Versus Magazine #20 Junho/Julho 2012

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com muita curiosidade que aguardava pelo terceiro capítulo. Digamos que “Isolate” funciona como um ”analgésico” – não estando sempre com disposição de ouvir o que quer que seja, “Isolate” salva-me o dia! Voltando a “Nine”... Já li por aí que é muito parecido a Dream Theater – Não quero saber! Basicamente, começo a “borrifar-me”, pois, já são muitos anos a ouvir (quase) a mesma coisa! (Digamos que já ouvi mais vezes “Nine” do que todos os álbuns juntos deste o “Metropolis pt2”) Também corremos o risco de estar a ser injustos... “Nine” é soberbo em técnica, progressividade e melodia! Um grande esforço, uma evolução gigantesca! A banda colocou a fasquia num patamar elevadíssimo e desta vez acho que não vou ter problemas em esperar mais 5 anos pelo seguinte, pois, não me importo de passar todo este tempo a ouvi-lo! Produção sem falhas, temas muito diretos e som potente. Não vou perder tempo a destacar músicos e/ou temas, teria que arranjar um pódio só com o número um. No fundo o que tenho a dizer: Estou viciado parte 1 e COMPREM O RAIO DO ÁLBUM!!! (Esperem entrevista na próxima edição) [10/10] Eduardo Ramalhadeiro DEVILISH IMPRESSIONS «Simulacra» (Lifeforce Records) Se o vento pode retalhar o corpo e as memórias, envenenar o espírito, o que dizer quando é a música a perturbar a ambos? Embora haja um vigoroso sorriso, somos hipnotizados por uma certa ambiência que tem tanto de majestoso como de sombrio. Aqui, não importa o momento mas o que nos transforma além da realidade que vivenciávamos, todo um pulsar de sentimentos e insanidades regendo uma (des)confortável sinfonia que nos aprisiona. Conhecendo os dois álbuns anteriores e ouvindo este seu terceiro, não há dúvida porque é que os Devilish Impressions são considerados um marco na cena Black/Death-Metal a nível mundial. Apesar de alguns problemas no alinhamento após os dois álbuns, o mentor do projecto, Quazarre (vocalista e guitarrista), soube manter-se confiante e inovar a sonoridade da banda (notam-se influências de Heavy e Thrash-Metal) conseguindo assim uma maior excelência. Não é para mais que todas as músicas tenham um certo toque épico muito devido aos vocais, que ora são abrasivos ora limpos, e à forma brilhante como os teclados são tocados (Flumen dos Asgard e Lestath dos Metransmissional tendo sido convidados como músicos de sessão). Neste terceiro álbum, também podemos ouvir a colaboração com outros artistas tais como Orion (Behemoth/Vesania), Jacek Grecki (Lost Soul) e Roman (Lecter). Este álbum pode não mudar a vossa vida mas é uma experiência muito interessante quando se ouve de olhos fechados, o corpo eventualmente deixando de ser sentido… [9/10] Jorge Ribeiro de Castro DOCTOR SPEED «Face to Face» (MDD) Os Doctor Speed são uma banda germânica constituída por músicos já de uma certa idade, +40 anos e tocam aquilo a que se chama Old School Heavy Metal – Traduzindo: Um tipo de Heavy Metal mais clássico, proveniente de bandas tais como: Judas Priest, Overkill, Testament, Helloween ou Gamma Ray, só para citar algumas. «Face to Face» é o álbum de estreia e não me parece que vá deixar grandes saudades. De facto, a produção é crua... demasiado crua. Não sei se foi algo deliberado ou falta de talento na produção ou ainda, falta de v€rbas! A sonoridade é muito parecida ao “Walls of Jericho” dos Helloween... mas “cum raio” estávamos em 1985! Mesmo assim, a produção feita n’altura é muito superior. A voz de Johnny Vox é parecida à de Kai Hansen, (não que isso seja um defeito; trata-se, simplesmente, de estabelecer um termo de comparação) passa ao lado do álbum. Mais uma vez, não sei se será falha de produção ou inaptidão mas soa-me demasiado esforçada, como que a tentar a todo o custo sobressair do restante instrumental. A bateria parece-me algo “caseira”, como uma gravação de um ensaio feito por alguém amador e o baixo não tem a mesma intensidade durante os temas, por exemplo: “The Hammer” o baixo acaba por sobressair muito mais que a guitarra mas nos temas seguintes o som como que volta ao “normal”. Os Doctor Speed não fazem a diferença nem trazem nada de novo. Há por aí muitas bandas Old School com qualidade bem superior aos Doctor Speed, é só uma questão de procurar. [5/10] Eduardo Ramalhadeiro


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