Odonto Magazine 17 - Junho 2012

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Caso Clínico

Líquem Plano Oral (LPO)

Marcus Antonio Sampaio Cirurgião-dentista graduado pela FORPUSP. Atuante nas áreas de Periodontia e Implantodontia. Especialista em Periodontia. Membro da Equipe de Professores do Curso de Periodontia da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD de Ribeirão Preto.

O

LPO é uma doença inflamatória crônica com diferentes tipos clínicos. As mais comuns são as formas reticular e erosiva. A causa ainda está no campo especulativo, mas sugerese tratar de uma doença autoimune, mediada por linfócitos T que têm como alvo os ceratinócitos basais. Inflamações, trauma mecânico ou agentes tóxicos podem afetar a homeos­tasia epitelial. O aumento da apoptose pode levar a uma diminuição da espessura epitelial, e isto a refletir na atividade da doença¹. Apresenta-se com diversos aspectos clínicos. A presença simultânea de mais de um tipo de lesão é comum. A forma erosiva está associada com dor moderada à intensa, em relação aos procedimentos de higiene oral e alimentação. A forma reticular apresenta aspecto característico de estrias esbranquiçadas. Estas lesões muitas vezes se modificam quanto ao tipo clínico e extensão, com o passar dos anos. Trata-se da doença mucocutânea mais comum dentre as manifestações gengivais. Pode estar associada a um desconforto significativo. Tem sido demonstrado possuir potencial pré-maligno, embora ainda seja um aspecto controverso. É importante o exame regular de acompanhamento e instituir um regime terapêutico por meio de um rígido controle de placa. Nos casos de persistência da dor, geralmente por lesões atróficas e ulceradas, o tratamento antifúngico e até corticosteroides tópicos, são indicados².

na área gengival (figura 1). Pelo critério clínico adotado, foi realizado tratamento cirúrgico através da técnica clássica de enxerto gengival livre removido do palato (mucosa mastigatória normal), visando unicamente o aumento de tecido queratinizado ao redor dos dentes e implante³. Como resultado, pode-se observar que além do ganho em largura, espessura e o recobrimento das retrações nos elementos 44 e 45 (implante), obteve-se também acentuada melhora no quadro clínico do LPO com acompanhamento de um ano (figura 2). Desta forma, concluímos que o resultado também foi benéfico para o LPO, embora este tratamento não seja indicado para esta patologia.

Caso clínico No presente caso, o paciente J.E.M., de 65 anos, apresentou como queixa principal certo desconforto durante a higienização oral caseira e clinicamente uma faixa estreita e fina de gengiva inserida juntamente com o quadro típico de LPO

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Figura 1 Pré-operatório

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