mmjornal 8

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Jornal 8

Diretor – Mark Deputter \ trimestral \ distribuição gratuita

M an ife sto

janeiro março 2012 Maria Matos Teatro Municipal


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TOK’ART • You never know how things are going to come together

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Dina Lopes • Oficina Dias para experimentar: o Teatro

sábado

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TOK’ART • You never know how things are going to come together

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11h00

Dina Lopes • Oficina Dias para experimentar: o Teatro

Rui Catalão • Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma

Rui Catalão • Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma

Rui Catalão • Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma

Rui Catalão • Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma

Rui Catalão • Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma

21h30

Rui Catalão • Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma

22h00

Sei Miguel • Prelúdio e Cruz de Sala

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TOK’ART • You never know how things are going to come together

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TOK’ART • You never know how things are going to come together

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TOK’ART • You never know how things are going to come together

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Dina Lopes • Oficina Um corpo que faz de conta

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Dina Lopes • Oficina Um corpo que faz de conta

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Dina Lopes • Oficina Um corpo que faz de conta

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Norberto Lobo & João Lobo

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David Pereira Bastos • sangue

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David Pereira Bastos • sangue

segunda 18h00 às

Seminário internacional • Manifestos & Manifestações

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Seminário internacional • Manifestos & Manifestações

quarta Leonor Barata • Azul

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Museu da Marioneta

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Leonor Barata • Azul

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Museu da Marioneta

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Leonor Barata • Azul

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Fim de semana Especial n.º 3 Jana Winderen / CM von Hausswolff

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Leonor Barata • Azul

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Museu da Marioneta

Museu da Marioneta

Fim de semana Especial n.º 3 Leslie Winer / Bruce Gilbert & Mika Vainio

Leonor Barata • Azul

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Museu da Marioneta

performance

teatro

conversa

música

crianças e jovens

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teatro e música

TOK’ART • You never know how things are going to come together

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Dina Lopes • Oficina Dias para experimentar: o Teatro

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Dina Lopes • Oficina Dias para experimentar: o Teatro

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Rui Catalão • Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma

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Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda • catabrisa David Pereira Bastos • sangue Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda • catabrisa David Pereira Bastos • sangue

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Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda • catabrisa

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Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda • catabrisa

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Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda • catabrisa


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quinta

21h30

Nature Theater of Oklahoma • Life and Times — Episode 2

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Nature Theater of Oklahoma • Life and Times — Episode 2

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Tânia Cardoso & Joana Manaças • Histórias que me contaste tu no país das pessoas de pernas para o ar

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Nature Theater of Oklahoma • Life and Times — Episode 2

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Tânia Cardoso & Joana Manaças • Histórias que me contaste tu no país das pessoas de pernas para o ar

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Tânia Cardoso & Joana Manaças • Histórias que me contaste tu no país das pessoas de pernas para o ar

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Tânia Cardoso & Joana Manaças • Histórias que me contaste tu no país das pessoas de pernas para o ar

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Tânia Cardoso & Joana Manaças • Histórias que me contaste tu no país das pessoas de pernas para o ar

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SuperStereo DEMOnstration Luis Elgris e Fernando Fadigas / Carlota Lagido

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SuperStereo DEMOnstration Manuel Mota / Fennesz

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SuperStereo DEMOnstration Protótipo [432] / Rafael Toral / Chris & Cosey

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Truta • Histórias dos Bosques de Viena

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Truta • Histórias dos Bosques de Viena

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Truta • Histórias dos Bosques de Viena

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Truta • Histórias dos Bosques de Viena

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Gimba & Gonçalo Alegria • Oficina A Palavra Manifesta

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Dentro de Cena • Especial Dia Mundial do Teatro

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Truta • Histórias dos Bosques de Viena

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RED Trio & Nate Wooley

www.teatromariamatos.pt Bu

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O

ano de 2011 será lembrado pela vaga de manifestações que varreu o planeta: a primavera Árabe, o protesto da Geração “à Rasca”, o acampamento das Puertas del Sol, as manifestações na Grécia, o movimento global dos Indignados, os motins de Londres, o Occupy Wall Street, o protesto anticorrupção na Índia, etc. Enquanto no resto do mundo os movimentos de protesto não tiveram dificuldades em identificar uma agenda política, centrada nos valores da democracia — representatividade política, liberdade de expressão, transparência, melhor distribuição da riqueza — no mundo ocidental, o denominador comum tem sido a insatisfação com coisas tão díspares como a falta de oportunidades, o desemprego, o preço das propinas, o emagrecimento ou desmantelamento da sociedade de bem-estar, a falta de controlo sobre o setor financeiro, os cortes de salários, etc. O leque variado de queixas e frustrações tem juntado centenas de milhares de descontentes, mas, exatamente por causa desta heterogeneidade, tem-se provado difícil elaborar documentos com revindicações partilhadas pelo conjunto dos manifestantes, muito menos manifestos políticos. O Manifesto estará morto? Tornou-se obsoleto como instrumento político? Uns dirão que os muitos manifestos políticos e artísticos do século XX criaram anticorpos suficientes para que nunca mais se acreditasse em manifestos. Outros defendem que, num mundo extremamente interligado e complexo, a simplicidade do manifesto já não convence. Ou que o aspeto propagandista do manifesto já não tem utilidade numa sociedade onde a expressão livre é um direito adquirido. Ou que as certezas expressas em manifestos matam o debate e o confronto de ideias. No entanto, ao longo da história, vários movimentos civis e exercícios intelectuais individuais deram origem a manifestos que significaram verdadeiros saltos civilizacionais e que continuam a inspirar milhões de pessoas: o juramento de Hipócrates, as teses que Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittemberg, a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, os manifestos abolicionistas do século XIX, a Declaração Universal dos Direitos do Homem… Talvez o potencial atual do manifesto seja apontado num dos manifestos mais famosos de todos os tempos: o Manifesto Dada, escrito por Tristan Tzara em 1918, “Para lançar um manifesto é preciso querer (…). Escrevo um manifesto e não quero nada, digo contudo certas coisas e sou por princípio contra manifestos, tal como sou contra os princípios (…). Escrevo este manifesto para mostrar que as ações opostas podem ser feitas conjuntamente, numa só respiração fresca.” O tema Manifesto acompanhar-nos-á durante dois trimestres, de janeiro a julho de 2012. O programa abre com um seminário internacional sobre Manifestos & Manifestações e fecha com a apresentação do Coro das Vontades no Dia do Manifesto, passando pela Noite do Manifesto, a oficina A Palavra Manifesta e três Palestras para o dia de amanhã. As linhas gerais do programa Manifesto foram delineadas num grupo de trabalho com Vera Mantero (coreógrafa), Miguel Wandschneider (curador), José Manuel Viegas Neves (historiador), José Neves (cinéfilo), Tiago Rodrigues (encenador e autor) e a equipa de programação do Teatro Maria Matos.

Manifesto

um mapa de afinidades


Procuram-se Manifestos

Enviem os vossos manifestos para o Coro das Vontades O que queremos para nós próprios? O que queremos para o nosso prédio, para o nosso bairro? O que queremos dos nossos políticos, artistas, juízes, administradores, cientistas, professores? Quais são as visões do futuro que nos mobilizam? Em 2005, os artistas finlandeses Tellervo Kalleinen e Oliver Kochta-Kalleinen organizaram o primeiro Complaints Choir (Coro de Queixas) na cidade de Birmingham. O sucesso foi imediato e, em vez de patentear a ideia, os artistas decidiram disponibilizar o conceito na Internet em open source. Os coros de queixas começaram a emergir em todo o mundo: Helsínquia, Hamburgo, São Petersburgo, Melbourne, Jerusalém, Budapeste, Chicago, Florença, Vancouver, Singapura, Copenhaga, Filadélfia, Milão, Hong Kong, Tóquio, Roterdão… O Coro de Queixas verbaliza as queixas reais dos habitantes de uma cidade. No contexto do tema Manifesto, resgatamos a ideia e transformamo-la: o que iremos cantar não são queixas, mas sim vontades. Passamos da queixa à exigência, do descontentamento à formulação de alternativa. O Coro das Vontades cantará os vossos sonhos, desejos e vontades. Recolhemos os vossos manifestos — uma frase, um parágrafo, um texto — até ao dia 31 de janeiro. O material enviado será editado pelo músico Tiago Sousa e adaptado para um concerto no dia 14 de julho, Dia do Manifesto, que encerrará a temporada do Teatro Maria Matos. A totalidade dos textos será editada numa publicação online. Os textos podem ser enviados por e-mail e correio ou entregues na bilheteira do nosso Teatro. Teatro Maria Matos – Coro das Vontades Rua Bulhão Pato 1B, 1700-213 Lisboa teatromariamatos@egeac.pt


© A. Roque

teatro | coprodução

Rui Catalão

Melodrama para 2 Atores & 1 Fantasma Sala Principal com bancada quarta 11 a quarta 18 janeiro 21h30 (exceto domingo 15) 12€ / Com desconto 6€

Aprisionado na sua obsessão amorosa, um casal hesita em revelar o que esconde um do outro enquanto procura reconstruir momentos que marcaram o seu passado. A realidade exterior é por ambos reduzida a um jogo de sombras ilusórias. Tão pouco lhes importa as mudanças cá fora, de um mundo em apavorante transformação — deixaram-se fascinar pela intimidade. Criado para expôr à tortura e à provação aqueles que se atrevem a desejar para si o amor e a felicidade, o melodrama foi um género popularizado entre as mulheres das classes baixas e fez o seu percurso do teatro para o cinema até finalmente se diluir, sem grandiloquência, nas fotonovelas e nas telenovelas latino-americanas. Concentrando tudo na experiência sensorial dos corpos, nesta peça o melodrama é convocado para dar a ver não o sofrimento das personagens, mas as suas fantasias de paixão. A palavra dá lugar ao toque, aos gestos, torsões e olhares — onde a história se esconde. Os corpos ficam entregues à via solitária da sua busca de satisfação. 6

Jornal

EN Within their domestic space, a couple hesitates between revealing their inner secrets and fearing what they may discover about each other. The need for companionship brings them together; the will to preserve their individuality without compromise sets them apart. In this play, Rui Catalão attempts to renounce the effects of melodramatic emotional manipulation and focus everything on body sensory experience: the narrative is to be found in touches, gestures and glances.

dramaturgia e direção Rui Catalão interpretação Cláudio da Silva e Sofia Dinger assistência de encenação Patricia Caballero cenografia e iluminação Dinis Machado produção/gestão PI — Produções Independentes/Tânia M. Guerreiro coprodução Maria Matos Teatro Municipal apoios alkantara, Re.Al, Fundação Calouste Gulbenkian e Companhia de Dança Contemporânea de Évora residências/parcerias Vo’Arte e Soudos — Espaço Rural de Artes, PerFormas e Atelier Re.Al


seminário internacional

&

Manifestos & Manifestações

Organização Maria Matos Teatro Municipal e Unipop unipop.webnode.pt

Política, Linguagem e Revolta

Sala Principal com bancada sexta 20 janeiro 18h00 às 22h00 sábado 21 janeiro 10h00 às 13h30 Entrada livre mediante inscrição prévia até 18 janeiro cursopcc@gmail.com

Antonio Negri Bruno Monteiro Raúl Sánchez Cedillo Judith Revel António Guerreiro Tomás Herreros Miguel Cardoso Paulo Raposo Gui Castro Felga Javier Toret Ricardo Noronha

Um pouco por todo o mundo, no último ano e meio, têm vindo a multiplicar-se as movimentações sociais e os conflitos políticos: manifestações, ocupações, motins, acampadas e revoluções diversas nas suas motivações, formas e efeitos, tal como nas linguagens em que se produzem e exprimem. Não será certamente fácil descortinar um traço contínuo que percorra tamanha variedade. A primeira tentação é o recurso à “crise” como fator explicativo, uma certa ideia difusa de crise, imagem de um mundo que colapsa e se transfigura, mas um olhar mais próximo sobre cada um destes episódios facilmente descobre não uma mas sim múltiplas crises, inúmeros fragmentos de práticas sociais, de experiências políticas, de ideias e ideologias, que se afirmam e/ou rejeitam. Citando, inventando ou transformando conceitos, expressões e imagens com proveniências muito diversas, de antigas tradições populares a uma nova linguagem mediática e cibernética, de repertórios de contestação próprios dos movimentos sociais da modernidade aos termos dos mais recentes debates teóricos, os acontecimentos que hoje vivemos parecem dispensar uma espécie de metalinguagem que os descreva ou os interprete. É neste contexto que a Unipop e o Teatro Maria Matos organizam um seminário de debate sobre a relação entre a palavra e a política, tomando como ponto de partida a discussão sobre a natureza, os limites e as vantagens de uma das formas mais consagradas por que a palavra se faz política, a forma-manifesto, e como ponto de chegada os manifestos, discursos e palavras que têm sido elaborados nas revoltas e revoluções em curso. Para este efeito, reunimos um conjunto de ativistas, militantes e teóricos de diferentes proveniências. EN Throughout the world, social movements and political conflicts have been growing: demonstrations, occupancies, protest camps and revolutions, as diverse in their motivations as in the discourses adopted. The events that we are witnessing today seem to do without any sort of meta-language to describe or interpret them. It is in this context that we are organising a seminar for the discussion of the relationship between words and politics, taking as a starting point the debate about the nature, limits and advantages of the manifesto form; and as an end point the manifestos and speeches that have been produced in recent manifestations and revolutions. For that purpose, we have gathered theorists, activists and protesters from different backgrounds and countries. Jornal

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&

Manifestos & Manifestações

Política, Linguagem e Revolta

sexta 20 janeiro 18h00 Apresentação do seminário, pela Unipop 18h15 O que é um manifesto? Conferência em francês às Antonio Negri 20h00 Em Império, obra já apelidada de “manifesto comunista para o século O Príncipe e com o Manifesto do Partido Comunista]: trata-se antes de um XXI”, Antonio Negri e Michael Hardt, retomando a discussão de Louis Althusser sobre os pontos de contacto entre O Príncipe, de Maquiavel, e o Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels, ensaiam uma definição da forma-manifesto: “Nos nossos dias, um manifesto, um discurso político, deveria aspirar a preencher (…) a função de um desejo imanente que organiza a multidão. Não há aqui, em última instância, nem determinismo nem utopia [como sucederia, respetivamente, com

contrapoder radical, ontologicamente assente não em qualquer ‘vazio para o futuro’, mas na atividade real da multidão, sua criação, sua produção e seu poder”. Nesta conversa com Antonio Negri pretende-se refletir sobre o papel do manifesto e a sua relação com a prática política, designadamente à luz das características do ciclo de revoltas do último ano e meio, por ele saudadas como levantamentos insuscetíveis de produzir novas lideranças.

Antonio Negri, filósofo italiano. Autor, entre outros, de Império, Multidão e Commonwealth, com Michael Hardt

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20h30 A política das palavras Mesa de Comunicações em português, castelhano e francês às Bruno Monteiro, Raúl Sánchez Cedillo e Judith Revel 22h00 A construção de alternativas políticas tem implicado tentativas de Estas possibilidades políticas das palavras têm sido, todavia, confrontadas rejeitar, reivindicar ou “ressignificar” determinadas palavras, num jogo que tanto se trava a nível de conceitos monumentais — como, por exemplo, democracia, liberdade ou terrorismo — como a nível de expressões mais particulares — como em “geração (à) rasca”.

com outras alternativas que frequentemente se fundamentam na crítica ao imperialismo da palavra na política, o qual tornaria esta última desavinda a uma ordem emocional particularmente acalentada, por exemplo, em projetos populistas ou em ações diretas.

Bruno Monteiro, sociólogo e investigador do Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Raúl Sánchez Cedillo, licenciado em Filosofia. Tem trabalhado, desde 2000, em projetos de autoeducação em Madrid. Membro da Universidade Nómada. Judith Revel, filósofa francesa. Tem trabalhado sobre o pensamento de Michel Foucault e publicado inúmeros livros e artigos em torno da relação entre a filosofia da linguagem e a literatura nos anos 50-60 e da passagem da biopolítica à subjetivação entre o final dos anos 70 e o início dos anos 80.

sábado 21 janeiro 10h00 Para um Dicionário das Revoltas Atuais Oficina em português e castelhano às António Guerreiro, Tomás Herreros e Miguel Cardoso 11h30 Discussão a partir de um conjunto de manifestos, panfletos e textos revoluções árabes, os protestos na Europa do Sul e nos Estados Unidos reunidos num arquivo vivo do atual ciclo de revoltas e revoluções, procurando discernir pontos de contacto e de contraste entre as

da América ou, ainda, os motins de Londres.

António Guerreiro, crítico no jornal Expresso, tradutor e ensaísta. Tomás Herreros, professor de Ciência Política na Universidade Aberta da Catalunha. Membro da Universidad Nómada. Miguel Cardoso, doutorando em Literatura Inglesa em Birkbeck College, University of London. Membro da Unipop.

11h45 O Movimento dos Indignados – Balanço e Perspetivas Mesa-redonda em português e castelhano às Paulo Raposo, Gui Castro Felga, Javier Toret e Ricardo Noronha 13h30 Em Espanha, mas também em Portugal e um pouco por todo o mundo, lançar perspetivas de futuro, reunindo-se para o efeito intervenientes

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de Israel aos Estados Unidos, os últimos meses viram emergir uma nova realidade no espaço político e social a que se tem chamado o movimento dos indignados. Este debate visa fazer um balanço dessa experiência e

nas lutas que têm decorrido em cidades ibéricas, do Porto a Barcelona, passando por Lisboa e Madrid.

Paulo Raposo, antropólogo, professor no Departamento de Antropologia do ISCTE. Gui Castro Felga, arquiteta. Javier Toret, investigador e esquizoanalista. Ativista do movimento Democracia real ya!, em Barcelona e membro da Universidad Nómada. Ricardo Noronha, investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Membro da Unipop.


© Carlos Gomes

dança | coprodução 3 aos 5 anos

Leonor Barata Azul Museu da Marioneta quarta 25 a domingo 29 janeiro semana 10h00 sábado e domingo 11h00 e 16h30

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Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 45 min

Depois de Rubro e de Amarelo, o Teatro Maria Matos encerra a trilogia dedicada à cor com Azul de Leonor Barata. Há o azul do céu e o azul do mar — dizem que um é espelho do outro. Há quem sinta através da cor e quem navegue por ela. Existem muitas formas de ser azul e muitos mergulhos possíveis nesta cor. É esta a proposta deste espetáculo: um mergulho. Um longo e hipnótico mergulho em tudo o que o azul esconde, nos mistérios, nas histórias e danças que nele estão encerrados. Uma dança em tons de azul que mostra o que estava escondido, dentro de uma azulada caixa de Pandora ou de um painel de azulejos antigos.

EN After Rubro (Ruby-red) and Amarelo (Yellow), Teatro Maria Matos closes the trilogy dedicated to colour with Azul (Blue) by Leonor Barata, a show that offers insights into the many shades of blue. This is exactly what the show is about: a long, hypnotic dive into everything involving the colour blue and its mysteries, stories and dances. O Teatro Maria Matos e os artistas convocam profissionais de diversas áreas para sessões de feedback à criação de coproduções para crianças e jovens. Convidados para a peça Azul: Maria de Assis e Samuel Guimarães

digressão Coimbra, Teatro Académico Gil Vicente, 13 e 14 janeiro, 3 e 4 fevereiro 2012 Guimarães, Centro Cultural Vila Flor, 23 a 25 fevereiro 2012 no âmbito da rede

cofinanciada por

criação Leonor Barata conceção plástica Maria João Castelo desenho de luz Alexandre Mestre uma encomenda Maria Matos Teatro Municipal coprodução Maria Matos Teatro Municipal, Projeto D e Centro Cultural Vila Flor

Jornal

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música

A

Touch comemora em 2012 a bonita soma de 30 anos de vida. Um longo caminho percorrido por uma editora que nunca quis ser maior que outras, mas que acabou sempre por ser uma das melhores de todas. Uma longa história de música, imagens e, sobretudo, ideias únicas. Muitas delas foram as mais belas que escutámos, vimos e sentimos. Foi na Touch que ouvimos o Egito de Soliman Gamil, o arrepio binário de Ryoji Ikeda, os voos rasantes de Rafael Toral, o ambientalismo onírico de Biosphere ou os sussurros da natureza pela mão de Chris Watson.

Jana Winderen O estúdio de gravação de Jana Winderen tem o tamanho do mundo inteiro, abrigando a natureza na sua dimensão planetária. Os ecossistemas marinhos são os seus palcos, enquanto os seus intérpretes podem tanto ser uma criatura solista como um grupo de milhares de performers. No limite, pode ser apenas o vazio, uma falsa ausência de vida ou o fantasmagórico respirar de grandes massas oceânicas. Equipada com roupa bem quente e potentes microfones, Jana Winderen trouxe da Gronelândia, Noruega e Rússia um acervo reverberativo da milagrosa agitação sonora que ocupa as profundezas. Sons de crustáceos, cardumes em migração ou peixes em chamamento serão processados nesta noite numa banda sonora misteriosa e avassaladora, algures entre a angústia de Ben Frost e o peso da gravidade de Francisco López, que nos fará viajar pelas imagens que possuímos das profundezas submarinas do nosso planeta. EN Dedicated to the exploration and perception of sound, Jana Winderen has been actively interested in the unperceivable underwater world of sound since 1993, having finished a very personal topography of the most inhospitable places on our planet. She has travelled through rivers, visited glaciers and dived into bottomless seas to collect unexpected raw material for her compositions.

sexta 27 janeiro 22h00 Palco da Sala Principal 14€ / Com desconto 7€

CM von Hausswolff Carl Michael von Hausswolff é, não só, uma das figuras paternais da Touch, mas também uma das personalidades mais marcantes da atividade experimental europeia das últimas décadas e, sem dúvida, um dos mais representados artistas do seu país. Desde o final dos anos 70 até aos dias de hoje, o esteta sueco tem percorrido com suprema elegância e inventividade um vasto campo sonoro, feito de recolha de campo, impulsos primários elétricos e drones intensos, utilizando dispositivos nem sempre associados com a produção musical. A partir dos anos 90, aprofunda cada vez mais a sua produção com instalações e outras plataformas de exposição, ligando o som a penetrantes trabalhos de luz e imagem. Os seus concertos, onde osciladores e vários aparelhos de transmissão e comunicação são, normalmente, os instrumentos, provam que uma arquitetura minimal de ritmos e sons não nos impede de sentir o máximo dos resultados. Não vamos esperar menos que isso, nesta segunda visita ao Teatro Maria Matos, depois de o termos recebido como alto representante do reino Elgaland-Vargaland para a inauguração do seu consulado em Lisboa, em setembro de 2009. EN Father figure of both record label Touch and the European experimental scene from the past few decades, Hausswolff is a ceaseless researcher of sound and visual elements, with an interest in maximizing sensorial pleasures by using the least devices and concepts possible. This relationship of scales has been his trademark in the different installations and concerts that have placed him amongst the most representative contemporary Swedish artists. 10

Jornal


Um mundo (o nosso) visto por quem o quis ouvir e partilhar de modo diferente. Sentimo-nos parte da família e por isso estamos aqui a celebrar esta data singular. Dedicamos a terceira edição do Fim de semana Especial à Touch, apresentando-vos quatro ideias que respiram o seu ar e recebem a sua energia, inaugurando com orgulho as diversas celebrações que irão acontecer um pouco por todo o mundo.

27 / 28 janeiro 22h00

Leslie Winer Nem tudo se encontra na Internet. Procurar Leslie Winer por lá pode ser uma tarefa complicada. Sobretudo para quem precisa de saber o que aconteceu antes e depois de 1993, quando Witch, o seu primeiro e único álbum, foi colocado nas lojas. Há ligações anteriores conhecidas à moda, uma amizade com William S. Burroughs e Basquiat, uma reclusão em França, e tudo o resto esvai-se numa pesquisa inglória pela história da Música. O que ficou desse momento em 1993 é ainda um portento: Witch é uma sincrética união de dub pop politizada pela spoken word com um uso perfeito da arte do sampling (da estruturação rítmica ao adorno estético), e tem hoje o mesmo sentido de futuro que há duas décadas atrás. E, surpreendentemente ( ou não), Leslie Winer reaparece dentro da família Touch com o mesmo fôlego na sua eclipsante voz, fazendo-nos crer que há novos tesouros para nos mostrar. Os mais importantes vão ser contados neste concerto, com a ajuda dos agentes em serviço da Ash International e da Tapeworm.

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EN Leslie Winer disappeared from the music scene in the exact moment that her name was imprinted on it. We were in 1993, and Witch came out as a manual on the art of sampling and pop abstractionism of those times, arranged according to the politics of dub and spoken word. Her return was also unexpected, showing new strength in her words and dazzling voice, which suggests she has new treasures to show us from a hidden chest.

sábado 28 janeiro 22h00 Sala Principal com bancada 18€ / Com desconto 9€

Bruce Gilbert & Mika Vainio Um aniversário pede uma surpresa, e nesta noite em que se comemora tanta música que a Touch nos deu em 30 anos, teríamos de ter algo inesperado e valioso. Um duo raro, de dois músicos generosos, que dentro e fora dos projetos que lhes deram fama, acumulam obra de décadas, fazendo um currículo de crescente coragem pelo risco e pelo desconhecido. Se Bruce Gilbert exibe discografia impressionante desde os anos 70 com os Wire, Mika Vainio é peão fundamental para parte da eletrónica contemporânea. Não seria estranho cruzarem-se algures no tempo — no final dos anos 90, o duo Pan Sonic e Bruce Gilbert criaram a sigla IBM para editarem apenas um LP — e menos estranho juntarem-se agora para um duelo, justamente quando desenvolvem uma linguagem sonora tão próxima e visionária. Se não souberem o que esperar, somem as qualidades dos dois músicos — é essa adição aritmética que vos fará estremecer na cadeira. EN On one side we have Bruce Gilbert, an ex-Wire with extensive productions in the field of sound experimentation and commissions for film and art installations; on the other side we have Mika Vainio, an ex-Pan Sonic with fruitful work on record and several other artistic platforms. Performing live together for the second time, they seek to combine their unique skills in digital and abstract electronics to create an extremely powerful convulsion of sound and image. Jornal

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oficina de teatro 3 aos 5 anos

oficina de teatro 6 aos 10 anos

produção

produção

Dina Lopes Dias para experimentar:

o Teatro

Um corpo que faz de conta

Sala de Ensaios quinta 2 a domingo 5 fevereiro

Sala de Ensaios domingo 12 a terça 14 fevereiro

semana 10h00 sábado 16h30 domingo 11h00

semana 10h00 domingo 11h00 e 16h30

Duração 2h | 3€

Duração 60 min | 3€

Se por breves instantes pudesses escolher ser outra pessoa, quem serias? Nesta oficina, propomos que os mais novos descubram o seu corpo como uma nova forma de expressão. A partir de diferentes pontos de vista, surgem novas formas de o olhar: transformá-lo em cenário, em texto ou no centro de uma história. Recriar o teatro, experimentando através do corpo e da palavra novas formas de contar histórias e de brincar com o que nos parece sério.

Nesta oficina, iremos descobrir o teatro e reinventar as suas histórias e personagens. A viagem começa no nosso corpo, com as nossas memórias e palavras. Mas esse é apenas o ponto de partida, agora é tempo de misturar tudo o que nos contaram e imaginar. Como seria um encontro improvável entre o Capuchinho Vermelho, o Capitão Gancho e o Peixe Pompeu? Como acabará esta história?

EN If you could be any other person for a while, who would you choose to be? In this workshop, we propose that youngsters discover their own bodies as a working tool, by transforming it into a set, a text or the centre of a plot. A workshop for reinventing theatre by experimenting with new ways of telling stories, and joking about seemingly serious issues.

EN In this workshop we will discover theatre and reinvent its stories and characters. The journey starts in our bodies, with our memories and words. We mix together all the stories we have ever been told and kick-start our imagination. What would happen if we put together unlikely characters such as Little Red Riding Hood, Captain Hook and Fish Pompeu?

Dina Lopes estudou Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema. Enquanto atriz destaca o trabalho com os encenadores Luís Miguel Cintra, João Mota, João Grosso, entre outros. Começou a desenvolver oficinas de expressão dramática no Teatro O Bando em 1990, desde aí tem estado ligada ao ensino desta disciplina em diferentes contextos. 12

Jornal


© Guzmán Rosado

dança | coprodução

TOK’ART

You never know how things are going to come together Sala Principal com bancada sexta 3 a sábado 11 fevereiro (exceto segunda 6 a quarta 8) quinta a sábado 21h30 domingo 18h00 12€ / Com desconto 6€ “Enquanto a mente consciente escreve a autobiografia da nossa espécie, a mente inconsciente faz a maior parte do trabalho.” O Animal Social, David Brooks

You never know how things are going to come together é a segunda peça de André Mesquita inspirada no livro de David Brooks, O Animal Social, que desvenda novas perspetivas sobre o inconsciente — o lugar onde o caráter é formado. Para o coreógrafo, o que é inspirador nas teorias de Brooks é a confiança na intuição e na emoção, o propósito da vida não está no conhecimento racional de nós próprios, mas sim em nos perdermos. Como na vida, também na criação coreográfica nunca se sabe como os elementos irão alinhar-se: “Sou inspirado pela continuidade e pelo crescimento, não vejo como o nosso manifesto por estes dias conturbados possa ser outro. Somos ativistas pela arte, pela dança, pelo sensitivo desconhecido.”

André Mesquita inicia a sua carreira na CeDeCe e na Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo de Vasco Wellenkamp. Herdeiro de uma vertente na dança que trabalha o movimento abstrato e o rigor técnico, desenvolve um estilo próprio e original, onde se destacam “a qualidade de movimento espantosa; o traço sombrio, denso e sobrio das ambiências; as paisagens auditivas e visuais complexas” (Luísa Roubaud, Público). Já com uma carreira internacional, com coreografias encomendadas para o Balé de São Paulo, o Danish Dance Theatre e o Tanz Luzern Theater, regressa aos palcos nacionais com uma coreografia para seis bailarinos. EN You never know how things are going to come together is a piece based on the book The Social Animal by David Brooks. For André Mesquita, what is so inspiring about Brooks’s theories is his trust on intuition and emotion. The conviction that the purpose of life is not about the rational knowledge of ourselves, but about losing ourselves: “we are activists for the arts, dance, and unusual sensations”.

direção artística, espaço cénico e coreografia André Mesquita luzes Nuno Salsinha intérpretes Teresa Alves da Silva, Sylvia Rijmer, Filipa Peraltinha, André Garcia, Guzmán Rosado e Marco Ferreira produção executiva Fanni Foldvari produção TOK’ART coprodução Maria Matos Teatro Municipal digressão Cartaxo, Centro Cultural do Cartaxo, 18 fevereiro 2012 Guarda, Teatro Municipal da Guarda, 24 fevereiro 2012 Viseu, Teatro Viriato, 25 fevereiro 2012 no âmbito da rede

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© Cristina Cortez

música

Sei Miguel Prelúdio e Cruz de Sala Sala Principal com bancada terça 7 fevereiro 22h00 12€ / Com desconto 6€

No verão de 2011, Sei Miguel confrontou-se com a ideia de expor a sua música num espaço aberto, ao ar livre, contaminado por um universo de sons nem sempre cooperantes com a delicadeza e exatidão das suas composições. Do desafio, como vai sendo seu hábito, nasceu uma nova peça, de nome Lenta Cruz de Agosto, sustentada por uma celebração ritualística, coreografada em forma de cruz no espaço acidentado do Jardim das Estátuas do Museu do Chiado. É desse simbólico desenho que nasce Prelúdio e Cruz de Sala, reconfigurando-se para a sala principal do Teatro Maria Matos com novas geometrias, movimentos, intensidades e espiritualidades. Do lado místico passamos para uma cerimónia que se assume barroca e litúrgica, mas impregnada de tropicalismo e de explosões incendiárias que marcam não só

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a ascenção da cruz central da peça – alimentada por um prelúdio preparatório e passivo, recuperado de uma composição para octeto de 2002 –, como também a sua própria extinção no final. Num palco que Sei Miguel deseja ver como uma nave de uma igreja, solene e vertical, o trompetista acompanhar-se-á por Fala Mariam, Pedro Gomes e César Burago, o seu unit core mais regular das suas últimas composições. Numa altura em que faltam adjetivos para qualificar o seu corpo de trabalho, Sei Miguel prossegue imperturbável o seu percurso rigoroso e único dentro do jazz e da composição contemporânea. É neste percurso que o Teatro Maria Matos se deseja integrar, partindo da estreia de Prelúdio e Cruz de Sala para revisitar algumas das suas obras mais recentes.

EN The Garden of Statues of the Chiado Museum was the set for Sei Miguel’s record Lenta Cruz de Agosto, when released in August. Some of the ideas contained in this piece are now redeemed and transferred — with new geometries, movements and spiritualities — to the stage of Teatro Maria Matos, transforming it into an almost religious space for a composition which can be described as baroque, tropical and provocative. trompete pocket Sei Miguel trombone alto Fala Mariam guitarra elétrica Pedro Gomes percussão César Burago digressão Porto, Culturgest Porto, 4 fevereiro 2012


música

© Nadia Guida

Norberto Lobo & João Lobo Sala Principal quarta 15 fevereiro 22h00 15€ / Com desconto 7,50€

Estamos a testemunhar um dos momentos mais importantes da carreira de Norberto Lobo. Ou, como também vamos percebendo ao longo destes últimos anos, este desafio poderá ser apenas mais uma das brilhantes provas que irá ultrapassar elegantemente com distinção. Desde o seu Mudar de Bina, em 2007, que o guitarrista se assume como um dos mais reinventivos intérpretes portugueses da guitarra, escrevendo um repertório próprio e universal a solo que muitos desejariam concluir numa vida de trabalho. Fala mansa, o álbum a solo de 2011, foi mais um indício da sua tremenda hiperatividade: do fecho do alinhamento final do disco sobraram ideias de ouro que abriam novos rumos às suas composições, fazendo-o crer que ali jazia parte da sua próxima aventura. Encontrou em João Lobo o cúmplice ideal — uma escolha saudavelmente previsível dado a afinidade, musical e não só, que tem com o baterista; foi com este amigo de infância que se estreou em palco há cerca de 12 anos. Esta espécie de telepatia inexplicável desdobrou as sessões de estúdio a um patamar em que o novo disco rapidamente se autocompletou. E eis-nos chegados ao momento solene: ouvimos pela primeira vez esta nova aventura de Norberto e João, num projeto com movimentos amplos entre o deleite da canção e a demanda do improviso, com referências diretas a mundos tão longínquos quanto a música indiana e brasileira, e onde obras máximas em duo como Mu de Don Cherry ou Interstellar Space de John Coltrane lhes vão dando guarida criativa. Bem-vindos a um dos pontos altos de 2012.

EN Pata Lenta inspired Norberto Lobo with an abundance of ideas, as well as with the ungrateful task of having to put them on hold as soon as the track list for his 2011 solo album was complete. He has found once again in drummer João Lobo the perfect complicity for a project that seems to be dedicated to both the enchantment of songs and the demand for improvisation. After completing the album and its recording, it is time for us to listen to him playing this new album for the first time. guitarra acústica de 6 e 12 cordas, guitarra elétrica Norberto Lobo bateria João Lobo no âmbito da rede

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digressão Guimarães, Centro Cultural Vila Flor, 18 fevereiro 2012 Jornal

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© Bruno Simão

teatro | coprodução

David Pereira Bastos sangue

a partir de Titus Andronicus de Shakespeare

Sala Principal quinta 23 a domingo 26 fevereiro 21h30 12€ / Com desconto 6€

A peça mais violenta de Shakespeare apresenta-nos um homem, general romano, exemplo de virtude e bravura, ser vítima de uma sangrenta e maquiavélica campanha de crueldade. A razão? As pessoas que sobem ao poder de Roma, depois de ele próprio ter recusado assumir esse cargo, tinham contas a ajustar com ele. Titus Andronicus deixa de ter Roma a quem servir. A sua pátria tem a cara da vingança, não está interessada no seu valor, na sua honra, nos seus sacrifícios. Para Titus, o rol de atrocidades a que é sujeito leva-o ao ponto em que a sua única saída é vestir a mesma máscara de barbárie que os carrascos da sua desgraça usaram, para depois apenas poder morrer em paz. sangue é um espectáculo sobre a vertigem da violência, sobre a solidão e orfandade dos filhos de pátrias, sobre as caras silenciosas que habitam a máscara do poder. A Lamentável Tragédia de Titus Andronicus serve o nosso propósito; revoltado — é o nosso nome. Temos tambores, temos um palco, temos voz e corpo para um grito de luz. David Pereira Bastos tem trabalhado regularmente enquanto ator com Mónica Calle na Casa Conveniente, desde 2007. Aí encenou Como só agora reparo, a partir 16

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de Gaspar, de Peter Handke e Porque é que não estás contente?, a partir d’ A Gaivota, de Tchekov, considerada pelo jornal Público uma das melhores peças de teatro de 2009. EN In Titus Andronicus, Shakespeare’s most violent piece, a man who is an example of courage and virtue becomes the victim of a brutal and Machiavellian campaign of cruelty. sangue is a performance about the vertigo of violence, the solitude of the fatherland’s sons, and the silent faces behind the mask of power.

conceção e encenação David Pereira Bastos música original Rui Gato desenho de luz José Álvaro Correia interpretação David Pereira Bastos, Rui Gato e Miguel Raposo assistência de encenação Rute Cardoso responsável de produção Rute Cardoso assistente de produção Catarina dos Santos fotografia Bruno Simão coprodução Maria Matos Teatro Municipal e Casa Conveniente


© Gémeo Luís

teatro de sombras | coprodução 6 aos 10 anos

Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda

catabrisa

Sala de Ensaios sábado 25 a quarta 29 fevereiro semana 10h00 sábado e domingo 11h00 e 16h30 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 45 min

Olha à tua volta: tudo se mexe, mexendo com o ar. Até o respirar. Já ouviste dizer que esta brisa, que sentes no cabelo, pode vir do outro lado do mundo, onde uma pequena borboleta bate as asas? Ou que pode vir do teu interior, da tua força de vontade? Talvez esta seja uma história sobre o vento, pois é com o vento que vão e vêm as sementes, as ideias e a vontade de mudar o mundo. A partir do livro Catavento (Eterogémeas, 2010), Joana Providência, Gémeo Luís e Eugénio Roda criam um espetáculo que apela a um jogo coreográfico entre o texto, a ilustração, a luz e a sombra. EN Maybe this is a story about the wind, since it is the wind that moves seeds and ideas around, as well as the urge to change the world. Departing from the book Catavento (Weathercock), Joana Providência, Gémeo Luís and Eugénio Roda create a show by resorting to a choreographic combination between text, illustration, lights and shadows.

O Teatro Maria Matos e os artistas convocam profissionais de diversas áreas para sessões de feedback à criação de coproduções para crianças e jovens. Convidados para a peça catabrisa: Cristina Grande, Elvira Leite e Rui Catalão

texto Eugénio Roda a partir do livro Catavento (edições Eterogémeas) de Gémeo Luís e Eugénio Roda conceção e direção coreográfica Joana Providência dramaturgia Eugénio Roda (Emílio Remelhe) criação, cenografia e figurinos Gémeo Luís interpretação Filipe Caldeira música Manuel Cruz produção executiva Companhia Instável uma encomenda Maria Matos Teatro Municipal coprodução Maria Matos Teatro Municipal, Casa da Música, Centro Cultural Vila Flor, Cinema Teatro Joaquim d’Almeida, Comédias do Minho, Companhia Instável e Fundação Lapa do Lobo no âmbito da rede

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oficina de escrita e som | coprodução a partir dos 11 anos

Gimba & Gonçalo Alegria A Palavra Manifesta Teatro Maria Matos e Escola participante quinta 1 a sexta 23 março (Horário a definir com a escola) Duração 20h | Preço por aluno 10€ | Inscrições até 20 fevereiro

Lembras-te como foi o minuto mais intenso que viveste? Como foi a primeira vez que ficaste só? O que é que vês de errado com o mundo? A Palavra Manifesta é uma oficina dirigida exclusivamente a escolas, que privilegia a relação com a escrita a partir da memória pessoal. Construiremos um acervo de registos que servirão de matéria-prima para a construção de um trabalho poético. Os manifestos de cada um começarão por ser apenas palavras até serem transformados em registos performáticos, visuais ou sonoros.

Eugénio Lopes (Gimba) é músico, escritor e produtor. Tem-se dedicado ao desenvolvimento de oficinas de escrita de letras e está a preparar o seu primeiro livro sobre escrita de canções. Como produtor, já trabalhou com artistas tão variados como Deolinda, Tim ou José Cid. Gonçalo Alegria é fundador do Teatro do Vestido e tem desenvolvido projetos nas áreas da música, performance, encenação, vídeo e construção de objetos. Foi professor de Som e de Luz na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espetáculo e frequentou o Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística.

EN Can you recall the most intense minute that you have ever lived? Palavra Manifesta (Manifest Word) is a workshop exclusively aimed at schools and establishes a relationship with writing through the use of personal memories. Every participant’s manifests will start by being just words until they are transformed into performative, visual or sound registers. 18

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no âmbito da rede

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© Anna Stoecher

ciclo teatro|música

Nature Theater of Oklahoma

(Nova iorque)

Life and Times – Episode 2 Sala Principal quinta 1 a sábado 3 março 21h30

Audição Life and Times – Episode 2 sábado 11 fevereiro 16h30 às 19h30

15€ / Descontos ciclo teatro|música 50% e 30% (ver pág. 31) 2h | Em inglês com legendagem

Para as apresentações em Lisboa, os Nature Theater of Oklahoma abrem uma audição para nove intérpretes, que saibam dançar e cantar em inglês, para integrarem o elenco em regime de voluntariado.

A companhia nova-iorquina Nature Theater of Oklahoma desvenda o segundo episódio da saga Life and Times, um projeto ambicioso em dez episódios independentes que conta a história de vida de uma mulher da classe média norte-americana, em forma de teatro musical. É uma vida perfeitamente normal, sem grandes sobressaltos ou eventos históricos, registada em 16 horas de conversas telefónicas; uma jornada épica da vida quotidiana que faz lembrar Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust. Episode 1, apresentado em janeiro de 2011 no Teatro Maria Matos, transportou-nos até à infância, agora Episode 2 revela-nos as suas aventuras nos anos da pré-adolescência, dos 8 aos 14 anos: a primeira paixão, as amizades turbulentas, o primeiro cigarro

fumado às escondidas. Numa inteligente e divertida manipulação dos códigos do teatro musical norte-americano, os Nature Theater of Oklahoma elegeram para este episódio o formato do coro e do chorus line e, equipados com fatos de treino garridos, dançam ao som de sintetizadores para representar os mais banais e triviais pormenores da adolescência. EN Nature Theater of Oklahoma unveils the second episode of their Life and Times saga. In an intelligent and entertaining manipulation of the codes of musical theatre, it tells us the life story of a North-American middle-class woman. Episode 1 took us to her childhood, now Episode 2 discloses the adventures of her preteen years: her first love, first cigarette smoked in secret…

Dirigido a amadores e estudantes Mais informações em www.teatromariamatos.pt

conceção e direção Pavol Liska e Kelly Copper texto a partir de uma conversa telefónica com Kristin Worrall música original Robert M. Johanson e Julie Lamendola cenografia Peter Nigrini interpretação Elisabeth Conner, Anne Gridley, Fumiyo Ikeda, Robert M. Johanson, Julie Lamendola e Alison Weisgall com Ilan Bachrach, Gabel Eiben, Daniel Gower, Matthew Korahais e Kristin Worrall dramaturgia Florian Malzacher assistente de direção Nora Hertlein direção de produção Kelly Shaffer engenheiro de som Mark Kleinfelder produção Nature Theater of Oklahoma e Burgtheater Wien coprodução Kampnagel Hamburg, Festival d’Avignon, Théâtre de la Ville, Kaaitheater e Rosas apoios New England Foundation for the Arts’ National Theater Pilot com o financiamento da Andrew W. Mellon Foundation Jornal

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© Marta Madureira

histórias | produção a partir dos 4 anos

Tânia Cardoso & Joana Manaças A partir de textos de Manuel António Pina Sala de Ensaios sábado 3 a quarta 7 março semana 10h00 sábado 11h00 e 16h30 domingo 16h30 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 45 min

“Um dia fez as malas e foi conhecer mundo. Chegou a uma terra em que as pessoas andavam todas de pernas para o ar e de cabeça para baixo. As pessoas daquele país calçavam os sapatos nas mãos e as luvas nos pés.” O País das Pessoas de Pernas para o Ar, Manuel António Pina Uma contadora de histórias e uma bailarina partilham narrativas sobre um país virado do avesso onde os finais dos contos são improváveis e quase descansam perto do lugar dos inícios. O mundo às avessas domina a narrativa, sublinhando que tudo está certo por mais que a razão nos diga que não. Fechamos os olhos para entrar no lugar onde não existe medo e as histórias saem pelo nariz, são contadas com a boca fechada, ou apenas se descobrem com os olhos semicerrados.

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EN A story-teller and a dancer share stories about a country that is turned upside down: “in that country, people wore shoes on their hands and gloves on their feet”. A performance based on two children’s stories by the writer Manuel António Pina. conceção Tânia Cardoso e Joana Manaças a partir de textos de dois livros de Manuel António Pina uma encomenda Maria Matos Teatro Municipal produção Maria Matos Teatro Municipal agradecimento Marta Madureira

O Teatro Maria Matos e os artistas convocam profissionais de diversas áreas para sessões de feedback à criação de coproduções para crianças e jovens. Convidados para a peça Histórias que me contaste tu no país das pessoas de pernas para o ar Madalena Vitorino, Miguel Seabra e Sara Belo no âmbito da rede

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música

Sala Principal

7 / 8 / 9 março Programado por Pogo e Variz.org

Music & Experimental Arts

A Pogo e a Variz.org juntam-se para organizar mais uma edição do SuperStereo DEMOnstration, um evento de periodicidade irregular que reúne diversos artistas de arte multimedia nas suas diferentes formas de expressão, como música, arte sonora, vídeo, performance e instalação. Ao longo de três dias, mostra-se um projeto artístico multidisciplinar, rico em significados, experiências e atos artísticos que refletem um quotidiano repleto de novas possibilidades, quer de leitura, quer de experimentação.

quarta 7 março 21h30

12€ / Com desconto 6€ | Duração 70 min com intervalo

performance

Luis Elgris e Fernando Fadigas Set by Set Set by Set, inspirado em From Her to Eternity de Nick Cave and The Bad Seeds, tem uma forte relação com as vertentes musicais mais obscuras das últimas décadas. O processo criativo baseia-se na criteriosa escolha de diversos temas com vista a um alinhamento perfeito. As imagens, a banda sonora, os textos e a dramaturgia da peça unem-se numa sequência revolutiva, representados por um disco de vinil, e revelam histórias de um quotidiano ficcionado, poético e singular.

conceção Luis Elgris e Fernando Fadigas ator Luís Elgris atriz e vocalista Bárbara do Canto Lagido vídeo Sandra Zuzarte textos Luis Elgris, Fernando Fadigas, Magda Vieira, Tiago Batista e Ruy Otero música Fernando Fadigas bateria Filipa Cordeiro guitarra Alexandre Rendeiro

EN Set by Set, inspired on From Her to Eternity by Nick Cave and The Bad Seeds, has a strong link with the most obscure music styles of the past few decades. The images, the soundtrack, the texts, and the dramaturgy of the play are combined into a revolving sequence, represented by a vinyl record, that reveals stories about a fictional, poetic and peculiar daily life.

performance

Carlota Lagido The Importance of Nothing

EN The Importance of Nothing takes the record Super Stereo Demonstration as its starting point — a vinyl record that was developed to demonstrate the stereo effects of the hi-fi audio systems — to build a universe of audio and visual experiences through the exploration of autobiographical elements.

© Carlota Lagido

The Importance of Nothing tem como ponto de partida o disco Super Stereo Demonstration — um disco de vinil desenvolvido com o objetivo de demonstrar os efeitos estéreo das aparelhagens hi-fi — para construir um universo de experiências sonoras e visuais através da exploração de contextos autobiográficos. The Importance of Nothing assenta na premissa de que a transferência de situações, ideias e pensamentos, aparentemente desprovidos de conteúdo ou importância, para um espaço performático ou expositivo, lhes atribui um outro valor.

conceção e interpretação Carlota Lagido vídeo Carlota Lagido ambiente sonoro e música original Carlota Lagido figurino e espaço cénico Carlota Lagido apoio dramatúrgico João Manuel de Oliveira, (Prof. Dr. Estudos de Género e Feministas), Armando Pinho (Psicólogo, doutorando: Estudos Autobiografia na arte), Miguel Bonneville (performer, artista visual), Miguel Santos (artista plático) Jornal

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quinta 8 março 22h00

15€ / Com desconto 7,50€

música

Manuel Mota

© Margarida Garcia

Manuel Mota é uma das figuras cimeiras da guitarra exploratória em Portugal desde que começou a apresentar o seu trabalho ao público há quase 20 anos. A sua música é parte de uma tradição com raízes no blues e revela uma multitude de influências e referências históricas, transmitindo um enigmático sentido de intemporalidade. A indistinção entre o momento da criação e execução instrumental é sacralizada, seja ela em contexto solo ou grupo e é por isso que é regularmente considerado um improvisador. Estreia-se, surpreendentemente, ao piano neste concerto, propondo olhar para o instrumento de modo tão único e original tal como faz com a sua guitarra de sempre. EN Manuel Mota has been one of the figureheads of exploratory guitar in Portugal for the past 20 years. His music is part of a blues tradition and reveals a multitude of influences and historical references, thus conveying an enigmatic sense of timelessness. Since the moment of creation and instrumental execution are usually indistinct, he is considered to be an improviser. Interestingly enough, in this concert he will make his debut playing the piano.

música

Fennesz

© Maria-Ziegelboeck

Figura paternal e consensual da eletrónica contemporânea, Christian Fennesz é reconhecido pela sua originalidade e pelo modo como filtrou o seu passado musical através do computador, construindo reconhecíveis atmosferas que tanto exalam intoxicantes aromas ambientais como muralhas de som multitexturadas. Nesta segunda visita ao Teatro Maria Matos, depois de se ter apresentado em trio com Werner Dafeldecker e Martin Brandlmayr, Fennesz irá apresentar o seu novo trabalho utilizando o Protótipo [432], uma das figuras unificadoras desta edição de SuperStereo DEMOnstration. EN Father figure of contemporary electronics, Christian Fennesz is known for his originality and the way he builds unique atmospheres that exhale intoxicating ambient aromas as much as multitextured sound walls. On his second visit to Teatro Maria Matos, Fennesz will be presenting his new album using Prototype [432], one of the unifying elements of this edition of SuperStereo DEMOnstration.

LuxFrágil 01h00 Bilhetes apenas disponíveis no LuxFrágil

Clubbing Night 22

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Warm-Up 01h00 fad!gaz Live Act 02h00 Atom ™ Dj Set 03h00 Nuno Bernardino & Javenger Dourado Dj Set 05h00 Miguel Sá


sexta 9 março 22h00

15€ / Com desconto 7,50€

música

Protótipo [432] O objeto Protótipo [432], concebido pelo arquiteto lituano Bernardas Bagdanavičius, é um complexo instrumento musical, de forma cúbica, composto por grelhas e estruturas metálicas que suportam, no total, 432 cordas de guitarra entrecruzadas. A construção desta peça teve como ponto de partida a matriz numérica do Concerto para piano e orquestra, Opus 42 de Schoenberg e permite ser simultaneamente tocada e manipulada por um número variável de músicos. O Protótipo [432] tem no SuperStereo DEMOnstration a sua estreia absoluta enquanto instrumento musical e numa performance ao vivo, servindo as diferentes perspetivas e abordagens na manipulação, modelação e processamento sonoro de Fennesz (no dia 8), Marco Franco ou Producers (nesta noite).

música

Rafael Toral Rafael Toral tem explorado ao longo da sua carreira as relações entre os fenómenos sonoros, como a ressonância ou as frequências diferenciais e a capacidade humana da escuta criativa. Desta forma, desenvolveu um universo sonoro peculiar, integrando música ambiental, rock, improvisação e sound design em múltiplas práticas experimentais. Fortemente interessado em phrasing, chama ao seu estilo “música eletrónica pós-free jazz”, que já foi descrita como “um tipo de música eletrónica muito mais visceral e emotiva que a dos seus pares cerebrais”. O inovador Space Program é uma longa pesquisa em possibilidades performativas, produzindo música cheia de clareza, articulando silêncio e som, envolvendo a fisicalidade do corpo. © Rui Toscano

EN Rafael Toral has explored throughout his career the relationship between sound phenomena — such as resonance or difference tones — and the human capacity for creative listening. He has developed an idiosyncratic sound universe integrating ambient, rock, improvisation and sound design in multiple experimental practices. His Space Program produces crystal-clear music articulating silence and sound in a balanced way.

música

Chris & Cosey

© CTI

Chris & Cosey é um duo formado em 1981 por Chris Carter e Cosey Fanni Tutti depois da extinção dos seminais Throbbing Gristle, que com Peter Christopherson e Genesis P-Orridge foram os seus fundadores originais. Descolando-se do terrorismo sonoro e concetual do grupo, o duo passou a privilegiar o uso do ritmo e da pop, fazendo alguns dos álbuns eletrónicos de inspiração pós-industrial mais marcantes da década de 80. Ausentes dos concertos por mais de uma década, esta pode ser uma oportunidade única de voltar a sentir a sua música altiva e orgulhosamente atual. EN Chris & Cosey is the duo formed by Chris Carter and Cosey Fanni Tutti after the breakup of the influential Throbbing Gristle, a band they originally founded together with Peter Christopherson and Genesis P-Orridge. Letting go of the band’s sound and conceptual terrorism, the duo has privileged the use of rhythm and pop, creating some of the most remarkable post-industrial inspired electronic albums of the 1980s. Jornal

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teatro | coprodução

Truta

Histórias dos Bosques de Viena de Ödön von Horváth

Sala Principal sábado 17 a terça 27 março (exceto quarta 21) segunda a sábado 21h30 domingo 18h00 14€ / Com desconto 7€

“Nada reproduz melhor o sentimento da infinitude Do que a estupidez.” Ödön von Horváth Histórias dos Bosques de Viena (Geschichten aus dem Wiener Wald, 1931) é uma das peças mais famosas do autor austro-húngaro Ödön von Horváth. Escrita segundo a tradição do teatro popular de Viena, a peça subverte o género (normalmente inofensivo), para formular uma crítica mordaz à comunidade burguesa intolerante, egoísta e mesquinha, num tempo de profunda crise económica e desemprego generalizado. texto Histórias dos Bosques de Viena autor Ödön Von Horváth direção artística Tónan Quito produção e divulgação Truta cenografia F. Ribeiro figurinos Ana Limpinho desenho de luz Daniel Worm D’Assumpção música e interpretação Simão Costa interpretação Anton Skrzypiciel, Cláudia Gaiolas, Joana Bárcia, Joaquim Horta, Paula Diogo, Paula Só, Pedro Lacerda, Raul Oliveira, Ruben Tiago e Tónan Quito 24

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Tendo como pano de fundo o som das valsas de Strauss, o autor conta a história de Mariana, uma jovem rapariga ingénua, filha do dono da loja de brinquedos, que quebra o noivado com o talhante Óscar, depois de se ter apaixonado por Alfredo, um jogador e parasita sem vontade própria, que tem uma relação com Valéria, dona da tabacaria que fica na mesma rua. Nesta peça, encontramos os grandes temas do teatro de Horváth: o amor, a morte e o dinheiro. Numa comunidade que escolhe a estupidez, a mentira e a ignorância como caminho, o que morre primeiro é a esperança. design Hugo Neves coprodução Truta, Maria Matos Teatro Municipal e Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura Truta é uma estrutura financiada pela Secretaria de Estado da Cultura/DGArtes no âmbito da rede

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EN Tales from the Vienna Woods (1931) is one of the most famous plays by Austro-Hungarian author Ödön von Horváth. Written according to the tradition of popular theatre in Vienna, the play subverts the (usually innocuous) genre to formulate a sharp criticism of a burgeois community that is intolerant, selfish and narrow-minded, at a time of deep economic crisis and widespread unemployment.

Dentro de Cena terça 27 março Entrada livre, mediante marcação prévia até dia 25 março Máximo 30 participantes No Dia Mundial do Teatro, o Teatro Maria Matos e a companhia Truta recebem famílias e público em geral numa visita especial aos bastidores do Teatro. 17h30 — Pais e filhos (3 aos 5 anos) 18h30 — Público geral (a partir dos 18 anos)


RED Trio & Nate Wooley

© Vera Marmelo

música música

Sala Principal quinta 29 março 22h00 14€ / Com desconto 7€

Foi no ano de 2010 que RED Trio brilhou incessantemente, anunciando de forma audível um futuro que se prometeu luminoso. A sua estreia em disco, nesse ano, na editora portuguesa Clean Feed, demonstrou inequivocamente todas as capacidades e dinâmicas do trio composto pela bateria polirrítima de Gabriel Ferrandini, o contrabaixo intuitivo de Hernani Faustino e o piano esculpido de Rodrigo Pinheiro — os prémios anuais da imprensa, do jornal Público à conceituada All About Jazz, de Nova Iorque, não fizeram senão reforçar a importância da sua música no panorama do jazz nacional e internacional. É também em 2010 que se cruzam com Nate Wooley, em Nova Iorque, num concerto que acabaria de revelar a química espontânea entre o trio e o extraordinário trompetista norte-americano, fazendo do acontecimento um dos momentos inesquecíveis para o corpo crítico presente. A relação parecia condenada a ser repetida, e em 2011, em Lisboa, RED Trio e Nate Wooley decidem trocar votos num estúdio para que um álbum testemunhasse todos os predicados da comunhão. Depois de um período de muitos concertos e mais colaborações, agora é altura de celebrar ao vivo, em estreia diante de nós, um encontro entre mentes que tanto celebram a liberdade do jazz como se dedicam a costurar afincadamente a composição espontânea com o gosto pelo experimentalismo. É neste terreno ambíguo e desafiador que devemos sintonizar toda a nossa atenção, porque é ali que normalmente ouvimos o melhor destes protagonistas — um trio+1 com sabor oficial a quarteto.

EN A recent but relentless story in a city that pushes its inhabitants towards these unique moments in time: New York, 2010, RED Trio meets Nate Wooley in a concert that delighting audiences and critics alike and went down in history as “concert of the year” (All About Jazz). The promise of new encounters was fulfilled during a visit of the young trumpeter to Lisbon one year later, when they got together in the studio to eternalize the meeting in an album to be released by Clean Feed. piano Rodrigo Pinheiro contrabaixo Hernani Faustino bateria e percussão Gabriel Ferrandini trompete Nate Wooley no âmbito da rede

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Dossier

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o t s e f i n a m Um

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o t s e f i n a m m u é

o t s e f i n a m m u é

p o ip

“Um manifesto é uma comunicação feita ao mundo inteiro em que não há outra pretensão que não seja a descoberta do meio para curar instantaneamente a sífilis política, astronómica, artística, parlamentar, agronómica e literária. Pode ser doce, pachorrento, tem sempre razão, é forte, vigoroso e lógico. A propósito de lógico, acho-me muito simpático.” Manifesto sobre o amor débil e o amor amargo, Tristan Tzara Jornal

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quero

pratico

espero vejo

pretendo

desejo

acredito

cultivo

entendo provoco

I

É possível (e até bastante provável) que o nosso tempo se caracterize por um esvaziamento do significado das palavras ou, no mínimo, do seu impacto. Como se todos os limites da linguagem tivessem há muito sido transpostos, comprimindo as margens de uma transgressão em tempos celebrada (e ocasionalmente praticada) por vanguardas estéticas e artistas malditos; e como se, num domínio simbólico crescentemente apoderado por regimes de imagem cada vez mais acelerados e potentes, pouco espaço sobrasse para a desmedida ambição que certas palavras transportam. É certo que o amortecimento do seu impacto não equivale a uma rarefação, pois é notório que as palavras se multiplicaram e estão agora em todo o lado, digitais ou analógicas, impressas, “pixelizadas”, projetadas à nossa volta, preenchendo e saturando de significados o nosso quotidiano, sorrindo-nos, persuadindo-nos, seduzindo-nos com promessas ou governando-nos com imperativos. Simplesmente (e há muito pouco de simples nisto), as palavras servem agora sobretudo de complemento e suporte de imagens, quando não as integram, tornando-se elas próprias um elemento gráfico. É por isso inteiramente lícito que nos interroguemos sobre a relação possível entre o esvaziamento das palavras e a sua subordinação à hegemonia das imagens, das quais se diz agora valerem, cada uma delas, mais do que mil palavras, num câmbio tão duvidoso quanto sugestivo. Este esvaziamento das palavras é particularmente relevante quando nos debruçamos sobre a coisa-manifesto, essa espécie de cometa feito de palavras e lançado em direção ao planeta Terra a uma velocidade vertiginosa e imparável. Porque é feito de palavras,

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Jornal

o manifesto deve (tem de) contar com a sua solidez e acutilância, pois só com as palavras certas se torna possível rasgar o manto de conformismo, tédio, banalidade, injustiça ou infâmia contra o qual se dirige. As palavras e a sua capacidade de detonação e perfuração são a pólvora sem a qual o manifesto seria incapaz de se lançar à conquista do mundo, a artilharia necessária para derrubar a grande muralha da China que perante ele se ergue, ameaçadoramente estável e indestrutível, protegendo o império do meio dos seus bárbaros vizinhos. Certas palavras, é sabido, são capazes das mais ousadas proezas, podem ferir e doer, tornam-se imprevisíveis e indomáveis assim que abandonam a lâmpada mágica onde se encontravam abrigadas. Pense-se em termos como “honra”, “fé”, “Deus”, “verdade”, “razão”, “liberdade”, “progresso” ou “revolução”, para mencionar apenas alguns dos mais óbvios, e siga-se o respetivo percurso histórico, quantas vidas foram capazes de determinar e moldar com o seu misterioso poder encantatório, quantas batalhas, disputas, intrigas, escolhas, percursos e mudanças operaram ao longo dos tempos. A banalização das palavras surge como algo novo e sem precedentes, um estado de coisas cujo alcance estamos longe de aferir, ainda que o seu impacto se apresente inegável, por se tratar de um abalo profundo do chão em que nos movemos, capaz de deitar por terra mais do que um dos edifícios que nos habituámos a considerar sólidos. Semelhante terramoto pode vir a ameaçar toda essa cidade a que chamamos cultura, conferindo-lhe uma estrutura inteiramente diferente.

II

E é ainda possível que seja o domínio da política o mais evidentemente contaminado pelo esvaziamento das palavras. Nunca é demais insistir no facto de este domínio se ter tornado um terreno cada vez mais sujeitado ao conceito de “técnica”, palavra cujo poder resulta precisamente desse esvaziamento, provocando-o e multiplicando-o, ocupando uma superfície crescente daquilo a que por convenção chamamos política e tornando-a impermeável às restantes palavras, preenchendo o espaço discursivo e subordinando-o ao imperativo categórico que é a própria motivação da técnica, ou seja, fazer as coisas funcionarem. É precisamente contra esse funcionamento, o movimento automático e incessante de máquinas repletas de engrenagens de dimensões e velocidades variáveis, que irrompe o manifesto. Mais do que um grãozinho na engrenagem, ele é, ou propõe-se ser, uma nociva combinação de a) instruções acerca do funcionamento das coisas, b) elementos para a compreensão da necessidade de acabar com esse funcionamento, c) anúncio da vontade de tomar para si essa tarefa, d) convite à participação na aventura que ela transporta. Um manifesto manifesta-se destacando-se da sucessão indiferente de vocábulos e da constatação morna dos factos. Os manifestos não começam, arrancam. Atrás de cada umas das suas palavras ruge sempre um “É preciso”. E se é verdade que a própria continuação do estado das coisas não passa, também ela, sem fazer soar este “É preciso” a cada instante, para relembrar os céticos e chamar à razão os delirantes, no manifesto ela emerge intempestiva, sem pedir licença e sem vergonha na cara, como réplica desavergonhada à normatividade envergonhada. O manifesto deve ser, garante-nos Tzara, forte, vigoroso e lógico.


sinto

imagino

intento

inspiro

solicito

posso O manifesto visa subverter a política que estrutura este ou aquele mundo, da arte ou da organização do trabalho, do Estado ou da medicina psiquiátrica ou do urbanismo moderno. Nem sempre é evidente o que é ou não manifestável, e isso é também uma virtude do manifesto, a de nunca sabermos de onde vai surgir o próximo ou sequer se seremos capazes de o reconhecer de imediato, pois que está na sua própria natureza subverter e abalar e confundir tudo aquilo que sabíamos (incluindo tudo aquilo que sabíamos sobre manifestos) até ao momento em que ele irrompe, furioso, perante os nossos olhos, desafiando todas as definições enciclopédicas iniciadas com as palavras “Um manifesto é…”. Um manifesto é um manifesto é um manifesto.

III

Hoje, afortunadamente para nós, parece que as palavras se esvaziaram sem se extinguir totalmente, uma vez que voltamos a ouvi-las, ainda que não se pareçam com as palavras que estávamos habituados a ouvir, e parecem estar fortemente empenhadas em dotar-se de todo o significado e impacto que vinham perdendo. A ninguém passará despercebido o facto de ultimamente, mais do que acontecia há algum tempo atrás, as pessoas se manifestarem e a ligação entre política, linguagem e revolta, que está na base de tudo o que aqui nos interessa, tenha sido restabelecida. Uma ligação tanto mais importante quanto se trata de uma reapropriação, tão inesperada como repleta de alcance, do terreno do qual brotam manifestos, ou seja, da história, entendida como domínio

considero

sobre o tempo vivido e consciência das múltiplas possibilidades que ele encerra. As palavras voltam a ganhar significado porque a própria vida se tornou um tema político incontornável para uma multidão de pessoas, incrédulas relativamente ao que lhes vem sendo apresentado como uma inevitabilidade. E, ganhando as palavras significado, voltam a ser potencialmente ameaçadoras, abrindo caminho à disputa pela hegemonia desses significados. Nestas praças e edifícios onde a palavra readquire significado, ganha forma uma política em busca da sua linguagem, uma política que nasce da revolta mas não se esgota nela, precisamente por ser capaz de convocar em seu auxílio palavras capazes de transformar o inevitável no imprevisível e de converter indignações e descontentamentos vários numa conspiração entre iguais. Em semelhantes terrenos, surge frequentemente a necessidade e o prazer de redigir manifestos, pois ainda que os apologistas da ordem estabelecida invoquem a sabedoria popular para defender a sua causa, garantindo-nos que o que tem de ser tem muita força, a ninguém é estranha a não menos popular e não menos sábia máxima segundo a qual é a falar que a gente se entende. E uma vez que é fisicamente impossível falar com todos os que integram semelhante conspiração — cuja dimensão planetária poucos contestam —, escreve-se e lê-se e partilha-se e fala-se um pouco mais acerca de tudo isso, até que os manifestos são tantos que se torna difícil contá-los, correndo à solta, dançando à chuva, lutando corpo a corpo ou piscando-se mutuamente os olhos em cortês cumplicidade.

IV

Será ainda demasiado cedo, porventura, para compreender o alcance de tudo isto que tem acontecido nos últimos dois anos, ainda que seja suficientemente tarde para verificar que esta ressuscitação da linguagem, e a súbita multiplicação de manifestos que a demonstra, ocorre num momento em que tudo aquilo que é sólido parece desfazer-se no ar e se ensaiam experiências de uma outra vida em comum. Veja-se o caso do manifesto da ocupação de Wall Street. Uma vez que a utilização de um sistema sonoro foi proibida pelas autoridades nova-iorquinas, centenas de vozes juntaram-se para criar um “microfone humano” através do qual as intervenções em cada assembleia, a começar pelo próprio manifesto da ocupação, chegam a todos os cantos da praça onde ela decorre, demonstrando assim que as palavras possuem uma força que lhes é própria, uma ressonância imperscrutável capaz de furar inumeráveis proibições e adversidades. Este é o tempo dos manifestos. Que ele possa durar o tempo suficiente para “a descoberta do meio para curar instantaneamente a sífilis política, astronómica, artística, parlamentar, agronómica e literária”.

escrevo Jornal

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Verde passo a passo E

m 2011, o Teatro Maria Matos organizou a conferência internacional Dois Graus, sobre Arte, Alterações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável. As palestras de especialistas nacionais e internacionais na matéria provocaram no público presente e nos colaboradores do Teatro uma tomada de consciência sobre o papel do setor cultural no processo de transição para a sustentabilidade e forneceram as linhas gerais para um plano de implementação de práticas sustentáveis no quotidiano do Teatro. Não existem dados para Portugal, mas tomando como referência os teatros de Londres, sabemos que estes emitem anualmente 50 000 toneladas de CO2, o equivalente às emissões anuais de cerca de 9 mil habitações. Lisboa não é Londres, porém os números dão uma ideia da importância do problema. Os dados estatísticos de Londres são também relevantes no que toca às origens das emissões, porque o primeiro passo para as reduzir é saber onde intervir. • • • • • • • •

Climatização e aquecimento dos auditórios ................................ 35% Climatização e aquecimento das salas de ensaios ....................... 28% Funcionamento escritórios (incl. climatização e aquecimento) ... 9% Eletricidade palco .......................................................................... 9% Sistemas noturnos ......................................................................... 6% Pré-produção ................................................................................. 5% Materiais (cenários, figurinos, etc.)................................................ 5% Iluminação exterior ....................................................................... 2%

Com base nestes números e nas experiências partilhadas com organizações como a ArtsAdmin e a Julie’s Bicycle durante a conferência, delineámos as áreas prioritárias de intervenção no nosso Teatro. Para ouvir na íntegra todas as palestras e workshops da conferência Dois Graus consulte www.teatromariamatos.pt/pt/audio-video/dois-graus

Estabelecemos uma parceria com a Lisboa E-Nova, Agência Municipal de Energia e Ambiente, de forma a podermos organizar dados e monitorizar os consumos energéticos do Teatro. A Agência forneceu um diagnóstico preciso do consumo atual do Teatro; no futuro, a sua monitorização ajudarnos-á a medir o impacto das medidas implementadas. Sabendo isto, decidimos implementar as seguintes medidas para otimizar a eficiência energética: • Limite de utilização do sistema de ar condicionado nas zonas públicas e nos escritórios • Substituição progressiva das lâmpadas atuais por lâmpadas de baixo consumo e colocação de sensores de movimento para iluminação de alguns dos espaços públicos • Limite de temperatura e horário de carga de termoacumulador • Colocação de uma interface na zona técnica para monitorizar os consumos no local A eficiência energética do edifício passaria também pela utilização de fontes de energia renováveis e medidas de isolamento térmico, objetivos a concretizar necessariamente a médio e longo prazo.

Em relação aos resíduos, intensificámos as práticas de redução de consumos e reciclagem: • Consumo de água da torneira em substituição ao consumo de água engarrafada • Eliminação total de garrafas e copos de plástico • Reciclagem de papel, embalagens, tinteiros, equipamentos eletrónicos, madeira, etc. • Uso de papel e de plástico reciclado de produção nacional em todos os suportes gráficos e estacionário • Utilização de detergentes biodegradáveis • Configuração dos computadores para impressão de baixa qualidade e a preto e branco por defeito • Redução de fluxo em todas as torneiras e revisão de sistema de temporização

A limitação das emissões com viagens e transportes é uma das medidas mais difíceis a implementar no contexto do trabalho realizado pelo Teatro Maria Matos, já que inclui não só as deslocações dos colaboradores do Teatro, mas também as viagens e transportes de artistas estrangeiros. Mesmo assim, há medidas concretas que já foram adotadas: • Utilização de transportes públicos para deslocações locais e nacionais, sempre que possível • Otimização das viagens de artistas estrangeiros através da programação em rede • Pagamento de taxa de carbono para as viagens internacionais dos colaboradores do Teatro • Aquisição de produtos de origem nacional e com a menor distância de fornecimento, sempre que possível • Utilização do serviço de estafeta em bicicleta para entregas urbanas

Um ponto essencial na transição do Teatro Maria Matos para a sustentabilidade passa pela consciencialização e consequente mudança de hábitos. Artistas e companhias convidados, bem como a própria equipa do Teatro, dispõem agora de um green rider, que reúne práticas simples, porém essenciais, para uma mudança transversal no modo como trabalhamos. Também em relação ao público, o Teatro Maria Matos propõe-se a desenvolver ações de sensibilização e incentivos ao uso de transportes públicos, da bicicleta e de outros meios de transporte suave. A mudança de hábitos é tão importante como a implementação de soluções tecnológicas, mas leva tempo e só pode ser alcançado através de um esforço continuado e conjunto. A partir de agora, o Teatro Maria Matos vai-se tornando mais verde, passo a passo.


Teatro Maria Matos Bilheteira todos os dias das 15h00 às 20h00 em dias de espetáculo, até 30 minutos após o início do mesmo 218 438 801 bilheteira.teatromariamatos@egeac.pt bilheteira online: www.teatromariamatos.pt Outros locais de venda ABEP | Agência de bilhetes Alvalade | CTT | Fnac | São Luiz Teatro Municipal

Descontos* desconto 50% menores de 30 anos, estudantes, maiores de 65 anos, profissionais do espetáculo, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, funcionários da CML e empresas municipais (extensível a acompanhante) desconto 30% grupos com dez ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) Assinatura X/X0 janeiro a março desconto de 20% na compra de 2 bilhetes inteiros, 30% na compra de 3 bilhetes inteiros, 40% na compra de 4 bilhetes inteiros, 50% na compra de 5 bilhetes inteiros ou mais para diferentes espetáculos deste trimestre no Maria Matos Teatro Municipal e no São Luiz Teatro Municipal. Não acumulável com outros descontos e não extensível a bilhetes de preço único. Apenas disponível nas bilheteiras centrais de ambos os Teatros. Assinatura não aplicável a todos os espectáculos do Teatro São Luiz, ver condições em www.teatrosaoluiz.pt e www.teatromariamatos.pt

descontos aplicáveis aos espetáculos do ciclo teatro|música 50% <30 anos e >65 anos | 30% Grupos de 10 ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) e profissionais do espetáculo *descontos não acumuláveis

Programa para crianças e jovens espetáculos 7€ preço único para adultos 3€ preço único para menores de 13 anos

Isabel Minhós Martins, Bernardo Carvalho & Suzana Branco Daqui vê-se melhor estreia: outubro 2010 Estarreja, Cine-Teatro de Estarreja, 8 e 9 janeiro 2012 Guimarães, Cine-Teatro de Estarreja, 8 e 9 janeiro 2012 Guarda, Teatro Municipal da Guarda, 17 e 18 fevereiro 2012 Vila Real, Teatro de Vila Real, 25 fevereiro 2012 Bragança, Teatro Municipal de Bragança, 24 março 2012 Portimão, Teatro Tempo, 30 e 31 março 2012

mala voadora & Third Angel What I heard about the world estreia: novembro 2010 Stockton, Stockton Arts Center, 2 fevereiro 2012 Newcastle, Northern Stage, 9, 10 e 11 fevereiro 2012 Cambridge, Junction, 14 fevereiro 2012 Crewe, Axis Art Center, 16 fevereiro 2012 Londres, Soho Theatre, 22, 23, 24, 25, 29 fevereiro e 1, 2, 3 março 2012 Exeter, Exeter Phoenix, 6 março 2012 Bristol, Tobacco Factory, 8 e 9 março 2012 Glasgow, New Territories, 13 março 2012 Corby, The Core, 15 e 16 março 2012

Catarina Requeijo Amarelo estreia: março 2011 Sesimbra, Cineteatro Municipal João Mota, 13 janeiro 2012

Teatro Praga Israel estreia: setembro 2011

reservas para escolas Rafaela Gonçalves 218 438 800 rafaelagoncalves@egeac.pt

Bobigny, MC93, 3, 4 e 5 fevereiro 2012

Reservas Levantamento prévio obrigatório até 48 horas antes do espetáculo.

Classificação Os concertos, os espetáculos de dança e os espetáculos para crianças e jovens têm classificação “maiores de 3 anos”. Os restantes espetáculos incluídos neste programa têm classificação a definir, exceto quando mencionado

Como chegar Maria Matos Teatro Municipal Avenida Frei Miguel Contreiras, 52 1700-213 Lisboa

Coproduções em digressão janeiro a março 2012

comboio Roma-Areeiro metro Roma autocarros 7, 35, 727, 737, 767

Receber informação do Teatro Maria Matos Para receber o nosso jornal e newsletter consulte o nosso site www.teatromariamatos.pt

Leonor Barata Azul estreia: janeiro 2012 Coimbra, Teatro Académico Gil Vicente, 13 e 14 janeiro, 3 e 4 fevereiro 2012 Guimarães, Centro Cultural Vila Flor, 23 a 25 fevereiro 2012

TOK’ART You never know how things are going to come together estreia: fevereiro 2012 Cartaxo, Centro Cultural do Cartaxo, 18 fevereiro 2012 Guarda, Teatro Municipal da Guarda, 24 fevereiro 2012 Viseu, Teatro Viriato, 25 fevereiro 2012


a r u t a n si

As

o r i e n a j

o ç r a m a

Desconto de 20% na compra de 2 bilhetes inteiros, 30% na compra de 3 bilhetes inteiros, 40% na compra de 4 bilhetes inteiros, 50% na compra de 5 bilhetes inteiros ou mais para diferentes espetáculos deste trimestre no Maria Matos Teatro Municipal e no São Luiz Teatro Municipal. Não acumulável com outros descontos e não extensível a bilhetes de preço único. Apenas disponível nas bilheteiras centrais de ambos os Teatros. Assinatura não aplicável a todos os espectáculos do Teatro São Luiz, ver condições em www.teatrosaoluiz.pt

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Escritórios Rua Bulhão Pato, 1B 1700-081 Lisboa

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mm jornal proprietário EGEAC, EEM diretor Mark Deputter editora Catarina Medina design e fotografia da capa Luciana Fina e Moritz Elbert morada Calçada Marquês de Tancos, 2, 1100-340 Lisboa sede de redação Rua Bulhão Pato, 1B, 1700-081 Lisboa tiragem 37 950 exemplares periodicidade trimestral tipografia Lisgráfica A fotografia da capa foi tirada na montra da Fabrica de Sant’Anna em Lisboa.

diretor artístico Mark Deputter programador música Pedro Santos programadora crianças e jovens Susana Menezes assistente de programação Laura Lopes gestora Andreia Cunha adjunta de gestão Glória Silva diretor de produção Joaquim René adjunta direção de produção Mafalda Santos produtora executiva Ana Gomes produtora crianças e jovens Rafaela Gonçalves diretora de comunicação Catarina Medina gabinete de comunicação Rita Tomás imagem e design gráfico Luciana Fina e Moritz Elbert diretora de cena Rita Monteiro adjunta direção de cena Sílvia Lé camareira Rita Talina diretor técnico Zé Rui adjunto direção técnica Luís Duarte estagiária direção técnica Sara Garrinhas técnicos de audiovisual Félix Magalhães, Miguel Mendes e Rui Monteiro técnicos de iluminação/palco Catarina Ferreira, Luís Balola, Manuel Martins e Paulo Lopes bilheteira/recepção Diana Bento, Rosa Ramos e Vasco Correia frente de sala Complet’arte – Isabel Clímaco (chefe de equipa), Sérgio Torres, Ana Paula Santos, Fernanda Abreu, Cristina Almeida, Diogo Fonseca, Palmira Silva e Joaquim Torres

Este jornal foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico Impresso em papel reciclado de produção nacional

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