Revista Telhanorte - 4ª Edição

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DOBRADINHA PERFEITA A ARGAMASSA E O REJUNTE EXIGEM CUIDADOS DESDE A HORA DA COMPRA ATÉ O MOMENTO DA APLICAÇÃO POR MARION FRANK

C

olocar pedra sobre pedra para dar forma ao sonho. E, entre as pedras, apli-

DICA DO PROFISSIONAL CAMILA PALLADINO

car a mistura capaz de dar firmeza à construção. Desde os persas (portanto há mais de 2.500 anos), a argamassa é utilizada com essa função. Coube

aos romanos dar notoriedade ao seu uso, utilizando cinza vulcânica como elemento de ligação. Hoje a receita mais simples de argamassa leva cimento, areia e água. O rejunte, outro item fundamental no acabamento, dá o toque final, preenchendo o espaço entre placas de cerâmica, porcelanato etc. “Em uma obra, o grau de importância da argamassa e do rejunte é enorme”, ressalta Airton Dias, do escritório SAAS Gestão e Arquitetura. Para tudo correr bem é fundamental que a composição de cada material esteja de acordo com a sua função – as grandes marcas do mercado destacam no saco do produto as especificações necessárias para a sua apli-

CORES CERTAS PARA REJUNTES E ARGAMASSAS Depois de comprar o revestimento ou o piso para seu ambiente, é importante ficar atento na hora de escolher a cor da argamassa e do rejunte. Para peças claras, a arquiteta Camila Palladino indica a argamassa nas cores branca, cinza-claro ou nos tons de areia; para as de cor mais escura, ela prefere a argamassa cinza. No caso dos rejuntes, Camila ensina um truque: “É importante molhar as amostras antes, para saber como a cor ficará após a aplicação”, diz. “Para os revestimentos e pisos brancos, a saída é mesmo o branco; os de tom bege e cinza pedem um rejunte um pouco mais claro que a peça, porque a tendência é o material escurecer. Já para as coloridas, indico sempre o branco ou os tons de areia, porque, se tiver a mesma cor da peça, cria-se uma sensação de plano único, que sobrecarrega o ambiente”, ensina Camila.

AMBIENTE PROJETADO POR CRIS NEGREIRA, DO ESTÚDIO ON

cação. Há inúmeros tipos de argamassa para diferentes locais e usos. É preciso, por exemplo, considerar se a

do revestimento no alto, onde é menos visível. No chão,

aplicação será em ambiente interno ou externo, se a

o procedimento deve ser iniciado no sentido oposto ao

área é molhada, se é de intensa circulação. “Também se

da porta, para evitar pisar sobre o que acaba de ser apli-

deve levar em consideração o modelo de revestimento

cado. “Tanto no chão como na parede, é preciso deixar a

colocado sobre a argamassa e qual o tamanho”, diz a

argamassa secar. O fabricante dá instruções a respeito”,

arquiteta Carolina Leal, da SAAS. A mesma preocupa-

avisa Airton.

ção deve existir ao escolher a argamassa para revestir

O rejunte, que sela o espaço entre as placas de re-

paredes. Pedir orientação na hora da compra é sempre

vestimento, é a cereja do bolo. Há uma cartela variada

sinal de bom senso.

de cores, o que exige cuidado estético para adequar o

Depois de definida a função e o tipo de argamassa,

tom do rejunte ao do revestimento. Nas áreas molhadas,

é hora de saber a correta aplicação. A regra elementar

vale investir no rejunte epóxi, de pouca porosidade. É

é criar um gabarito, puxando linhas para marcar o qua-

importante limpar as sobras do rejunte logo após a apli-

drado de 1 metro – uma vez acertado o padrão, basta

cação. “Sempre ocorre um excesso ao colocar a mas-

segui-lo para evitar erros de alinhamento. Na parede, ela

sa. Basta usar uma esponja úmida para o resultado ficar

deve acontecer de baixo para cima, deixando a emenda

perfeito”, garante Airton.

MAIO/JUNHO 2013 TELHANORTE

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