Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 2013

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OBJETIVO 6: COMBATER

O

VIH/SIDA,

A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS

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Até 2011, mais de um terço das crianças com menos de cinco anos de idade dormiam sob mosquiteiros tratados com inseticida, acima dos menos de 5 por cento de 2000. Todavia, encontramse grandes disparidades nas sub-regiões. Na África Oriental e na África Ocidental, a percentagem de crianças a dormir sob mosquiteiros tratados com inseticida foi de 44 por cento e 38 por cento, respetivamente. Na África Central, a parcela é de apenas 20 por cento, acima de 1 por cento de 2000. Os níveis atuais de utilização de mosquiteiros tratados com inseticida por crianças estão ainda bastante abaixo da meta de cobertura universal. Em 2012, o número de mosquiteiros tratados entregues a países da África subsaariana (66 milhões) era menos de metade do número entregue em 2010 (145 milhões). Além disso, a percentagem da população protegida pela pulverização residual intradomiciliária na África subsaariana manteve-se constante em cerca de 11 por cento em 2011. A menos que haja uma intensificação substancial no controlo de vetores em 2013, são de esperar ressurgimentos de malária. O diagnóstico precoce da malária e o tratamento eficaz e atempado reduz a morbilidade e impede a morte. A terapia combinada à base de artemisinina, ou ACT (artemisinin-based combination therapy), é a terapia mais eficaz contra a malária para o P. falciparum, o parasita da malária mais letal e o mais penetrante na África subsaariana. No entanto, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, somente uma percentagem relativamente baixa de crianças tratadas contra a malária estão atualmente a receber ACT, já que outras drogas menos eficazes ainda estão a ser amplamente aplicadas. Pelo lado positivo, são visíveis progressos significativos na entrega de testes de diagnóstico rápido da malária. Em 2011, o diagnóstico da malária foi fornecido gratuitamente pelo setor público em 84 países de todas as regiões. O número relatado de testes de diagnóstico rápido fornecidos publicamente aumentou rapidamente — de menos de 200 mil em 2005 para mais de 74 milhões em 2011. A resistência a drogas e inseticidas antimaláricos continua a ser uma grande preocupação. Se não for controlada, pode ameaçar os progressos notáveis conseguidos nos últimos 10 anos. A resistência à artemisinina, o composto chave da ACT, foi detetada em quatro países do Sudeste Asiático, enquanto a resistência do mosquito aos inseticidas foi encontrada em 64 países em todo o mundo. A última década mostrou que as ferramentas existentes podem salvar muitas vidas e, ainda assim, milhões não têm acesso a elas. As necessidades anuais de recursos para prevenir, diagnosticar e tratar a malária a nível mundial estão estimadas em 5,1 mil milhões de dólares. No entanto, em 2011 o mundo ficou 2,8 milhões de dólares aquém desse objetivo, ameaçando especialmente o progresso dos países africanos mais atingidos. O ressurgimento da malária é uma ameaça real. Os países em que a doença é endémica necessitam de saber que terão à sua disposição fundos e apoio para a implementação dos seus planos de controlo da malária. Todos os que estejam em risco de contrair a doença devem ter acesso à prevenção, a testes de diagnóstico e a tratamento.

O mundo está em vias de deter a propagação e inverter a incidência da tuberculose Em 2011, cerca de 8,7 milhões de pessoas em todo o mundo foram diagnosticadas com tuberculose, das quais 13 por cento eram seropositivas. Globalmente, o número de casos de tuberculose por cada 100.000 pessoas diminuiu cerca de 2,2 por cento entre 2010 e 2011. Embora a taxa de diminuição seja lenta, se esta tendência se mantiver, o mundo irá globalmente alcançar a meta do ODM de parar a propagação e inverter a incidência da tuberculose. Esforços de controlo sustentados são fundamentais para prevenir a reativação da doença nos cerca de 2 mil milhões de pessoas que foram infetadas no passado, principalmente na África e na Ásia. As taxas de prevalência da tuberculose e de mortes associadas estão a diminuir na maioria das regiões. Estima-se que 1,4 milhões de pessoas morreram da doença em 2011, incluindo 430 mil pessoas que viviam com VIH. As projeções atuais sugerem que a meta da parceria STOP TB de reduzir até 2015 para metade as taxas de mortalidade de 1990 pode ser alcançada a nível global e em várias regiões. Estima-se que 12 milhões de pessoas viviam com a doença em 2011.


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