EDIÇÃO VALOR LOCAL - ABRIL 2014

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ACISMA

Valor Local Jornal Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 12 • 17 Abril 2014 • Preço 1 cêntimo

Retoma? Crise? Emprego?

Como estão as famílias da região Págs. 8, 9 e 10

Azambuja:

Cartaxo:

Caixa Agrícola Investimento promove de 500 mil euros encontro com em estufas Secretário Estado em risco Pág. 12

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Sociedade

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Demolição de construção ilegal no Carregado deverá ir em frente ¢ Sílvia Agostinho

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drama prolonga-se há oito anos, desde que o proprietário de um primeiro andar na Rua Fernando Pessoa, nº 58, no Carregado decidiu, ilegalmente, construir terraços e paredes em cima da garagem, criando dessa forma uma espécie de autênticos anexos ilegais, que coloca em causa a segurança e as condições de salubridade do prédio, agora, adquirido por uma imobiliária a um banco, que já prometeu demolir as obras ilegais. O prevaricador que se encontra, actualmente, no estrangeiro fez obras, então, ocupando todo o quintal com uma construção até ao segundo andar, criando situações de insegurança ao próprio edifício e aos envolventes, devido à fragilidade das estruturas. As obras são completamente ilegais e ilegalizáveis. Em sucessivas reuniões de Câmara, uma das munícipes vizi-

nhas referiu que “as paredes estão a ceder”. O Valor Local esteve presente no local, onde moradoras afectadas se referiram “a um estado de miséria e de porcaria”. “Fizeram um autêntico primeiro andar em cima da garagem, fiquei metida num buraco, que se tornou um poço de humidade”, referiu uma das moradoras que preferiu não se identificar. Segundo o presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, a imobiliária que comprou recentemente o primeiro andar de onde partiram as obras ilegais que chegam ao segundo andar - (cujo inquilino passou a beneficiar, indirectamente, de um terraço onde colocou plantas e uma piscina desmontável, com a agravante de frequentemente despejar a água da mesma para os quintais vizinhos) - vai proceder ao desmantelamento de toda a construção. “Vamos ver se eles cumprem, quando estiver escrito podemos acreditar que

sim, para já manifestaram vontade, até porque assim como está não podem arrendar ou alugar a casa”, refere. No local, já estiveram agentes de

imobiliárias, sendo que um deles preferiu não ficar com o negócio, tendo em conta o estado de coisas. O presidente da Câmara refere que a imobiliária “ficou de ali-

nhar as plantas, e demais procedimentos”. As obras de demolição que rondam os 60 mil euros chegaram a ser prometidas pela autarquia, no caso de o actual proprie-

tário não avançar. A Câmara vai ficar à espera do melhor desenlace possível, caso contrário deverá avançar para a demolição prometida.

do comparado com anos anteriores) na procura de géneros alimentares que são entregues gratuitamente. E por causa da crescente procura, a instituição levou a cabo algumas parcerias, ainda que informais, com outras instituições, nomeadamente IPSS’s (Instituições Particulares de Solidariedade Social), e com a Segurança Social, Câmara Municipal e Centro de Saúde de Azambuja “que encaminham vários casos”. Pedro Moita salienta mesmo que a crescente procura de apoio domiciliário, está relacionada na sua opinião, “essencialmente com a solidão ou isolamento social, que faz com que as pessoas procurem a instituição para serviços tão simples como a alimentação e o tratamento de roupas, já que estando sozinhas, não conseguem ou já não têm capacidade para tal e os próprios familiares mais diretos não conseguem auxiliar este tipo de pedido”. O responsável vinca ao Valor Local que esta é mesmo a natureza do Centro de Dia e que “para um utente, o simples facto de saber que pode contar com a presença diária de pessoas, ou seja as funcionárias do Centro de Dia, em sua casa, já por si só combate a solidão”. Pedro Moita salienta algumas preocupações específicas como a circunstância de muitos idosos

isolados serem normalmente alvos fáceis, principalmente, no que a burlas se refere. Nesse aspecto, a GNR e a Câmara “têm desenvolvido esforços conjuntos para colmatar este problema, através da sinalização de idosos que estejam potencialmente em risco”. Pedro Moita vinca no entanto que a instituição apoia outras camadas da população, como a juventude através do seu pavilhão polidesportivo que conta “com diversas atividades lúdico, desportivas ou recreativas”, sendo hoje em dia “o pavilhão mais utilizado do concelho”. A instituição tem nos últimos anos lutado pela construção do lar para idosos. Para já, Pedro Moita não se compromete. O director técnico assume que essa é uma matéria recorrente mas vinca que a conjuntura económica é complicada. Há no entanto “vontade e motivação por parte da actual direção e até mesmo dos funcionários”. “Todos ambicionamos este salto importante do ponto de vista do próprio crescimento da Casa do Povo de Manique do Intendente enquanto IPSS e da modernização e optimização de recursos que tal obra proporcionaria”, concretiza. Pedro Moita diz que o projeto existe, “encontra-se aprovado, mas por falta de verbas não tem condições para arrancar”.

Construção ao fundo no alvo da polémica

Novo lar e cantina social

Casa do Povo de Manique à espera de tirar projectos da gaveta ¢ Miguel A. Rodrigues

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Centro de Dia da Casa do Povo de Manique do Intendente é uma das instituições do concelho de Azambuja com uma responsabilidade social acrescida. Primeiro porque se situa na parte norte do município, ou seja no alto concelho que tem problemas de desertificação e população envelhecida e depois porque já são muitas as pessoas que vão dependendo desta instituição. Segundo Pedro Moita, director

técnico do centro de dia, a instituição que luta com os mesmos problemas de outras associações do género, conta atualmente com as valências de centro de dia e serviço de apoio domiciliário. Estas são valências que apoiam directamente “idosos ou outros grupos etários que necessitados”. Para o responsável, estas respostas sociais muito importantes para a região estão devidamente acordadas com a Segurança Social, já que sem este apoio tudo seria mais difícil. Actualmente a institui-

Idosos apoiados pela instituição

ção apoia 19 utentes em Centro de Dia e 33 em Serviço de Apoio Domiciliário. Mas, a instituição ajuda ainda através do Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados, 14 Famílias, cerca de 38 pessoas, mas “com perspectivas bem reais destes números virem a aumentar” até porque segundo explicou ao Valor Local, “esta Instituição abrange uma extensa área geográfica”. Ainda assim há outros projectos que aguardam melhores dias, já que ideias não faltam, mas vão

faltando alguns apoios, quer do Estado, quer das entidades municipais, tudo devido às quebras financeiras. Uma das lacunas desta instituição é a cantina social. Segundo o responsável técnico esta valência poderia levar à criação “de um espaço especifico para este tipo de apoio social mais directo”; todavia admite a falta de capacidade de resposta “para esta necessidade” tendo em conta a logística e gastos que uma cantina social iria obrigar, mesmo que tivesse “algum apoio financeiro ou alguma parceria que pudesse eventualmente fazer face às despesas”. Esta seria uma vertente, que “mexeria com toda a estrutura e organização da Casa do Povo, quer em termos de espaço quer no que respeita aos recursos humanos”, vinca Pedro Moita, que ainda assim salienta que a instituição tenta actuar o mais possível “dentro das camadas mais desprotegidas e carenciadas do chamado ‘alto do concelho de Azambuja’ ”, através do PCAAC (Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados) que consiste na entrega de bens alimentares essenciais. Outra das valências prende-se com o serviço de apoio domiciliário, que segundo o director técnico da instituição, tem registado “um aumento significativo (quan-


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Sociedade

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Empresário acusa Câmara do Cartaxo de boicotar projecto de 500 mil euros

A estufa da discórdia á dois anos que a empresa Alfabeto Verde apresentou um projecto de meio milhão de euros para construção de uma estufa, em Vale da Pinta, de características pouco comuns, que inicialmente recebeu uma resposta positiva por parte da Câmara Municipal do Cartaxo, ainda no anterior mandato, bem como da CCDRLVT no que se refere à REN. No entanto, o processo, à partida bem encaminhado, conheceu um volteface. A Câmara argumenta agora que o empresário Tiago Menezes quer construir em área que viola o PDM, e que a estrutura trata-se de uma construção, e não de um equipamento desmontável. Tiago Menezes diz estar a ser boicotado, e na iminência de perder os fundos europeus para o projecto. “Tomei todas as diligências necessárias, junto de entidades como o Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP); CCDR, Agência Portuguesa do Ambiente, e do anterior executivo da Câmara, que como evidente não quis deixar fugir o projecto”, relata. As características deste tipo de estufas, feitas em painéis sanduíche, normais em outros países do mundo, mas mais recentes no país, são nas palavras do empresário “desmontáveis” e “sem impactes no meio ambiente”. “Os serviços urbanísticos não sabem o que é uma estufa, pensam que é um saco de plástico apoiado em quatro paus, o resto são edificações”. “É por isso que toda a gente diz que os serviços da Câmara são um buraco e com razão”. O projecto refere-se à produção intensiva, quatro toneladas por dia, de forragem hidropónica, “superior ao feno e com menos custos”, destinada aos animais. No total, poderia dar cerca de 20 postos de trabalho directos, durante todo o ano, sendo que a área do projecto abrange um total de 150 m2. “Já tinha conseguido muitos potenciais

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clientes, nomeadamente: cavalos da GNR, actividades de hipismo, entre outros. O meu produto fica a 18 cêntimos, quando o actual fica na casa dos 30 cêntimos. É um produto belíssimo, natural, aprovado pela FAO. O potencial de crescimento é imenso”. No entender de Tiago Menezes, na base das reservas da Câmara, está o facto de ter apoiado a candidatura de Paulo Varanda às eleições, que deu parecer favorável, inicialmente, enquanto presidente de Câmara. “Apoiei por uma questão de bom senso, cortaram-me as pernas por isto!”. Conta, ainda, que após as eleições, poucas vezes se reuniu com Pedro Ribeiro, presidente da Câmara, que delegava a tarefa em técnicos e no vice-presidente. “Ainda fui com o presidente à CCDR para desbloquear o processo, mas vejo agora que foi com o intuito de me atirar areia para os olhos. A Câmara não tem noção de quanto é que isto tudo custa. Esforcei-me para apresentar alterações para as estufas, nomeadamente, uma alternativa às sapatas, mas foi-nos sempre dito que não. Qualquer Câmara faria todos os esforços para ficar com este projecto, e posso dizer que já falei com algumas autarquias da zona”. Tiago Menezes refere que também pediu um parecer a uma advogada que analisou os artigos do PDM e concluiu que há restrições no que se refere a “armazéns para alfaias; máquinas agrícolas; cubas; silos, estábulos, enquanto que as estufas são verdadeiros abrigos para produção agrícola em estrutura ligeira, sem carácter de permanência”. O presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, não possui o mesmo entendimento, referindo que está em causa a construção de uma estrutura em tudo idêntica à de um armazém, e lança – “Se o projecto custa 500 mil euros não será para depois ser transportado para outro

Tiago Menezes pretende processar a Câmara judicialmente lado, ou não ficar no local em causa durante muito tempo”. O autarca refere que nunca foi dado qualquer parecer técnico por parte dos serviços durante o anterior mandato, mas apenas uma carta de conforto de Paulo Varanda. Segundo a informação técnica, a pretensão constitui “agravamento do incumprimento tendo em conta que o prédio em causa fica na área não edificável adjacente ao corredor previsto para a variante à EN 3”, ou seja e trocando por miúdos: “Para além de violar o PDM, entraria na zona de reserva res-

peitante à futura variante à Nacional 3”. “Consultámos vária jurisprudência sobre este tipo de estufas, o presidente da CCDR manifestou claramente que considerava que os pareceres técnicos da Câmara se justificavam”. Tiago Menezes contesta – “Nunca me fizeram qualquer tipo de referência a discordar da legalidade do projecto durante essa reunião”. O presidente esclarece que o que impende sobre o terreno não se refere apenas à violação da REN, “objecto que não merece dúvidas como o promotor sabe, mas o que

lhe foi explicado, apesar do seu exercício de má fé, é que a estrutura tem características permanentes, que violam o PDM”. Perante isto, “temos tentado contornar a questão, e explorar todas as opiniões para que este projecto possa ter viabilidade, apesar de ser considerada edificação pelos nossos serviços e pela CCDR, e tendo em conta também que o promotor já possui construções ilegais no terreno, e quase que se auto-denuncia com tudo isto”. O presidente da Câmara rejeita ainda a ideia das “perseguições

políticas” tendo em conta o apoio de Menezes a Paulo Varanda. Uma alteração dos pressupostos para que a estufa possa ser viabilizada tem de atender à revisão do PDM, “que por força das coisas não demora menos do que dois anos”. O interesse em ajudar o empresário, de acordo com Ribeiro, “tem-se mantido, apesar de o processo ter sido politizado, mas não influenciou a Câmara, que tem de estar acima desse tipo de episódios, em que num dia os técnicos são os melhores do mundo, e no outro, os piores”.


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Sociedade

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Á vinho: Excesso de zelo da GNR origina protestos A

lguma população e até a organização da Ávinho 2014 criticou, no último dia do certame, no passado dia 13 de Abril, a actuação da GNR local. Em causa está o alegado excesso de zelo no cumprimento dos horários de encerramento das adegas e barraquinhas, que participaram na festa. Segundo testemunhas ouvidas pelo Valor Local, algumas colectividades, nomeadamente, a adega pertencente ao Rancho de Vale do Brejo, teve mesmo prejuízo. Segundo apurámos, os elementos afectos à associação tinham uma fornada de pães com chouriço a sair do forno, quando pelas 2 horas e 5 minutos da madrugada de sábado para domingo, foram obrigados a fechar as portas por ordem da GNR. A mesma testemunha salientou que este excesso de zelo da GNR, terá sido sentido por outras colectividades, inclusive os escuteiros, cujos elementos terão sido igualmente obrigados a encerrar pela mesma hora. Em causa, está segundo sabemos, o horário definido pela Junta de Freguesia de Aveiras de Cima que estipulava as duas da manhã,

para encerrar aquele tipo de locais. Ainda assim, o Valor Local, sabe que à hora em que a GNR começou a passar revista aos estabelecimentos, foi quando a festa esta-

va no auge, todavia, e segundo uma fonte da própria GNR, esta limitou-se a fazer cumprir a lei. A Ávinho que este ano teve a benesse do São Pedro, sempre com bom tempo, culminou com o habi-

Abertura da Ávinho

EDITAL Nº 7/2014

LEVANTAMENTO DE OSSADAS NO CEMITÉRIO DE AZAMBUJA ENTERRAMENTOS EFECTUADOS DURANTE O ANO DE 2008 SILVINO JOSÉ DA SILVA LÚCIO, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE AZAMBUJA COM COMPETÊNCIAS DELEGADAS PARA O PELOURO DOS CEMITÉRIOS: TORNA PÚBLICO que, de acordo com o nº1 do artigo 27º e nº 1 e 2 do artigo 28 do Regulamento dos Cemitérios Municipais, em vigor desde 12.11.2010, tendo-se completado o tempo de enterramento julgado necessário, vai proceder-se ao levantamento das ossadas ou abertura de covais para novos enterramentos, nas sepulturas abaixo identificadas. TALHÃO 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 4 4 4 4 4 4 4 4

RUA M O Q Q S T T T U D D E L A A C C C G G L

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COVAL 21/08 03/08 17/08 06/08 10/08 11/08 14/08 16/08 24/08 22/08 23/08 27/08 29/08 32/08 34/08 35/08 36/08 33/08 47/08 49/08 50/08

NOME FERNANDA D’ASSUNÇÃO SILVA CARMELINDA DOS SANTOS MARIA DA ENCARNAÇÃO SILVA ANTÓNIO MANUEL MENDES MONTEIRO MATEUS ANTÓNIO JOSÉ ALMEIDA CARTAXO JOSÉ FERNANDO FIRMINO BARRETO DO NASCIMENTO MARIA MANUELA CARVALHEIRO DA SILVA COELHO MARIA ROSA ELIAS DE OLIVEIRA MARIA PIRES DA CONCEIÇÃO JOAQUINA CUSTÓDIA ARMANDO DE OLIVEIRA MARIA DA CONCEIÇÃO SEQUEIRA CAROLINA PINTO HEITOR JOAQUIM INÁCIO SEQUEIRA LOURENÇO SIMÕES MARQUES JOSÉ MANUEL DE AZEVEDO ENNES COTRIM LEONEL SANTARITA PIRES JOÃO DIONISIO MERCACHITA DA SILVA JOÃO MATEUS ARENQUE LUISA MADEIRA FAIA DELFINA DE JESUS VENÂNCIO

DATA INUMAÇÃO 12.06.2008 26.01.2008 27.05.2008 19.02.2008 01.04.2008 05.04.2008 08.05.2008 22.05.2008 03.07.2008 18.06.2008 01.07.2008 17.07.2008 10.08.2008 01.09.2008 18.09.2008 28.09.2008 06.10-2008 18.09.2008 06.12.2008 16.12.2008 23.12.2008

Assim, no prazo de 30 dias úteis a contar da data de afixação do presente edital na UNIDADE DE ATENDIMENTO, os familiares ou outros interessados no assunto, poderão dirigir-se àquele serviço a funcionar na Travessa da Rainha, caso pretendam ADQUIRIR O COVAL, efectuar a TRASLADAÇÃO DAS OSSADAS para sepulturas perpétuas que já possuam, ou desejem ADQUIRIR UM OSSÁRIO, no referido cemitério. Para conhecimento geral se publica este e outros de igual teor que vão ser afixados nos locais do costume. PAÇOS DO MUNICÍPIO DE AZAMBUJA, 20 de FEVEREIRO de 2014 O VEREADOR COM COMPETÊNCIAS DELEGADAS Silvino José da Silva Lúcio

tual desfile e com música no Largo da República, depois de terem passado pela localidade os artistas David Antunes e Quim Barreiros. A destacar, nesta iniciativa, o debate realizado pela organização,

que teve como objectivo reflectir sobre a fórmula do certame. Neste encontro que juntou dezena e meia de pessoas no auditório da Casa do Povo local, foram abordadas algumas temáticas relevantes

para o certame, como a envolvência da restauração, algo já defendido pelo Presidente da Junta ao Valor Local, bem como a necessidade de existir uma melhor promoção à festa.


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25 de Abril

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Histórias de Abril

“Estive com a corda no pescoço” Residente no concelho de Azambuja há 17 anos, Virgínia Estorninho, militante do PSD, foi um dos rostos da luta política que se seguiu ao 25 de Abril. Em entrevista, dá conta dos tempos de luta conturbada, e fala ainda dos políticos de hoje ¢ Miguel A. Rodrigues

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esde muito cedo que Virgínia Estorninho começou a formar as suas opiniões políticas, quando assistia televisão na casa de um senhor para quem trabalhava, aos 12 anos, a tomar conta dos filhos. Na década de 70, em 1973, participou numa manifestação com o MRPP. Virgínia conta que nesse dia apareceu um polícia com cacetete que já conhecia, porque lhe dava aulas de explicações, e só se lembrou de lhe dizer – “o que está aqui a fazer, por que não fez os exercícios”, e desatou a correr. E foi assim a sua primeira acção política. À primeira vista, podia-se prenunciar um futuro de militância num partido de esquerda, mas Virgínia Estorninho refere que sempre detestou o Partido Comunista, não se identificando de todo com aquela corrente política. No 25 de Abril, a antiga vereado-

ra, e militante do PSD, era secretária da administração da Companhia de Seguros Pátria, em Beja. “Um dia no qual todos estavam eufóricos, mas permaneci na expectativa”, recorda-se. O seu ingresso no Partido Social Democrata foi natural, quando no dia 27 de Abril, dois dias após a Revolução, ouve uma entrevista de Sá Carneiro na Rádio Renascença. “É isto que eu quero”, lembra-se. Mas a identificação com o líder carismático do PSD começou quando trabalhava na Rank Xerox, em Lisboa, e estava incumbida de dactilografar as intervenções de Sá Carneiro para depois serem distribuídas pelas caixas de correio da Avenida Estados Unidos da América, do lado direito. A sua convivência com Sá Carneiro marcou o seu percurso e as suas escolhas políticas dali em diante. “Nunca fiz fretes a ninguém, ouço o que me têm a dizer

dentro do partido, no qual também possuo as minhas preferências. Tenho grandes amigos, mas também inimigos, fruto das vicissitudes do combate político”. Se Sá Carneiro não tivesse morrido tão cedo, tem a certeza que o rumo do país tinha sido diferente porque “era um homem de convicções que não cedia a pressões”. A par da liberdade que o 25 de Abril construiu, Virgínia Estorninho, e numa comparação entre a Troika nos anos 80 e a de hoje, acredita que o edifício económico do país foi destruído, “foram cometidos muitos exageros”. “O 25 de Abril trouxe coisas muito boas como o acesso da mulher ao voto, a liberdade sindical, a tentativa de melhoria social, mas se tivéssemos seguido o rumo de Espanha não estaríamos nesta situação”. “Havia um ódio visceral aos ricos, a quem tinha propriedades e ca-

A histórica militante do PSD vive em Azambuja há 17 anos sas, assisti a coisas horríveis no Alentejo, de desmantelamento. Assisti a um assalto a uma propriedade em que tapetes persas foram cortados em bocados”. Foi neste clima, que se recorda de ter estado literalmente com a corda no pescoço. “Em 1975, estava em Beja, na apresentação de uns candidatos às eleições para a Constituinte. Nesse tempo era muito difícil de lutar contra uma esquerda exacerbada e com ódio. A única vantagem era que os homens não batiam em mulheres, e eu nesses casos avançava mais. A nossa sede foi assaltada, e em conjunto com uns miúdos do partido tivemos de fugir. Entrei numa taberna, com os jovens, e os radicais prenderam-nos. Penduraram-nos numa corda, com os nossos pés em cima de bancos, que se caíssem…Eu não parava quieta, barafustava. Fiquei com as marcas da queimadura da corda. Até lhes disse que o PPD não tinha uma Catarina Eufémio mas que tinha a Virgínia Estorninho”. Recorda-se que consideravam o seu grupo como os perigosos colaboradores do patronato. Só conseguiu sair com vida daquele episódio porque chegaram uns indivíduos de outra facção, e foram soltos. “Entretanto cheguei ao comício no Pax Júlia. Estavam todos sentados, entrei num dos camarins para tratar de um dos miúdos que ficou ferido. A dada altura invadem o teatro, e muita gente teve de fugir, o professor Marcelo Rebelo de Sousa inclusive. Nessa altura tive uma daquelas minhas ideias loucas, parti o vidro onde estavam as mangueiras de emergência e com a água afastei-os. Mas chegaram os militares e lá

fomos presos. Queriam identificar os miúdos mas não deixei”, conta. Na altura tinha só 29 anos de idade- “Sempre enfrentei tudo, nunca fui cobarde”. A frontalidade acompanhou-a desde sempre, e é uma das principais críticas dentro do seu partido, tendo acusado Durão Barroso de ter abandonado o país, quando trocou o cargo de primeiro-ministro pelo de presidente da Comissão Europeia. Já sobre Passos Coelho, confessa que não era o seu candidato preferido dentro do partido, mas admira-o “pela sua persistência, honestidade e pela sua coragem”, embora reconheça que lhe falta “alguma sensibilidade social”. O tempo passa é já há 17 anos que Virgínia Estorninho vive em Azambuja. Acusada de na altura ser mais uma paraquedista candidata às autárquicas, por cá tem ficado. Confessa que inicialmente foi por teimosia, “para provar que não fugia logo a seguir”, mas depois porque Azambuja lhe permite “uma outra qualidade de vida para desenvolver o sue trabalho no campo do artesanato”. A opinião sobre algumas das figuras políticas Num desafio do Valor Local, Virgínia Estorninho opina da seguinte forma sobre algumas das figuras da política nacional. Começando por Mário Soares: “Já devia ter-se retirado há mais tempo”. Cavaco Silva: “É um homem honesto, que sabe olhar o país e não ir na onda da oposição”. António Guterres: “Nem me aquece nem me arrefece”. Jorge Sampaio: “É meu amigo, por isso tenho algumas dificuldades. Foi um

bom presidente de Câmara, não tanto como presidente da República”. José Sócrates – “Esse nem pensar!”. António José Seguro – “É um pateta, um inculto politicamente. Talvez pior do que o Sócrates”. Pedro Santana Lopes – “Sou sua amiga, e está a fazer um ótimo lugar na Santa Casa”. Paulo Portas- “Tem-me desiludido muito, até porque era sua amiga. É um fulano muito inteligente, mas que tem ali um senão, por vezes baralha-se”. Já no campo das figuras locais, e começando por João Benavente, Estorninho diz o seguinte – “É um bom homem, talvez lhe falte um pouco de Cultura”. Joaquim Ramos – “É um amigo, já o conhecia quando ele era director dos espaços verdes na Câmara de Lisboa, e eu presidente de junta do Alto do Pina. Até lhe fiz algumas partidas, como quando coloquei um rebanho de ovelhas na relva da Alameda, cansada que estava de pedir as máquinas. Liguei para a Câmara a referir o caso, e à tarde já lá estavam a tratar finalmente da limpeza”. Luís de Sousa – “Conheço-o mal, apesar de ter estado quatro anos com ele na vereação, parece-me que foi o candidato de recurso do PS”. Virgínia Estorninho sublinha contudo que está muito afastada da política local. “Não tenho idade para pensar em voltar, não me apetece trabalhar (risos). Só me meto em coisas que não me dêm muito trabalho”. Sobre a crise e o futuro confia que o país vai dar a volta por cima. No que toca ao concelho deixa-a triste o estado em que se encontra a vala real, e desaprova ainda a colocação dos pilaretes, “algo que jamais faria”.


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Política

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Vai arrancar o Orçamento Participativo de Alenquer

300 mil euros para seis obras E

stá em fase de preparação o projecto de Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Alenquer. No total, os munícipes podem apresentar propostas que totalizem o máximo de 300 mil euros. Nos próximos meses, os alenquerenses podem propor online ou participar nas sessões de esclarecimento que vão ser levadas a cabo em cada freguesia. Durante a conferência de imprensa convocada para o efeito, o vereador Paulo Franco deu conta de que vai ser criada uma plataforma online, através da qual os munícipes, naturais do concelho, estudantes, e ainda os trabalhadores no concelho podem deixar as suas sugestões. Cada pessoa só pode apresentar uma proposta; mas cada uma pode escolher duas. As três propostas mais votadas serão levadas à comissão técnica mais as 55 que saírem das sessões públicas a realizar em todas as freguesias do município alenquerense. Foi balizado um montante máximo de 300 mil euros a distri-

buir por cinco obras, cabendo a cada uma 60 mil euros. Seguese uma fase de recolha de propostas entre Maio e Junho; análise técnica entre Julho e Setembro, votação entre Outubro e Novembro. No final do ano serão conhecidas as propostas vencedoras. De acordo com o vereador Paulo Franco, o calendário das obras vencedoras estender-se á até finais de 2016, ou seja dois anos. No entender do vereador e do presidente da Câmara Municipal, Pedro Folgado, esta é uma experiência que tem corrido bem em concelhos com características semelhantes ao de Alenquer, como Odemira, que também combina ruralidade e meio urbano, com um número semelhante de população, e igualmente extenso. Questionado pelo Valor Local, se o concurso não poderá prejudicar as populações de freguesias menos habitadas, em comparação com outras, o presidente da Câmara é da opinião de que “os

cidadãos são chamados a pronunciarem-se sobre a possibilidade de obras benéficas não só para a freguesia, mas que possam ter interesse municipal”. Por outro lado “é natural que freguesias mais populosas como o Carregado, em que muitos dos seus habitantes não se envolvem com as realidades locais, tal resulte em que não se sintam interessados, da mesma forma, em participar nesta iniciativa, comparativamente, aos das freguesias mais rurais, normalmente, mais envolvidos com a comunidade e com a freguesia”. No entanto, diz-se consciente dos riscos que esta acção pode comportar, até porque em alguns concelhos não tem corrido como desejável, mas entende que “tudo depende da capacidade de mobilização e interiorização de que este é um projecto importante”. O calendário das sessões públicas é o seguinte: dia 12 de Maio no Centro Popular de Recreio e Cultura do Bairro (Abrigada); dia

14 de Maio na Associação de Desenvolvimento Local de Aldeia Galega da Merceana; dia 16 de Maio na Associação Recreativa da Pipa; 19 de Maio na Associação Recreativa de Bogarréus; 21 de Maio na Associação Recreati-

va da Pocariça; 23 de Maio no Centro Social da Ota. No dia 26 de Maio é a vez da Colectividade do Mato; 28 de Maio- Grupo Recreativo Flor de Maio na Labrugeira. No dia 30 de Maio, o orçamento participativo chega à as-

sociação desportiva de Vila Verde dos Francos. No dia dois de Junho é a vez da Sociedade União Musical em Alenquer, e por último o Carregado, no dia quatro de Junho, na associação desportiva local.

Autarcas deram a conhecer projecto

Funcionária/vereadora acusa Pedro Ribeiro de perseguição A

vereadora em substituição, Élia Figueiredo, eleita numa lista de independentes, que é também funcionária municipal, aproveitou a última reunião de Câmara do Cartaxo, para acusar o presidente do município Pedro Ribeiro de perseguir os funcionários da autarquia. Tudo porque segunda a mesma, o autarca andou a dizer que a mesma levava cerca de 600 euros para casa em horas extraordinárias. A mesma alegou que o seu vencimento ronda os 1373, 12 euros e quanto muito recebe por volta dos 1450 euros, com as horas totalizadas. “Sinto um nó na garganta, e não consigo perceber a atitude do senhor presidente da Câmara. O senhor amedronta os funcionários ao dizer que não há dinheiro para pagar”, elencou; e referiu-se ao caso de uma funcio-

nária que foi retirada da mobilidade para ocupar a sua vaga nos recursos humanos que custa dois mil euros, tendo Élia Figueiredo voltado ao seu posto original, entretanto, na higiene e segurança. A vereadora referiu-se ainda à circunstância, segundo as suas palavras, de ficar até tarde na Câmara a fazer o trabalho de outras funcionárias, pois neste momento apenas três pessoas estão na sua secção, quando deveriam estar oito. “Somos pessoas e temos família, impediu-nos de colocar no mapa as horas de Janeiro e Fevereiro. Está a jogar com os funcionários. Leve isto para o Ministério Público”, desafiou, ao mesmo tempo que se queixou de ser uma mulher doente: “Tenho doença de Crohn”. A eleita disse, ainda, que o seu gabinete foi “assaltado”, tendo

sido levados documentos nos quais trabalhava- “Expus este caso ao senhor presidente em Dezembro, disse-me que ia pedir um parecer jurídico, e até ao momento ainda estou à espera”. Élia Figueiredo aproveitou ainda para lembrar um facto passado numa entrevista de emprego quando Pedro Ribeiro era ainda vice-presidente de Paulo Caldas, e lhe perguntou qual o seu clube de futebol. “Deve ser porque não sou do seu clube que outras pessoas ficaram a ganhar mais 300 euros do que eu”, não hesitou em lançar. Visivelmente transtornada, Élia Figueiredo não esperou pelas respostas do presidente da Câmara e saiu da reunião. Pedro Ribeiro já sem a vereadora na sala, apelidou a intervenção de “teatral” e “movida pela má fé”. O pre-

Cerveja desconhecida A

ocupação das instalações dos antigos celeiros da EPAC em Azambuja por uma marca de fabrico artesanal de cerveja que requisitou o edifício há dois anos à Câmara, voltou à baila. Tudo porque o presidente do município, Luís de Sousa, desconhecia o nome da marca, “apesar de já ter sido convidado para estar presente nas instalações para inaugurar a empresa” que se está a estabelecer no concelho. O vereador da oposição, Coligação pelo Futuro da Nossa Terra, Jorge Lopes estranhou e lembrou o processo, tendo em conta que a Câmara não acolheu na altura a sua proposta para que tivesse lugar o pagamento de uma renda após a fixação da empresa, passados cinco anos, com o edifício a reverter para a mesma ao fim de 20 anos. Ainda se chegou a falar na venda do edifício por 600 mil euros. Em declarações ao Valor Local, Luís de Sousa referiu que a empresa “está a terminar os procedimentos para abrir as instalações em causa, que contará ainda com uma espécie de museu para visitas das escolas”.

sidente da Câmara referiu que a mudança da orgânica dos serviços municipais, ditou que também Élia Figueiredo voltasse ao seu posto inicial. Sobre o episódio da entrevista em que se falou de clubes de futebol, apelidou-o de “inqualificável”. “A doutora Hélia vai buscar doenças e famílias para o seu discurso e isso não é sério”, reflectiu. Disse ainda que nunca falou do nome de Élia como sendo a funcionária que recebe valores na casa dos 600 euros de horas extraordinárias. “Estes julgamentos são perigosos, e esta mania da perseguição é desajustada”. Mas coube ao vice-presidente Fernando Amorim, dar a conhecer a folha de vencimentos de

Élia Figueiredo. Amorim elencou que a vereadora/funcionária auferiu 5956 euros em 2013 só de horas extraordinárias, dando como exemplo alguns meses do ano passado. Em Janeiro auferiu, no que a horas extraordinárias diz respeito, mais 650 euros; em Março: 698 euros; Abril: 752,48 euros; Maio: 544, 2 euros. Já em Junho, Élia Figueiredo terá auferido segundo o eleito: 785, 79 euros; 641, 90 em Julho; 684,08 em Agosto e 430,66 em Setembro. Ou seja, valores nada coincidentes com os valores de horas extraordinárias apresentados pela vereadora. Amorim aproveitou para juntar ainda que há trabalho por fazer na secção onde Élia Figueiredo estava, nomeadamente,

Águas da Azambuja O

no que se refere ao facto de a avaliação de trabalhadores não ser feita há três anos, o que originou a retenção de 60 mil euros na DGAL.

Élia Figueiredo

vereador David Mendes, CDU, referiu-se, na última reunião de Câmara, ao facto de subtilmente a Águas da Azambuja estar a proceder ao aumento da taxa de resíduos sólidos urbanos. De acordo com o mesmo, nada do que está na factura corresponde ao aumento da taxa de inflação, nem ao que foi votado pela câmara. “Temos sido pacientes, mas a Câmara continua sem saber de nada, exigimos que se coloque o tarifário no site bem como os anexos do contrato”. Por outro lado, é da opinião de que a Câmara vai ter de “mais tarde ou mais cedo assumir os custos sociais do aumento da água”. Já o vereador Jorge Lopes mostrou o seu desagrado por este tema ser constantemente falado, sintoma da falta de transparência do processo. Nomeadamente, no que concerne ao facto de a Águas da Azambuja tarifar “os munícipes sem rede separativa de esgotos, o que é inadmissível”. Depois de muita insistência ao longo do último ano, a coligação de centro-direita recebeu das mãos do presidente da Câmara o acordo entregue na entidade reguladora de renegociação das condições do contrato com a concessionária. Sobre o tema dos resíduos, o vereador Silvino Lúcio disse ir estudar algumas das soluções apresentadas, anteriormente.


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Destaque

Valor Local

A poucas semanas da saída da Troika

Como estão as famílias da nossa região? Fomos conhecer algumas famílias da nossa região nesta altura em que alguns falam de uma certa “retoma”: Quem vive com a ajuda de um subsídio da Segurança Social e tenta desesperadamente encontrar trabalho, quem ainda há poucos anos ganhava um ordenado acima da média e teve de pedir ajuda e ainda o caso de uma ex-empresária, agora trabalhadora rural. São casos de filhos da crise que todos espe¢ Sílvia Agostinho ram que não se demore a ir embora.

E

lisabete Afonso é o espelho real de que a vida pode mesmo dar muitas voltas. Em 2009, tinha uma vida estável, auferia 1750 euros de ordenado como secretária de uma empresa farmacêutica na zona da grande Lisboa, mas a explosão do mercado rival dos genéricos, ditou o seu despedimento, assim como, de outros colegas. Casada e com dois filhos, o marido, embora com um ordenado mais pequeno, também ficou desempregado, e acabou por a acompanhou pelos corredores do desemprego, quase ao mesmo tempo. Em 2011, esta família residente no Carregado teve de estender a mão à solidariedade junto da Loja Social do Carregado. Em casa tem dossiers carregados com comprovativos de presenças em entrevistas, currículos e candidaturas espontâneas enviadas para outras empresas do mesmo tipo, e a dada altura para todo o tipo de trabalhos. “Há cinco anos com 38 anos, era considerada ve-

lhíssima para certos empregos, hoje com 43 nem pensar! É assim que funciona o mercado”. Não conseguiu muito mais nos últimos anos do que alguns trabalhos precários e ocasionais de baby-sitter, limpezas domésticas, lavagens de escadas, e também de engomadoria para particulares. “Candidateime a tudo, até porque, como é óbvio, tinha noção de que nunca mais ia ganhar tanto como antes. Mas nunca fui de chorar o passado e lamentar-me, tentei encarar o futuro da melhor maneira. Eu dizia muitas vezes que quando não se pode comer bifes, come-se bifanas, ou salsichas, pois a vida haveria de melhorar algum dia”, recorda-se. Entretanto, a vida de ambos conheceu um volte-face positivo. Elisabete Afonso conseguiu, no mês passado, emprego numa das empresas da zona do Carregado, como operária fabril. Embora, longe das suas capacidades, não podia estar mais contente por voltar

à vida activa, apesar de receber o mínimo ordenado. “É uma empresa com colegas e superiores impecáveis. Estou a adorar não só por ter voltado ao mercado de trabalho, mas também porque me considero mais gente, voltei a estar melhor psicologicamente”. O marido também voltou a trabalhar, em Novembro passado, num horário nocturno, para lhe dar oportunidade de receber mais, também numa empresa do Carregado. Mas muito presentes estão ainda os tempos, quando em 2011 bateram à porta da Loja Social do Carregado. “O meu marido estava mais incomodado com essa perspectiva do que eu, porque estava mais mentalizada. Sempre pensei que um dia posso estar bem, e no outro dia pior, e a encarar esse ponto de vista da melhor forma possível, porque a vida puxa-nos o tapete muitas vezes”. Para conseguir fazer face às despesas, teve de desfazer-se de muitos electrodomésticos, peças em ouro, mó-

veis, aparelhos de ginástica, e até a casa onde morava antes foi devolvida ao banco, bem como a sua casa de solteira. Hoje reside mesmo ao lado do seu antigo prédio, na Urbanização da Barrada, mas numa casa mais modesta, onde paga 300 euros de renda. Durante o tempo em que esteve desempregada, teve de fazer muitas economias a nível alimentar. “Nunca deixei de ter comida para os filhos, mas para mim houve alturas em que não tive, mas no primeiro dia em que bati à porta da loja social não tinha comida de todo.” Muitas foram as ocasiões em que deixou de pagar as contas da luz e da água. “Posso contar que vendi uma televisão que me custou 700 euros para comprar uma bilha de gás, que desde há três dias que andava a aquecer panelas de água no forno eléctrico”. Na loja social, conta que recebeu o melhor apoio possível, “pois aquelas pessoas são inexcedíveis,

roubam tempo às famílias para ajudar”. “Merecem todo o meu respeito”,considera. Apenas há um mês deixou de receber aquele apoio, dado ter arranjado trabalho. Quando se fala da denominada retoma, considera que é possível

que as coisas estejam a melhorar um pouco até porque só agora começou a trabalhar de novo. “No meu caso, posso dizer que estou a sentir essa melhoria, pois pela primeira vez em cinco anos uma empresa deu-me trabalho”.

Elisabete Afonso esteve desempregada 5 anos


Valor Local

Destaque

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“Se arranjasse emprego era a mulher mais feliz do mundo” B

eneficiária do Rendimento Social de Inserção (RSI), Sandra Ferreira, residente em Azambuja, é uma das contempladas pelo programa “ cheque social” para compra de carne e peixe da autarquia de Azambuja nos estabelecimentos aderentes. Nos últimos anos, poucas vezes tem conseguido arranjar trabalho. O facto de apenas ter a quarta classe para isso também tem contribuído. No entanto, refere que é uma mulher que gosta de se fazer à vida, e que até faz trabalhos de homem se for necessário. “Conduzo tractores, carrinhas, aprendi a fazer de tudo um pouco, gosto de trabalhar no campo”. Com 36 anos, separada e com quatro filhos, tem dois à guarda de familiares, um numa instituição; e consigo apenas o mais novo, ain-

da bebé. Paga 150 euros de renda quando recebe apenas da Segurança Social 135 euros de RSI. “A minha sorte é que o pai do bebé quando pode dá 150 euros por mês”. À nossa reportagem diz que o melhor que lhe podia acontecer era arranjar um trabalho, porque até à data apenas conseguiu empregos temporários. Algumas situações da sua vida pessoal, como a retirada de um dos filhos, devido a situações de indisciplina, que não de maus tratos ou negligência parental, deixaram-na com problemas de anorexia e queda de cabelo, mas tem conseguido levar a sua vida. “Infelizmente não consigo encontrar trabalho, quando há campanhas no campo vou sempre, assim como, quando as firmas de trabalho temporário me chamam

para alguns dias, como a Matutano. Vou ao centro de emprego praticamente todas as semanas para ver o que me podem arranjar. Chego a sair de casa de automóvel para ver ofertas aqui na zona, durante um dia inteiro, mas como o dinheiro mal dá para a gasolina vou bastante devagarinho para conseguir regressar, não vou além dos 50 km/hora”, relata, adiantando que recentemente foi chamada para uma formação de forma a colmatar a sua deficiente escolaridade. Conseguir pagar as contas e ainda criar um filho com poucos meses de vida, é uma tarefa deveras difícil. Os 150 euros que recebe do pai da criança vão directamente para a renda, sobra o dinheiro do RSI para as contas. Parte da alimentação é comprada com o

cheque social da autarquia, no valor de 12 euros mensais. Recebe ainda apoio a nível alimentar do

centro paroquial. “Conheço quem esteja a receber este tipo de subsídio e que se re-

cusa perante certos trabalhos, no meu caso é o contrário nunca direi que não a nada”.

Sandra Ferreira no meio de Luís de Sousa e da técnica

Apoios da Câmara de Azambuja aos carenciados

A

ctualmente, são 92 os agregados familiares do concelho de Azambuja, que o município ajuda com o cheque social. De acordo com dados solicitados junto dos serviços da Acção Social, foram entregues no passado mês de Março 1722 euros através deste cheque aos carenciados do concelho. No que se refere aos outros apoios dados pela Câmara, 22 agregados familiares recebem o denomina-

do “cheque farmácia” que ajuda na compra de medicamentos. No passado mês de Março, 220 euros foram para este apoio. No total e em orçamento, a Câmara tem para o cheque social (carne e peixe): 31 mil euros; 2500 euros para os cheques farmácia, e nove mil euros para ajuda na reparação de habitações. A autarquia também comparticipa a compra do leite em pó às mães carenciadas com bebés.

Segundo o presidente da Câmara, Luís de Sousa, uma das vertentes do apoio social a investir, de momento, seria na recuperação dos apartamentos junto à cadeia de Vale de Judeus, cerca de 70 casas, que seriam muito benéficas para esta população, após terem sido desocupados pelos funcionários da prisão. São apartamentos que precisariam apenas de algumas pequenas obras e

retoques. A Câmara está a preparar o dossier no sentido de uma resposta positiva por parte do Ministério da Justiça. Todas as semanas, chegam à Câmara casos muito graves. “Ainda há pouco tempo uma senhora chegou ao meu gabinete porque em casa só tinha no frigorífico seis iogurtes e um pacote de manteiga. Entretanto, conseguimos apoiá-la com o cheque da carne e do peixe.

Muita gente também se queixa de que não tem dinheiro para a renda de casa. Encaminhamos para a Segurança Social e tentamos ajudar”. “Por outro lado, há quem usufrua da habitação social, mas não consegue pagar a água e a luz, e ficamos novamente com um problema. Há quem acabe por declinar ir para uma casa da habitação deste tipo, precisamente porque não têm dinheiro

para o resto”, acrescenta Herculano Valada, com o pelouro da Intervenção Social. Soubemos já depois desta reportagem que Sandra Ferreira foi solicitada para uma entrevista a fim de preencher uma vaga, ainda que temporária, nos serviços de limpeza do município, ao abrigo de um programa que lhe vai permitir ganhar cerca de mais cem euros a juntar ao RSI.


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Destaque

Valor Local

Passou de empresária a trabalhadora rural

“Faço todos os sacrifícios pelos meus filhos” A

família de Sandra Seabra é numerosa, para além de si e do marido, há quatro filhos para criar, sendo que a mais velha frequenta o primeiro ano da universidade. O Governo ainda há pouco tempo mostrou a sua preocupação com os baixos índices da natalidade, mas na opinião de Sandra, “não há muitos estímulos para que haja mais crianças, os valores dos abonos são muito baixos, e no caso da minha filha que está na universidade não existem mecanismos no caso de um dos pais ficar desempregado, de modo a que os jovens não deixem de estudar, como tem acontecido tantas vezes”. Também no caso de Sandra Seabra, a crise reflectiu-se bastante na sua vida. Ainda há uns anos trabalhava na PT, onde era supervisora e ganhava bem. Engravidou, mas conseguiu com o dinheiro do despedimento abrir o negócio de uma vidreira que correu bem até o país chegar ao pico da crise na construção. “Batalhei durante quase três anos, mas não tive outra alternativa”. Depois, esteve durante o último ano a trabalhar

num supermercado na vila de Azambuja, mas conta que entretanto foi dispensada. “Chorei durante dois dias, pois como conseguiria fazer face aos meus encargos?! O meu marido trabalha como camionista mas não é suficiente, pois a ginástica financeira que temos de fazer tem de respeitar muitas regras”. Dada a urgência em arranjar trabalho, a azambujense começou há poucos dias na apanha de tomate. “É um trabalho honesto, onde até vou ganhar mais, apesar de ser mais exigente fisicamente”. Para fazer face às despesas da casa, a família necessita de 1500 euros, sendo que o ordenado do marido não seria suficiente, caso continuasse desempregada. Para já tem trabalho até Junho. Se a retoma está de facto aí ou não, acha que ainda é cedo para se falar disso, pois tendo em conta que trabalhou num supermercado até há poucas semanas, não presenciou mais poder de compra, ou maiores gastos. “As pessoas queriam sempre o mais barato”, avalia, e considera: “Acho que estamos todos de pé atrás, será

que é desta ou não? Já ouvimos tantas promessas…” Com uma filha na faculdade, as despesas “cresceram”, e por isso o subsídio de desemprego que iria auferir caso não optasse por ir já trabalhar para a apanha de tomate, não iria chegar para fazer face às despesas, mesmo assim, conta com o apoio de alguns familiares que contribuem para o “bolo” dos estudos. “Os meus filhos são o meu orgulho, sempre tiveram boas notas e daí todos os meus sacrifícios”. A gestão do dia-a-dia faz-se tentando que todas as contas possam ser pagas, por vezes já no limite dos prazos. “Os meus filhos também sabem que não posso comprar tudo o que pedem, e quando compro para um tenho de comprar para todos. Se por vezes não compro um chocolate caro, compro dos mais baratos para dar para os quatro”. Economizar lá em casa, passa por “inventar muitas refeições económicas, como salsichas com cogumelos e natas em vez de bife; fazer sopa para várias refeições, ou optarmos por ver televisão todos juntos,

Sandra e o marido precisam de 1500 euros mensais para as despesas para não estar mais do que um aparelho ligado”. A roupa também vai passando dos mais velhos para os mais novos. Quanto à sua roupa e calçado, apro-

veita muita coisa que, por vezes, as amigas já não conseguem vestir “porque emagreceram ou engordaram”. Em poucos anos, passou de

empresária a trabalhadora rural, algo que nunca imaginou, “mas às vezes a vida dá estas voltas, mas não tenho medo do trabalho”.

Fenómeno dos “novos pobres”

Instituição do Cartaxo não tem mãos a medir

O

s problemas sociais têm vindo agudizar-se neste contexto de crise, como tal o trabalho de algumas entidades em prol da comunidade tem sido o porto de abrigo de muitos. A Conferência do Sagrado Coração de Jesus da Sociedade de São Vicente de Paulo, no Cartaxo, tem colaborado nesta tarefa junto de algumas pessoas, nomeadamente, os chamados “novos pobres”, indivíduos, antes, da classe média, normalmente com formação académica. Maria de Jesus fala do caso de duas irmãs professoras que “não

conseguem colocação e vivem da magra reforma do pai”. “Todas as semanas vêm buscar alimentação, a mãe é doente, pelo que apoiamos também na medicação, em que as farmácias facilitam o pagamento, através da quotização dos nossos sócios. Também ajudamos nas rendas de casa de muitas famílias”. “Ontem apareceu-nos uma família, em que o marido é advogado, e não consegue arranjar dinheiro para ficar numa sociedade. A mulher não consegue arranjar nada. Têm filhos, e não conseguem dar-

lhes de comer. Os meninos, penso, que, no outro dia, perguntaram se não podiam comer um chocolate”, relata Maria de Jesus que já em jovem assistia a estas actividades de solidariedade com o pai, na vila de Azambuja. Mas hoje em dia, o cenário “agravou-se de tal maneira que estes casos deixamme doente. Desgosta-me bastante que muitos tenham tirado os seus cursos, com a ajuda dos pais, e que nem para certos serviços os aceitem, porque caíram em dizer que tinham licenciaturas, e são logo afastados. ”.

“Sei de uma rapariga que anda a pedir na rua. Foi toxicodependente, mas está impecável, e podia trabalhar numa casa como empregada doméstica, mas devido ao estigma, todos se afastam de lhe dar trabalho. Precisa de ser ajudada para voltar a ser inserida na sociedade.” O apoio psicológico que se possa dar aos cidadãos com mais dificuldades é “inestimável”, até tendo em conta que há cada vez menos meios, tendo em conta que “O Estado, a Câmara e a Junta têm cada vez menos dinheiro”.

Maria de Jesus fala do fenómeno


Valor Local

Negócios com Valor

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Mercearia do Peixe é ponto de encontro de empresários

“Fecham-se muitos negócios aqui” S

ituado na estrada nacional 3, em Vila Nova da Rainha, Azambuja, o restaurante Mercearia do Peixe tornou-se quase numa espécie de extensão natural das empresas da zona. Todos os dias, gestores e empresários reúnem-se nesta unidade de restauração para falar de negócios, e claro comer. A oferta centra-se sobretudo no peixe fresco, que um dos empregados do restaurante vai buscar todos os dias a zonas junto ao litoral, como Peniche. Por estar vocacionado para o segmento empresarial da região, apenas está aberto aos almoços de segunda a sábado. O espanhol Fernando Arguelles que está, actualmente, à frente dos destinos da Mercearia do Peixe, revela que todos os dias quadros médios e superiores da Siva, Auchan, Avipronto, Sonae, Staples, Transportes Luís Simões, deslocam-se a esta unidade, assim como, o empresário da Sugal, Ortigão Costa. No segredo do sucesso está também, segundo o proprietário, o “carinho” demonstrado para com os clientes, “porque faz parte da filosofia do restaurante e porque, na maioria dos casos, os clientes vêm acompanhados por estrangeiros

na esperança de poderem mais facilmente fechar um negócio, se sentados à mesa”. “Essa empresa tem de ficar bem vista. Então faz parte da nossa estratégia também ajudar nesse processo”. “Na altura do tomate, fecham-se aqui muitos negócios”, dá conta. A relação de confiança estabelecida entre o restaurante e o seu público-alvo vai ao ponto de por vezes os clientes pedirem uma mesa mais reservada “porque querem falar de assuntos mais delicados”. No entanto Fernando Arguelles salvaguarda que o seu restaurante apesar de destinado a um grupo específico, que discute, por vezes, coisas sérias à mesa, tenta criar um “ambiente sobretudo familiar, acolhedor e descontraído”. O peixe fresco é então a tónica dominante, nomeadamente, robalo, garoupa, linguado, choco, pregado. Os pratos “estrela” são a cabeça de garoupa grelhada – “impressionante na apresentação e no paladar, mas também a massada de garoupa”. Nesta altura do ano, tornam-se imprescindíveis o sável e o arroz de lampreia. A qualidade é o imperativo máximo desta unidade, que não olha ao preço quando está em causa um bom produto, não só no peixe, mas também na

carne. “Temos umas boas costeletas de vitela”, acrescenta. Por outro lado, o vinho também assume um papel de destaque, e neste campo os produtos da região são os eleitos da casa. “Azambuja tem bons vinhos, embora um pouco desconhecidos a nível nacional, o que não deixa de

ser curioso. E essa é também uma luta nossa, para que os produtos daqui sejam reconhecidos”. Casal da Fonte, Quinta da Lapa, Vale de Fornos, estão naturalmente disponíveis para os clientes da Mercearia do Peixe. Também os vinhos do concelho Alenquer fazem parte da garrafeira, “pois têm uma cate-

goria impressionante”. “De há 15 anos para cá, os vinhos portugueses melhoraram imenso, e a preços bastante bons”. “Antigamente, o cliente pedia quase sempre vinhos alentejanos, agora dá-se o contrário, provam vinhos locais para acompanhar a refeição”, refere, e acrescenta: “Se

O empresário junto à bancada com peixe fresco

tivéssemos capacidade para organizar apresentações nacionais dos nossos vinho seria maravilhoso”. No capítulo dos produtos locais, o empresário privilegia ainda o queijo de cabra confecionado por um empresário da Maçussa, bem como o azeite e mel, “de excelente qualidade”.


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Economia

Valor Local

Caixa Agrícola de Azambuja promove encontro entre produtores de tomate e Secretário de Estado

N

uma altura em que se aproxima a passos largos a decisão do Governo referente aos apoios ao sector do tomate, a Caixa Agrícola de Azambuja resolveu juntar os agricultores num encontro com o Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque. O encontro que contou com perto de uma vintena de profissionais decorreu na sede da Caixa Agrícola de Azambuja. No encontro saltaram à vista as preocupações dos agricultores sobre a indefinição do Governo, quanto ao regime de apoios ligados a decidir até um de Agosto de 2014 para o sector. Francisco João Silva, presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Azambuja, vincou que dado o facto de os prazos para que o Governo tome uma decisão se estarem a encurtar, “ este encontro serviu no sentido de algum tipo de pressão e clarificação por parte dos produtores de tomate, sendo que a instituição bancária tem muitos associados e clientes ligados ao sector, e por isso a oportunidade da iniciativa em ouvir as pessoas e transmitir o seu sentimento ao membro do Governo que negoceia em Bruxelas a politica agrícola”. Francisco João Silva salienta que

os agricultores têm muitas dúvidas quanto aos futuros apoios, que de resto foram manifestadas pela larga maioria que participou neste encontro, e que teve informação e esclarecimento por parte do engenheiro da CONFAGRI, Augusto Ferreira. O presidente da Caixa de Azambuja sustentou que o sector do tomate é “um sector âncora da nossa região” a par com o milho. Aliás, a nossa produção de tomate é mesmo um dos sectores mais competitivos a nível nacional, no espaço europeu e mundial. Uma das provas disso é a Sugalidal, que está nos lugares cimeiros do ranking das exportações Por esse motivo, qualquer quebra nas ajudas da União Europeia ao sector poderá significar uma perda de competitividade para os agricultores e para a economia do concelho e do país. Augusto Ferreira, engenheiro responsável pelo sector na CONFAGRI, explicou ao Valor Local, que os meandros do novo regime de subsídios é ainda “muito confuso” para os agricultores. Augusto Ferreira sustentou que as próximas ajudas, em termos gerais, vão ser mais limitadas, e que nem todos agricultores terão aces-

so aos apoios. Segundo o mesmo, para se limitar as perdas de competitividade de alguns sectores “limita-se um pouco a entrada de novos agricultores”. Todavia, o novo desenho de ajudas tem também “amargos de boca”, Segundo o técnico, as verbas que serão entregues aos agricultores poderão diminuir até 30% num horizonte de seis anos. Ou seja até 2019, os agricultores poderão ter de se adaptar de forma brusca. Augusto Ferreira considera que esta situação poderá ser uma “machadada” no sector do tomate, defendendo uma compensação das perdas que estão previstas “através de uma maior valorização do produto por via da indústria. Temos claramente um produto acima da média, e tem de ser valorizado” sustenta. Mas esta é uma preocupação que parece fazer eco, pelo menos à primeira vista, no Governo. José Diogo Albuquerque salientou, ao Valor Local, que o Estado segue com atenção e preocupação os problemas dos agricultores e dos industriais do sector. José Diogo Albuquerque referiu que os produtores/agricultores são os beneficiários directos das ajudas, vincando que este é um sec-

Secretário de Estado (à direita) ouviu preocupações dos agricultores tor sensível no sentido em que tem garantido “uma performance económica elevada, com ganhos de produtividade a crescer, exporta muito, é muito competitivo; e por isso qualquer mexida na PAC (Po-

litica Agrícola Comum) tem de ser acautelada”. Após a reunião seguiu-se um almoço num restaurante local, em que o prato base foi o torricado. Neste almoço participaram, agri-

cultores, industriais do sector, bem como o Secretário de Estado convidado da Caixa Agrícola de Azambuja e o Presidente da Câmara, Luís de sousa, que recalçou a importância desta iniciativa.

Águas do Ribatejo vai dar crédito fiscal a clientes carenciados A empresa intermunicipal de águas – Águas do Ribatejo decidiu aplicar um crédito fiscal de cerca de um milhão de euros no alargamento do apoio aos clientes, especialmente dos abrangidos pelo tarifário social devido a insuficiência económica. Os autarcas garantem que em 2015 não haverá aumentos da fatura da água e saneamento além da inflação prevista. A medida foi anunciada na manhã de quinta-feira, 3 de abril, numa conferência de imprensa promovida pelo Conselho de Administração da empresa. A Assembleia Geral da AR que integra os presidentes dos Municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Coruche, Chamusca, Salvaterra de Magos e Torres Novas aprovou por unanimidade, no dia 28 de março, o Relatório de Gestão e Contas referente ao ano de

2013 com um resultado líquido de 1,8 ME que inclui o “bónus” fiscal. “Este resultado muito positivo foi graças ao volume de investimentos de 13 milhões de euros que concretizámos em 2013. O crédito fiscal é um prémio pela gestão eficiente e cuidada dos recursos existentes. Este valor será aplicado em investimentos para melhorar o serviço e na melhoria das condições do tarifário social para as famílias com maior dificuldade.”, afirmou Francisco Oliveira, presidente do Conselho de Administração da AR. O líder do município de Coruche acrescentou ainda que “esta decisão só foi possível porque não temos capitais privados na empresa. Se houvesse acionistas privados queriam retirar os dividendos”, concluiu. Carlos Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Benavente

e Vogal do Conselho de Administração da AR realçou as diferenças do modelo de gestão da AR. “Este é um caso único no país

que vem dar razão aos autarcas que resistiram ao assédio do Grupo Águas de Portugal e construíram este modelo, provando que é

Conselho de administração deu a conhecer as novidades para este ano

possível ter uma empresa sustentável, mantendo as preocupações sociais. A gestão pública pode ser eficaz e obter resultados positivos”, disse o administrador. Relativamente às contas, o ano de 2013 traduziu-se numa quebra do “Resultado Antes de Impostos” face ao registado em 2012 na ordem dos 500 mil euros, atingindo os 1,1 Milhões de Euros (em 2012 tinha sido de 1,6 Milhões). Esta descida, já esperada, segundo a administração é justificada em grande medida pelo aumento do valor das amortizações referentes ao investimento já executado e também pela correção de alguns efeitos extraordinários verificados em 2012, como seja a reintrodução do pagamento dos subsídios de férias e Natal aos colaboradores.. Concretizados cerca de 80 mi-

“Azambuja soube ultrapassar perda da Opel” O presidente da Fundação AIP (Associação Industrial Portuguesa) defende que a perda da Opel em Azambuja no ano de 2006 foi bem aproveitada. Embora com ordenados mais baixos, o responsável vinca que o seu encerramento foi “minimamente colmatado por outras empresas, embora com ordenados mais baixos”.

Rocha de Matos esclareceu ao Valor Local que as novas empresas, nomeadamente, as de logística, foram acima de tudo uma mais-valia para a região. O presidente da Fundação da AIP destaca que na sua opinião o momento em que tudo aconteceu foi “bastante sensível”, mas na sua opinião “é nos momentos de dificuldades que aparecem outras opor-

tunidades”. Para Rocha de Matos, a região “tem muitas potencialidades, precisa é de reflectir internamente uma estratégia e enquadrá-la num todo nacional e dar fogo à peça, para a implementar”. O presidente da Fundação AIP falava ao Valor Local durante uma visita ao “Motorclassico” na FIL (Feira Internacional de Lisboa) a 5 de Abril, onde guiou uma dele-

gação da congénere AICEP chinesa que esteve de visita a Portugal. Sobre esta visita, Rocha de Matos destacou esteve relacionada com a discussão sobre as futuras “formas de cooperação, entre os dois países”. Rocha de Matos, que considera ter havido uma pequena retoma económica, salienta também que

este tipo de cooperações são vitais para o crescimento económico de Portugal. “A minha visão é que a única estratégia que Portugal pode ter passa por internacionalizar cada vez mais a sua economia, olhar e aprofundar a presença nos mercados externos, porque o mercado interno é muito pequeno, e as empresas portuguesas têm de crescer e desen-

lhões de euros de investimentos, a prioridade vai agora para Torres Novas, o último município a integrar a AR. Neste momento estão em curso 14 ME de investimento, com destaque para as obras de abastecimento de água e saneamento em Riachos e Torres Novas. O Presidente do Município Torrejano, Pedro Ferreira, também vogal na administração da AR, espera que sejam concluídos 31 ME de investimento até 2016. “Estamos muito satisfeitos, valeu a pena ter adiado a decisão e ter optado pela Águas do Ribatejo. Foi claramente a melhor aposta para os munícipes de Torres Novas. Vai permitir realizar investimentos muito importantes para a salvaguarda do ambiente e para a melhoria da qualidade do abastecimento em todo o concelho”, referiu Pedro Ferreira.

volverem-se e assim criar emprego e dar um contributo activo para a cooperação nesta situação económica”, aumentando assim o fluxo comercial com outros países. Rocha de Matos vinca que o futuro está na cooperação externa, em todos os sectores “e negócios que tenhamos capacidade de internacionalizar as nossas exportações”.


Valor Local

Entrevista

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Administrador Vasco Mello:

“Queremos ser o hospital mais seguro do país” Vasco Mello está à frente dos destinos do Hospital de Vila Franca de Xira desde 2011. Há um ano, foi inaugurado o novo edifício, e os desafios tornaram-se maiores. Em marcha está o processo de acreditação internacional, um dos mais exigentes do mundo. É uma nova vida para o hospital de Vila Franca de Xira, quando ainda há meia dúzia de anos gozava de má fama e perdia utentes dos cinco concelhos (Vila franca de Xira, Benavente, Azambuja, Arruda dos Vinhos, e Alenquer) para os hospitais de Lisboa; que a pouco e pouco voltam a frequentar a unidade da sua área de residência. ¢ Sílvia Agostinho Valor Local – O Grupo Mello assumiu a gestão do Hospital de Vila Franca de Xira em 2011, sendo que o novo edifício foi inaugurado há um ano atrás, qual é para já o balanço no que se refere aos aspectos positivos e negativos? Vasco Mello – Foi importante termos começado esta gestão ainda no antigo edifício, permitiu-nos conhecer os profissionais, e iniciar o processo de mudança. O balanço é claramente muito positivo, pois correspondeu à realização de uma grande necessidade no que toca aos cuidados de saúde da população dos cinco concelhos. Foram introduzidos equipamentos, como um aparelho de ressonância magnética, e especialidades que não existiam. A capacidade do hospital aumentou nos diferentes blocos (antes eram três, hoje são nove), mas também no internamento; face à insuficiência de outrora e às condições de trabalho desfavoráveis. A urgência melhorou, é cinco vezes maior, com separação de fluxos e atendimento com mais privacidade. Há quartos individuais na maternidade, o bloco de partos tem o que de melhor existe. Havia duas camas de cuidados intensivos, hoje são oito. Temos 12 camas de cuidados intermédios. No fundo, o hospital é mais humano para os utentes. A medicina praticada é mais segura e menos invasiva também, pois adquirimos material do mais moderno para os blocos operatórios. Os médicos ficaram muito satisfeitos. Ficaram muito satisfeitos, e temos também novos médicos. Foram introduzidas novas especialidades, Otorrinolaringologia e Oftalmologia, ainda, no antigo edifício. Nas novas instalações, acolhemos a Psiquiatria e a Infecciologia. Também introduzimos a hemodiálise. Quantas pessoas foram contratadas desde que o Grupo Mello iniciou funções no hospital? O hospital já criou desde a nossa entrada em 2011, perto de 300 postos de trabalho, o que equivale a 450 novas pessoas, porque entretanto algumas reformaram-se. Hoje somos à volta de 1100. Este ano, ainda, deveremos recrutar à volta de 50 para os diferentes sectores do hospital. Muito falada tem sido a questão da obrigatoriedade de pagamento do estacionamento automóvel, com os utentes a manifestarem a sua indignação.

Começar por dizer que a entidade que faz a gestão do estacionamento não é o Grupo Mello. Nós próprios que trabalhamos no hospital tivemos que encontrar uma solução com a entidade gestora do estacionamento, e acabamos por subsidiar o parque. Os nossos colaboradores pagam, hoje, cerca de 15 euros por mês por um lugar de estacionamento Essa questão dos 15 euros foi pacífica? Foi completamente pacífica. Ainda é algum dinheiro. Equivale a somarmos o preço de uma bica, (50 cêntimos), por dia no final do mês (sorrisos). Evidente que 15 euros são 15 euros, mas as pessoas reconhecem que isto também lhes traz vantagens. No anterior hospital, havia mais dificuldades de estacionamento, e existiam parquímetros. Não há parques aqui à volta com preços semelhantes e isto só acontece porque o hospital decidiu subsidiar os colaboradores. Cerca de 70 por cento dos colaboradores já aderiram a estas condições para parqueamento. No outro hospital também havia um parque pago na parte de trás. Nós gostávamos todos que fosse grátis mas não é possível. No que toca aos utentes torna-se gratuito para os doentes oncológicos, doentes que têm de vir até cá fazer a hemodiálise. Neste momento, o hospital está em fase de preparação de uma importante certificação internacional, pode dar-nos alguns pormenores? É uma das apostas fortes do hospital e está relacionada com a segurança clínica e com a qualidade dos cuidados que presta. Para atingirmos patamares de segurança clínica, é importante estarmos certificados no que toca ao ambiente, e qualidade, que já estamos. A entidade que fará a acreditação trata-se da americana Joint Commission, uma das mais reconhecidas a nível mundial. O hospital está muito focado em cumprir com todas as normas e padrões nesse sentido. A auditoria terá lugar em Julho, acreditamos que vamos conseguir, será significativa na forma como prestamos os cuidados médicos, especialmente no capítulo da segurança. Não somos os primeiros em Portugal, Loures e Cascais também já passaram por este processo e acabaram de ser acreditados. Esta acreditação da Joint Commission é a mais importante do

género? Diria que é uma das mais reconhecidas, e que está presente em muitos hospitais no mundo. Em termos práticos, em que é que o hospital está a tentar ser ainda mais exigente no seu diaa-dia para conseguir a acreditação? A acreditação obedece a padrões de segurança que se traduzem, por exemplo, na correcta identificação dos utentes, não só com o número da cama e do quarto, mas o nome, a idade, e o número do processo. Absoluto cuidado na administração de medicamentos, por outro lado. Também a nível de tudo o que seja cirurgia segura, ou seja na pessoa certa, no sítio certo, com o consentimento informado das pessoas, grosso modo. Essa entidade leva ainda muito a sério a higiene e as infecções em meio hospitalar: o cuidado com o lavar das mãos, e a transmissão de vírus. A comunicação entre profissionais também é importante, com o registo de tudo o que diz respeito a um utente. Outra componente diz respeito às avaliações respeitantes aos riscos de quedas em meio hospitalar. Os indicadores até ao momento são positivos segundo tem sido divulgado pelo hospital. Sim, temos muitos bons indicadores. Queremos ser um dos hospitais mais seguros do país, ou o mais seguro, e esse é nosso trajecto. No que se refere à parceria público-privada, recentemente um dos gestores do Grupo Mello, Rui Raposo, disse que o Estado faz uma grande confusão de papéis e tal não augura um bom futuro. São assim tantas as dificuldades que o Governo cria ao vosso grupo na gestão deste hospital, bem como de outros geridos por vós? Não. As parcerias público-privadas (PPP’s) não podem ser comparadas com as das auto-estradas; desde logo, e com a excepção de Loures, estas PPP’s vinham substituir hospitais que já existiam; e quando é lançado o concurso o Estado faz um exercício simples que é o de calcular os custos caso o hospital venha a ser construído e gerido pelo mesmo ou por um privado; e só adjudica quando os custos são inferiores. As propostas andam à volta de 20 por cento de poupança para o Estado. A transferência do risco é transportada para nós, no que respeita á gestão

operacional Não é bipartido entre as duas entidades? O risco de novas doenças, medicamentos, e equipamentos é nosso. O risco da inovação é do privado. Os riscos são transferidos, sendo que há uma série de indicadores de obrigações num contrato com uma grande complexidade, para ambas as partes, integrada numa gestão de características muito finas, detalhadas, com muitas obrigações e controle de toda a actividade. Estará em mente algum pedido de reequilíbrio financeiro tendo em conta a crise e todos os riscos e custos de que está a falar? Não, nada disso está em vista. Alguma questão que esteja em vias de ser renegociada nesse contrato, tendo em conta o tom de crítica do gestor do Grupo Mello que referi? Não. Pergunto isto, porque ainda está muito presente a forma como correu menos bem a relação entre o Estado e o Grupo Mello no caso do Amadora-Sintra. Parece que esse caso serviu, então, de aprendizagem e de lição para vós. Não vou falar do Amadora-Sintra, mas nesse caso não existia ainda uma complexidade contratual comparada com a deste hospital, por exemplo. A gestão era rigorosa, mas não possuía um enquadramento legal de concurso tão complexo como este. Mas o hospital Amadora-Sintra correu bem, e prova disso são os resultados positivos e o facto de termos quatro PPP’s a funcionar na Saúde, que estão a fazer um bom serviço ao Serviço Nacional de Saúde. Apesar de a PPP de Braga estar a levantar algumas críticas. Teve um arranque um pouco mais difícil, é verdade. Para além das novas especialidades do hospital, há outras em perspectiva? Para já são as que referi, mas quero sobretudo salientar que há um retorno das pessoas desta região ao seu hospital da área de residência, quando anteriormente procuravam unidades de saúde em Lisboa. As pessoas confiam mais em nós. Tivemos a informação de que apesar da capacidade do hospital, há doentes que têm de se deslocar às vossas unidades privadas, as CUF’s em Lisboa,

Vasco Mello está à frente dos destinos do hospital para realizar exames? Nomeadamente? Foi-nos dito por uma utente deste hospital que foi recentemente fazer um exame especial à CUF Infante Santo, na especialidade de gastroenterologia. O nosso centro de gastroenterologia na Cuf Infante Santo é muito bom O objectivo prende-se com a poupança de recursos, ao fim ao cabo? Não. Os hospitais, não apenas os do Grupo Mello, não têm a obrigação de terem todas as máquinas, e aparelhos. Teríamos sempre de mandar fazer esse tipo de exames fora, e das duas uma ou mando fazer no público, e espera demasiado tempo, ou faz num privado, na nossa concorrência, e custa-lhe mais caro. Optámos por uma decisão intermédia, e enviamos os utentes para uma unidade nossa. Por exemplo, quando nós entrámos na gestão do hospital de Vila Franca de Xira, não tínhamos TAC e mandávamos fazer nas clínicas da cidade, o mesmo para as ressonâncias. Por outro lado, o hospital é novo mas já há falta de camas. Somos vítimas do sucesso (risos). Um pouco mais a sério: tivemos alguns constrangimentos durante o Inverno, durante os picos da gripe. Não só o nosso, mas também outros. Há sempre dificuldade em encaixar os utentes todos. Tivemos alguma falta de capacidade. Quais são os principais desafios em gerir um hospital deste género, numa parceria público-

privada, e os privados geridos por vós, para além das sensibilidades do contrato com o Estado? (silêncio) É importantíssimo esse contrato. Todos os anos acordamos com o Estado o que é preciso fazer para o ano seguinte, mas com bastante detalhe, especialidade a especialidade. Num hospital privado isso não existe. Neste tipo de hospitais, as pessoas também se queixam com mais facilidade. Foi algo com que também tiveram de aprender a lidar. Já sabíamos que as pessoas ao entrarem num novo edifício, o seu grau de exigência aumentaria naturalmente. Sabíamos que as reclamações não iam desaparecer, porque o grau de expectativas aumentou. Por outro lado, vemos as reclamações como uma oportunidade de melhorar as condições, claramente. As pessoas têm sempre razão ou nem por isso? Não têm sempre razão. Gostava de poder dizer isso, mas não é verdade. Queria aproveitar, ainda, esta entrevista para apelar à população dos nossos concelhos para que venha dar sangue ao hospital. Nós temos uma campanha a decorrer, pois as nossas reservas não são as suficientes, dado que a nossa actividade cirúrgica subiu bastante. Já contactámos algumas empresas da área, os trabalhadores podem vir durante uma manhã que não são penalizados a nível do salário, conforme também o que está previsto na lei.


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Valor Local www.valorlocal.pt Retratos da Nossa Terra À s vezes perguntamos se vivemos num país com educação. Todavia a pergunta fica no ar e geralmente sem resposta. Em Aveiras de Cima, perto do coreto, essa dúvida fica desfeita. O relvado, é notório que está bem tratado e livre de dejetos de animais, talvez por causa do anúncio que a Junta de Freguesia ali colocou. Uma coisa é certa... o sinal é respeitado, resta saber se pelos donos, ou se os cães já sabem ler...

15 Editorial

O

projecto do Valor Local completa no próximo dia 30 de Abril, um ano de existência. Foi um ano cheio de desafios, com muito caminho “desbravado”, mas sobretudo com muita determinação, o que levou a que o Valor Local conseguisse o seu lugar na região. Este projecto existe graças ao empenho dos nossos parceiros, que todos os meses contribuem para que o Valor Local seja distribuído sem custos para os leitores, e a eles devemos uma palavra de agradecimento pela escolha que fizeram, apostando num produto que há um ano, poderia significar um mar de incertezas dado o clima económico. Não há dúvidas de que passado um ano, a aposta está relativamente ganha, e digo relativa, porque sentimos que estamos ainda a começar, com muito para provar aos nossos leitores. É esse desafio constante que nos mantém a trabalhar todos os dias, como se o jornal saísse pela primeira vez em cada mês. É esse lado que nos motiva e que tem sido o combustível de toda esta equipa, para tornar o Valor Local uma referência no panorama económico e social dos concelhos onde estamos inseridos. Por isso, resta-me agradecer e desejar em nome de toda a equipa que faz mensalmente o Valor Local, boas leituras.

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