Versus Magazine #21 Agosto/Setembro 2012

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Eremita solitário «Eremita» é o nome do mais recente trabalho do simpático Ihsahn, ex-vocalista dos Emperor, um dos músicos mais respeitados e aplaudidos no panorama do metal e que, no ano de 2011, apareceu pelos palcos portugueses a espalhar toda a sua classe. A VERSUS Magazine esteve à conversa com ele, durante a qual foram abordados assuntos sobre o novo álbum, como o nome, a ideia criadora, como foi gravado entre outros assuntos relacionados com o passado e o futuro.

Olá, Ihsahn! Dois anos depois do «After», apresentas o teu novo trabalho chamado «Eremita». Podes dizer-nos como foi escolhido o nome para este novo álbum? Ihsahn: Bem! Inicialmente, tentei encontrar um nome diferente, até que a minha esposa sugeriu “Eremita” e este conceito reflete o que é o álbum a vários níveis. Por exemplo, eu próprio sou uma espécie de eremita, porque gravei o álbum mais ou menos sozinho na minha “caverna de eremita” (o estúdio). Eu sempre me comparei a algumas figuras mitológicas, que se puseram à parte da coletividade. Estou a pensar, por exemplo, em Prometeu, Lucifer. Sempre me

vi como um forasteiro, um exilado. Afinal, o metal tem algo a ver com essa ideia. Num outro nível, o protagonista do cenário que eu construí para este álbum é alguém que escapou de algo. Nietzsche foi também uma espécie de eremita no seu tempo. Aliás, ele é o meu eremita favorito, um filósofo cujos trabalhos aprecio muito.

álbum são bastante diferentes entre si, criando uma harmonia em diferentes direções, mas que encaixam bem umas nas outras. No geral, o álbum é bastante obscuro e tem talvez das minhas músicas mais tenebrosas de sempre. Mas é minha intenção criar um pouco de ansiedade, de paranóia, ao longo do álbum.

Como descreves musicalmente este álbum? Fala-nos um pouco acerca deste trabalho. Pessoalmente, sinto que consegui uma atmosfera coerente através de todo o álbum. Era o som e o sentimento que eu pretendia e eu sinto essa coerência. Mas, ao mesmo tempo, acho que as músicas deste

Inicialmente, «Eremita» parece vir ao encontro de «After». Mas, ouvindo-o mais atentamente, verifica-se que é bastante mais intimista. Este efeito foi planeado, ou algo que surgiu ao longo das gravações das diferentes músicas? É o reflexo de diferentes in-


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