Versus Magazine #19 Abril/Maio 2012

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Como correram as gravações do vosso álbum? Onde é que gravaram e quem participou no trabalho envolvente? Foi bastante complicado, por vários motivos. Inicialmente, por questões financeiras. Como devem imaginar, não é fácil para uma banda da nossa envergadura conseguir obter fundos suficientes para gravar um álbum com a qualidade que «Them Killing Wolves» apresenta. Valeu-nos muito a abertura e a disponibilidade do Jimmy e da Joana da Audioplay. Já no decorrer das gravações, ficámos sem baixista, acabando mesmo por ser o Danny a gravar também a faixa de baixo. Além de todos estes fatores, posso acrescentar que tivemos as dificuldades normais que implica gravar um álbum, ainda para mais quando o produtor tem a exigência e a qualidade do Lino Vinagre. Excelente profissional! Obriga-nos a superarmo-nos para obter um resultado final de qualidade. O álbum foi gravado na Audioplay Studios e dupli-

mitir? Sem dúvida! Sugere revolta e é precisamente essa a nossa intenção. O nome é português porque, quando demos início a este projeto, pretendíamos trabalhar apenas em português e mostrar que também se pode obter um bom resultado usando a nossa língua materna. É verdade que, dentro do circuito em que nos estamos atualmente a introduzir, este nome não nos facilita a vida. Não é, de facto, um nome pomposo, de ‘metro e meio’, em inglês. Quando começámos a trabalhar neste novo álbum, decidimos começar a fazer letras essencialmente em inglês, mantendo um pouco do português e juntando um pouco de francês. Não é nossa intenção virar as costas à nossa língua materna, nem tão pouco cortar as raízes com as nossas origens enquanto banda. Trata-se apenas de uma questão de visibilidade. Será certamente mais fácil atingir um público além-fronteiras e cair nas boas graças dos jovens portugueses, cantando em inglês. Voltando um pouco atrás, este nome sugere revolta, na medida em que, desde os nossos primeiros dias de existência, procuramos retratar vários temas que nos incomodam, tais como as drogas, a desigual-

cado na JR Produções. Um estúdio de grande qualidade, gerido por pessoas excelentes, que se mostram sempre disponíveis. Não posso deixar de indicá-lo a todas as bandas que procuram realizar um bom trabalho!

dade, a falta de oportunidades, o racismo musical, a guerra, os problemas que afetam os jovens e até mesmo o tema cliché das desilusões amorosas. Falamos de tudo aquilo que nos afeta de forma direta e indireta.

Convidaram alguém para participar no álbum? Sim! Este processo deu algumas voltas. Numa fase inicial ponderámos convidar vários músicos e gravar um tema inteiro com músicos da zona de Aveiro a interpretar uma composição nossa. Acabámos por colocar essa hipótese de parte, devido ao tempo que iríamos necessitar para preparar esse tema nas melhores condições. Tivemos a participação do André Cardoso numa pequena passagem de bateria no tema “Them killing wolves”, do JT Cardoso (vocalista dos Shallow Injury) no tema “Powerless” e finalmente, do Cláudio Aníbal (ex-vocalista dos Beautiful Venom) na “Social disease”. São precisamente três músicas das quais, pessoalmente, me orgulho mais em todo o álbum.

Vocês são uma banda com alguma atividade ao vivo e já com algum reconhecimento na zona de Aveiro. Os concertos são, mesmo, bastante importantes para vocês, certo? Contamos com cerca de 100 concertos ao longo destes primeiros três anos e meio de existência. Já percorremos todo o país, partilhámos palco com imensas bandas do panorama underground nacional e internacional, tocámos com bandas de grande porte como Xutos&Pontapés e pisámos grandes palcos. Já são muitas e boas as memórias que temos para recordar e partilhar. Fomos conquistando algum respeito na zona de Aveiro ao longo do nosso trajeto, mas infelizmente sentimos mesmo que somos ‘mal-amados’ na nossa zona. À exceção de um grupo restrito que sempre acompanhou e encorajou o nosso trabalho, somos sempre recebidos de uma forma mais calorosa nos outros locais onde atuamos.

e a “Sofre” do álbum «GdR», passaram agora a fazer parte de um passado do qual nos orgulhamos imenso, mas que não pretendemos continuar a levar avante.

“Após aquela primeira fase mais conturbada e depois de percorrer alguns quilómetros pelo país, percebemos que tudo é possível, desde que haja esforço, sacrifício e dedicação.”

O nome Motim sugere revolta. Foi essa a intenção? Que tipos de mensagem pretendem trans-


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