Comunicação

Page 19

comunicação

18

autoritária, persuasiva – às vezes, manipulatória. Se a mensagem estiver orientada para o contexto, teremos a função REFERENCIAL – denotativa ou cognitiva. Embora ela apareça em muitas mensagens, deve-se considerar a participação adicional de outras funções. O uso é variado: reportagens, certo tipo de correspondência, textos de caráter científico, etc. É uma das funções mais presentes na vida cotidiana. Quando dizemos função referencial, estamos falando do referente, que é o objeto ou a situação de que a mensagem trata. A objetividade torna-se uma marca dessa função. No entanto, um texto impessoal e objetivo traduz um comportamento linguístico de quem o produziu. Por isso, é preciso desconfiar de sua aparente neutralidade. Por quê? Porque, quando falamos, escolhemos determinadas palavras que acabam traindo nossa imparcialidade. Se estivermos diante de uma manchete “impessoal” que diz: CIDADE ABANDONADA: AUTORIDADES INCOMPETENTES. Há imparcialidade? Não, embora seja uma manchete bem objetiva. Agora, compare com essa outra manchete: CIDADE CUIDADA: OBRAS EM TODOS OS BAIRROS. Há imparcialidade? Não. Por quê? Há uma intenção de valorizar o que é feito. Se a objetividade é resultado de uma atitude premeditada, pode acontecer uma manipulação a fim de alcançar determinado objetivo. Nos dois casos, é possível verificar formas de manipulação. Outra função da linguagem pende para o contato - suporte físico por meio do qual a mensagem caminha do remetente para o destinatário. Trata-se da função FÁ-

________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________ ________________________

TICA. Essa função se evidencia pela troca de fórmulas ritualizadas – presentes nos diálogos -, cujo objetivo é prolongar a comunicação. Como exemplos, podemos citar: “Alô, está ouvindo?”, “Pois é!”. Essa função ocorre também nas situações em que desejamos preencher o silêncio, então, falamos do tempo, de filmes, etc. É importante levar em consideração se a comunicação se faz por telefone, por carta, num diálogo convencional... Continuando, vamos encontrar a função da linguagem centrada no código: a metalinguagem – função METALINGUÍSTICA. O texto volta-se para o código – explicar a linguagem, caracterizar a poesia, explicar os usos da linguagem. Metalinguagem significa a linguagem falar da própria linguagem. Por exemplo, Carlos Drummond de Andrade, em uma poesia intitulada O lutador, fala da luta do poeta com as palavras. Vejamos os primeiros versos:

Lutar com palavras / é a luta mais vã / entanto lutamos/ mal rompe a manhã.

Em todo o texto, o poeta mostra como existe um embate no momento de usar as palavras. A função centrada na mensagem recebe o nome de função POÉTICA. Quando dizemos poética, a tendência é achar que essa função só se aplica à poesia. Não. Ela deve ser estudada no âmbito dos problemas gerais da linguagem, não pode ser reduzida apenas à poesia. O exemplo de Jakobson é o seguinte: “Por que você sempre diz Joana e Margarida e nunca Margarida e Joana? Será porque prefere Joana à sua irmã


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.