Edição número 1300 23 de novembro de 2011

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OPINIAO

TribunaIndependente

MACEIĂ“ - QUARTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO DE 2011

OpiniĂŁo

Maconha em pauta

O

Supremo Tribunal Federal estĂĄ envolto a mais um julgamento polĂŞmico, entre tantos incluĂ­dos na pauta da corte maior do JudiciĂĄrio brasileiro. Na tarde de hoje, volta Ă discussĂŁo a Marcha da Maconha, ato convocado em vĂĄrios Estados brasileiros para defender a droga ilĂ­cita, mas que foram proibidos pelas Justiças estaduais, cujos magistrados entenderam que manifestaçþes desta nature]D FRQĂ€JXUDP DSRORJLD jV GURJDV Mi que a comercialização e o uso da maconha sĂŁo considerados ilĂ­citos penais. Em junho, ministros do STF julgaram que manifestaçþes pela descriminalização da droga devem ser respeitadas. No inĂ­cio deste mĂŞs, o assunto entrou em pauta, mas o julgamento foi adiado. O tema entrou em discussĂŁo por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) da Pro-

curadoria Geral da RepĂşblica (PGR), que argumenta que criminalizar a defesa da legalização das drogas, por meio de manifestaçþes e passeatas, fere direitos fundamentais. Em vĂĄrias ocasiĂľes, as Marchas da Maconha foram proibidas, sob o argumento de que defender publicamente a legalização equivale a fazer apologia Ă s drogas, em atos pĂşblicos em favor da legalização do uso de substâncias ilegais. O assunto que ganhou discussĂľes durante as decisĂľes do JudiciĂĄrio estadual recebeu foco da mĂ­dia e, atualPHQWH HVTXHFLGR SRGH FRQĂ€JXUDU D partir de hoje, novos debates sobre o uso e comercialização da droga, a partir da defesa pĂşblica de sua liberalização. E aĂ­ entra, novamente, a apreciação mais apurada sobre liberdade de expressĂŁo e apologia ao crime.

LUIZ ANTONIO MELLO Jornalista, radialista, produtor musical e escritor. Trabalhou nas rĂĄdios Federal, Tupi e Jornal do Brasil. Foi colunista ainda dos jornais O Pasquim, Jornal do Brasil, OpiniĂŁo, Folha de NiterĂłi e O Estado de S. Paulo.

Hitler fugiu para a Argentina? Se um turista pedir, em CĂłrdoba, recomendaçþes sobre Mar Chiquita, uma lagoa de sal localizada ao norte dessa provĂ­ncia argentina, ĂŠ provĂĄvel que ouça a desconcertante dica: “Conheça o Hotel Viena, que Hitler e Eva Braun visitavam depois da Segunda Guerraâ€?. De acordo com Sylvia Colombo, da Folha de S. Paulo, Hitler e a mulher nĂŁo se suicidaram num “bunkerâ€? em Berlim no dia 30 de abril de 1945? É o que dizem os livros de histĂłria. Em alguns lugares da Argentina, ĂŠ comum encontrar moradores que contam histĂłrias do casal nazista levando uma tranquila vida no entĂŁo remoto sul do hemisfĂŠrio. A foto do fascĂ­nora morto teria sido uma fraude. Em “The Grey Wolf - The Escape of Adolf Hitlerâ€? (O lobo cinza - a fuga de Adolf Hitler), livro que acaba de ser lançado no Reino Unido, os britânicos Gerrard Williams e Simon Dunstan sustentam que Hitler escapou do “bunkerâ€? trĂŞs dias antes de seu suposto suicĂ­dio. EntĂŁo, voou para a Dinamarca e para a Espanha, e foi embarcado, com ajuda do general Franco, num submarino com destino Ă Argentina. “O piloto que os tirou de Berlim, Peter Baumgart, foi internado numa

clĂ­nica psiquiĂĄtrica depois de contar a histĂłriaâ€?, disse Williams Ă Folha, por telefone. Hitler teria se instalado em mais de uma residĂŞncia na PatagĂ´nia, com Eva e GXDV Ă€OKDV 9LYHULD PDLV anos, e teria morrido no dia 13 de fevereiro de 1962, aos 72. â€œĂ‰ horrĂ­vel pensar que o homem mais cruel que jĂĄ existiu nĂŁo pagou por seus crimes e viveu atĂŠ avançada idade. Mas jĂĄ passou muito tempo, existem muitos indĂ­cios e precisamos encarar essa possibilidade como realâ€?, disse o autor. Williams trabalhou para a agĂŞncia Reuters e para a %%& $JRUD GLULJH R Ă€OPH “Grey Wolfâ€?, que estreia no Reino Unido no ano que vem. A fuga teria sido articulada por Martin Bormann, da cĂşpula do poder nazista, que tambĂŠm teria escapado para a AmĂŠrica do Sul. A negociação, sustentam os pesquisadores, contou com a anuĂŞncia dos EUA, que deixaram os nazistas fugirem em troca de informaçþes sobre tecnologia de guerra. Bormann teria manejado tambĂŠm a fortuna que foi entregue a governos latino-americanos para que abrigassem os nazistas. A dupla parte do princĂ­pio de que nĂŁo hĂĄ provas conclusivas de que Hitler morreu no “bunkerâ€?. Em 2009,

ANTONIO MACHADO

ANDRÉ CUNHA

Jornalista

Jornalista

descobriu-se, por meio de um exame de DNA, que o famoso pedaço de crânio com uma marca de bala em poder dos russos, na verdade, pertenceu a uma mulher, e nĂŁo a Hitler. Williams e Dunstan reuniram ainda depoimentos de pessoas que dizem ter visto o FĂźhrer ou trabalhado para ele na PatagĂ´nia. Foi comum a acolhida da Argentina, assim como a do Brasil e do Paraguai, a nazistas que deixaram a Alemanha depois da derrota na Segunda Guerra. Josef Mengele, Adolf Eichmann, Klaus Barbie e Erich Priebke sĂŁo alguns dos que se refugiaram na AmĂŠrica do Sul. Em “A Verdadeira Odessaâ€? (Record), o historiador Uki GoĂąi conta como Juan Domingo PerĂłn facilitou a vinda dos criminosos. GoĂąi, porĂŠm, nĂŁo crĂŞ na fuga de Hitler. “HĂĄ evidĂŞncias de que morreu no `bunker`. Os depoimentos sobre sua presença na Argentina sĂŁo parte de uma lenda local, mas faltam provasâ€?, disse. Williams e Dunstan tĂŞm a seu favor o testemunho do lĂ­der soviĂŠtico Josef StĂĄlin (1878-1953), que dizia apĂłs a guerra nĂŁo acreditar na morte de Hitler. TambĂŠm o entĂŁo presidente norte-americano Eisenhower (1890-1969) apontou a falta de provas de seu suicĂ­dio.

Uma comarca centenĂĄria Apelou, perdeu

O termo comarca deriva do latim “commarca ou comarchaâ€? que sĂŁo divisĂľes judiciais correspondentes Ă juristas de um tribunal de La. Instância, mas a partir de 1835, o termo passou a designar divisĂľes judiciais bĂĄsicas, remontando os “patrasmentesâ€? da histĂłria, os homens de todos os tempos tiveram seus tribunais, tendo como berço Roma Antiga, onde o direito romano atĂŠ hoje constituiu-se o protĂłtipo dos cursos jurĂ­dicos, sendo o JudiciĂĄrio um dos TrĂŞs Poderes esquematizados pelo francĂŞs Jean Jacques Rousseau, e esse poder de tantos valores para a sociedade, chegou a pequenina Olho d’à gua das Flores, atravĂŠs da Lei 1.674 de 11 de novembro de 1961, exatamente hĂĄ cinquenta anos. É uma histĂłria longa, cheia de lutas, perspicĂĄcia e, sobretudo de vitĂłrias, procurando sempre pautar seu trabalho em prol da justiça para a famĂ­lia, a sociedade. Tentamos remontar a histĂłria dessa caminhada, porĂŠm os espaços que nos sĂŁo cedidos sĂŁo comutados, nĂŁo nos permitindo um melhor aprofundamento do caso em tela, mas constatamos que o primeiro juiz desta Comarca CinquentenĂĄria, foi o

ex-padre Dr. Dimureiz Monteiro Amaral, da cidade de Mata Grande, e o primeiro Promotor PĂşblico foi o Dr. JosĂŠ Martins Filho e o 1Âş TabeliĂŁo PĂşblico foi o cidadĂŁo JosĂŠ DĂłria de Souza. Na sequĂŞncia dessa longa caminhada foram juĂ­zes tutelares desta comarca: Dr. Antonio Barros da Silva Lima, Dr. DiĂłgenes TenĂłrio, Dr. Wilton Moreira da Silva, Dr. Paulo Nunes, Dr. Frederico Broderhal, Dr. Aderbal da Silva Mariano, Dr. JoĂŁo da Silva YoyĂ´ Filho, Dr. Odilon Raimundo Maciel Marques Luz, Dr. Adalberto Fernandes Calheiros, Dr. Durval de Mendonça jĂşnior e atualmente estĂĄ a frente da Comarca cinquentenĂĄria a JuĂ­za Dra. Danielle Christine Silva Melo %XULFKHO VH Ă€FRX DOJXQV TXH nĂŁo apareceram, ĂŠ que nĂŁo foi encontrado na pesquisa, dentre os promotores foram muiWRV TXH SRQWLĂ€FDUDP SRU HVVD Comarca, sem desmerecer os demais citados dois apenas Dr. Ivan Barros, homem de uma eloqßência invulgar e o polĂŞmico Dr. Luiz TenĂłrio, homem de um conhecimento jurĂ­dico de grande envergadura moral, que vem se destacando com seu trabalho em defesa da sociedade alagoana, atualmente o promotor da Comarca ĂŠ o Dr. Marcos

AurĂŠlio Gomes Mousinho, que ao lado da Dra. Danielle bem imprimindo um trabalho na Comarca, granjeando a amizade da sociedade, a comarca de Olho d’à gua das Flores AlĂŠm do municĂ­pio sede ainda se entende pelo municĂ­pio de MonteirĂłpolis, com muitos trabalhos. Dentre outros advogados a cidade dispĂľe dos trabalhos jurĂ­dicos do Advogado Antonio Rubens Moura, Dr.Vanero Farias, Dr JosĂŠ Luiz Vasconcelos dos Anjos. O direito deve ser exercido em benefĂ­cio dos homens, o imortal TristĂŁo de Ataide escreveu: “o excesso do direito se converte em negação da justiçaâ€?. A justiça ĂŠ a lei, que deve ser exercida em prol da sociedade, embora o jurista Clovis BebilĂĄqua tenha escrito: “a lei nĂŁo ĂŠ o direito. O direito ĂŠ mais que a leiâ€?. E quando esta Comarca chega ao cimo de seu cinqĂźentenĂĄrio, o povo olhodaguense debruça no balaostre de justiça, rende seu preito de gratidĂŁo a todos aqueles que souberam imprimir e zelar pelas causas nobres de todas as famĂ­lias desta terra, que se reveste de um cĂŠu de opala que serviu de manto, que terra adorada, Olho d’à gua das Flores.

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O vale-tudo ĂŠ uma categoria do esporte, assim como a SRUQRJUDĂ€D p XP WLSR GH FLnema. É legĂ­timo e faz parte do capitalismo. HĂĄ pessoas fazendo e hĂĄ pessoas comprando. Ă“timo. Canais e sites especializados. Perfeito. Mas se o vale-tudo vai mesmo pra Rede Globo, cabe uma inquietaomR Ă€ORVyĂ€FD SRU TXH PRVtrar uma perna fraturada ĂŠ menos hediondo do que exibir um ânus dilatado? Ou libera tudo ou larga de hipocrisia. CadĂŞ a bancada da putaria nessa hora? Eis o fato: a Globo, que outrora zelava pela famĂ­lia brasileira, estĂĄ se desintegrando e apelando pro mercado, digamos, nĂŁo convencional. A sessĂŁo de espancamento Ă meia-noite de um sĂĄbado nĂŁo cai bem a uma empresa-famĂ­lia. E os valores da Globo sempre foram familiares. Foi em cima da famĂ­lia

PRESIDENTE Antonio Pereira Filho DIRETOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO: JosĂŠ Paulo Gabriel dos Santos Editor geral: Ricardo Castro

brasileira que a empresa construiu a sua imagem, se valendo da cultura do paĂ­s pra produzir mercadoria. SerĂĄ que o vale-tudo da Globo seria o tipo de programa que Willian Bonner e FĂĄtima Bernardes indicaULDP DRV VHXV Ă€OKRV" 2 TXH o Roberto Marinho diria disso? Mas o patriarca morreu, e agora trĂŞs herdeiros reencenam Shakespeare e Dostoievsky no Rio de Janeiro: JosĂŠ Roberto Marinho, Vice-Presidente Responsabilidade Social; Roberto Irineu Marinho, Presidente Executivo, e JoĂŁo Roberto Marinho, Vice-Presidente Editorial – executivos das Organizaçþes Globo e acionistas da Globo Comunicação e Participaçþes. “O vale-tudo tambĂŠm passa na TV aberta nos Estados Unidos.â€? Beleza, mas lĂĄ eles tambĂŠm nĂŁo sĂŁo gĂŞnios em tudo. Me parece apenas que D H[SHULrQFLD PHĂ€VWRIpOLFD de ver GalvĂŁo Bueno gritan-

do “Na cabeça!â€? enquanto a cabeça de um ser humano ĂŠ severamente esmurrada nĂŁo deve ser repetida. AliĂĄs, GalvĂŁo deve ter se achado o poeta ao cunhar a expressĂŁo “gladiadores do terceiro milĂŞnio.â€? E o arauto da perspicĂĄcia ao gritar “Na cabeça!â€? pra explicar qual era o membro seviciado, como se nĂŁo fosse explĂ­cito. O capitalismo ĂŠ mesmo uma selvageria: enquanto a Globo apela pro vale-tudo, a Som Livre, sua gravadora, se rende a mĂşsica Gospel. Como anda difĂ­cil vender CD hoje em dia, o lance ĂŠ apelar pra um mercado que considera a pirataria nĂŁo sĂł um crime, mas tambĂŠm um pecado e uma blasfĂŞmia. E assim a empresa que por dĂŠcadas teve como paradigma uma certa classe mĂŠdia carioca, hoje ĂŠ mais a cara do Brasil real, com doses explĂ­citas de violĂŞncia e de fanatismo religioso. Bem-vinda Ă periferia.

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