veículos em cada embarque.

Freelander 2

www.landrover.com.br

Um legítimo Land Rover, um grande negócio.

da competitividade”. Segundo ele, com o real forte, as empresas precisam de ganho de escala e cortedecustos paracompetir internacionalmente,mas os entraves prejudicam o desempenho. “O pior é que não é uma questão momentânea.” O executivo ressalta que há uma série de ações previstas pelo PAC, mas teme que a maioria não saia do papel. Via aérea. Outra alternativa pa-

ra a exportação é utilizar a via aérea, mas, por ser a mais cara, só é adotada em casos de urgência. Recentemente, importadores do Equador recorreram a aviões para levar 40 chassis de ônibus da Mercedes-Benz, operação não muito comum pelo porte das peças. Todo o processo levou menos de uma semana. Por navio, seriam cerca de 20 dias só em trânsito, apesar de a fábrica em São Bernardo estar próxima a Santos.“Onaviodá avoltapelaAmérica do Sul, entra no canal do PanamáparadepoisseguiraoEquador”, informa Carlos Garcia, gerente de vendas de exportação. “Santos está saturadoe outros portos estão entupidos, por isso a única alternativa para distribuir produtos no Mercosul é por caminhão”, diz Mário Milani, presidente da autopeças Sogefi/ Filtros Fram, de São Bernardo. Segundo ele, parte do engavetamento atual em Santos se deve “mais ao que está chegando do que ao que está saindo”. Milani conta que, este ano, a Sogefi recorreu “um par de vezes” ao transporte aéreo, para não atrasar entregas. “O custo é quatro vezes maior do que o frete marítimo”, diz. / C.S.

(1)

Controle eletrônico de tração Controle de frenagem em curvas

Partida start-stop

Sistema de som para 6 CDs com entrada auxiliar

Câmbio automático de 6 velocidades com trocas sequenciais

Motor 6 cilindros 3.2L de 233 cv

Controle dinâmico de estabilidade

Sistema Terrain ResponseTM

9 air bags

Caltabiano

Eurobike

Intercar

Autostar

Pinheiros

Ribeirão Preto/SP

Moema

Jardins

Morumbi

3953-5000

(17) 3201-7200

(19) 3751-4100

5643-8484

(13) 3202-4040

Santana

São José do Rio Preto/SP

Campinas/SP

Santo Amaro

Santos/SP

3095-8585

(16) 3965-7000

5054-6000

3068-8580 3755-1011

(1) Condições disponíveis para o modelo Freelander 2 versão S, ano/modelo 10/10. Financiamento no plano leasing com entrada de 50% (R$ 58.940,11) + 35 parcelas de R$ 1.736,83 e 01 parcela residual (balão) de R$ 17.592,03. Total efetivo da operação de R$ 137.321,19. Taxa nominal de 1,34% a.m. e de 17,32% a.a. Oferta válida até 15/07/2010. Valor à vista do modelo R$ 115.900,00. Taxas inclusas na operação. Crédito sujeito a aprovação. Fotos meramente ilustrativas. Se beber, não dirija.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.