Terra Boa Agronegócios - Ed 07 Abr/Mai 2013 - José Coelho Vitor

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agronegócios ano 2 | edição 7 | abril/maio 2013

José Coelho Vitor

A busca incessante pela melhor genética

EMAPA e EXPASS A disputa pelo melhor do ranking

Artigo Solidificação da FIV no Brasil

Guzerá IT A seleção genética dos Tonetto






Leia na Terra Boa agronegócios

EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 2 | edição 7 | abril/maio 2013 Direção executiva Bolivar Filho contato@terraboaagro.com.br Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Cleiton Hipólito / Dalton Filho cleiton@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 redacao@terraboaagro.com.br Redação Enio Modesto Renato Rodrigues Delfraro Heloisa Aguieiras Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@r7.com Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro contato@terraboaagro.com.br Publicidade: publicidade@terraboaagro.com.br Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!

10 CAPA José Coelho Vitor

16 CASO DE SUCESSO Forte Parceria

20 PECUÁRIA DE ELITE Uma vida dedicada à pecuária

24 PECUÁRIA DE ELITE O Guzerá dos Tonetto

28 TÉCNICA Solidificação da FIV

32 INFORME Tradição Regional: RBC

34 ESTÉTICA Beleza é fundamental

36 CURTAS Aconteceu nos últimos 2 meses

40 EVENTO 50ª EXPASS

48 EVENTO Emapa

56 CAFEICULTURA A história do café

60 EVENTO Vitrine do Campo

62 DEPOIMENTOS Axial-Flow 8120


Otacílio Gonçalves Tomé Tatá Tomé 1938- 2013 O empreendedor Otacílio Gonçalves Tomé, o Tatá Tomé, faleceu no dia 18 de março, em Belo Horizonte. Foi sepultado no dia seguinte, em Piumhi, sua terra natal. Aos 75 anos, Tatá Tomé foi vítima da falência múltipla de órgãos. Sempre ligado a ações sociais e políticas, destacou-se em vários segmentos, deixando a sua marca de empreendedor na política, na educação, na comunicação e no agronegócio. Casado com Amália, deixa quatro netos e três filhos: João Tomé, Simone, Ana Cristina. A sua atuação política começou cedo. Em 1964 foi acusado de pertencer ao Partido Comunista. Foi preso e teve seus direitos políticos cassados por 15 anos. Depois do Golpe, concluiu seus estudos em São Paulo. Começou a sua carreira em Minas no DER (Departamento de Estrada e Rodagem em Minas Gerais) e foi co-fundador do Sitran Sinalização de Trânsito Industrial Ltda. Em Piumhi venceu eleições e foi eleito prefeito na gestão 2000/2004. Entre seus feitos está a implantação da Faculdade do Alto São Francisco de Piumhi, no ano de 2003. Sua última e maior ação foi a doação do campus da Faspi para o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) em 2012, onde será implantado um eixo acadêmico da Engenharia Civil, oferecendo além do curso superior, os técnicos de edificação e de formação continuada de pedreiros, eletricistas e técnico industrial. Entre outras atividades era sócio-proprietário da emissora de rádio Onda Oeste FM 100,3. Filho de produtor rural, Tatá Tomé sempre esteve ligado ao agronegócio. Suas atividades foram desenvolvidas na Fazenda Água Limpa, que pertenceu à família. Na agropecuária começou como pecuarista de leite e de corte. Recentemente implantou projeto para a formação de um rebanho Girolando Comercial, mais produtivo. Era também criador de Nelore.

agronegócios


FAZENDA À VENDA

• Situada a 230 Km de BH, a 280 Km de Ribeirão Preto e a 20 Km da MG-050 • 6 Casas (4 novas), 2 barracões, 3 silos trincheira, 2 currais (1 com brete e balança), cercas com poste de cimento e mourão tratado, pocilga, pomar, paiol, etc.; • Capacidade para 2.000 cabeças de gado. • Água em abundância


Área de 1.238,54 hectares 900 hectares de pastagem com 34 piquetes calcareados, adubados e limpos. 60 hectares com eucalipto em ponto de corte. Reserva já averbada. Fazenda georreferenciada e com estradas por toda sua extensão.

CONTATO

Av. Comendador Francisco Avelino Maia, 3866 Bairro Exposição - Passos - Minas Gerais 35 9213 6432 // 35 3522 6252


Pecuária de Elite

Gente que faz acontecer o Brasil No alpendre de sua casa, na Fazenda São José do Can Can, em São José da Barra/MG, José Coelho Vitor, o José Cabo Verde, recebeu a equipe da revista Terra Boa Agronegócios, para um bate-papo sobre a sua história de vida e, principalmente, sua trajetória como agropecuarista e grande administrador. Aos 82 anos, ele continua trabalhando com a mesma dedicação de sempre. “Eu não trabalho para fazer mais ou menos,

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trabalho para fazer o melhor que eu posso”.

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Essa sempre foi a sua filosofia de vida, que, por sinal, deu muito certo, resultando em uma trajetória de sucesso, fruto de muito trabalho nas fazendas Santa Luzia (Passos), União e São José do Can Can (São José da Barra) e Santa Lucia (Pará). Hoje, essas propriedades são administradas pelos seus filhos, que unidos, formam o Grupo Cabo Verde, grande produtor de café, grãos, leite, suínos, gado de corte das raças Tabapuã e Nelore, e gado de leite Girolando e Gir Leiteiro. O Grupo disponibiliza para o mercado, animais diferenciados e genética de ponta reconhecida em todo País. É o 19º maior produtor de leite do Brasil segundo pesquisa TOP 100 Milkpoint com 5.650.000 milhões de litros produzidos em 2012. Os frutos do muito trabalho de José Coelho Vitor e seus filhos são reconhecidos nos resultados conquistados pelo Grupo Cabo Verde: são 5.000 matrizes de suínos e 500 hectares de café, além da pecuária de corte extensiva nas fazendas Santa Lucia e Serra Azul, no Pará. O trabalho de melhora-

mento genético, desenvolvido incansavelmente, está nos touros das raças Gir Leiteiro e Girolando, hoje nas centrais CRV Lagoa, Alta Genetics, ABS Pecplan e Semex. Todo o rebanho leiteiro (matrizes) participa do programa de embriões, e o grupo top dos animais, ou seja, 5% das melhores vacas, produz embriões para todo o plantel. Na luta pela classe em que sempre trabalhou, José Coelho Vítor procurou defender

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os interesses do empreendedor do campo, quando foi presidente da CASMIL (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro, por dois mandatos, presidente do SinRural (Sindicato dos Produtores Rurais de Passos) e diretor da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé e da Leite Brasil. O cuidado com as questões sociais sempre foi uma constante na vida do Sr. José e seus familiares. Recentemente criaram o Instituto Dona Oilda (uma homenagem à matriarca da família), com o objetivo de coordenar as ações sociais do Grupo, com foco no cuidado com as crianças e adolescentes carentes. O Instituto atua nas áreas de esporte, lazer, cultura, meio ambiente, artesanato, teatro e educação. Nosso bate-papo aconteceu num domingo quando duas equipes de reportagens estavam no local e uma equipe de TV filmava os animais da raça Gir Leiteiro que seriam levados a remate no Leilão Virtual Gir Leiteiro “São José do Can Can”, no dia 28 de abril às 20h, numa sequência dos tradicionais leilões da Fazenda Santa Luzia, que acontecem no último final de semana do mês de abril (26 e 27/4/2013).

Na luta pela classe em que sempre trabalhou, José Coelho Vítor procurou defender os interesses do empreendedor do campo, quando foi presidente

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da CASMIL

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Administrador de um rebanho Gir Leiteiro de 500 fêmeas, da mais alta qualidade, entre as filmagens de um lote e outro, José Coelho Vitor concedeu esta entrevista exclusiva à Terra Boa. Com detalhes, o Sr. José recordou momentos importantes da sua trajetória profissional marcada pela presença familiar. Um exemplo de vida e dedicação, inspiração para muitos. Conheça, nas suas palavras, a sua história, conquistas e o sucesso de uma família unida em prol da pecuária leiteira de qualidade. “Eu tenho uma formação que me fez gostar de gado Zebu. Fui criado em um curral de vacas, e já de menino veio o gosto pelo gado Gir. Aos nove anos já tirava leite e acompanhava meu pai na lida com o gado. Eram os anos 40 e o Gir vivia o seu apogeu. No inicio, meu pai, Joãozinho Cabo Verde, comprou um tourinho de uma leva de gado importado. Depois comprou animais do Cel. Antenor de Castro, de Cássia/MG, também descendentes de animais importados. Fez um rebanho respeitado, ganhou dinheiro com o Gir, e fez um pé de meia. Mas, depois, veio a crise do Zebu, houve uma quebradeira geral e com meu pai não foi diferente. Com essas dificuldades veio a necessida-

Mas o que realmente me ajudou nos negócios foi o café. Meu pai queria muito formar uma boa lavoura, mas não

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conseguia.

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de de aumentar a renda e meu pai passou a tirar leite. Os primeiros animais Girolando de Passos, nos anos 60, sem modéstia alguma, fui eu que fiz. Não sei se por intuição, mas comprei um tourinho Holandês. Com o cruzamento, o leite produzido enchia o balde, e isso nos assustou. Passei a fazer boas vacas, vendia e fazia mais gado. Quando chegou o leite B foi a explosão. Daí eu fiz um gado bom e de repente estava tirando 3 mil litros. Eu era um tirador de leite e comerciante, porque fazia o gado e vendia. Só me estabilizei anos mais tarde, quando o mercado estava definido. Quando adquiri minha propriedade no Pará, nos anos 80, na fazenda Santa Lúcia não havia nada. Tive que formar pastagens, fazer infraestrutura, melhorar o acesso e começar uma nova atividade. Comprei 700 vacas Gir, que deram origem a um rebanho extraordinário, a base dos animais da Fazenda Santa Luzia. Só comprei gado bom, top mesmo. Até esta fase eu era mais comerciante do que criador. Comprava e vendia. Os animais que fazia, em seguida, eram vendidos. O meu filho Maurício cursou Medicina Veterinária, estagiou em uma fazenda do Norte de Minas e lá conheceu a raça Tabapuã

e me falou dela. Certa vez fui a esta fazenda, gostei do tipão do gado e comprei um caminhão de tourinhos. Levei para a fazenda no Pará e coloquei com a vacada Nelore. O resultado foi muito bom, um gado mais manso, produtivo e precoce. Tomei gosto pela raça e formei um rebanho excelente. Eu gosto muito do Tabapuã. Mas o que realmente me ajudou nos negócios foi o café. Meu pai queria muito formar uma boa lavoura, mas não conseguia. Um dia conheceu um agrônomo de Mococa, que acabou chegando a Passos para analisar o cafezal do meu pai. Ele puxava os pés de café, arrancava, e dizia que a lavoura era péssima. No entanto, ressaltou que a nossa terra era tão boa que poderia até ser ensacada para servir de adubo em outras regiões. Depois de um bom café, preparado pela minha mãe, com quitandas deliciosas, ele insistiu na pergunta se o meu pai queria mesmo plantar café. Diante da afirmativa ele sugeriu que me mandasse para a casa dele que me ensinaria a formar a lavoura. Eu fui, aprendi, visitei o IAC-Instituto Agronômico de Campinas e voltei pronto para plantar café. A lavoura ficou excelente, mas meu pai não aproveitou. Teve que vender a fazenda para pagar dívidas. Eu e meu cunhado fomos os

José Coelho Vitor e o filho Mauricio Silveira Coelho, na fazenda São José do Can Can


Conquista TE Parahy

Vera FIV Cabo Verde

Recordista da São José do Can Can

Recordista da São José do Can Can

compradores, mesmo sem renda. Vendemos o que tínhamos. Foram 18 meses de negociações, mas tivemos sorte colhemos 3.500 sacas. Não vendemos o produto, depositamos o café na Cooxupé e recebemos uma parte do dinheiro com a qual negociamos e parcelamos nossas dívidas. Nesse período veio a geada e o preço do café subiu. Vendemos e pagamos tudo que devíamos. Com o que sobrou do dinheiro compramos terras no Mato Grosso e o restante dividimos. A minha parte dei a minha mulher que estava “jejuando” há dois anos. Mas a geada que deu frutos, trouxe também prejuízos e meu cunhado não quis mais a lavoura. Ficava triste de ver tudo queimado. Quis sair da sociedade, e eu tentei demovê-lo da ideia, mas não o convenci. Ele gostava de pecuária e ficou com as terras do Mato Grosso, e eu fiquei com a Santa Luzia e com o café. Fiquei devendo muito, pois as terras aqui valiam mais do que as de lá. Demorei uns cinco anos para pagar tudo, mas consegui. A lavoura da

sorte continua lá na fazenda, viva. Já foi replantada, mas continua lá. Há cinco anos passei o comando dos negócios aos meus filhos Murilo, Rubens, Maria Lucia, Mauricio e Roberto, mas como a minha sina é empreender, adquiri uma nova propriedade, a São José do Can Can, para administrar garantindo uma ocupação, combustível que garante boa saúde. Os filhos administram as empresas, mas antes vivenciaram experiências profissionais diferentes do agronegócio. Murilo e Rubinho cursaram engenharia e estagiaram na Andrade Gutierrez. Maria Lucia que havia cursado odontologia montou seu consultório em Passos. Maurício fez Medicina Veterinária e atua nas fazendas. Roberto, por sua vez, revelou-se um exímio administrador para o Grupo. Seleciono Gir Leiteiro na Fazenda São José do Can Can com animais de ponta. O rebanho aumentou bastante e comecei a vender. Compartilho minha genética

com a Santa Luzia para formar o plantel de Girolando ½ sangue. A minha intenção é sempre selecionar e ficar com a cabeceira, apesar de ser difícil o aparte pela uniformidade do rebanho. Produzimos atualmente 1.500 litros/leite/dia. Vou aumentar o rebanho Girolando para intensificar a produção de leite. Sempre procuro fazer o melhor que posso e por isso me dedico integralmente àquilo que proponho fazer. Minha família é meu maior patrimônio”.

Venda Permanente de Touros Melhoradores Gir Leiteiro Fazenda São José do Can Can: 35 3529-0600 www.grupocaboverde.com.br

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Caso de Sucesso

Forte parceria e bons resultados Para conquistar o sucesso, em qualquer atividade, é importante que tenhamos: bons parceiros, excelente equipe, relacionamentos e foco na qualidade dos produtos ofertados. Na agropecuária, embora possa parecer diferente, as exigências são as mesmas. Para termos carne ou leite de qualidade é preciso unir todos esses fatores para conquistar a produção desejada. A Xapetuba Agropecuária e a Brasil Embryo, com sede em Uberlândia/MG, são exemplos de que

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uma boa parceria é garantia de sucesso.

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Os empresários da Xapetuba, José Antônio e o filho Thiago Silveira, idealizaram um projeto arrojado e inovador, tendo em vista uma alta produção de leite a ser alcançada em até cinco anos: 20 mil litros/dia. Para se produzir muito era necessário ter animais de qualidade, alta produtividade e genética selecionada. As raças escolhidas para a produção leiteira foram Gir Leiteiro e Girolando. A alternativa encontrada pelos proprietários da Xapetuba foi a de formar o seu próprio rebanho. Assim, adquiriram 30 doadoras Gir Leiteiro dos melhores criatórios do País como Calciolândia, Fazenda Mutum, Palma, Vila Rica, JMMA e Fazenda Brasília que originaram a base do rebanho Xapetuba, para serem inseminadas com os melhores touros holandeses.


34 3216-1287 | 9927-0214

www.xapetuba.com.br Sala de amamentação das bezerras. Cuidados especiais com a alimentação das futuras matrizes

Após comprarem as matrizes os empresários encontraram um novo desafio: formar o rebanho em curto espaço de tempo. E foi através da parceria com a Brasil Embryo, empresa de João Carlos Valeriano, especializada em banco de receptoras, que este projeto pôde se tornar realidade, em curto espaço de tempo. No primeiro momento a Xapetuba disponibilizou as doadoras e a Brasil Embryo foi responsável pela reprodução e fornecimento de receptoras. No início do trabalho eles formaram 200 prenhezes. De imediato a Brasil Embryo disponibilizou 300 receptoras que foram recebidas, depois de emprenhadas, na Xapetuba, onde ficaram até a desmama dos bezerros. Esse processo, que deu certo, deve se repetir sucessivamente até atingirem a meta.

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Sala de ordenha na Xapetuba, capacidade para 800 animais

A produção de leite foi iniciada em 2011 e atualmente está em 6 mil litros/dia com média de 20 litros. Os empresários esperam chegar a 10 mil litros/dia no final de 2014 com média de produção de 25 litros. O sistema leiteiro da fazenda tem capacidade para alojar 800 vacas em lactação. O objetivo da parceria era produzir animais ½ sangue gene-

ticamente comprovados, dentro de um espaço menor de tempo. João Carlos conta que está animado com o resultado, pois teve a oportunidade de formar um rebanho com doadoras de muita qualidade. “O resultado não poderia ser outro, os melhores touros holandeses do mercado acasalados com as doadoras Gir leiteiro da Xapetuba é garantia de sucesso”, afirmou.

“O resultado não poderia ser outro, os melhores touros holandeses do mercado acasalados com as doadoras Gir leiteiro da Xapetuba é garantia de sucesso”

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Os parceiros: Thiago, João Carlos e José Antônio Silveira

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Uma Longa Vida dedicada à

Pecuária


Ao longo de quase um século de vida, ele presenciou diversos momentos da história do país e do mundo, acompanhou as transformações ocorridas na cidade e no campo ao longo destes anos, e até os dias de hoje continua se dedicando com paixão às atividades em suas propriedades. Essas são algumas das características que definem a vida do passense Ernani Silveira Barros, que, com seus 98 anos de idade, dedicou quase toda sua vida à criação de gado Gir e Girolando, tendo sido um dos precursores na reprodução da raça Girolando em Passos, através do cruzamento com gado Holandês. Ernani é neto do Coronel João de Barros, que dá nome há uma das principais ruas de Passos, que além de prefeito, também foi fazendeiro, atividade que passou para os filhos e netos. “Meu pai, Neca de Barros, chegou a ir ao Alto do Araguaia no Mato Grosso buscar bois para engordar, saindo de Passos com a comitiva em agosto e voltando com a boiada em meados de dezembro.” recorda o pecuarista. Abate era feito em São Paulo e os bois transportados de trem. Ernani lembra que o abate de gado nas décadas de 40 e 50, era feito nos frigoríficos de São Paulo, sendo que os animais eram enviados de trem. “Como na época não existia telefone, o frigorífico enviava um telegrama avisando o dia em que estava programado o abate, a data do embarque dos bois na estação ferroviária e após o abate o

dinheiro era enviado pelo banco.” observa o filho Cláudio Gomes de Barros, que sabe de muitas das histórias do pai. “Eram dois dias para chegar à estação ferroviária de Pratápolis/MG, onde embarcávamos o gado para São Paulo num trem que possuía 10 vagões, com capacidade total para transportar 200 bois. Tínhamos muitas dificuldades para chegar a Pratápolis tocando a boiada , principalmente na travessia do Ribeirão Santana na época da cheia, a passagem da boiada pelas ruas da cidade, etc.” Flávia Gomes de Barros recorda bem um fato que seu pai conta.Em certa ocasião ele levava cerca de 300 animais para um pasto, arrendado na cidade de Delfinópolis/MG. Ao passar pela ponte Surubi, que atravessava o Rio Grande, um dos vãos caiu quando a boiada passava. “Eu me lembro que 30 bois caíram no rio, 60 ficaram de um lado da ponte e os demais já tinham atravessado” pondera Ernani, cuja memória e capacidade para recordar fatos, datas e acontecimentos é de fazer inveja a qualquer pessoa. “Nós éramos acostumados a enfrentar tudo, se fosse preciso tocar 200 ou 300 bois, a gente tocava, e chegava a passar dias na estrada. Normalmente eu ia acompanhado de quatro empregados,” recorda Ernani, que nunca deixou de engordar bois, junto com seu pai na fazenda em Passos, ou em pastos arrendados.

Com 98 anos de idade, o produtor rural Ernani Silveira Barros é um dos pioneiros na criação de gado Gir e Girolando, na região do Sudoeste Mineiro. Ao lado dos filhos Cláudio, Flávia e Virginia, ele recebeu a equipe de reportagem da “Terra Boa Agronegócios” na fazenda Angola, em Passos, onde contou diversas histórias sobre sua vida, relembrou o início de sua trajetória com o gado comum da região e disse como superou os desafios de diferentes épocas.

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História com o Gir começa na década de 60

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Apesar da ligação com o gado Gir, Ernani confessa que outra grande paixão é também é o Nelore. Em 1949, iniciou uma sociedade com seu irmão para recria e engorda de bois em Araçatuba/SP, e em 1953 adquiriu uma fazenda em Penápolis/SP, período no qual se dedicou à criação de Nelore. Quando se casou, em 1958, com Valéria Gomes de Barros, separou a sociedade com o seu irmão e intensificou as atividades na fazenda em Penápolis com cria, recria e engorda. O filho Cláudio diz que o pai sempre procurou comprar touro de boa linhagem visando à melhoria genética do gado nelore. Nesta época vendia os nelores machos, como tourinhos, para criadores do Mato Grosso, animais que apesar de não serem registrados tinham uma boa genética. A história com o Gir começa nos anos 60, já na Fazenda Angola, porém foi a partir da década de 70 foi que pro-

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curou melhorar a genética do gado, adquirindo touros Gir PO, quando também deu início ao cruzamento das matrizes Gir com boi Holandês para fazer o meio sangue (Girolando). “Vinham pessoas de diversos lugares para adquirir os animais meio-sangue, que normalmente passavam o dia na fazenda e com o passar dos anos, nós fomos construindo uma boa tradição na produção de Girolando, e é essa credibilidade que nos ajuda a manter os compradores até os dias de hoje, além de termos criado um laço de amizade com cada um deles” ressalta Cláudio. A inseminação das matrizes Gir com touro Holandês começou no final da década de 90, época em que o filho Cláudio retornou a Passos. Nessa época foi quando entraram como sócios da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e começaram a desenvolver Girolando de elite. Atualmente a família possui cerca de 200 matrizes Gir, todas registradas como rebanho de fundação (RF) na associação, visando fazer animais Girolando através de inseminação artificial, (IATF), sendo que todos os animais são “livro fechado”, ou seja, genética conhecida e produzida efetivamente na Fazenda Angola. Cláudio afirma que tudo é feito de acordo com as exigências da associação de Girolando, e que a tradição da família é fundamental para que os negócios

estejam consolidados até os dias atuais. “Eu sempre uso no meu controle números romanos para demarcar o nascimento, geração e a identificação do gado, além do sufixo (Da Angola) o que facilita o reconhecimento do rebanho” afirma Cláudio. Apesar das facilidades proporcionadas pela tecnologia, Ernani continua marcando em seu caderninho a data de nascimento, o nome e o número da mãe e também o pai de cada animal nascido, como afirma a filha Flavia. Quando questionado se a produção leiteira é rentável nos dias atuais, Cláudio diz que espera que 2013 seja um ano melhor para a atividade. “O ano passado foi ruim, pois o preço do leite caiu muito, e os custos subiram. Esperamos recuperar agora, as boas vendas, lembrando que sempre mantivemos a qualidade do nosso gado, - a tradição da Fazenda Angola,” finaliza.

Fazenda Angola Estrada da Usina Rio Grande 35 3521-6809 | 9981-0914 vgbarros@minasnet.psi.br


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Fotos: Arquivo Pessoal

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O Guzerá dos Tonetto

A raça Guzerá, de origem indiana, carrega uma história de mais de 3.000 anos. Como um bom zebuíno, apresenta rusticidade que bem se adaptou às condições climáticas do Brasil. E não é somente essa a vantagem de se criar Guzerá. A raça, de pureza racial, apresenta excelente heterose e versatilidade no cruzamento

com machos super pesados e fêmeas F1 de habilidade materna e produção de leite insuperáveis. Entre outras vantagens estão a conversão alimentar, acabamento, rendimento da carcaça e fertilidade. Desde a sua fundação em 1967 pelos irmãos Ângelo Frederico Tonetto e Aldo Tonetto, a Fazenda Perfei-

ta União é pioneira na aplicação das mais modernas técnicas de seleção e criação do Guzerá. Hoje são referência para todo Brasil por manterem um rebanho com avaliação genética rigorosa e animais com garantia de resultados. Quando os irmãos Tonetto começaram a fazer cruzamentos queriam formar bezerros mais pesados.


A Fazenda Perfeita União localizada em Pirajuí/SP tem 45 anos de seleção genética da raça Guzerá. A marca Guzerá IT está presente em todos os estados do Brasil, nos melhores criatórios.


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Os irmãos Ângelo Frederico Tonetto e Aldo Tonetto, criadores da marca Guzerrá IT

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Depois de vários cruzamentos a raça que mais se adequou à proposta dos sócios foi a Guzerá. O trabalho iniciado por Ângelo e Aldo tem continuidade com a segunda e terceira geração da família. Hoje, a Fazenda é de Nilza Galvão Tonetto e filhos, o agrônomo Tarcisius, o veterinário Vinicius e a fisioterapeuta Silvana Tonetto Newman. A administração é de Tarcisius e Vinicius Tonetto. O neto Felipe, que é veterinário, trabalha com a genética e reprodução dos animais. Segundo Tarcisius o desafio atual da Perfeita União está na eficiência alimentar, na continuidade do melhoramento genético e promoção da raça. “Nós pretendemos aumentar a nossa produção, se possível melhorando a qualidade dos animais. A nossa meta é comercializar 1.000 touros/ano”. A busca pelo melhor animal começou há quatro décadas na Perfeita União, em tempos em que a seleção genética era feita apenas com a percepção. Mesmo assim, os irmãos Tonetto investiram na busca incansável pelos melhores e mais mansos animais. Com a chegada das novas técnicas de seleção genética, o trabalho foi se intensificando sempre com o foco

em produzir o melhor para o mercado nacional. Na Perfeita União o cruzamento industrial tornou-se ao longo do tempo referência de qualidade e eficiência. Os proprietários já investiram nas Provas de Ganho de Peso e continuam investindo na Coleta de Embriões, Fecundação in vitro e Inseminação Artificial. Os resultados são comprovados a cada nova geração de raçadores, bem como nas matrizes de excelente resultado com fêmeas pesadas e férteis. A busca por animais mais mansos é projeto da fazenda, tanto que os animais mais agressivos foram eliminados ao longo da seleção genética. Os Tonetto são incansáveis na busca por qualidade. Assim, em 2001, criaram a Central Genética Guzerá IT um processo contínuo de melhoria da qualidade do rebanho. A Central Genética produz trezentas prenhêses por ano, oriundas de 5% das melhores matrizes do plantel, e comercializa apenas sêmen de touros testados em programas de avaliação genética.

para a realização da avaliação interna do rebanho de machos e fêmeas de cada safra de nascimentos com o objetivo de identificar nos grupos de contemporâneos os melhores indivíduos. Para a avaliação são coletadas informações de importantes características econômicas como: peso, perímetro escrotal, área de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea. As provas de eficiência alimentar estão inclusas no Projeto ITTR-CAR desenvolvido há pouco mais de um ano em parceria com os rebanhos Guzerá IT, Guzerá Tiatã e Guzerá Rosalito, sob coordenação da Aval Serviços Tecnológicos. Serão avaliados 80 reprodutores jovens para eficiência alimentar, além de outras características econômicas importantes. O que se pode afirmar, embora sejam preliminares os resultados, é que existe enorme variabilidade fenotípica em termos de consumo de alimento, o que permite seleção para tal. Para o técnico da Aval, Yuri Baldini Farjalla, O Guzerá IT vem tri-

Os proprietários da Fazenda Perfeita União, Nilza Galvão Tonetto e os filhos Tarcisius, Silvana e Vinicius

Na seleção do Guzerá IT todos os resultados são avaliados por Programa de Melhoramento Genético coordenado pela ANCP (Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores). Em 2009 foi estabelecida parceria com a Aval Serviços Tecnológicos,

lhando um caminho correto, pois é fundamental buscar inovações tecnológicas que resultem em maior lucratividade da atividade pecuária, cujas margens são reconhecidamente estreitas. “Outro aspecto considerável é o de que sempre se mediu o


Gobbo IT Campeão Nacional, Melhor Raçador Nacional e líder absoluto do Sumário USP/ANCP

que sai (ganho de peso, deposição de gordura, etc) então também seria importante medir o que entra (input), para conhecer a eficiência, algo nunca antes verificado no Guzerá”. Reprodução Com tanta dedicação a raça, ao longo dessas quatro décadas a Guzerá IT formou importantes raçadores que contribuíram para a formação de criatórios em várias regiões do País. Entre eles seis reprodutores se destacam: Gobbo IT, Pêndulo IT, Patola IT, Suéco IT, Ácido IT, Abraço IT, Calígola IT. Go-

bbo IT foi Campeão Nacional, Melhor Raçador Nacional e líder absoluto do Sumário USP/ANCP várias vezes. Hoje é o touro Guzerá com o maior número de filhos certificados pela ABCZ e avaliado no PAGRG. É recordista mundial em venda de sêmen da raça Guzerá. Nos últimos anos a fazenda criou vários recordistas nacionais comprovados em várias provas que medem o desempenho dos animais. O Guzerá no Brasil O Guzerá foi a primeira raça zebuína a chegar ao Brasil, entre as que

persistem. A raça foi trazida da Índia, na década de 1870, pelo Barão de Duas Barras, logo dominando a pecuária nos cafezais fluminenses. Surgia como solução para arrastar os pesados carroções e até vagões para transporte de café, nas íngremes montanhas, e também para produzir leite e carne. Os criadores de Guzerá foram os apologistas das vantagens e virtudes do gado, enfrentando a “guerra contra o Zebu”, promovida por cientistas paulistas e estimulada pelo Governo Federal. O Guzerá foi a raça de maior contingente até o inicio da década de 1920, quando surgiu a raça “Indubrasil”, produto da infusão de sangue Gir sobre o mestiço “GuzoneL” (Guzerá x Nelore). Com o crescimento da raça Indubrasil as fêmeas Guzerá eram adquiridas para formar a nova raça, o que enfraqueceu os criatórios de todo País. Apenas dois criadores sustentaram o Guzerá nesse período: João de Abreu Júnior, em Cantagalo/ RJ, e Cristiano Penna, em Curvelo/ MG. Na década de 1990, o Guzerá passou a ser fortemente utilizado como alternativa para formação de produtos F-2 nos mais diversos cruzamentos de corte. Tradicionais selecionadores de Nelore passaram também a criar Guzerá, para atender seus clientes, fornecendo matrizes “Guzonel” que são indicadas para dar sequência aos cruzamentos com raças européias.

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Técnica

Solidificação da Tecnologia FIV no Brasil Evolução da multiplicação de genética bovina melhoradora, a tecnologia da FIV (Fertilização in vitro), disponível hoje em todo país, solidifica-se e coloca o Brasil no topo, com 86,44% de

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Eduardo Muniz de Lima (Mineiro) - Diretor da Minerembryo Reprodução e Produção Animal

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toda a FIV mundial.

O volume de embriões de FIV aumenta desde 1999, quando a técnica se tornou comercial no país e desde 2005 superou a técnica da TE Convencional. Hoje a FIV representa 91% do mercado de reprodução no País. Na TE Convencional induz-se a superovulação da doadora, seguida da IA e fecundação intrauterina, com a posterior coleta dos embriões através de uma “lavagem”. De outro modo, a FIV caracteriza-se pela aspiração dos oócitos dos ovários das doadoras e, como o próprio nome sugere, produção in vitro, ou seja, em laboratório, dos embriões. Confira os gráficos do PesquisaEvolução TE e FIV no Brasil dor da EMBRAPA Gado de Leite Dr. João Henrique Moreira Viana atualizados até 350,000 2011 (últimos dados disponíveis). Evolução TE e FIV no Estes aumentos se devem a uma 300,000 série de fatores como aumento da deBrasil manda interna e externa por animais 250,000 melhoradores, aquecimento da econo200,000 mia e Laboratórios de FIV que conseTE BR guem atender, hoje, todos os estados 150,000 da federação, devido a uma logística FIV BR mais flexível, seja de suas equipes de 100,000 aspiração de oócitos, de veterinários 50,000 que transferem os embriões, ou mesmo dos equipamentos e meios espe0 cíficos que permitem o transporte dos embriões entre os dias D3 a D7 da fecundação.


50,000 0

Produção de Embriões bovinos em 2011 Produção de embriões bovinos em 2011, conforme especialização da atividade (raças de corte x leite), grupamento racial (zebuínos x taurinos e mestiços), biotecnologia empregada (Fertilização in vitro [FIV] x superovulação [TE]), e forma de transferência dos embriões (a fresco ou após congelação).

Estes números mostram o amplo domínio das raças de corte zebuínas na produção total de embriões, além da supremacia da FIV a fresco sobre as demais técnicas no Brasil em 2011 Os resultados da FIV vêm melhorando a cada ano e hoje se solidificam acima da casa dos 40% de taxa de concepção devido à especialização dos aspiradores, laboratórios e centrais de receptoras. Não raro vemos resultados de fechamentos anuais com alguns laboratórios de FIV acima de 50% de taxa de concepção, como ocorreu na Central Minerembryo em Alfenas/MG no ano de 2012. O diretor da Minerembryo, Eduardo Muniz de Lima, coloca a especialização do processo como fator determinante para estes números. “Somente uma estrutura altamente especializada, mão de obra qualificada e mais de 120.000 embriões transferidos em mais de 13 anos de empresa no país, nos permitem chegar a estes resultados de excelência”. O resultado se vê com a satisfação dos mais de 250 clientes da empresa, que investem na biotecnologia para a multiplicação de animais de alto valor zootécnico. “Os re-

sultados são tão bons hoje que permitiram a viabilização da técnica para o gado comercial e hoje há fazendas de leite que assistimos, onde 80% dos animais são emprenhados no ano com a FIV e o restante com a técnica da Inseminação Artificial (IA). Ou seja, aspiram-se os oócitos dos ovários de somente 3 a 5% das vacas superiores geneticamente e colocam-se os embriões em todas as outras fêmeas da fazenda, promovendo um ganho genético espetacular logo na primeira geração e assim sucessivamente ao longo dos anos”. Além de todo o trabalho direto que a FIV demanda, ela gera uma necessidade de muitos outros serviços especializados nas fazendas, melhor manejo sanitário e nutricional (o tripé genética, manejo sanitário e alimentar), gerenciamento, registros nas associações, exames de DNA em todos os produtos da FIV, hoje estimados em 120.000 animais por ano e muitos outros serviços indiretos.

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A FIV representa 91% do mercado de reprodução no País

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A produção de embriões zebuínos no Brasil está bem concentrada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde se localiza a maioria dos Laboratórios de FIV, bem como as maiores exposições e leilões de gado do Brasil. As regiões Norte e Nordeste, entretanto, foram as que mais cresceram nos últimos 2 anos de acordo com a SBTE (Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões). Entre as raças que se destacam na FIV hoje, podemos mencionar a raça Nelore com o maior número de embriões produzidos, seguida pela Gir, que cresce a cada ano, a Girolando e a Holandesa. A produção de embriões pela FIV se tornou viável em raças de leite devido ao incremento da técnica pelo uso do sêmen sexado que passou de uma produção de 45% para 90% de fêmeas, ou seja, com o mesmo trabalho de aspiração e produção in vitro se faz o dobro de bezerras por trabalho, abaixandose os custos de produção delas. Outro mercado que cresce consideravelmente é o da exportação de embriões congelados ou frescos para países que já tem protocolos sanitários em sintonia com o Brasil, como é o caso da Venezuela, principalmente de raças de alta adaptação nos trópicos como o Nelore, Gir e Girolando. E com a demanda mundial por carne e leite crescente, as barreiras sanitárias tendem a cair.

Hoje vemos outras tecnologias associadas que aumentarão ainda mais a multiplicação genética como a clonagem, já feita comercialmente, congelamento de embriões de FIV, biópsia de embriões associada a marcadores moleculares (visualizam-se as caracteristicas daquele futuro animal e seu rastreamento completo), embriões modificados geneticamente para produção de determinadas características, etc., mostrando que o uso da técnica é ilimitado. Políticas de incentivo e de quebras de barreiras se fazem necessárias ao crescimento da pecuária nacional para o abastecimento interno e para exportação tanto de produtos de origem animal como de genética, seja através de animais, seja por embriões (logística facilitada) pulverizando a genética bovina de qualidade do Brasil para a maioria dos países do mundo. Com a demanda por produtos de origem animal cada vez maior e mais exigente (leis ambientais, bemestar animal, etc.), tanto interna como externa, devemos buscar produções em escala de animais realmente superiores, capazes de se adequar às necessidades mundiais com diferenciais competitivos, e isto com certeza passa pela FIV, engajada na adequação da cadeia produtiva, desde seus custos até o pagamento por qualidade ao produtor.


Com a FIV imprimimos um melhoramento genético mais veloz com animais de alta produção, seja de leite ou corte e, consequentemente, produtividade e sustentabilidade maiores. Isso nos torna mais competitivos em mercados que crescem vertiginosamente e exigem mais qualidade, sustentabilidade e valor justo da proteína animal, tornando o Brasil referência na excelência genética mundial.

Eduardo Muniz de Lima (Mineiro) Diretor da Minerembryo 35 3291-3760 diretoria@ minerembryo.com.br

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Informe

Tradição Regional A cidade de Cássia/MG, nas décadas de 1930 e 1940 destacou-se pela importação do Gir PO indiano. Há relatos como o de “Aragão”, de preços equivalentes, na época, a uma fazenda de 200 hectares! Passadas seis décadas, Cássia se sobressai como importante centro da raça Girolando. Segundo Roberto Melo Carvalho, o 11º leilão RBC tem, de fato, 18 anos de tradição: vem de 1996 com o Leilão Santa Maria, iniciativa de seu irmão Luiz Antônio. Em 2002 a RBC passou a coordenar o leilão, com o nome Elite do Sudoeste e depois com a marca RBC. “A continuidade anual e a liquidez nos dão a convicção de bom trabalho, atestado pelos clientes que retornam, informando sua satisfação. A seleção de 18 anos garante melhor genética a cada ano”, afirma Roberto.

Destaques do Leilão

Matrizes premiadas em pista e com mais de 40 kg/leite/dia. Bezerras de genealogia superior, entre elas, as filhas FIV da RBC Bigorna (Grande Campeã Nacional Girolando em 2011) e da RBC Sibila (notável ¾ mãe da Bigorna), com o Lion Itaúna, um dos líderes para leite. Manejo na RBC

O rebanho RBC tem 730 fêmeas, 60% Girolando 5/8 de primeira geração ou já Puro Sintético. “Manejo simples, semi-intensivo, sem uso de BST. Mesmo nas condições de rotina, há produções da ordem de 60 kg/leite/dia”, afirma Betinho. “E não queremos vacas grandes, que comprometem o custo/benefício da produção de leite - exigência alimentar. Nossa seleção prioriza o médio porte”.

Genética RBC Em Touros Girolando

A qualidade da genética RBC é comprovada também pelos 6 reprodutores em centrais. Na CRV Lagoa, RBC Arquiteto – 5/8 com sêmen sexado; RBC Redator – 3/4, positivo para leite, a melhor avaliação linear da raça; RBC Singelo – 5/8 PS, falecido (estoque de sêmen aguardando sua prova, em 2014). Na ABS Pecplan, RBC Caratê – 5/8 e RBC Barão – 3/4, notáveis filhos do Touchdown. Na Alta Genetics, RBC Ritmo 3/8, opção única para obter o 5/8 com vacas HPB ou 7/8. “RBC Ritmo já é provado na fazenda: 22 filhas com ótimos úberes, animais dóceis, uma característica da RBC, 15 delas com mais de 6.000 kg na 1ª lactação, em regime rotineiro”.

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Roberto Melo Carvalho com o Touro RBC Barão (Sêmen disponível na ABS Pecplan)

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11º Leilão Anual

e convidados PRODUÇÃO :: MORFOLOGIA :: GENÉTICA GIROLANDO PURO SINTÉTICO, 5/8, 3/4 E 1/2 SANGUE MATRIZES EM INÍCIO DE LACTAÇÃO | BEZERRAS | NOVILHAS | REPRODUTORES | PRODUTOS DE FIV

05/05/2013 | Domingo | 9h Pq. Exposições Cássia - MG

Realização

Leiloeira

Transmissão

Assessoria

A partir das 10:00 hs Patrocínio master

Patrocínio

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Estética

Beleza é fundamental

Nem os animais estão isentos da avaliação estética Nem o mundo animal escapa do apelo estético quando se trata de exposições e feiras. E para atender essa demanda, os preparadores de animais limpam, tosquiam e realçam as características morfológicas destacando as qualidades e beleza dos animais. O resultado está nas revistas, nos programas especializados da televisão, na internet e nas pistas: belíssimos animais. Com 13 anos de experiência, Arthur Henrique Bello, de Barbacena/MG, percorre exposições e feiras deixando os animais preparadíssimos para o julgamento. O processo que inclui banho, tosquia, preparação das linhas de dorso, entre outros, é curioso e exige especialização de acordo com a raça, para que as características morfológicas dos animais sejam respeitadas. “Nós não consertamos um animal ruim, nós ressaltamos as qualidades dos animais que naturalmente já são bem preparados em seus criatórios”, disse. A técnica vai muito além da tosquia e exige especialização. Arthur, por exemplo, só trabalha com as raças leiteiras: Girolando e Holandês. A profissão é uma tradição de família, seu pai também é preparador de animais. Após cursar veterinária, Arthur, que sempre auxiliou o pai, começou a atender alguns clientes e hoje atua em vários estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Como veterinário e mestrando em nutrição, ele também presta consultoria para os criadores. A equipe da Revista Terra Boa encontrou com Arthur durante a EXPASS, quando preparava animais da raça Girolando, juntamente com seus dois assistentes. Como há pouco profissionais no mercado, a Associação de Gado Holandês prepara cursos para a formação de novos profissionais. No mês de abril um curso aconteceu nos dias 26 a 28, próximo a Juiz de Fora/MG.

Arthur Henrique Bello

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32 8886-4781 arthurhbello@hotmail.com

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Curtas

Catálogo 2013 da ABS Pecplan

O novo Catálogo Leite Europeu da ABS Pecplan, edição 2013, já está disponível para consulta no site da empresa: www.abspecplan.com.br/catalogos/le2013. A edição impressa traz 120 touros ao todo, sendo 47 novidades, 23 opções de genética com sêmen convencional e sexado, mais 24 sexados, 15 Judges Choice e seis genômicos. O catálogo reúne touros das raças Holandês, Jersey e Girolando.

CRV Lagoa, excelência na comercialização de sêmen A maior central de genética da América Latina comercializou mais de três milhões de doses de sêmen em 2012 e seu crescimento evoluiu de acordo com o mercado de inseminação artificial brasileiro. Os dados foram anunciados pela diretoria do grupo belgo-holandês após a divulgação do Índex Asbia 2012 (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), através de relatório que engloba importação, exportação e comercialização de sêmen no ano passado. Em 2012, o mercado comercializou 13,2 milhões de doses no total, registrando aumento de 3,6% em comparação a 2011. O segmento de corte registrou crescimento de 6,15%, enquanto o segmento leite teve aumento de 0,05%. Outro destaque foi o incremento do uso de IATF – Inseminação Artificial por Tempo Fixo. Somente nos últimos 10 anos, a técnica cresceu cerca de 80 vezes. Outro dado que chama a atenção é o número de matrizes inseminadas no Brasil – 12% do total do rebanho.

Embrapa Pecuária Sudeste

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tecnologias para produção sustentável do couro

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Diante do avanço da China no mercado mundial de couros, investir em sustentabilidade é a alternativa para o Brasil manter-se competitivo e conquistar os mercados exigentes. Este é o foco dos trabalhos de pesquisa em couro de bovinos e ovinos na Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos/SP). A indústria do couro foi responsável por 6,86% da balança comercial brasileira em 2011 e emprega mais de 50 mil trabalhadores. As exportações do setor cresceram de US$ 700 milhões em 2000 para US$ 2,045 bilhões em 2011, mostrando que existe grande demanda para o produto brasileiro.


Produção de soja cresce 11,7% A produção de soja em Minas Gerais, na safra 2012/2013, deve atingir 3,4 milhões de toneladas, com base no sexto levantamento da safra de grãos. Segundo avaliação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o volume previsto para a soja será 11,7% maior que o registrado no período 2011/2012. O milho deve alcançar a produção de 7,3 milhões de toneladas, volume 6,2% superior registrado no período anterior. O Sorgo deve atingir o montante de 457,3 mil toneladas, crescimento de 3,1%.

Semana Internacional do

Café

O Governo de Minas lançou em Belo Horizonte, durante o mês de março, a Semana Internacional do Café. O evento será realizado na capital no período de 9 a 13 de setembro no Expominas, e vai comemorar os 50 anos da Organização Internacional do Café (OIC) e a 8ª edição do Espaço Café Brasil, a maior feira da América Latina ligada à cafeicultura. A Semana Internacional do Café será um dos maiores eventos mundiais do setor cafeeiro em 2013. A iniciativa se insere nos esforços de internacionalização do Estado, empreendido pelo Governo de Minas, que vem alcançando bons resultados em acordos bilaterais, atração de investimentos e fomento ao turismo. Os encontros da OIC são tradicionalmente realizados em Londres, sede da organização. A escolha da capital mineira reflete a importância do Estado, principal produtor nacional de café.

Café em Minas Gerais • Maior produtor nacional: 25 milhões de sacas previstas para 2013. • 51,4% da safra nacional. • Em 2012, o café respondeu por R$ 11,4 bilhões (produção e indústria), ou 8,6% do PIB do agronegócio mineiro, que somou R$ 132,4 bilhões. É o principal produto da pauta de exportações do agronegócio mineiro.


Femagri 12ª edição

A Femagri - Feira de Máquinas, Insumos e Implementos Agrícolas - realizada pela COOXUPÉ apresentou novidades em seus 141 estandes instalados numa área de 19 mil metros quadrados cobertos. Realizada entre os dias 13 e 15 de março, a FEMAGRI recebeu um grande público: aproximadamente 23 mil pessoas passaram pelo recinto, superando o número da edição passada. A COOXUPÉ acredita que a movimentação de operações comerciais na FEMAGRI 2013 chegará próxima a do ano passado, quando atingiu a marca R$ 70 milhões. Uma das iniciativas da cooperativa para incentivar seus cooperados foi o sistema próprio de financiamento, em que o produtor teve a possibilidade de parcelar suas compras, utilizando o seu café das safras de 2013, 2014 e 2015, como moeda de troca.

4º Congresso & Derby Brasileiro de Vaquejada da ABQM A emoção correu solta e mexeu com o coração da torcida que esteve presente no Parque Rufina Borba, no município pernambucano de Bezerros, dos dias 21 a 24 de março, acompanhando as acirradas disputas do 4º Congresso e Derby Brasileiro de cavalos Quarto de Milha de Vaquejada da ABQM. Na classe amador o título ficou com Luan de Souza Moraes, montando Celine Beaver Burity sendo esteirados pelo conjunto: Augusto Marcio de Melo Soares e Lady Moon Gray. O título de campeão da Classe Aberta ficou com o pernambucano Ednaldo Bernardino da Silva que correu com Dom Roxão Eternaly. Eles foram esteirados por Ednaldo José da Silva montando Miss Gray Zorreiro. Na Classe Jovem o vencedor foi Arthur Farias de 15 anos que montou a égua Miss Mike Shady AF. O esteira foi Elinaldo Cavalcanti dos Santos com a égua Lady Dash Johnny. Na classe amadora o título ficou com Danilo Souza Pamponet que montou Baixa Grande Bryan esteirado por Lucas Miranda de Carvalho e Drink Shady ZD. Em busca do troféu Classe Aberta os vaqueiros profissionais participaram da prova. A dupla vencedora foi Igor Cabral Damasceno de Lucena montando Dara Ease tendo como esteira Antonio Brito da Siva com Two Can Bar JMM.

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Genética D2

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8418-9040

A qualidade da Genética D2, grande criatório de Mangalarga Marchador, foi apresentada em Leilão virtual, transmitido pelo Canal Terra Viva, no dia 24 de março. O resultado foi um sucesso, segundo o selecionador e criador de Boa Esperança/MG Dauto Barbosa. “Não sobrou nada”. Os animais defendidos por ele durante o leilão foram vendidos na semana seguinte. Dauto organizou o leilão de genética D2 juntamente com convidados. Foram comercializados 35 animais a uma média de R$ 47 mil. Destaque para os animais Enfeite, Ligeira e Numerada que foram comercializados em 50%.


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Evento


O encontro

da pecuária de leite e de corte A 50ª Exposição Agropecuária de Passos, realizada de 14 a 24 de março, no Parque Adolpho Coelho Lemos, reuniu animais das raças Nelore, Gir Leiteiro e Girolando. Leilões, Rodeios, Torneio Leiteiro, Shows, Jogos e Tradições Rurais animaram a festa.

Além dos julgamentos das raças,homenagens aos ex-presidentes, marcaram o cinquentenário. Ex-diretores da União Rural, Associação Rural e Sindicato dos Produtores Rurais de Passos foram lembrados, bem como instituições e pessoas que tiveram suas vidas relacionadas ao Sindicato, em solenidade realizada no dia 17 de março, na qual ex-presidentes e familiares receberam o cartão comemorativo da 50ª EXPASS.

Mercado Refletindo o que vinha ocorrendo nas mais importantes exposições agropecuárias de Minas e do País, a EXPASS teve um volume menor de gado inscrito. No entanto, conforme observa o coordenador de jul-

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gamentos da LRS Eventos, Roberto Willi, houve por outro lado “uma visível melhora no nível dos animais”. Segundo ele, com os custos crescentes para expositores e criadores, “ninguém traz animais para passear nas exposições, porque a disputa está acirrada”. Para o técnico da ABCGIL, (Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro) Fausto Cerqueira, zootecnista, a redução no volume de gado nas exposições, em todo o país, se deve a problemas do próprio mercado. Para Loy Rocha, diretor executivo da Nelore Minas, é preciso buscar alternativas para atrair os criadores. “Tivemos 220 animais inscritos em uma exposição que não pode ter menos que 300 animais”. Para o presidente do SinRural, Leonardo dos Reis Medeiros, o importante é que Passos se mantenha no topo, entre as exposições mais importantes das raças Girolando, Gir Leiteiro e Nelore, sendo uma vitrine para expositores e criadores dessas raças. “Uma exposição como a de Passos é uma contribuição importante para a divulgação daquilo que existe de melhor nas raças, a comercialização e a melhoria do rebanho. O município, o Estado e todo o país ganha com esse trabalho” – avalia. Segundo os zootecnistas Joaquim Correia Lopes, da Nelore Vanguard, e Inácio Martins Procópio de Carvalho, da Fazenda Guará, é preciso união entre os criadores para fortalecer a exposição. Como exemplo eles citam a Exposição de Curvelo/MG que vem se destacando no cenário nacional. Iomar de Camargo, admi-

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nistrador da Fazenda Santarém, destaca que a quantidade de animais pode não ser grande, mas que a qualidade é excepcional.

O Girolando cresceu Em relação à EXPASS de 2012, a raça Girolando cresceu, trazendo 204 animais, sendo 194 fêmeas. Desses, 91 eram meio-sangue; 61 animais 3/4 de sangue; e 52 eram 5/8 de sangue. O melhor expositor foi José Coelho Vitor da Fazenda São José do Can Can e o melhor criador foi Mauricio Silveira Coelho da Fazenda Santa Luzia. A Grande Campeã, Alba FIV Dundee da Santa Luzia, fêmeas ½ sangue, é propriedade de José Coelho Vitor, enquanto Cisma Mattison Sta. Luzia, Grande Campeã, fêmeas ¾, pertence a Mauricio Sil-

veira Coelho. Passos teve mais um vencedor: Luiz Carlos Medeiros, com Amazônia Payday da Terra Sagrada, Grande Campeã, fêmeas 5/8 com mais de 42 meses. Já a Grande Campeã, fêmeas 5/8, com mais de 9 meses é da fazenda Ribeirão Grande, de Miller Cresta de Melo Silva, do município de São João Batista do Glória. Galanteio XA foi o Grande Campeão Machos ¾. O reprodutor pertence a Maria Cristina Alves Garcia, de Iguatama/MG. O RBC Farol, Grande Campeão Machos 5/8, é propriedade de Roberto Antônio Pinto de Melo Carvalho, de Cássia/MG.

Nelore apresentou a nata A raça Nelore teve 29 expositores, que trouxeram um total de 220 animais, sendo 150 fêmeas e 70 machos. O título de melhor Expositor e melhor Criador fi-


cou com a Fazenda do Sabiá Ltda, de Capitólio/MG. A Grande Campeã foi Agra FIV da Sabiá e a Reservada Grande Campeã, Andalusia Fiv da Sabiá. O Grande Campeão da raça foi Gardel FIV da Sabiá e o Reservado Grande Campeão, Kongo TE Mafra, de Rogério Antônio Ferreira Santos, do Nelore VANGUARD/Haras Catas Altas de Inhaúma/MG. Segundo o criador Beto Mendes, da Fazenda do Sabiá, as classificações na Pista são resultado do bom trabalho realizado na fazenda.

Gir Leiteiro Com 153 animais na pista, o Gir Leiteiro teve como vencedor, entre os Expositores e Criadores, Leo Machado Ferreira, que levou o Grande Campeonato de Fêmeas, com Inércia FIV F. Mutum, que foi também Campeã Fêmea Jovem. A raça, das mais tradicionais, mostra que tem forte representação em Passos, com José Coelho Vitor, terceiro colocado entre os expositores, que trouxe para a pista Sacada FIV Cabo Verde, que conquistou o reservado campeonato. Leo Machado Ferreira também levou o Grande Campeonato de Machos, com Jaleco F. Mutum e o reservado campeonato com Inciso FIV F. Mutum.

Torneio Leiteiro marca a Edição de Ouro da EXPASS O Torneio Leiteiro realizado pelo SinRural foi coordenado pela CASMIL (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro). O torneio foi dividido entre as raças

Girolando e Gir Leiteiro ambas com três categorias. As premiações foram em dinheiro e brindes.

Resultados A Grande Campeã do Torneio Leiteiro da Raça Girolando (Vaca 1/2 sangue, ¾ e 5/8), foi ‘Floresta’, que pertence a Paulo Roberto Batista e Fernando Siqueira, Fazenda HB, de Passos. Ela teve média diária de 49,565 kg, com produção total de 148,695 kg. Na categoria Novilha 1/2 sangue, ¾ e 5/8, a campeã foi ‘Fortaleza Santa Paulina’, de Júnior Soares da Fazenda Antinha, de São Sebastião do Paraíso, com produção média diária de 41,687 e produção total de 125,060 kg de leite. Na categoria Vaca, acima de ¾ HPB, a Campeã e Reservada Campeã do Torneio Leiteiro foi ‘Alcione’, de Tony Reis Lemos, Fazenda Grão Mogol de Carmo do Rio Claro, com média de 48, 077 e produção total de 144, 230 kg de leite.A novilha acima de ¾ HPB, ‘Juruaia Menina TE’, de Tony Reis Lemos, recebeu prêmio de participação, com produção de 117, 075 kg e média de 39, 025 kg de leite. Tony Reis é um dos novos investidores da raça Girolando. Em 2014 ele deve apresentar os primeiros exemplares do seu plantel. A meta é criar animais de pista formados pelo melhor da genética holandesa, com a base que já existe na sua fazenda, e os melhores touros Gir do mercado. Tony Reis é um dos novos investidores da raça Girolando.

O 3º Torneio Leiteiro do Gir Leiteiro Grande Campeã, Heika FIV F. Mutum, de Leo Machado Ferreira, com média de 41, 983 kg de leite, concorrendo na categoria vaca adulta acima de 48 meses. A Reservada Campeã do Torneio Leiteiro do Gir Leiteiro foi Sacada FIV Cabo Verde, de José Coelho Vitor, que também levou prêmio de “Melhor Úbere Jovem”, média de 39, 433 kg de leite, concorrendo na categoria Fêmea Jovem até 36 meses. Na categoria Vaca Jovem acima de 36 até 48 meses, venceu Isidora FIV F. Mutum, também de Leo Machado Ferreira, que levou também prêmio de “Melhor Úbere” dessa categoria. As campeãs Gir Leiteiro levaram um prêmio de R$ 4 mil; R$ 1 mil para o segundo lugar e terceiro lugar de cada categoria levou cesta de produtos veterinários.

Mário Roberto Ewbank Seixas

Para Mário Roberto Ewbank Seixas o nível dos animais Gir Leiteiro estava excelente. “Os animais, a cada ano que passa, estão melhores em termos de morfologia.” Acho que o meu gado não evoluiu. Vou ter que repensar o meu manejo”, disse.

Tony Reis Lemos

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Campeões da EXPASS 2013

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Grande Campeão Nelore - Gardel FIV da Sabiá

Grande Campeã - Agra FIV da Sabiá

Grande Campeã Gir Leiteiro Fêmea Jovem - Inércia FIV F Mutum

Grande Campeão Gir Leiteiro - Jaleco F Mutum

Grande Campeã Fêmea 3/4 Girolando - Cisma Mattison Santa Luzia

Reservada Grande Campeã 1/2 Girolando - Amorosa Mischief FIV da Xapetuba


Galeria Expass 2013 agroneg贸cios

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Evento

Uma noite de

Confraternização O casal Ronaldo Bonifácio da Silva e Marilda, as filhas Daniele, Kelly e o genro João Batista de Oliveira Júnior receberam os criadores de Nelore, juízes e amigos, que participaram da EXPASS/2013, na Estância do Bony, para uma noite de confraternização. No cardápio não poderia faltar é

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claro, “o carneiro”. Confira os flashes da Terra Boa Agronegócios.

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Evento | abril/maio 2013

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EMAPA

traz novidades na sua 48ª versão Imagens: Fábio Fatori - Fato Rural

A 48ª Emapa- Exposição Municipal Agropecuária de Avaré, realizada de 01 a 10 de março, no Parque Fernando Cruz Pimentel, reuniu excelentes animais das raças Nelore, Nelore Mocho, Guzerá, Angus, Simental, Santa Gertrudis, Jersey, Mangalarga Marchador, Lusitano, Crioulo, Bretão Percheron e várias raças de ovinos. Organizada pelo Núcleo de Criadores de Nelore de Avaré e Região, com o apoio da prefeitura, o evento apresentou novidades na versão deste ano como a inserção de ovinos. Exposição de máquinas e palestras também marcaram o evento que registrou faturamento de R$ 9 milhões com a venda de 465 animais em sete leilões das raças bovinas e ovinas. Em 2012, a Emapa movimentou R$ 10 milhões em sete eventos, com oferta equiparada a deste ano.


Rima FIV Ellara

Espartado FIV FNT

Grande Campeã Nelore Rima Agropecuária

Reservado Grande Campeão Nelore Agropecuária Vila dos Pinheiros

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Como era previsto, o Nelore foi o carro-chefe dos negócios. Os exemplares da raça foram vendidos em cinco leilões, que somaram R$ 8,8 milhões, quase a totalidade da fatura. O montante é resultado da comercialização de 168 animais de elite ou de seleção a campo. A média desse grupo ficou em R$ 52.458, preço 30% menor que o registrado pela raça na edição passada, quando foram negociados 115 exemplares à base de R$ 81.026. As matrizes, vacas e novilhas pontearam o comércio da raça na exposição, com 143 lotes pelo registro de R$ 55.336. Os machos renderam média de R$ 69 mil em apenas quatro exemplares e os embriões foram cotados a R$ 29.705, somando 21 lotes. O animal mais valorizado da mostra paulista foi Nalisha II FIV MPSI, uma matriz apresentada no leilão Generations, de Ivan Zurita. Avaliada em R$ 1,6

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Napolitano Da Car Grande Campeão Nelore Mocho Fazenda São José Da Car

Tetê Da Car Grande Campeã Nelore Mocho Fazenda São José Da Car

A Emapa foi a partida para o início do circuito anual de exposições ranqueadas da raça Angus, Promovida pela Associação Brasileira e com apoio do Núcleo Angus de São Paulo.


“A raça Angus é muito importante para a produção de carne bovina de qualidade e divulgá-la através das exposições ranqueadas é uma ótima oportunidade de disseminarmos as suas qualidades genéticas, fomentando o cruzamento genético com outras raças” milhão, Nalisha teve 50% de sua propriedade comprada pelo criador Arthur Briquet. Na estreia dos ovinos foram apresentados 280 animais das raças Dorper, Ille de France, Suffolk e Santa Inês. A receita do grupo chegou a R$ 165.940, para a média de R$ 592. A Emapa foi a partida para o início do circuito anual de exposições ranqueadas da raça Angus. Promovida pela Associação Brasileira e com apoio do Núcleo Angus de São Paulo, a primeira das seis etapas do ranking foi representada por 11 expositores dos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul com cerca de 100 animais de argola na pista. Para o presidente da Angus, Paulo de Castro Marques, “a raça é muito importante para a produção de carne bovina de qualidade e divulgá-la através das exposições ranqueadas é uma ótima oportunidade de disseminarmos as qualidades genéticas do Angus, fomentando o cruzamento genético com outras raças”. Leilões

Nos leilões realizados durante a exposição, Ivan Zurita, um dos maiores criadores do mercado, emplacou a maior fatura com um time de fêmeas e genética refinada. O criador da Agro Zurita e AgroZ recebeu durante a 48ª Emapa os convidados para o Leilão Generations. O evento ocorreu no sábado, 9 de março, na pista de julgamento do parque de exposições. O leilão foi o primeiro da temporada 2013 da AgroZurita. A apresentação de 25 animais rendeu fatura de R$ 4,5 milhões, maior receita da pista de Avaré. Do total de lotes, apenas um trouxe como conteúdo um macho. O garrote foi arrematado por R$ 116 mil. Foram apresentadas 24 fêmeas que atingiram média de R$ 185.101. A única prenhez a fazer parte da oferta foi arrematada por R$ 140 mil. As vendas por categoria registraram nove novilhas solteiras à média de R$ 203.481, oito matri51


zes a R$ 194.250, cinco bezerras a R$ 158.400 e uma vaca parida a R$ 80 mil. Nalisha II FIV MPSI foi uma das primeiras a entrar em pista e também a mais valorizada da noite. A compra de 50% da matriz foi fechada em R$ 800 mil pelo criador Arthur Briquet. Exclusividade

A Associação Brasileira de Santa Gertrudis promoveu na sexta-feira, 8 de março, o seu terceiro remate. A receita foi de R$ 116 mil por 18 lotes. A média geral fechou em R$ 6.444, preço alavancado pela venda de 13 fêmeas por R$ 91 mil, cerca de 80% do total faturado. A média para as bezerras, novilha e vacas foi de R$ 7 mil. Do grupo saiu o maior lance da edição. Felicita UB, de quatro anos, foi adquirida por R$ 22.400 pelo criador Henrique Becker. Entre os machos, o preço médio fechou em R$ 5 mil na comercialização de apenas cinco lotes. Cavalos

Pela primeira vez a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro-Sangue Lusitano, participou da Emapa realizando provas de Adestramento e Equitação de Trabalho.

Na Emapa, os criatórios de Cavalo Puro-Sangue Lusitano levaram seus animais também para provas morfológicas, nas quais houve um empate na primeira colocação entre Guilever do Drosa (Haras do Drosa) e Hino VO (Coudelaria Ilha Verde). Nas posições seguintes ficaram Home Made do Retiro, Haste VO, Gardênia do Retiro e Garao VO. Na Breeders Cup, a disputa dos criadores, o pódio foi composto pelos empresários, amigos e rivais nas pistas José Victor Oliva (Coudelaria Ilha Verde) e Eduardo Fischer (Haras Villa do Retiro), seguidos de perto por Roberto Pedrosa (Haras do Drosa), Manuel Tavares de Almeida (Coudelaria Rocas do Vouga) e Ismael Gonçalves da Silva (Haras IGS), respectivamente. Também foram realizadas Provas de Adestramento, Equitação de Trabalho e Individuais. Santa Gertrudis - A Raça

É uma raça sintética, rústica, precoce e com excelente ganho de peso e habilidade materna. Surgiu a partir de um desafio: produzir um gado de corte rústico, perfeitamente adaptado às duras condições climáticas do sul dos Estados Unidos. Assim, os proprietários das Fazendas King Ranch iniciaram, em 1910, os primeiros cruzamentos entre seus melhores rebanhos de origem zebuína e europeia. Somente dez anos mais tarde, este trabalho culminaria no seu mais significativo resultado: o Monkey, o primeiro gigante vermeXeque-Mate da Cantareira

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Imagem: Haras Cantareira (Paulo Cesar Scroback) 11 4485-1244 www.harascantareira.com.br

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É uma raça sintética, rústica, precoce e com excelente ganho de peso e habilidade materna. Surgiu a partir de um desafio: produzir um gado de corte rústico, perfeitamente adaptado às duras condições climáticas do sul dos Estados Unidos. lho, 3/8 Brahman e 5/8 Shorthorn, às margens do rio Santa Gertrudis, no Texas. Oficialmente reconhecida em 1940 como a primeira raça sintética formada no Hemisfério Ocidental, manteve-se em franca expansão, marcando presença atualmente em 53 países. No Brasil desde 1953, introduzida pelo mesmo King Ranch, com 34 machos e 225 fêmeas, a raça Santa Gertrudis soma hoje quase um milhão de exemplares.


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LS TRACTOR

vem brigar pelo mercado brasileiro Empresa é a principal fabricante de tratores da Coréia do Sul

O objetivo já está traçado. Ser a quinta maior fabricante de tratores do Brasil em 2017. E uma das formas para alcançar este objetivo será oferecer produtos com o que existe de mais avançado em termos de tecnologia embarcada, originais de fábrica, a custos bem competitivos. A estratégia para alcançar a meta começou a ser desenhada em 2010 quando executivos da maior fabricante de tratores da Coreia do Sul, a LS Tractor, empresa do Grupo LS, 13º maior grupo empresarial do país asiático, visitaram o Brasil em busca de informações sobre o potencial de mercado e também possíveis locais para instalar uma unidade fabril. A conclusão deste estudo veio com o anúncio de instalação da fábrica no município catarinense de Garuva, próximo a Joinville e do porto de Itapoá e que deve estar pronta em julho de 2013. Conforme afirma o vice- presidente da LS Mtron, Kwang Won Lee, os produtos fabricados pela LS Tractor, serão tratores que irão de 25 CVs a 100 CVs. Ele explica que a opção por trabalhar nesta faixa de potência é que ela representa cerca de 70% das vendas deste equipamento, no País. Os investimentos no Brasil devem superar os US$ 30 milhões. “Nossos planos são de fabricar 5 mil tratores anuais para competirem nos segmentos de fruticultura, café, horticultura e médias produções, sempre focando, inicialmente, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, salienta.

A Empresa – O presidente da LS Mtron no Brasil, James Yoo, esclarece que a empresa é uma das principais indústrias do grupo LS, originário da gigante coreana LG. Com vendas anuais acima de 30 bilhões de dólares e com mais de 21000 funcionários em todo o mundo, atua no segmento de máquinas e eletrônica. “A LS Tractor é uma das suas subsidiárias e está presente com fábricas e escritórios, nos cinco continentes. Anualmente fabri-

“Temos em nossos tratores uma transmissão baseada em 12x12 enquanto que os outros fabricantes utilizam o sistema 6x2” ca cerca de 50 mil tratores e em 2011 obteve um faturamento de US$ 264 milhões”, ressalta Yoo. Ele acrescenta que nas suas principais unidades fabris, localizadas na Coreia do Sul e na China, produz quatro séries de tratores que vão de 23 a 100 hp, para atuar em mercados como da fruticultura, café e lavouras de grãos. O executivo afirma que a conquista do consumidor brasileiro se dará a partir do momento em que ele conhecer todo o potencial de tecnologia que os tratores LS apresentam e o ganho

de produtividade que vão acrescentar nas tarefas realizadas na propriedade. Além disto, o respeito às necessidades do produtor, dos concessionários e a busca de dar prontas respostas a elas, pautarão o dia a dia da empresa. “É a nossa maneira de ser, é a nossa filosofia de trabalho”, finaliza. Tecnologia – Um dos fatores que levou a Coreia do Sul a se destacar no cenário mundial é o seu forte investimento em tecnologia. Para a LS Tractor isto é um padrão. Tanto que do total de vendas, cerca de 5 a 7 % é destinado ao setor de Pesquisa e Desenvolvimento. Por esta razão, seus tratores saem de fábrica, por exemplo, com itens que normalmente a concorrência determina que sejam opcionais. “Temos em nossos tratores uma transmissão baseada em 12x12 enquanto que os outros fabricantes utilizam o sistema 6 x 2 “, detalha o executivo da empresa, acrescentando que existem outros itens que para muitos são considerados opcionais e para a LS Tractor, são produtos de fábrica. Com os objetivos traçados e a estratégia dominada não é difícil supor que a LS Tractor conquiste mesmo suas metas. Sua fibra é da mesma origem da Samsung, LG, e outras. E também a mesma que construiu a forte imagem da marca coreana de carros, a Hyundai, que em 10 anos de mercado no Brasil, já tirou o sono das grandes montadoras, como GM, Ford, entre outras. Tudo será uma questão de tempo e paciência. Algo que os orientais já demonstraram ter, e muito.



Cafeicultura

A História do Café Origem e Propagação por Patrick Figueiredo apreciador de cafés gourmet

A história da propagação do cultivo e uso do café pelo mundo é uma das mais interessantes e românticas. Começa no chamado Chifre da África – na Província de Kaffa, Etiópia – onde o cafeeiro provavelmente teve origem por volta do ano 575, tendo sido levado ao Iêmem, no Oriente Médio, por volta de 1200 e difundindo-se, a partir do século XV | abril/maio 2013

pelo mundo árabe. Conta-se que um pastor etíope

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de nome Kaldi ficou muito surpreendido com a vivacidade de suas cabras depois que elas comiam os grãos vermelhos do cafeeiro.


O que sabemos com mais certeza é que a camada carnosa que recobre os grãos era comida pelos escravos que eram transportados da área do atual Sudão, para o Iêmen e a Arábia, passando pelo grande porto da época, Moca, nome que é hoje sinônimo de uma variedade de café. Moca também era o principal porto da rota marítima para Meca e o lugar mais movimentado do mundo da época. A política estrita dos árabes, porém, era de não exportar grãos férteis, para que o café não pudesse ser cultivado em nenhum outro lugar. A disputa para surrupiar alguns grãos ou pés de café vivos foi ganha pelos holandeses, em 1616, que finalmente conseguiram fazê-los chegar à Holanda e cultivá-los em viveiros e daí plantá-los em suas colônias, como Suriname, para se difundirem pela América Central e do Sul a partir da Martinica. Finalmente, chegou ao Brasil, por Belém, pelas mãos de Francisco de Mello Palheta. Em 1554 foi aberto, em Constantinopla, hoje Istambul, o primeiro café público do mundo e em 1720, em Veneza, a primeira casa de café da Europa, o famoso

Caffè Florian, que está até hoje na Piazza San Marco. Ao contrário do que sugere, o nome café não vem de Kaffa, província em que foi cultivado e sim do árabe qahwa, que significa vinho. Por isso o café ficou conhecido entre os europeus como “o vinho da arábia”. Várias casas de café foram abertas em Meca, com o nome de kaveh kanes. Sua propagação em todo o mundo árabe foi muito rápida, e elas se tornaram lugares de sucesso, onde se podia jogar xadrez, ouvir as novidades e apreciar canto, música e dança. Decoradas com luxo, cada uma tinha seu caráter próprio. Nada como a casa de café havia existido antes: um lugar onde as pessoas podiam se encontrar e fazer negócios num ambiente confortável e acessível a qualquer um pelo preço de um café. As casas de café árabes logo se tornaram centros de atividade política e foram suprimidas. Mas tanto o café como as casas de café, banidos diversas vezes durante as décadas seguintes, continuavam a reaparecer. Uma solução foi afinal encontrada quando o café e as casas começaram a ser tributados. O costume se expandiu para o mundo – um lugar onde se fazia filosofia, polí-

Em 1720, em Veneza, surgiu a primeira casa de café da Europa, o famoso Caffè Florian, que está até hoje na Piazza San Marco.

tica e negócios. A maior bolsa de seguros do mundo, a Lloyd’s of London, começou a vida como casa de café. Foi aberta em 1688 por Edward Lloyd, que preparava listas dos navios segurados por seus clientes. A primeira referência ao uso do café na América do Norte data de 1668 e, logo depois, casas de café abriram em Nova Iorque, Filadélfia, Boston e outras cidades. A Festa do Chá de Boston de 1773 foi planejada numa casa de café, a Green Dragon. Tanto a Bolsa de Valores de Nova Iorque quanto o Banco de Nova Iorque começaram em casas de café, no que é hoje o distrito financeiro de Wall Street. Os mercadores venezianos trouxeram o costume para a Europa pela primeira vez em 1615. Foi também nesse período que surgiram na Europa duas outras grandes bebidas quentes. O chocolate quente, trazido pelos espanhóis das Américas para a Espanha em 1528 e o chá, posto à venda pela primeira vez na Europa em 1610. Esta recém-descoberta “cultura do café” começou a se espalhar para o resto do mundo. Nos países que têm suas próprias tradições em matéria de café, como a Itália, a Alemanha e os países da Escandinávia, o número de convertidos ao prazer do café de qualidade aumentou. Hoje é possível encontrar café de boa qualidade em todas as grandes cidades do mundo, de Londres a Sidney e a Tóquio. Amanhã o mundo tomará mais café e, o que é mais importante, melhor café. Referências: Organização Internacional do Café ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café BRESSANI, Edgard; Guia do Barista: da Origem do Café ao Espresso Perfeito. São Paulo: Café Editora, 2011.

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Um portfólio de sementes de milho híbrido e de produtos para

Evento

controle e combate a plantas daninhas, insetos e doenças foi apresentado em Dia de Campo, na Fazenda Experimental da Fesp (Fundação de Ensino Superior de Passos), pela Triângulo Agro, distribuidora da multinacional Dow AgroSciences na região. O evento foi realizado em 22 de março e os resultados vieram rápido, segundo representantes das empresas, que destacam ainda o grande espaço para ampliar a participação do fabricante no mercado regional e estadual.

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Em uma área de 1,5 hectares, a Triângulo e a Dow apresentaram aos produtores rurais e outros profissionais da agricultura, os resultados do plantio experimental de diversos híbridos de sementes de milho, sorgo e variedades de soja, de herbicidas para pastagens, soja, feijão e café, fungicidas e inseticidas. Foram 15 linhas de cerca de 10 metros cada uma utilizadas no plantio, divididas em oito estações, algumas subdivididas em duas. Os resultados, produtos e serviços foram apresentados aos produtores: portfólio de híbridos de milho, silagem e aplicação de fungicida, adubação e densidade de planta, tratamento industrial de sementes, biotecnologia, sorgo, soja e herbicidas de soja, café e feijão. Para áreas de pastagem foram demonstrados os resultados do cultivo de sementes híbridas de brachiaria, uma evolução no mercado. No dia de campo, a Dow mostrou o resultado de cada um dos híbridos cultivados para a silagem e grãos, todos os híbridos adaptados para a re-

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gião, com destaque para a nova tecnologia com controle de pragas do milho, a Powercore, que proporciona um controle mais eficiente das lagartas e que pode incrementar a produtividade em até 15%. Segundo o representante da Dow e engenheiro agronômo Carlos Roberto Justino, o diferencial é que a empresa possui um portfólio muito amplo, reconhecido pelo mercado e, por isso mesmo, consegue atender as necessidades do produtor em época de plantio, precocidade, tolerância à doenças, estabilidade, rusticidade – quando o solo ainda não está bem corrigido –, e em potencial produtivo. “Nós não dependemos somente de um produto”, disse. As variedades de sementes de milho híbrido cultivadas foram a 2B810 PW – considerada um lançamento acertado para a região, com alta produtividade e poder de impressionar na hora da colheita, e também para alta tecnologia os híbridos 2B587(PW e HX), que se destaca pela precocidade e estabilidade e


Vitrine do Campo Mostra produtividade e resultados o 2B707(PW e Hx) pelo potencial produtivo, além das sementes 2B688(PW, HX, HR), que são indicadas para silagem, com excelentes resultados na produção de leite e de carne bovina. Também se destacaram os experimentos com outras variedades para silagem (2B433, 2B512, 2B604, todos Hx e Hr) dentre outras para o mercado de média e alta tecnologia no cultivo. “Com os resultados de produtividade, tanto para silagem quanto para grãos, a Dow comprova que está dentro dos tópicos que nós podemos encontrar na região de atuação da Triângulo”, observa Marcos Pollo sócio-diretor da Triângulo Agro. Ao produtor é oferecido, além das sementes, a assistência técnica no pós-venda, orientações sobre fertilidade, o plantio, o espaçamento e a densidade da planta, entre outras técnicas. Segundo Carlos Roberto Justino, com o trabalho em desenvolvimento no Sul de Minas Gerais, a Dow vem ampliando sua participação no mercado de milho híbrido. “A Dow é uma empresa que está procurando crescer cada

vez mais e responde por uma boa parcela do mercado”, disse explicando que este crescimento vem junto com as necessidades do mercado, para as quais a empresa investe. De acordo com Marcos Pollo, o objetivo da empresa é o de sempre buscar a produtividade com lucratividade. E os resultados já estão aparecendo. Ele ainda ressaltou que as duas empresas estão evoluindo justamente por causa do investimento na agricultura de precisão. “É um dos pontos fortes que a Triângulo tem hoje”, afirmou.

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Depoimentos

A eficiência da

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Axial-Flow 8120

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Ninguém chega perto das colheitadeiras Axial-Flow 7120/8120 em tecnologia e produtividade. Mais do que uma revolução, uma obra-prima da colheita. O revendedor da marca Case IH em Passos, Daniel Garcia Costa explicou detalhes sobre a colheitadeira Axial-Flow 8120, uma máquina da série 20, e garantiu que é a mais moderna do mercado em colheitas de grãos, sendo também muito eficiente na colheita de feijão. “Com tecnologia de ponta ela tem todo equipamento para colheitas

de alta produção como medidor de produtividade e umidade. Durante o trabalho, ela também confere a quantidade de grãos colhidos em toneladas por hora“ afirma o revendedor. Daniel observa ainda que na região de Passos/MG já foram vendidas 18 máquinas Axial-Flow Série 20 até o mês de março, e que o custo-benefício da máquina é incomparável.

Os benefícios da máquina O controle do fluxo do material colhido é a chave do sucesso de uma

colheita. Na Axial-Flow 8120 o alimentador, o rotor, o sistema de limpeza, o manuseio do grão, o gerenciamento de resíduos e os sistemas de força são projetados para otimizar o fluxo do material colhido e maximizar sua produtividade. A colheitadeira Axial-Flow Série 20 mostra o caminho para os produtores que pretendem economizar em suas ações. A debulha perfeita e a separação eficiente resultam em um maior volume de grãos no tanque graneleiro, além de uma melhor qualidade de grãos.


O produtor rural Homero Duarte Júnior, que reside em Alfenas/MG, ressalta o alto desempenho da máquina e afirma que ela é incomparável sob todos os aspectos. “Essa máquina está sendo utilizada atualmente nos Estados Unidos. Ela representa um ganho impressionante e a diferença em relação a outras é muito grande, pois quase não há perda de grãos. Para se ter uma ideia, comecei a utilizar a 8120 no inicio da safra, e consegui colher 150 mil sacas de milho e 55 mil sacas de soja.” afirma Homero, que ainda ressalta a facilidade de manutenção do equipamento, que possui 6 correias e 3 correntes, e dificilmente dá algum problema. É exatamente a suavidade da debulha uma das características marcantes do projeto da Axial-Flow Série 20. Da alimentação à limpeza, todo o sistema é projetado para minimizar o dano aos grãos. A versatilidade na colheita é outro ponto alto dessa máquina. Projetada para colher mais de 80 tipos de grãos sob diferentes condições, a colheitadeira Axial-Flow 8120 é altamente versátil para atender qualquer tipo de colheita de grãos.

Pioneira no desenvolvimento e na aplicação do sistema de colheita Axial, a Case IH é a marca responsável por estabelecer novos parâmetros mundiais de produtividade e qualidade no grão colhido. Ninguém chega perto das colheitadeiras AxialFlow 7120/8120 em tecnologia e produtividade. Mais do que uma revolução, uma obra-prima da colheita.

O produtor Homero Duarte Júnior que adquiriu recentemente uma Axial-Flow 8120

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