Versus Magazine #15 Agosto/Setembro 2011

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IN FLAMES «Sounds Of A Playground Fading» De há uns anos para cá que cada lançamento dos In Flames suscita, sempre, uma relação amor-ódio. E porquê? Pela coragem que tiveram em mudar o seu estilo e não se “agarrarem” à mesma fórmula musical – Há até que lhe chame evolução! É verdade que «Whoracle», «Colony» e «Clayman» foram (e são) marcos na história recente dos In Flames, autênticas referências no Death Metal melódico tão típico na Suécia. No entanto, se passados estes anos todos os In Flames fizessem 5 álbuns do mesmo estilo, provavelmente “estaríamos” a discutir a falta de originalidade e versatilidade da banda, blá, blá, blá. (Podem também ler um pouco da história dos Metallica, Heloween ou Pain of Salvation) mas o grupo, como os já referidos em cima, tiveram a coragem de mudar, de evoluir e de experimentar novas sonoridades. Se para melhor ou pior, cabe ao gosto de cada um. Não é de esperar que as ideias e influências musicais se mantenham inalteradas com o passar do tempo e idade – aliás, só conheço duas bandas que mantiveram o mesmo estilo desde o 1º ao último álbum. «Reroute to Remain» (RtR) é o ponto de viragem uma ponte tão clara e óbvia quanto a Ponte Vasco da Gama. Desta nova Era dos In Flames é o que mais se aproxima de «Sounds Of A Playground Fading» (SoaPF). A voz de Anders Fridén – quase sempre um ponto de discórdia – mantem-se equilibrada e está quase no ponto certo (… é, finalmente, atingido em SoaPF). Por falar em RtR é o único desta nova era que suporto ouvir – ainda é aquele álbum que me faz abanar a cabeça desenfreadamente, tocar “air guitar”, “air drums”, fazer cara de mau e ainda me dá vontade de “mochar” contra os móveis e paredes. A voz nos outros álbuns considero-a intragável da mesma forma que a bateria «St. Anger». É esta a minha justificação para não conseguir ouvir uma música do princípio ao fim. Acredito que ao fim destes 3 álbuns a banda percebeu que não era este o caminho a tomar e eis que surge (SoaPF)! Até a este dia o álbum do ano! A voz está, agora sim, no ponto certo, fantástica, Anders Fridén não grita desenfreadamente, canta com uma voz não demasiadamente agressiva, por vezes emotiva quase a roçar o melancólico – ouçam «Liberation» - É rock? É pop? Basicamente, não quero saber! É In Flames. Agora, podem ler a parte que começa “ainda é aquele” e acaba em “móveis e paredes!” As guitarras estão diferentes, potentes e melodiosas, os solos com bastantes harmonias como nunca ouvi nos In Flames – uma mais-valia, assim como a produção… está à altura do álbum, nota 10! Para terminar, chamo a particular atenção para o tema «A New Dawn» e a sua orquestração: simples mas soberba, singela mas majestosa… quase tímida! “A small step for man… a giant step for In Flames”. Dia 13/09 lá estarei no Hard Club. [10/10] Eduardo Ramalhadeiro


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