Versus Magazine #20 Junho/Julho 2012

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nosso caminho e já não nos importamos que pensem em Dimmu Borgir ou CoF, quando nos ouvem. Afinal, crescemos a ouvi-los. Eu ainda ouço os álbuns deles, de vez em quando, principalmente os mais antigos. The Vision Bleak são uma banda única. De facto, tal como as outras bandas com que nos relacionaste, essa atrai-nos muito. Por isso, fico contente com essas associações. Desculpa lá, mas não fui espreitar a tal banda de rock americana. Ultimamente, tenho menos tempo para ouvir música. Passemos agora ao vosso último álbum: «Where the Corpses Sink Forever». Pelo que percebi, é um álbum sobre a Segunda Guerra Mundial. Por que escolheram esse conflito em particular? Infelizmente, guerras é o que não falta por aí. O nosso álbum não trata apenas dessa guerra. Fala de várias, ocorridas em épocas diferentes. Por exemplo, a primeira canção depois da intro (“Lingering in an imprint haunting”) trata de um soldado da guerra do Vietname que se

sente preso numa guerra sem fim. Inspirei-me num dos primeiros filmes de horror que vi: “House” (1986), realizado por Steve Miner. Nesse filme, há uma parte em que o protagonista está a lutar no Vietname e encontra um parceiro a gritar de dor, porque caiu numa armadilha do inimigo. Como ele não podia salvá-lo, o outro implora-lhe que o mate. Ele fugiu, porque não conseguia fazê-lo. Anos mais tarde, esse ex-soldado vai viver para uma casa assombrada, que o ataca de todas as formas possíveis, e isso fá-lo recordar o seu amigo do Vietname e pensar que aquilo podia derivar do espírito dele se querer vingar por ele não o ter matado. Usei esta ideia nessa canção. Mas, na nossa canção, ele foge do amigo, que é capturado pelo inimigo, e pisa uma mina e tudo volta ao início. E continua sempre assim, pelo que ele se sente preso para sempre numa guerra infernal. A guerra pareceu-nos o conceito

ideal para este álbum. Já tratámos de um castelo e de uma floresta assombrados, em “Lammendam”, e também de um navio fantasma que transportava a Morte. Tinha chegado a vez da Guerra. Curiosamente, a vossa música gera uma espécie de universo à Drácula, graças às melodias etéreas criadas pelos teclados, a passagens muito sinfónicas, a fragmentos corais que fazem pensar em canto gregoriano e vocais sussurrados, tudo isto entretecido com guitarras muito fortes, bateria bem pesada e uma voz essencialmente arranhada. Por que associaram estes efeitos ao tema da guerra? Tudo começou quando decidimos que este álbum combinaria fantasmas e guerras. Para compor, o


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