Revista valeparaibano - Agosto 2010

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Foto: Força Aérea Americana/Denise Gould

Domingo 1 Agosto de 2010

MARCO ZERO Cinco anos após o atentado, luzes são instaladas onde ficavam as torres do World Trade Center, em Nova York

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Já a possibilidade de os EUA se envolverem em um conflito de grandes proporções com outros países é considerada mínima pela maioria dos especialistas, bem como a eventualidade de um ataque nuclear. “Não haverá Terceira Guerra Mundial porque hoje temos um núcleo de países que trabalham juntos. Os Estados Unidos não têm problemas sérios com nações relevantes no cenário mundial, como Rússia ou China. Podem surgir conflitos pontuais, mas nenhum de grandes proporções que envolva uma guerra entre Estados”, avaliou Cristina Pecequilo, professora de Relações Internacionais da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Marília. “É importante ressaltar que nenhum atentado com ADM (Armas de Destruição em Massa) foi cometido até o momento. Nem químico, nem biológico, nem nuclear. Para perpetrar um ataque nuclear, não basta possuir a bomba, é preciso também ter a tecnologia para lançá-la. Essa possibilidade é, portanto, muito remota”, afirmou o professor Reginaldo Nasser, para quem a ideia de uma nova guerra mundial não faz sentido. “Nunca na história as grandes potências mundiais estiveram tão unidas como agora”, lembrou. É muito provável que os 53% de americanos que dizem temer um ataque com armas atômicas sobre seu território estejam sendo influenciados pela questão nuclear iraniana. O Irã é acusado pelos Estados Unidos e pelas demais potências ocidentais de estar desenvolvendo a bomba atômica por trás de um programa nuclear civil, o que Teerã nega. Longe de acalmar os ânimos, o presidente iraniano, o controverso Mahmud Ahmadinejad, coloca mais lenha na fogueira com suas declarações bélicas contra os Estados Unidos e Israel. Em 2005, disse que o Estado hebreu deveria ser “varrido do mapa”. Entretanto, segundo os especialistas, a possibilidade de o Irã lançar um ataque nuclear contra os EUA é praticamente nula. “A ameaça iraniana é exagerada. A questão é administrada pelos Estados Unidos de forma equivocada. Eles têm uma postura agressiva, basta lembrar que o governo americano mantém dois conflitos na região, um no Iraque e outro no Afeganistão”, frisou Cristina. “O Irã não representa uma ameaça para os Estados Unidos. Com exceção da guerra contra o Iraque nos anos 80, o Irã nunca esteve em conflito direto com países vizinhos”, lembrou Nasser, admitindo, porém, que o governo iraniano apoia grupos bélicos em alguns destes países. “Os iranianos apoiam insurgentes xiitas no Iraque e no Líbano, mas nenhum deles nunca atacou diretamente o território ameri-

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