Versus Magazine #20 Junho/Julho 2012

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Para que se conste, «Operation: Mindcrime» é simplesmente o álbum que mais vezes ouvi. Deverá estar a par de «New Jersey» (Sim, Bon Jovi! Sou do tempo do Hard Rock ou Hard’n’Heavy, Rock em Stock ou Lança Chamas (saudoso António Sérgio) na antiga Rádio Comercial) «Master of Puppets», «...And Justice for All» ou «Keeper of The 7 Keys, pt. 1 e 2». Neste número da VERSUS a minha intenção era escrever sobre outra grandiosa banda – SAXON – mas O:M é daquelas coisas que entrando no leitor muito dificilmente sai. Por conseguinte, tive o “azar” de isso acontecer e foram cerca de dois meses consecutivos a tocar 2 vezes por dia em viagens de cerca uma hora! Por isso, resolvi trocar as voltas ao editor e escrever um pouco sobre O:M. (Portanto, para a próxima edição, contem com um artigo sobre os SAXON). Como é óbvio, este pequenos artigos tendem a ser algo pessoais e tentamos, enquanto autores, passar um pouco da nossa experiência e da influência que, neste caso, O:M teve na nossa vida musical. Há algum tempo cheguei à conclusão que O:M não é só ouvir a música! Para entendermos o álbum na sua plenitude é preciso embrenharmo-nos na história e no argumento, é preciso estudar um pouco todo o mundo e personagens. Um pouco de resumo da história... Existem 3 personagens principais: Sister Mary, Dr. X e Nikki. Há ainda um Padre corrupto... Sempre que Nikki ouve a palavra Mindcrime torna-se uma marioneta comandada por Dr. X – “Operation: Mindcrime” que o usa para cometer crimes às suas ordens. Dr. X controla Nikki através do vício da heroína “The Needle Lies” e lavagens cerebrais. Nikki está desiludido com a sociedade e junta-se a um grupo revolucionário – “Revolution Calling”. Sister Mary, é uma prostituta que se tornou freira e os seus serviços foram oferecidos a Nikki, por intermédio do Padre corrupto (associado ao vilão Dr. X) “Suite Sister Mary”. A amizade e afecto entre os dois aumenta e isto faz questionar Nikki sobre o que faz – “The Mission”, sendo que Sister Mary é a única que pode atenuar a dor e lavar os pecados. Os dois decidem abandonar a organização e Dr. X persentindo problemas, decide acabar com a vida de Mary e do Padre corrupto. Quem mais para fazer o serviço? Nikki. Este consegue matar o Padre mas não Mary. O enredo complica-se quando Nikki encontra a freira morta. Sem saber se foi ele que a matou, sucumbe à loucura e é preso, acusado da morte de Mary e das outras que cometeu ao serviço de Dr. X. O fim ou deverei dizer o principio, aproxima-se! Após vários acontecimentos Nikki recorda-se como tudo começou e O:M termina exatamente dessa forma: “I remember now...”. Este argumento, é da responsabilidade de Geoff Tate – Nas suas palavras: “A ideia para a história veio numa noite em que estava sentado num banco de madeira nas traseiras de uma igreja católica, em Montreal. (...) Numa noite num bar chamado St. Supice conheci aquele que viria a ser Dr. X. Ainda hoje a sua personalidade fria, calculista e cruel deixam-me pouco à vontade. A sua personagem e alegado envolvimento com uma organização terrorista, junto com outras personalidades e pessoas que conheci nas minhas viagens foram a verdadeira inspiração para O:M” – Não contentes em contar a história em CD (musicalmente), os Queensryche tocaram na íntegra O:M ao vivo. Foi gravado um DVD – Operation Live Crime, encenado, onde se destacam as


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