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Litha/Lammas, Fev.2013, Edição n° 07. Gratuita.
EDITORIAL Lorenna Escobar Chegamos a sétima edição da Revista BTW, e é com grande satisfação, que após vários dias de dedicação, apresentamos mais um exemplar desta revista. Então, que possamos aproveitar o momento para celebrar esta alegria da publicação, junto com o calor e riso do Verão. E que neste tempo de purificação, e renovação de nós mesmos, seja possível reconhecer as possibilidades para auxiliar aqueles que nos pedem auxílio, esclarecer sobre a Wica e também preservar a Arte. É tempo de dançar, cantar e fazer amor... e nesse clima, desejamos a todos uma ótima leitura!
19 de Janeiro de 2013
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índice
Iniciação e Colheita ...............pg.06 Coven ...........................................pg.14 Litha ..............................................pg.19 O que é uma pessoa apropriada ................................pg.38 Alto Ideal....................................pg 42
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“Cada ramo do conhecimento humano, se rastreados até sua fonte e princípios finais, desaparece no mistério”. Arthur Machen
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Equipe BTW Mario Martinez Lorenna Escobar Simone Abraรงos Giulia JB
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INICIAÇÃO E COLHEITA Por Mario Martinez
Quando nos aprofundamos
nos mitos antigos, percebemos que muitos deles referem-se exatamente ao processo iniciatório. Em diversos mitos antigos, podemos verificar que a morte antecede sempre à fertilidade da natureza. Morte e renascimento também são aspectos essenciais dos ritos de iniciação desde a antiguidade e especificamente na Arte dos Wica entramos em contato com o mistério, morrendo
e
renascendo
como
Iniciados, ou seja, aquele que passou pelo mistério e renasceu como uma alma imortal.
Não é por acaso que a Arte
gira em torno do mito da Roda do Ano. Desde a antiguidade que as antigas nações civilizadas vêem a mudança das
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Aubrey Beardsley
estações com o crescimento e declínio
herdado pela Bruxaria européia.
da natureza como eventos ligados aos
deuses, à religião e conseqüentemente
à iniciação. Nesses ritos antigos, o
que morre e renasce, bem como
movimento físico da natureza estava
todos os rituais que mostram essa
ligado com a própria vida dos deuses,
transformação
onde sua morte era lamentada e
viva na Arte dos Wica hoje em dia.
chorada e cuja ressurreição era
Assim sendo,
comemorada com ritos dramáticos.
por exemplo, o mito de Deméter e
Todos esses ritos visavam assegurar
Perséfone,
a renovação vital, o renascimento
antigo onde ele aparece é o belo Hino
primaveril, a multiplicação dos animais,
a Deméter homérico, poderemos
após os meses de pranto e morte do
verificar a existência de um paralelo
inverno.
entre o mito e o processo de iniciação
e elevação nos graus.
Claro que esses ritos não estão
A
concepção
e
do
Deus
evolução,
se formos
está
estudar,
cujo documento mais
limitados aos nossos antepassados.
O mito nos conta que a jovem
Eles nos foram legados através dos
Perséfone estava colhendo flores em
séculos,
não porque tenham sido
um prado luxuriante, quando a terra se
copiados de religiões mais antigas,
abriu e o Senhor dos Mortos levou-a
mas justamente devido ao fato de que
para ser sua noiva no sombrio mundo
eles retratam claramente um mistério
subterrâneo.
que se tornou fundamental dentro
que essa seja a condição de todo ser
dessas religiões e, particularmente,
humano comum, que passa sua vida
Na verdade, acredito
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brincando nos alegres e luxuriantes
quando após a descida de Perséfone
prados do mundo, desconhecendo a
ao submundo, toda a terra se torna
si mesmo e aos mistérios profundos.
árida e estéril para depois, quando por
fim ela retorna à luz do dia, os campos
Estamos
passando
por
Lammas, a primeira colheita da
da planície eleusiana tornarem-se dourados com os cereais.
Roda do Ano, e portanto uma época bastante propícia para iniciações e
elevações de grau. Um dos textos
passa pela morte ritualística, desce
poéticos nos diz:
ao submundo e renasce. Os campos
de sua alma eram estéreis, sua
“Bem-aventurado é o mortal
O
candidato
à
iniciação
compreensão vazia e árida, mas após
que viu tais coisas, mas aquele que
ter passado pelos Mistérios e ter
não houver participado delas em vida
renascido, a vida novamente brota
jamais será feliz na morte quando
nos campos, agora imortais.
tiver baixado às trevas do túmulo.”
e
Ísis e Osíris retrata muito bem esse
renascer como um Iniciado significa
Mistério. Osíris é morto, despedaçado
ter passado pela morte, significa ter
e seus pedaços espalhados pelo Egito,
descido às profundezas do submundo
mas renasce.
e renascido, assegurando assim a sua
perdido no nevoeiro denso da alma, o
sobrevivência como uma alma imortal.
caminho na direção do indispensável
Isso é bem claro no mito de Deméter,
movimento da vida foi perdido. Nos
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Passar
pelos
Mistérios
No Egito antigo, a lenda de
No homem comum,
John Clowder
dias de hoje, os problemas e aflições
para que o iniciado possa vivenciar
a respeito do significado da vida
simbolicamente um estado acima
decorrem principalmente da falta
do nível humano e a vida eterna, e
de consciência do verdadeiro ritmo
conseqüentemente uma vitória do
existencial. O verdadeiro propósito
homem sobre o seu medo da morte.
dos Mistérios é o de modificar a
Através da morte iniciatória o novo
qualidade da alma do postulante,
iniciado saberá que não precisa temer
elevar sua consciência a um nível
a morte e que doravante está salvo
super-humano e transformá-lo numa
porque foi iniciado. Contudo, muita
alma imortal.
gente, aliás milhões de pessoas no
mundo, não estão totalmente em seus
Desse modo, todos os rituais
corpos, ficam negando certas partes e
de nossos antepassados, no Egito,
por isso vivem parcialmente. Poucas
na Grécia e no Oriente Próximo,
pessoas sentem seu corpo realmente
representam morte e ressurreição,
vivo. Somente aquele que passou pelos
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Antoine Watteau
com o tempo as respostas se desgastam e os problemas voltam à superfície. Aquele que passou pelos Mistérios e transcendeu, cresceu sem os problemas, cresceu além dos problemas, porque eles nunca podem ser resolvidos:
eles podem ser
dissolvidos.
Quando a pessoa passa pelos
Mistérios e colhe os frutos dessa Mistérios e renasceu pode amar de verdade. O amor é quase impossível no estado comum da mente humana.
transcendência, tudo simplesmente cai por terra. Todo o esforço dos Altos Sacerdotes é o de trabalhar com
O homem comum,
o não
iniciado vive uma vida de lutas. Contudo não há nenhuma necessidade de lutar porque nenhum problema pode ser resolvido pela luta.
Os que estão
tentando resolver seus problemas mundanos estão se movendo numa falsa direção: desde que todos os problemas são existenciais e todas as soluções são produtos da mente,
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o
iniciado
existencialmente
e não filosoficamente.
Ninguém
está tentando resolver problemas ou encontrar soluções. A Filosofia tentou isso inutilmente, porque ela não pode transformar ninguém já que permanece no nível mental, intelectual. Iniciação é um despertar, uma colheita. A realidade brotou das profundezas da terra e agora pode
ser colhida. Mas essa colheita só está
Europa e assimiladas pela Bruxaria.
à disposição daquele que morreu e
renasceu.
colheita
Com esse paralelo entre e
iniciação, percebemos
que a finalidade da iniciação é a
Voltando
de
de proporcionar um estado de
Deméter representa a
preparação para o renascimento,
colheita madura do ano e Perséfone
através de um conjunto de testes
representa a semente que foi semeada
e provas, que determinam se o
para reaparecer na primavera.
A
candidato é digno de elevação a uma
descida de Perséfone significa então
posição religiosa superior. Após a
a visão mítica da semeadura e seu
morte e renascimento, ou seja, após a
ressurgimento na primavera.
Esse
transcendência espiritual do candidato
despontar do novo cereal nos campos
em novo iniciado, o conhecimento
representa a elevação espiritual do
pode
novo iniciado que transcendeu suas
somente após o iniciado ter passado
limitações. O postulante representa
pelos estados emocionais de medo,
a semente, o potencial que poderá ou
ansiedade, morte e finalmente do
não desabrochar e florescer. Ele tem
renascimento e do êxtase.
Eleusis,
ao
mito
ser
disponibilizado.
Mas
que descer ao submundo, passar pelo Reino da Morte e ressurgir como
Muita
a planta madura, o significado da
iniciação
iluminação. O mito é iniciatório por
conhecimento, um enriquecimento
excelência.
Analogias semelhantes
da mente. Tenho observado que a
foram levadas da Grécia antiga para a
iniciação se torna mais fácil quando a
é
gente um
pensa
incremento
que do
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pessoa é jovem. Quanto mais velha é a pessoa, mais presunçosa ela é, quanto mais velha a pessoa mais ela acha que sabe e nada satisfaz tanto o ego como o conhecimento.
A analogia da semente se
aplica muito bem aqui, quando vemos The birth of Vênus Gustave Moreau
os jovens como potencialidade. Os mais velhos geralmente ficam olhando para algum lugar no futuro, aonde
A morte de toda a velharia
serão melhores e por consequencia
que a pessoa mantém dentro de si, de
serão felizes. Na verdade, o Iniciado
todo o passado que deve ser jogado
abandonou o futuro completamente.
para fora. E isso só é possível quando
Não se trata de manter uma idéia
uma iniciação formal é realizada.
de que é possível melhorar a si
A única possibilidade de colheita é
mesmo, porque essa é uma das
quando o jardineiro cuida do jardim.
causas da neurose. Uma pessoa que
A própria semente não pode, em
está tentando se tornar melhor
hipótese nenhuma, romper essa casca
ficará neurótica. As sementes estão
sozinha. Isso seria um suicídio.
lá, dentro da pessoa e assim sendo a colheita virá.
Quase ninguém pode ver
que a morte é apenas uma porta,
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A morte precisa acontecer.
uma abertura para uma nova vida. E a iniciação é uma porta para o
renascimento, e os Iniciados podem
casca ? Não haveria crescimento, não
ver isso por si mesmos, podem
haveria iniciação.
ver que uma vida verdadeira está esperando, uma vida mais elevada,
Desse modo, iniciação é um
mais alta. Então é possível encontrar
abandono do velho, do antigo, da
dentro de nós alguma coisa que não
estagnação. Iniciação acontece agora,
pode morrer e desse modo o medo
neste momento. O real é o que está
simplesmente desaparece.
acontecendo agora.
E conforme
podemos observar, apesar da grande
O crescimento é sempre uma
exposição e divulgação da Arte nos
coisa arriscada. O postulante sempre
últimos anos, os Mistérios ainda
tem que perder aquilo que conhece
mantém um poder que permanece
em troca daquilo que desconhece.
inalterado. Isso proporciona que os
Tem que abrir as mãos e entregar
iniciados tenham o sentimento do que
o que está segurando em troca do
Gerald Gardner chamava de “inicial
que ainda não conhece. É por isso
sentido de maravilhamento.”
que eu digo que religião é para os corajosos, os fortes. Religião não é para os negociantes. Os negociantes estão sempre procurando proteger o que já tem, pensando em ganhar mais e mais. Entretanto, na vida não existe nenhuma segurança. Imaginem se a semente se recusasse a romper a
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COVEN Por Lorenna Escobar
são alicerçadas por uma estrutura hierárquica existente e remanescente da Tradição e mantidas pelos juramentos feitos por cada integrante.
Um Coven é uma organização
mantida para o encontro de Bruxos.
Alguns Iniciados dizem que a
É uma comunidade destinada ao tra-
organização do Coven reflete a Or-
balho ritual. O número máximo de
dem Cósmica dos Deuses, onde, den-
membros em um Coven, não deve
tro do Círculo Mágico, a Alta Sacer-
ultrapassar 13 pessoas, que, de forma
dotisa representa a Deusa e o Alto
peculiar sobre suas crenças, vivenciam
Sacerdote representa o Deus.
os Mistérios de Vida, Morte e Renascimento através de símbolos existentes
A reunião dos membros de um
e representados nas passagens das es-
Coven, ocorre geralmente nas Festi-
tações e nos ciclos naturais.
vidades da Roda do Ano, também conhecidas como Sabás, e nos Esbás.
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As Leis dentro de um Coven
Os membros do Coven não
permanecer unido e coeso.
podem revelar os nomes dos outros
membros, assim como a localização
dos encontros que só serão revelados
preciso ser convidado por algum Ini-
aos seus participantes.
ciado integrante ou se apresentar for-
Para entrar em um Coven, é
malmente a um Iniciado que levará a
É importante salientar que não
solicitação para o restante do grupo
existe nenhum tipo de cobrança em
analisar. Entretanto, será necessária
dinheiro para o aprendizado em um
uma avaliação de compatibilidade,
Coven ou para Iniciações e Elevações.
pois, para entrar em um Círculo Mági-
Segundo modernos estudiosos da
co com os demais Iniciados, será pre-
Bruxaria inglesa, a importância mágica
ciso mais do que um ideal de “Perfeito
dos Covens é secundária, já que a Ma-
Amor e Perfeita Confiança”.
gia praticada requer total concentração. Porém, sabemos que um grupo
Quando alguém procura um
de pessoas é capaz de gerar um cam-
Coven, deve ter abertura para o
po de energia de grande intensidade.
aprendizado e, provavelmente, dar um mergulho no desconhecido. Esse
Um Coven precisa pensar cole-
alguém deve estar em busca de algo
tivamente - o que chamamos de Men-
além da compreensão e que, em um
te Coletiva - e, para que não hajam
nível mais profundo, entende que esse
adversidades e conflitos, o grupo deve
é o caminho que deve percorrer.
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Quando se é atraído para um
to, algo descrito como um “impulso
Coven de Bruxaria, deve existir uma
que nasce das profundezas da Alma”.
presença suficiente para a travessia,
Aquele que realmente é apropriado
pois os Altos Sacerdotes são conside-
para a Arte, irá encontrar o seu lugar
rados “A Ponte”, e por isso, é preciso
e assim, encontrar os Deuses.
se unir a Eles. Esse é um dos motivos que explicam porque não existem
Geralmente, quando alguém é
Bruxos solitários.
aceito em um Coven, ele é considerado como um Dedicado. Ele fica dis-
O despertar para aqueles que
ponível para o conhecimento da Arte,
desejam ser transformados pela Magia
mesmo que em um nível superficial,
dos Bruxos, é como um acontecimen-
mas que pode dar maiores condições de reconhecer se ele está no caminho certo. Após o período de “Dedicação” ( um ano e um dia ), o Dedicado poderá ser apresentado aos Portais da Iniciação e, então, ser formalmente aceito no grupo como um Bruxo e Sacerdote da Arte, sendo reconhecido como um Iniciado de 1° Grau.
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O conhecimento da Bruxaria
como um Sistema Mágico Religioso que busca a Transcendência e que cultua uma Deusa e um Deus como o Casal Divino, talvez não seja compatível com o estilo de vida da maioria das pessoas, as quais nós chamamos de “pessoas não-apropriadas” para a Arte.
A Wica não é uma Religião de
inicar uma Mulher e que, apenas uma
massa ou de seguidores. É necessá-
Mulher, devidamente Inicada, pode ini-
rio passar por todo treinamento es-
car um Homem.
tabelecido pelo grupo, seguindo os princípios da Tradição ; obter o co-
nhecimento dos preceitos da Arte,
mos nos referindo à Tradição de Mis-
seus Dogmas, Teologia e Liturgia,
térios Iniciática difundida por Gerald
para depois ser apresentado aos Por-
Gardner e suas Altas Sacerdotisas na
tões de acesso ao conhecimento nos
déca de 1950.
Quando falamos de Wica, esta-
Mistérios da Arte, o qual é velado e transmitido pelos Altos Sacerdotes.
Devemos considerar que apenas um
práticas e valores espirituais de ge-
Homem, devidamente Iniciado, pode
ração em geração ; é o conjunto das
Tradição é a transmissão de
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O caminho dos Iniciados é um
caminho sem volta ; é um salto no abismo ; é conhecer a Morte antes de morrer ; é o formador do conhecimento da Alquimia ; é o conhecedor dos poderes da Magia, da Comunhão, da Felicidade e do Amor.
crenças de um povo ; algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações.
Um Coven pode ser considera-
do como uma família. São laços que transformam e que nos tornam seres mais conscientes e conectados com o Todo. São céluals da Tradição que mantêm vivos os ensinamentos dos Antigos.
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LITHA Por Simone Abraços e Giulia JB
Litha, também conhecido por
Midsummer, é um Sabá celebrado no Solstício de Verão. Por ser um evento astronômico, não possui uma data fixa e pode variar entre os dias 20 e 24 de dezembro no hemisfério sul e entre os dias 20 e 24 de junho no hemisfério norte.
O Solstício de Verão é o dia
em que o hemisfério em questão, fica mais próximo do Sol e mais tempo exposto a sua luminosidade e, por isso, temos o dia mais longo do ano com mais de 12 horas de duração. Nesse dia, o zênite solar marca o seu apogeu e, de acordo com a sua trajetória na esfera celeste, ele alcança o ponto
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mais alto no céu. É o auge do poderio
dicinais quantos ocultos, são desper-
solar, o dia de maior incidência de luz
tados, potencializados e multiplicados
e, com seu o seu poder fertilizador, a
pelo poder do Sol.
Natureza se encontra em abundância e plenitude.
Na verdade, elas não são colhi-
das durante a noite, mas nas primei
Nossos antepassados acredita-
ras horas. Ao anoitecer, as ervas e as
vam que a noite do Solstício de Verão
plantas se encontram no máximo do
era um momento muito propício para
seu potencial porque estão impregna-
a colheita de ervas e plantas com pro-
das de energia solar. Uma faca espe-
pósitos mágicos de cura, fertilidade e
cial deve ser utilizada e elas devem ser
proteção. Eles descobriram isso atra-
cortadas em um só golpe para que os
vés de muitos anos de observação e
seus princípios ativos não sejam com-
experimentação, mas hoje nós sabe-
prometidos.
mos a razão que os levaram a afirmar que essa noite é mágica : o Sol.
Como uma das Ervas mais co-
lhidas nessa noite, podemos citar o
Naturalmente, durante o dia
Hipérico (Hypericum perforatum L.)
mais longo do ano, as Ervas e as Plan-
também conhecido como “Erva-de-
tas ficam expostas à luz solar mais
-São-João”. O nome “Hipérico” deriva
tempo que o normal ( o dia do último
do grande Titã Hipérion, um Titã Solar
Solstício durou quase 14 horas ) e as-
primitivo que, na Mitologia Grega, era
sim, seus princípios ativos, tanto me-
o pai do Deus Hélios (o Sol), da Deu-
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sa Selene (a Lua) e de Eos (a Aurora).
O Hipérico é um pequeno ar-
busto com flores amareladas e muito aromáticas. Como todas as plantas amarelas, elas são regidas pelo Sol e, naturalmente, suas propriedades ficam mais ativas durante o dia quando estão expostas à luz solar. Seu nome popular “Erva-de-São-João” é em homenagem ao dia do nascimento de São João Batista – dia 24 de junho, a “Noite de São João”, onde, muitas vezes, coincide com a data do Solstício de Verão no hemisfério norte. Segun-
Solstício e muito conhecida na Bruxaria, principalmente nos Festivais Solares na Península Ibérica, é a Verbena ( Verbena officinalis). Uma planta mágica por excelência, com muitas propriedades terapêuticas e ocultas. Por esse motivo, a Verbena sempre está entre as Ervas que são jogadas nas fogueiras de Litha.
do o mito, São João é aquele que representa a luz e luta para afastar as trevas.
O Rosmaninho (Lavandula sto-
echas da Família do Alecrim, o Rosmarinus officinalis), também conhecida
Uma outra planta colhida no
por “Erva-de-São-João madrilenha”, é uma erva poderosa, regida pelo Sol e que não pode faltar nas fogueiras do Solstício de Verão.
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Uma lenda muito conhecida
no Solstício de Verão para propósitos
seria a das Samambaias (Dryptoteris
de cura. Na região da Catalunha, na
filix-mas), também considerada uma
Espanha, várias pessoas ainda se reú-
planta joaneira. Tida por muitos como
nem ao redor da grande e velha Azi-
uma planta masculina, acreditava-se
nheira. Todas elas ajudam a abrir um
que à meia-noite do Solstício de Ve-
buraco no tronco, suficientemente
rão, elas floresciam e espalhavam suas
grande para o doente entrar e atra-
sementes, e aqueles que as colhes-
vessar, enquanto todos dizem “Tren-
sem com um pano feito de cânhamo
cat t’el dono” (“avariado o entrego”)
ou linho, receberiam poderes e co-
o doente atravessa para o outro lado,
nhecimentos miraculosos. Segundo
e então, todos dizem “Curat t’el preng
Andrés Laguna de Segóvia (Médico e
(“curado o recebo”).
Farmacologista espanhol) : “Algumas
Assim como as bolotas do Carvalho,
velhotas endemoniadas andaram per-
as bolotas da Azinheira , devidamente
suadindo o povo que na noite de São
preparadas e de acordo com a Botâ-
João, à meia-noite em ponto, a samam-
nica Oculta, são usadas como podero-
baia cresce e floresce e, se o homem não estiver ali naquele momento para colhê-la, sua semente cai e se perde”.
A Azinheira (Quercus ilex , da
mesma Família do Carvalho, o Quercus robur) é uma grande protagonista
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HazelColl, Aveleira
sos amuletos.
Os Celtas colhiam o raríssimo
Visco do Carvalho, também conheci
Muitos dizem que, tradicional-
do por Agárico, apenas nos Solstícios.
mente, a Vara Mágica deve ser feita
Uma planta lendária cercada por mui-
com um galho de Aveleira (Corylus
to mistérios e histórias, e com mui-
avellana), a Árvore do Conhecimento
tas propriedades medicinais, princi-
ou a Aveleira da Feiticeira, e que deve
palmente no tratamento da epilepsia
ser cortado na noite do Solstício de
(Visco quer dizer “aquilo que tudo
Verão. Uma das propriedades mágicas
cura”).
e ocultas desta vara, era o da adivinhação e profecia, onde se acreditava que
Para colhê-lo, um grande ritu-
tesouros (metais preciosos como o
al era realizado e apenas os Druidas
ouro) e água (mananciais escondidos)
poderiam estar presentes. A planta
poderiam ser encontrados.
era cortada com uma pequena foice cerimonial de ouro e colocada sobre
As flores Malva-Rosa (Alcea
um pano virgem de linho. Logo após a
rosea) e Alteia (Althaea officinalis,
colheita, dois bois brancos eram imo-
também conhecida por Malvarisco ou
lados aos pés do grande Carvalho.
Malva-branca), com grandes proprie-
dades analgésicas, deveriam ser colhi-
das antes do amanhecer para ter seus
da e símbolo de imortalidade e lon-
princípios conservados durante todo
gevidade, pode atingir 40 metros de
o ano.
altura e durar facilmente 400 anos.
O Carvalho, uma árvore sagra-
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Um velho ditado dizia : “O Carvalho
gravetos que restaram.
leva 300 anos para crescer, 300 anos para se tornar adulto e 300 anos para
Nessa época, como um rito
morrer".
muito antigo de fertilidade, muitas mulheres dançavam nuas, montavam
As Ervas e Plantas jogadas nas
em suas vassouras, corriam e pulavam
fogueiras de Litha podiam variar con-
no meio das plantações para que elas
forme a região, mas as mais comuns
crescessem saudáveis e em abundân-
eram, além das ervas já mencionadas,
cia. Quanto mais elas pulassem, mais
o Gerânio, a Camomila, a Calêndula,
alto as plantações cresceriam.
a Arruda, a Cinco-Folhas, folhas de Carvalho e de Azinheira, entre outras
mais – geralmente, ervas e plantas do
cresce a atinge sua plenitude, também
Elemento Fogo e regidas pelo Sol. Um
declina e morre. Após o Solstício de
costume muito antigo no Solstício de
Verão - o auge da estação, da lumino-
Verão, é atravessar a fumaça exalada
sidade, do calor e do poder solares
pelas fogueiras, para todos, inclusive
– inicia-se o período de declínio e de
animais de criação, serem agraciados
marés vazantes, ou seja, é o início do
pelo seu poder de cura, de proteção,
Ano Decrescente.
de banimento de males e doenças e
de fertilidade. Muitos levam as cinzas
Ciclo de Vida, Morte e Renascimento
da queima das madeiras – tradicional-
da Roda do Ano - encontra-se em seu
mente, uma tora de Carvalho - e os
momento de maior plenitude e matu-
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Mas como tudo que nasce,
O Deus de Chifres - dentro do
ridade – o auge do seu Poder. Após o
florescimento e abundância da vida e,
dia mais longo do ano, assim como o
a inevitável morte que segue, reflete a
Sol e as forças da Natureza, o Poder
dualidade que gera o movimento do
do Deus Cornífero começa a declinar.
universo. É a força do Deus de Chi-
Daí em diante, os dias ficarão gradati-
fres como Senhor da Vida e Senhor
vamente mais curtos, mais escuros e
da Morte, é a luta entre os Reis do
mais frios. É o começo do fim do Ve-
Carvalho e do Azevinho, é o espírito
rão (uma estação marcada pela fartu-
da natureza, o Greenman e o Hor-
ra, abundância e fertilidade) o prenún-
ned Hunter, que dão a vida a partir da
cio de que dias mais difíceis virão (é a
morte e cuja vida irá inevitavelmente
certeza da proximidade do Inverno).
voltar a morrer. Ao longo da história, diversas culturas, religiões e artes má-
A troca entre os períodos de
gicas reconheceram essa dualidade,
fartura e de escassez, de luminosida-
traduzindo-a em mitos, costumes e
de e escuridão, o verão e o inverno,
rituais.
sempre marcaram a vida do ser humano. A natureza, entre seus ciclos de
Observando uma roda em mo-
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vimento vemos que, enquanto um lado
alimentando-se da decomposição de
sobe, seu oposto irá, inevitavelmente,
vidas passadas, o humo que é a fonte
descer. A força do movimento de de-
de sua vitalidade. A morte alimenta a
clínio dando o impulso para a ascen-
vida, a vida que caminha sempre em
são no lado oposto. Um homem que
direção à morte...
trabalha o dia inteiro irá ficar cansado
e, à noite, irá dormir para recuperar
suas forças, acordando renovado para
com o fim do anterior. Assim como,
um novo dia. O reinado de um ho-
um período de expansão é sempre
mem irá ver seu envelhecimento.
seguido de um período de retração e,
Um ciclo só pode ser renovado
vice versa. Um só existe a partir do
Um rei, que é a fonte da for-
outro. Da troca entre as grandes eras
ça de seu povo, enfraquecido é como
astrológicas ou Eons, à alternância en-
se a própria terra perdesse sua vita-
tre o verão e inverno, ou do estado
lidade. Sua restauração só é possível
de alerta ao do sono, de estar vivo ou
através de sua morte e sucessão por
morto, o princípio é sempre o mes-
um novo rei, jovem e cheio de vita-
mo.
lidade - seu filho que, em essência, representa o próprio rei. O mesmo
rei que morre e renasce a cada gera-
gens representando forças antagôni-
ção. Uma semente só irá germinar de
cas (Verão / Inverno, Luz / Sombra,
dentro da terra escura, do subsolo, a
Noite / Dia, Pai / Filho, Vida / Morte,
partir do apodrecimento de sua casca,
etc.) lutam pela supremacia ao final
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O tema onde dois persona-
Mesmo em mitos onde uma mulher representa uma dessas forças, vemos uma influência masculina como a força por trás da ação (como no mito do rapto de Persephone, onde seu retorno para o lado de Demeter representa o lado luminoso, aqui, Zeus é aquele que intervém na ação). de um ciclo é recorrente e representa a renovação cíclica do universo. O princípio é quase sempre visto como masculino, pois sua natureza é uma de força e de movimento. É aquele que fertiliza e aquele que ceifa, o que remete à força masculina da ação e transformação.
É o poder do falo, a força bruta.
Já o princípio feminino é um de constância, mais etéreo. Ela é a própria natureza, sua alma, é o útero e o céu noturno, a lua que é sempre a mesma, embora mostrando diversas faces.
Essa observação encontra re-
flexos em costumes, mitos e ritos tanto de sucessão entre pai e filho (o novo que substitui o velho e que, por sua vez, será substituído por seu próprio filho), ou de uma geração pela outra, quanto no revezamento entre forças antagônicas (personagens que representam as forças de luz e expansão, versus personagens das sombras e retração). Também podemos ver o mesmo princípio na relação entre o homem e a natureza, o caçador e a caça, o plantio e a ceifa.
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O ano solar pode ser dividido
em duas partes de fundamental importância para todos os seres vivos. O verão, período de expansão e de crescimento de luz solar, que atua do Solstício de Inverno até o Solstício de Verão. E, o inverno, período de amadurecimento das colheitas e de retração rumo à escassez e escuridão. Este começa a partir do ápice em abundância da luz solar, o Solstício de Verão, indo
ríodos. Duas figuras que lutam de seis
até o ponto mais escuro do inverno, o
em seis meses pela supremacia. Estes
Solstício de Inverno, a partir do qual,
aspectos representam, em essência, a
a luz irá lentamente começar a retor-
mesma figura, um princípio masculino
nar. Também encontramos exemplos
divino que nasce, fecunda a terra (ou
onde o ponto de mudança se encon-
uma figura feminina representativa do
tra em outras datas. Um exemplo se-
divino feminino) e morre ou é morto,
ria no Dia de Maio, também conhecido
para então renascer, ou retomar seu
como Beltane (conforme o calendário
reinado, seis meses depois. Na meta-
no Hemisfério Norte).
de em que a luminosidade é crescen-
Em diversos mitos ao longo da
te, momentos de fertilidade e de plan-
história, encontramos figuras arquetí-
tio, de vida, reinam os arquétipos do
picas que representam estes dois pe-
Rei do Carvalho. Na metade escura
28
do ano, o inverno, momentos de es-
Creiddylad era amada pelos
cassez e incertezas, de morte, reinam
dois. Gwythr aparece em alguns con-
os arquétipos do Rei do Azevinho.
tos como seu noivo, onde Gwyn seria seu irmão, que a rapta de Gwythr.
A figura feminina também está
Em outras versões, Gwythr a rapta
presente e representa a própria natu-
da casa de seu pai Lludd Silver Hand
reza. Aparece como mãe, noiva, aman-
(Lludd Mão de Prata) e em resposta,
te, esposa, ou até irmã. Muitas vezes,
Gwyn a rapta de Gwythr. Em ambos
existe uma batalha pela mão de uma
os casos, após violentas batalhas, Ar-
mesma mulher. O conflito é solucio-
thur intervêm e, a cada Dia de Maio
nado por uma força maior que desig-
(1 de Maio) e eles lutariam pela mão
na para cada, um período de tempo
de Creiddylad, que fica com seu pai até
em que a noiva ficaria ao seu lado
a última batalha no Dia de Julgamen-
ou, que atua como um intermediário
to, quando seu destino seria decidido
em batalhas periódicas. O casamento
de acordo com o vencedor. Gwyn ap
com a mulher (a terra) simbolizando
Nudd está fortemente associado ao
o reinado de cada um. Um tema pre-
submundo e aparece como o líder da
sente na história galesa de Gwyn ap
Caçada Selvagem e, senhor do mundo
Nudd, Gwythyr ap Greidawl e, Crei-
dos mortos, conhecido como Annwn.
ddylad (uma dama na corte do Rei Arthur conhecida como a mais bela das
Arthur, aparecendo em mitos
Ilhas Britânicas).
galeses anteriores às lendas contadas pelo clérigo Geoffrey de Monmouth,
29
como uma figura mítica, líder de um
conflito que determina as mudanças
grupo de guerreiros com poderes so-
entre o verão e o inverno. Demeter
bre humanos e, que defendia seu rei-
e Gwythr (personagens que repre-
no de ameaças sobrenaturais como
sentam a luz), versus, Hades e Gwyn
bestas mágicas. Nesse caso, ele pode
(ligados à morte e ao submundo, a es-
ser visto como uma autoridade supe-
curidão).
rior, o Rei, ou até como uma divindade superior similar à posição de Zeus,
Outro mito galês que mostra
na mitologia grega.
a batalha entre os arquétipos do Rei do Carvalho e do Rei do Azevinho é
Este mito já foi associado ao
aquele que conta a história de Lleu
mito grego do rapto de Persephone
Llaw Gyffes e sua esposa Blodeuwedd.
( Deusa da Primavera). O conflito en-
tre os guerreiros, paralelo ao conflito
rhod que nele colocou três determi-
entre Hades ( Deus do Submundo) e
nações / feitiços (tynghedau), privan-
a mãe de Persefone, Demeter ( Deu-
do-o de um nome, de armas e de uma
sa dos cereais e da fertilidade da ter-
esposa. Junto com a ajuda de seu tio
ra). Também um mito que fala de um
Gwydion, Lleu consegue enganar sua
Lleu Llaw Gyffes, filho de Arian-
mãe a dar-lhe um nome e armas. E, com flores da giesta, da filipêndula e do carvalho, Gwydion, com a ajuda do rei Math fab Mathonwy, fez Blodeuwedd, a esposa de Lleu. Assim o herói
30
Portia St Luke
passa pelos três desafios (ou iniciações) e torna-se um homem.
Porém, em dia em que Lleu es-
tava fora, Blodeuwedd vê um cervo cansado sendo perseguido por um caçador e seus cães, este era Gronw Pebr, senhor de Penllyn (o cervo, representando o próprio Lleu e, os cães
Alan Lee 1984
de Grown e o fato deste caçar o cervo, o indicam como tendo ligações ao
submundo, o Líder da Caçada Selva-
sai a procura de seu sobrinho. No
gem). Eles se apaixonam e conspiram
caminho, hospedado na casa de um
para matar Lleu. Porém, como Blo-
vassalo, ouve um caso em que uma
deuwedd descobre, Lleu só pode ser
porca foge todo dia de manha e que
morto por uma flecha forjada durante
ninguém sabe para onde. No dia se-
um ano durante as horas do sacrifício
guinte, Gwydion segue a porca, que
aos domingos (a missa), com um pé em
para ao lado de um carvalho, comen-
um caldeirão e o outro em um bode,
do vermes e insetos que caem de uma
ao cair da noite. E, assim os amantes
águia empoleirada no pico da árvore.
o fazem. Quando a flecha atinge Lleu,
Gwydion percebe que a águia é, na
ele se transforma em uma águia e voa
verdade, seu sobrinho e transforma-
para o alto de um carvalho.
-o de volta à sua forma original. Lleu
Ao ouvir a história, Gwydion
31
volta muito fraco e depois de um ano
mos sugerem, novamente, a vida e fer-
se recuperando, desfia Gronw em um
tilidade que nasce da podridão e da
duelo onde ele vence. Blodeuwedd,
morte.)
fugindo, é transformada em uma águia
por Gwydion (o que sugere a face da
sabedoria do divino feminino, repre-
da transformação e iniciação de Lleud
sentado por Blodeuwedd).
Llaw Gryffes. Primeiro através dos de-
No conto, encontramos temas
safios impostos por sua mãe e, depois (Obs: A presença da porca e dos ver-
pela experiência da morte e ressurei-
mes pode sugerindo conceitos simila-
ção por magia. E também, o tema da
res aos dos Thesmophoria, rituais em
rivalidade entre as forças da vida e da
homenagem à Demeter para promo-
morte. A transformação de Lleu em
ver a fertilidade dos campos, lembran-
uma águia e a árvore de carvalho são
do o tempo em que Demeter lamenta
simbolismos claros de sua associação
o rapto de sua filha, fazendo com os
como uma face do divino masculino
campos fiquem estéreis (inverno). A
expansivo, o Rei do Carvalho.
participação era exclusiva de mulheres casadas. Durante os rituais, porcos
eram colocados em buracos na terra
grande porte, com raízes e troco for-
junto a cobras.
tes, tem sido uma árvore simbólica da
Os restos dos porcos do ano
perenidade, força e vitalidade, sagrada
anterior eram misturados aos grãos
a aos deuses que traziam a fertilida-
para serem plantados. Os simbolis-
de com a chuva e o trovão. É um dos
32
O Carvalho, uma árvore de
símbolos religiosos mais antigos e está
sido pendurado na árvore do mundo,
presente em mitos por toda a Euro-
Yggdrasil, por nove dias e nove noites,
pa. Entre os gregos, era um símbolo
ferido por sua própria lança. Um ato
de Zeus, pai de Deuses e homens,
de auto sacrifício para que pudesse
que com seus raios e chuva fertiliza a
obter sabedoria dos nove mundos. O
terra. Seus muitos contos de *escapa-
que, curiosamente, lembra em muito
das* amorosas não são à toa e, muito
a experiência de morte do herói Lleu
mais do que falarem de um deus que
Llaw Gyffes, quando este pousa em
gostava de romance, seu papel nestes
um enorme carvalho como uma águia,
contos é condizente com seu aspecto
vermes e insetos caindo dos galhos.
de fertilidade. O próprio raio poden-
Em ambos, a experiência de morte é
do ser visto como o deus que descia
um portal para a sabedoria (que no
para fertilizar a terra, o feminino.
conto de Lleu seria sinalizado pela transformação de Blodeuwedd em
Vemos estes mesmos aspectos
ligados a divindades em outras culturas, onde o carvalho aparece como sinalizador desse poder. Na mitologia nórdica, Thor era o Deus dos trovões e da fertilidade. Seu pai, Odin, Deus da sabedoria, magia e da morte.
Um dos feitos de Odin foi ter
33
Alan Lee 1984
formato ligado à Lua e o papel feminino como constante nos mitos.
Como se trouxesse o nasci-
mento do Rei que trás a ceifa e morte, tanto quanto o nascimento do Rei que trás a fertilidade. Como foi argumentado no livro de Robert Graves, uma coruja). O que nos mostra, novamente, o processo de morte como uma fase para o crescimento. No caso de Odin, vemos ainda seu papel como o pai de muitas divindades, incluindo, notadamente,Thor. Uma dinâmica que se repete no caso de Zeus, cujo pai, Cronus, está ligado à ceifa e a colheita.
The White Goddess, este ato simboliza a castração do antigo rei, no caso, o Rei do Carvalho. O visco era usado como um potente agente para a cura e fertilidade e, era um símbolo fálico por natureza, assim como o carvalho em si. Sua morte ou castração era uma forma de garantir a renovação da terra e seu futuro renascimento.
Em um rito dos povos celtas,
realizado pelos druidas, o visco que crescia em carvalhos era colhido no Solstício de Verão com uma pequena faca em forma de lua crescente, como uma pequena foice. o que sugere um
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Os exemplos de culturas em
que o regicídio era comum ou até sistemático são abundantes. Entre alguns dos mencionados no livro The Golden Bough, de James Frazer, estão os
Khazars no sul da Rússia, em que os
to que, em diversos ritos de sacrifício
reis eram mortos ao final de um pe-
do rei (ou de seus representantes), o
ríodo, ou caso alguma calamidade de-
ato simbólico ou real de consumir seu
monstrasse o enfraquecimento de seu
corpo é comum.
poder. Entre os escandinavos o período de reino de cada rei teria sido de
Porém, nem sempre o rei, pro-
nove anos, antes sua morte, diversos
priamente dito, era morto de fato. Na
exemplos no continente Africano, en-
antiga Babilônia, durante o festival da
tre muitos outros.
Sacaea um rei postiço reinava durante cinco dias e, no final de seu termo, era
Por trás desses costumes esta-
flagelado e morto. Porém, o fato des-
va a crença de que o Rei seria como
te ter direito a deitar-se com as con-
a encarnação do poder divino, o pai e
cubinas do rei verdadeiro, sugere que
consorte da terra. Se fosse permitido
o costume era levado muito a serio,
seu enfraquecimento, assim também
sendo o rei temporário visto como
a terra perderia sua vitalidade. Sen-
um rei, de fato. Em outros casos, o
do morto antes que isso aconteces-
rei colocava-se sob risco mortal, per-
se (como o visco que era colhido em
mitindo que fosse atacado, em alguns
seu auge), este se tornaria imortal, sua
desses casos, quem o matasse seria
força sempre renovada. Junto a isso, a
seu sucessor. Em outros casos ainda,
morte do rei representa o sacrifício
o sacrifício do rei foi substituído pelo
divino, a colheita, sua morte trás a fer-
sacrifício humano, animal ou vege-
tilidade à terra, alimenta a terra. Tan-
tal. No caso dos animais, os de pelo
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Na natureza, muitos animais e
plantas nascem e morrem logo após se reproduzirem. A continuidade da vida garantida, voltam para a terra através da transformação de seus corpos pela decomposição, que por sua vez, será o berço da nova vida. É uma imagem que pode parecer dura, ou estranha à branco ganham destaque, em especial o touro branco. Em Creta, o mito do minotauro, a quem jovens atenienses seriam sacrificados, é provavelmente a descrição de ritos sacrificiais para a renovação da força do rei Minos.
sensibilidade moderna, tão distante de sua própria natureza, mas que foi (e é) reconhecida por aqueles que observam sem restrições ao mundo em que vivem.
Para finalizar, podemos dizer
que o Solstício de Verão é o dia de maior incidência de luz solar do ano. É o auge que parte o momento de plantio do momento de amadurecimento, colheita e morte, a partir do qual um novo ciclo poderá renascer.
O sacrifício do rei divino, visto
como parte do ciclo, algo necessário para que roda da existência pudesse continuar girando. Os ritos não eram simbólicos, mas vistos como atos participativos na continuidade dos ciclos da vida, morte e renascimento do universo. Os mitos, ecos que nos falam da sabedoria de seus criadores.
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*** “Dance, Senhora, dance - sobre a tumba do Rei do Carvalho, Onde ele repousa por meio ano em teu útero tranquilo Dance, Senhora, dance - ao poder do Deus Sol E seu toque de ouro sobre o campo e a flor. Dance, Senhora, dance, com tua lâmina na mão, Que chamará o Sol para abençoar tua terra. Dance, Senhora, dance - na roda de Prata, Onde o Rei Carvalho repousa, com suas feridas para curar. Dance, Senhora, dance - para o reinado do Rei Azevinho, Até que seu irmão o carvalho se erga novamente. Dance, Senhora, dance - no céu iluminado pelo luar Para o nome Tríplice pelo qual os homens te conhecem. Dance, Senhora, dance - na Terra que se transforma Para o Nascimento que é Morte, e para a Morte que é Nascimento. Dance, Senhora, dance - para o Sol nas alturas, Pois seu esplendor candente, também, deve morrer. Dance, Senhora, dance - para a longa maré do ano, Pois através de toda mudança deves tu residir.” *** (retirado do livro A Witches’ Bible)
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O que é uma pessoa apropriada Por Mario Martinez
Nos últimos 15 anos, dezenas
de pessoas me escreveram angariando uma oportunidade de iniciação na Arte. O que me chama a atenção nessas cartas e e-mails de contato, é que num primeiro momento essas pessoas não se apresentam corretamente, não informam em que lugar estão vivendo, nem ao menos qual a sua idade. Não sei se isso é falta de educação, já que desde pequeno, fui ensinado que ao entrar em contato com pessoas que eu não conheço, primeiro de tudo tenho que me apresentar. Mas neste país isso não ocor-
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re, o que é muito estranho. Assim
diante, muitas pessoas surgem com
sendo, como levar à sério esse tipo
uma conversa muito boa, mas a Ver-
de buscador ?
dade está escondida sob os ornamentos dessa bela fachada.
Gerald Gardner disse que uma
Pessoa Apropriada para a Arte, “é
Nós temos determinado que
aquela pessoa que nós encontramos,
uma Pessoa Apropriada deve possuir
que nós reconhecemos como um da-
determinadas qualidades intrínsecas;
queles que nós conhecemos e que
essas qualidades não são passíveis de
amamos antes”. Ou seja, alguém que
ser assimiladas do dia para a noite, já
nossa intuição nos diz ser um Wica.
que são qualidades que trazemos do berço, e muitas vezes de vidas ante-
Atualmente isso não funciona.
riores. Devido a isto, é necessário
Com a imensa comercialização da
que os prováveis candidatos este-
chamada “Wicca” pública, isso nun-
jam incluídos na categoria de Pessoa
ca será suficiente para considerar al-
Apropriada antes de serrem aceitos
guém uma Pessoa Apropriada. O que
em um Coven Tradicional.
acontece é que muita gente procura um Coven Tradicional, aparece osten-
Isso é imprescindível, uma vez
tando uma bonita fachada, toda pinta-
que, pela nossa observação sobre os
da e enfeitada, mas que com o tempo
buscadores que tem nos procurado, a
desmorona como tudo o que é falso,
maioria deles acredita que tem algum
tudo que é forçado. Como a Antiga
“direito” de ser iniciado na Arte, à
Arte virou moda nos anos 1990 em
exemplo de religiões de massa que
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mantém suas portas abertas para
baixo do tapete. É o que eu chamo de
qualquer um. A Arte dos Wica nun-
cobrança dos Deuses.
ca foi uma religião de massa. Todo o treinamento na Arte visa despertar lá
Essas pessoas procuram um
do fundo das nossas profundezas as
Coven Tradicional para se salvar de
camadas mais antigas de nossa alma e
suas neuroses, para buscar uma liber-
nosso perfil psicológico; esse apren-
tação das suas ilusões, mas procuram
dizado não é racional, mas precisa
fazer isso criando uma prática mora-
arrancar do fundo da mente do bus-
lista, o que leva a uma maior aliena-
cador todos os seus traumas e bar-
ção de sua própria condição.
reiras, causando uma transformação interna, uma metamorfose. E isso
Quase ninguém está disposto
não pode ser atingido quando a pes-
a se transformar, porque isso certa-
soa está fazendo de tudo para manter
mente doerá, será tremendamente
uma fachada bonita, mas completa-
desconfortável.
mente falsa.
te procura a religião para se sentir
A massa ignoran-
“melhor”, para “encontrar a paz”, e
Pela minha experiência pessoal
outras bobagens. No entanto, uma
e vivência com esse tipo de pessoa,
religião de Mistério e transcendência
tenho notado que todos eles, em al-
não fará isso num primeiro momento.
gum momento do percurso, viram
Uma religião de transcendência vai
suas mentiras subirem à superfície,
desestruturar totalmente o buscador,
causando um estrago muito maior do
para que ele veja toda a miséria que
que o de empurrar as neuroses para
arrasta consigo, todo o sofrimento
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que continua arrastando ao longo dos
abandonam a religião por medo de
anos, justamente por falta da cora-
enfrentar sua própria realidade.
gem necessária para abrir os olhos e ver sua realidade.
Uma Pessoa Apropriada para
a Arte deverá, desse modo, possuir
A busca de iniciação na Arte
qualidades que não podem ser com-
não é um desejo de poder, mas a ne-
pradas no supermercado, tais como
cessidade de operar uma transforma-
honestidade,
ção total, onde o buscador precisa
etc. Todas essas qualidades serão ob-
se desvencilhar de seus padrões de
servadas pelo Coven, e só então, se
auto-estima e auto-identidade, total-
todas as exigências forem observadas,
mente alienados da realidade. Essas
o buscador poderá então ser levado
máscaras ou essas fachadas tem que
através dos Portais da Iniciação.
desmoronar.
Contudo,
lealdade,
compaixão,
na imensa
maioria das vezes, esses buscadores
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ALTO IDEAL Por Lorenna Escobar
Dentro de nós existe um para-
doxo que sempre exige mais empenho e dedicação. Sempre temos uma sede para ser saciada, mas nunca a fonte amorosa dá o suficiente de beber. O amor é algo buscado por todo “Ser”
é que essa ilusão se torna um ideal, e como uma busca, pode persistir por décadas. Sabemos que a grande massa ainda sofre por vivenciar as mentiras nas quais somos condicionados. Nessa busca longínqua de mentiras, onde nunca encontramos nada, estaremos procurando e filosofando sobre as chaves, mas sempre nos esquecendo das portas.
e, mesmo que não tenhamos consciência dessa busca, todos nós sabemos que, no íntimo, existe um desespero para encontrá-lo.
Para compreendermos os Mis-
térios da Transformação, precisamos nos envolver. Muitas vezes ouvimos dizer que a vida é um jogo duro, no
Todo amor que desejamos ob-
ter do outro sempre representa muito pouco, migalhas ou nada. O motivo,
42
entanto , precisamos aprender a jogar e a conhecer as peças do jogo para alcançarmos o objetivo desejado. Necessitamos aprender a ver e a ouvir,
inclusive, aprender a aprender. Preci-
samos observar nossas atitudes para
estarão presentes. A semente precisa
alcançarmos nossos ideais.
romper a casca, reconhecer seu po-
tencial e percorrer a vasta escuridão
Muitas pessoas vão dizer que as
No entanto, muitos obstáculos
para alcançar a luz e florescer.
artimanhas para compreendermos e conhecermos os Mistérios, alguns de
Não somos seres criados para
forma velada, são apenas formas de
viver sozinhos. Precisamos do outro
persuasão do próprio sistema. Muitas
para nos complementar, e, durante
vão imaginar que tudo isso é bobagem
o intercurso na maturidade, e fazer
e muitas não vão dar a mínima. Ape-
jorrar o fluído mágico já existente
nas aqueles que estão despertos, que
e latente dentro de cada ser. Assim,
atingem um nível superior de consci-
como a semente precisa de cuidados,
ência, conseguem “enxergar” melhor
o adepto precisa do Mestre.
e reconhecer o seu papel no jogo.
A busca pelo despertar também
precisa ser desejada. Provavelmente, este é o mais alto ideal do Homem, assim como o propósito da semente quando é lançada na Natureza.
43
Nosso ego dita que, por preci-
do espírito, que é transcendental, e
sarmos do outro, podemos estar vul-
transmitidas religiosamente entre os
neráveis e em alguma espécie de peri-
Wica.
go. A partir desse tipo de pensamento nascem os desajustes, o desejo pela
A Natureza é fiel e verídica.
dominação, pela aniquilação, pelo ape-
Ela classifica e determina cada ser de
go, pelo medo e pela culpa causando
acordo com o seu trabalho e o seu
infelicidade e dor a todos os envolvi-
ideal, e assim, cada um tem o poder da
dos.
transformação e dos mais altos ideais que estão além do que se é conheci-
Algumas
pessoas
acreditam
que somente à beira da extinção pode ocorrer um “salto” evolutivo e, que apenas aprendendo com nossa infelicidade e dor, valorizaremos tudo aquilo que nunca teremos. No entanto, não podemos afirmar que isso seja verdadeiro, mas também não se trata de uma alegoria.Apenas podemos afirmar que existem outras formas mais poderosas e gratificantes de aprendizado que levam ao desenvolvimento
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do.
NOVO LIVRO MARIO MARTINEZ Fundamentos da Wica Tradicional, o novo livro de Mario Martinez, está disponível em uma Edição Especial e limitada para os leitores de BTW.
O livro aborda temas importantes e necessários para a compreensão da Wica Tradicional Iniciatória, como a Teologia, a sexualidade e os Mistérios. Esta obra está disponível aos interessados, bastando fazer o pedido através do e-mail: wiccanmartinez@yahoo.com.br No ato do pedido por e-mail, o solicitante deverá incluir uma cópia do boleto bancário de pagamento, no valor de R$ 30,00 e que deverá ser feito para: Mario Martinez Banco 001 - Banco do Brasil Agência: 5757-6 (Ag. Estilo Avenida Chile 230/RJ) Conta Corrente: 347.273-6 A Edição do livro é limitada. Todas as cópias são numeradas e autografadas pelo autor.
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A revista BTW é publicada quatro vezes ao ano e seu objetivo é formar, esclarecer e desmistificar origens, dogmas e práticas da Wica Gardneriana e mostrar que os ensinamentos de Gerald Gardner ainda estão vivos e florescendo no seio dos covens tradicionais.
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Esta revista é aberta a comunidade em geral,
caso desejem publicar algum artigo ou mensagem. Basta nos mandar o texto para btw.revista@gmail.com , com o assunto “artigo”.
Participe da seção Carta do Leitor e envie suas
opiniões, dúvidas e sugestões. É só enviar para o endereço btw.revista@gmail.com com o assunto “carta do leitor”.
http://wiccagardneriana.net/
*Imagens cuja fontes não foram atribuídas, favor entrar em contato com a revista para que possamos dar os devidos créditos.
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