Versus Magazine #14 Junho/Julho 2011

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Da revelação dos segredos

Aproveitando material do EP «The Third Secret of Fátima», os Ipsissimus lançaram o seu primeiro álbum «The Way of Descent». Conseguimos fazer descer à Terra Haimatokharmes (bateria) e Alejandro Chavez (baixo e voz), para nos revelarem alguns dos segredos desta banda de black metal, que reinterpreta à sua maneira alguns dos símbolos religiosos do mundo cristão. Qual é a relação entre o nome da banda e o seu projecto musical? Haimatokharmes: Quando His Emissary e eu nos encontrámos e decidimos criar uma banda de black metal, ele disse que queria que esta se chamasse Ipsissimus, como uma criatura astral do filme de culto «The Devil Rides Out», vagamente inspirada nas doutrinas de Thelema. Como sou um fã de [Aleistair] Crowley, achei a ideia absolutamente fantástica, já que se tratava de associar um Ipsis-

simus— ou seja, um mestre do grau mais elevado, um verdadeiro “príncipe deste mundo” – à cena black metal. Por conseguinte, o nome da banda tem, simultaneamente, uma valência popular, religiosa e literária. Em Latim, a palavra Ipsissimus designa um indivíduo absolutamente único, por oposição ao conceito de universalidade, que é o próprio Deus, a metafísica incarnada. De um modo geral, cada ser humano é único, logo um Ipsissimus (ou Ipsissima!), capaz de dominar os

elementos à sua volta. “Cada homem ou mulher é uma estrela”. Há alguma relação entre o nome da vossa banda e o álbum de John Zorn do mesmo nome? Foi a primeira referência que encontrei, quando comecei a fazer a pesquisa sobre o vosso projecto. Haimatokharmes: Obviamente, Zorn também se inspirou no ideário de Thelema. Sorte para ele, azar para nós, que não conseguimos ser os


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