PROGRAmmA janeiro e fevereiro 2014

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p r o g R A mm A Janeiro

╓── FORCED ENTERTAINMENT ║ ║ Tomorrow’s Parties ║ ║ 1 teatro ↣ 21h30 ║ ╟ Æ qui 9 ║ ╟ Æ sex 10 ║ ╙ Æ sáb 11

╓── MARGARIDA MESTRE E ║ ║ ANTÓNIO-PEDRO: Poemas ║ ║ para bocas pequenas ║ ║ 1 crianças e jovens ║ ╟ Æ ter 14 ↣ 10h ║ ╟ Æ qua 15 ↣ 10h ║ ╟ Æ qui 16 ↣ 10h ║ ╟ Æ sex 17 ↣ 10h ║ ╟ Æ sáb 18 ↣ 11h e 16h30 ║ ╙ Æ dom 19 ↣ 11h e 16h30 ╓── CASS MCCOMBS ║ ║ Big Wheel and Others ║ ║ 1 música ↣ 22h ║ ╙ Æ qui 16

╓── INÊS BARAHONA & MIGUEL ║ ║ FRAGATA: A Caminhada ║ ║ dos Elefantes ║ ║ 1 crianças e jovens ║ ╟ Æ qua 22 ↣ 10h ║ ╟ Æ qui 23 ↣ 10h ║ ╟ Æ sex 24 ↣ 10h ║ ╟ Æ sáb 25 ↣ 16h30 ║ ╙ Æ dom 26 ↣ 11h e 16h30

╓── MEG STUART/DAMAGED GOODS ║ ║ & MÜNCHNER KAMMERSPIELE ║ ║ Built to Last ║ ║ 1 dança ↣ 21h30 ║ ╟ Æ qui 30 ║ ╙ Æ sex 31

Fevereiro 2014

╓── SONIC BOOM/Experimental ║ ║ Audio Research ║ ║ 1 música ↣ 22h ║ ╙ Æ qui 06

╓── LUIS GODINHO, BERNARDO ║ ║ CARVALHO E ÁLVARO MAGALHÃES ║ ║ Contos do Lápis Verde ║ 1 ║ crianças e jovens ║ ╟ Æ sáb 8 ↣ 16h30 ║ ╟ Æ dom 9 ↣ 11h e 16h30 ║ ╙ Æ ter 11 a sex 14 (escolas) ╓── PEDRO GIL E TONAN QUITO ║ ║ Fausta ║ ║ 1 teatro ║ ╟ Æ qua 12 ↣ 21h30 ║ ╟ Æ qui 13 ↣ 21h30 ║ ╟ Æ sex 14 ↣ 21h30 ║ ╟ Æ sáb 15 ↣ 21h30 ║ ╙ Æ dom 16 ↣ 18h30

╓── BERNARDO CARVALHO, ║ ║ ISABEL MINHÓS MARTINS ║ ║ E MARIA RADICH: Eu também ║ ║ moro na ponta dos pés ║ ║ 1 crianças e jovens ║ ╟ Æ qui 13 ↣ 10h ║ ╟ Æ sex 14 ↣ 10h ║ ╟ Æ sáb 15 ↣ 11h e 16h30 ║ ╙ Æ dom 16 ↣ 11h e 16h30 ╓── VASCO MENDONÇA ║ ║ E KATIE MITCHELL ║ ║ The House Taken Over ║ ║ 1 teatro/música ↣ 21h30 ║ ╟ Æ sex 21 ║ ╙ Æ sáb 22 ╓── BILL CALLAHAN ║ ║ Cinema São Jorge ║ ║ 1 música ↣ 22h ║ ╙ Æ sáb 22

╓── EDIT KALDOR: Woe ║ ║ 1 teatro ↣ 21h30 ║ ╟ Æ qui 27 ║ ╙ Æ sex 28

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL


Equipa diretor artístico Mark Deputter diretora executiva Andreia Cunha programador música Pedro Santos programadora crianças e jovens Susana Menezes assistente de programação Laura Lopes adjunta gestão Glória Silva diretor de produção Joaquim René adjunta direção de produção Mafalda Santos produtora executiva Catarina Ferreira produtora crianças e jovens Rafaela Gonçalves estagiário de produção Tiago Antunes diretora de comunicação Catarina Medina gabinete de comunicação Rita Tomás textos e conteúdos Maria Ana Freitas imagem e design gráfico barbara says… diretora de cena Rita Monteiro adjunta direção de cena Sílvia Lé

PROGRAmmA

camareira Rita Talina

proprietário EGEAC, EEM

diretor técnico Zé Rui

diretor Mark Deputter

adjunta direção técnica Anaísa Guerreiro

editora Catarina Medina

técnicos de audiovisual Félix Magalhães, Miguel Mendes e Rui Monteiro

retroversões Nuno Ventura Barbosa

técnicos de iluminação/palco Luís Balola, Manuel Martins, Nuno Samora e Paulo Lopes bilheteira/receção Diana Bento, Rosa Ramos e Vasco Correia frente de sala Letras & Partituras — Isabel Clímaco (chefe de equipa), Afonso Matos, Ana Paula Santos, Ivo Malta e Ana Rita Carvalho (estagiária)

morada Calçada Marquês de Tancos, 2, 1100-340 Lisboa sede de redação Rua Bulhão Pato, 1B, 1700-081 Lisboa periodicidade bimestral O PROGRAmmA foi escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 Foi impresso em papel reciclado de produção nacional


Índice TEATRO

Æ FORCED ENTERTAINMENT

Tomorrow’s Parties Æ PEDRO GIL E TONAN QUITO Fausta Æ EDIT KALDOR Woe

MÚSICA

Æ CASS MCCOMBS

Big Wheel and Others Æ SONIC BOOM/Experimental Audio Research Æ BILL CALLAHAN Dream River

CRIANÇAS E JOVENS

Æ MARGARIDA MESTRE E ANTÓNIO-PEDRO

Poemas para bocas pequenas Æ INÊS BARAHONA & MIGUEL FRAGATA A Caminhada dos Elefantes Æ LUÍS GODINHO, BERNARDO CARVALHO E ÁLVARO MAGALHÃES Contos do Lápis Verde Æ BERNARDO CARVALHO, ISABEL MINHÓS MARTINS E MARIA RADICH Eu também moro na ponta dos pés

DANÇA

Æ MEG STUART/DAMAGED GOODS

14 28 36

18 24 34

16 20 26 30

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& MÜNCHNER KAMMERSPIELE Built to Last

Teatro/música

Æ VASCO MENDONÇA E KATIE MITCHELL

The House Taken Over

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Artista na cidade

T im Etchells 2 014 O meu trabalho é diverso e estende-se da sua base nas artes performativas às artes visuais e à ficção. Trabalhar em áreas tão distintas abre oportunidades novas e deixa-me investigar ideias através de caminhos diferentes, na esperança de que seja possível aproximar-me, ou talvez afastar-me, dos temas e das experiências que me interessam — sempre à procura de novas perspetivas. Tim Etchells

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O artista britânico Tim Etchells é o artista convidado para a segunda edição da bienal Artista na Cidade. Depois de uma primeira edição em 2012, e de um ano de trabalho rico e intenso em torno da obra da coreógrafa belga Anne Teresa De Keersmaeker, o Alkantara festival, o British Council, o Carpe Diem, o Centro Cultural de Belém, a Culturgest, a EGEAC, o Festival Temps d’Images, o Maria Matos Teatro Municipal e o São Luiz Teatro Municipal formam, em 2014, uma teia colaborativa que permitirá trazer a Lisboa uma perspetiva alargada da obra de Tim Etchells — uma obra com assinatura individual, mas igualmente associada aos Forced Entertainment, coletivo que neste ano celebra o seu trigésimo aniversário. O impacto do trabalho desenvolvido com os Forced Entertainment, a diversidade da sua obra e a multiplicidade das suas colaborações artísticas fazem de Tim Etchells uma figura incontornável na cena artística contemporânea e um convidado ideal para o projeto Artista na Cidade. Tal como Anne Teresa de Keersmaeker, Tim Etchells não é estranho à cidade de Lisboa, tendo apresentado ao público lisboeta várias das suas criações ao longo dos últimos 25 anos. Tim Etchells Artista na Cidade 2014 é, deste modo, um reencontro e uma oportunidade para aprofundar o diálogo com uma das vozes mais proeminentes da criação contemporânea internacional. O Teatro Maria Matos recebe Tim Etchells em três momentos. O primeiro encontro dá-se em janeiro com a deliciosa peça Tomorrow’s Parties. No contexto do Alkantara festival, recebemos uma das obras-sinais que o festival encomendou ao artista. E, em novembro, encerramos o programa Artista na Cidade em parceria com o Teatro São Luiz com Real Magic, uma semana repleta de espetáculos, leituras, palestras, performances e outras intervenções.

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Nada de atacadores Uma entrevista com Tim Etchells

Forced Entertainment tem 30 anos. Trata-se de uma companhia internacionalmente reconhecida, que já garantiu o seu lugar na História do Teatro, mas que continua a ser olhada com desconfiança pela parte mais estabelecida do teatro. Porque é que achas que isto acontece? Julgo que em parte é porque nos atraem coisas que são de certa forma desconfortáveis e não-resolvidas. Muita gente gosta muito do trabalho, claro, mas sei que somos puxados para formas e texturas não-resolvidas. Essa pode ser uma das razões. Outra pode ter que ver com um interesse por um tipo de estética muito caseira, trash, informal. Muitas vezes parece que não se fez grande coisa; o trabalho pode parecer remendado ou preguiçoso. A verdade é que é muito trabalhado e preciso… mas temos o cuidado de esconder isso! Foi muito interessante apresentar The Coming Storm em Avignon. Correu mesmo bem, mas nos primeiros quinze minutos podia-se sentir o público, que provavelmente não conhecia muito bem o nosso trabalho, a pensar: “O que é isto? O que é que eles estão a fazer? Nem sequer parece um espetáculo!” Começa de uma maneira tão informal, com eles a arrastarem os pés para pegarem no microfone, que as pessoas levam algum tempo até se adaptarem ao trabalho e verem que há um conjunto hábil e complexo. Não é logo evidente. Uma dramaturga inglesa disse-me recentemente que alguém que acha que não gosta de teatro vai provavelmente adorar um espetáculo dos Forced Entertainment…

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Artista na Cidade Tim Etchells

Acho que isso é muito verdade. Em muitos lugares, e certamente em Inglaterra, o público que vem ver os Forced Entertainment não é necessariamente uma população habituada a ver teatro; ou não vê muita coisa ou não gosta de muito do que encontra no teatro. Isso é talvez porque o que fazemos é bastante direto, e tem um lado lúdico e solidamente quotidiano. Não tratamos o teatro de modo respeitoso, fazemos uma trapalhada, partimo-lo e esmigalhamo-lo, e acho que as pessoas se podem relacionar com essa atitude, especialmente quem “vem de fora”. Mas, claro, é um paradoxo, porque ao mesmo tempo estamos a tentar construir coisas lá dentro. Portanto trata-se de desmontar o teatro e simultaneamente trabalhar com ele, reinventá-lo. Passámos trinta anos com esta pergunta: o que fazer com o teatro?… Porque é que nunca fizeram repertório, peças já existentes? Enquanto companhia temos um enorme problema com o diálogo — o centro do drama em que os intérpretes estão a falar uns com os outros numa situação ficcional. Sempre me causou perplexidade a forma explícita de diálogo. Se olharem para as nossas peças ao longo de trinta anos, veem que quase nunca há diálogo. Pode ter-se a noção de que as pessoas estão a falar umas com as outras, mas trabalhamos em formas de fazer com que isso aconteça sem usar o diálogo propriamente dito. Criamos algo parecido com diálogo, em que as figuras nos espetáculos fazem afirmações públicas, mas secretamente estão a falar umas com as outras. De vez em quando, lemos peças nos ensaios — Pinter ou Shakespeare ou Tchekov — e sempre que o fazemos fico fascinado mas desconcertado; não sei o que fazer com aquilo. As coisas que nos influenciam — em termos

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de texto — são formas mais públicas: entrevista, conferência de imprensa, stand-up comedy, cabaret, julgamento mediático… Formas mais diretas e populares. Há duas coisas que podemos associar ao vosso trabalho. Uma é a história ou situação que não chega ao fim; a outra é a lista ou catálogo que nunca mais acaba. O que é que te interessa nestes dois extremos, a interrupção e o interminável? O que na verdade junta essas coisas é que à sua maneira são ambos projetos incompletos. A cena, ou a história que é cortada, e a lista, ou catálogo em progresso, que por definição nunca pode ser completada. E por causa dessa incompletude, estas formas atiram o espectador ou a espectadora para uma situação em que são convidados a completar algo; fazer o trabalho de concretizar ou imaginar. Isso é uma parte importante do meu trabalho em qualquer meio, seja no contexto da arte contemporânea, ou no teatro e performance, ou na escrita; a ideia de que o espectador ou o observador, ou o leitor, é um participante ativo no processo de produção de significado e de constituição do acontecimento. E também mostram um processo: quando se ouve alguém a construir uma lista em improvisação, está a ouvir-se alguém a pensar em voz alta. Portanto há esse drama de para onde é que vai aquela cabeça e para onde é que iria a minha cabeça com o mesmo assunto. E a interrupção, por seu turno, também mostra sempre que o que está à vossa frente é contingente, que pode ser cortado. Sobre a afirmação paira um ponto de interrogação. Nada é inevitável. Sempre tive muita relutância em fazer afirmações singulares e definitivas. Não gosto de significados certinhos, que precisam de ser amarrados ou bem apertados como atacadores.

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Artista na Cidade Tim Etchells

Outro par de palavras contrastantes: tristeza e humor. O teu trabalho parece muito melancólico, triste, por vezes mesmo negro; mas ao mesmo tempo o humor é um elemento importante. O triste e o cómico, o violento e o cómico… estão muitas vezes ligados porque enquanto seres humanos não sabemos como reagir ao mundo, não sabemos se tem graça ou não. Tem graça e claro que não tem graça nenhuma. E o trabalho tenta falar sobre este estado de não-saber, e por essa razão estou interessado em situações em que por um lado estás a rir, de preferência bastante, e depois subitamente já não estás nada a rir. E depois tem graça outra vez. Este lado vira-casacas é muito propositado, e por vezes bastante cruel. É uma espécie de indecisão radical que está muito próxima do centro do trabalho. Isso também tem que ver com criar uma relação com o espectador? Liga-se ao desejo de criar um objeto que não pode ser contido por uma leitura única. Estou a tentar criar uma experiência para o espectador ou o visitante da galeria que não se confirme a si própria, de várias maneiras diferentes. Algo que te mantenha alerta, enquanto espectador, que te obrigue a negociar todas estas voltas e reviravoltas. E claro que o que faz também é obrigar-te a pensar sobre aquilo que estás a ver, e sobre o que é ver em primeiro lugar, sobre qual é o teu papel, enquanto espectador. E qual é o teu desejo, enquanto espectador. No teatro, há uma relação implícita, um sadismo voyeurista, uma sede de sangue até. Queremos ver danos, queremos ver trauma [risos]. As pessoas em palco têm de sofrer de alguma maneira! Porque é que será? Isso é posto em causa. E é ridicularizado, bem como a grandeza do trágico.

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Quando olho para as diferentes áreas do teu trabalho, fico com a impressão de que a coisa que junta tudo é a escrita, a linguagem. É esse o ponto de partida criativo? É uma das coisas que liga tudo o que faço. É a coisa que impregna tudo. É central, mas não é condutora. Pode ser o ponto de partida, mas quase sempre não é. O ponto de partida tem quase sempre que ver com o visual. Em First Night, por exemplo, a primeira coisa foi o sorriso. Tinha os performers vestidos como para um cabaret, e com uma maquilhagem ligeiramente ridícula, e tinha-os a fazer uns sorrisos dementes. E ficaram assim em linha nos ensaios durante uma semana. Não conseguia pensar em nada para eles dizerem ou fazerem. Mas continuei a olhar para aquilo, e continuámos a olhar para aquilo, e a achar aquilo extremamente esquisito, e estranho, e forte. E demorou muito tempo até descobrir que linguagem pertencia ali. Outro ponto de partida é obviamente o meu caderno. Sou um colecionador de linguagem — coisas entreouvidas, coisas dos jornais ou da Internet, expressões que me vêm à cabeça —, estou constantemente a colecionar coisas que possam um dia vir a dar jeito! Talvez outra coisa que também vem antes da linguagem é a ideia de jogo, e de regras que é preciso estabelecer… Estamos sempre à procura de jogos. Uma vez decidido que o espetáculo não é uma história, esta ideia do jogo ou do ritual é importante. O que se vê é um grupo de intérpretes a trabalhar sobre um tema dentro de um conjunto de restrições e isso torna-se uma forma muito útil de estruturar, de fazer dramaturgia, de fazer o tempo fluir de maneiras diferentes. Podemos pressionar-nos uns aos outros, podemos jogar uns com os outros, e as mudanças de abordagem dão-te qualquer coisa das forças dinâmicas que se poderiam esperar de uma narrativa. Mas são

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Artista na Cidade Tim Etchells

constituídas diversamente — porque na narrativa há aquela ideia ilusionista de um mundo ficcional coerente com causalidade e consequência, enquanto nos jogos com regras tudo é contingente, tudo é potencialmente alterável. Às vezes são jogos visuais, às vezes são jogos físicos, e muitas vezes são jogos linguísticos. O que é que esperas de um ano de Lisboa? Temos uma história antiga com a cidade e isso parece muito importante. Tem sido uma conversa longa e feliz com um grupo de programadores que têm apoiado o trabalho e que se têm empenhado nele de diferentes formas ao longo do tempo. Além disso, a oportunidade de mostrar o trabalho não só com a companhia, mas também o meu trabalho no contexto da arte contemporânea e outros tipos de projetos é bastante único. A iniciativa Artista na Cidade oferece a oportunidade de mostrar uma enorme diversidade e variedade de coisas. É uma possibilidade incrível de aprofundar uma conversa com os públicos. Também me entusiasma inaugurar conversas criativas com pessoas diferentes, escrever textos para a Companhia Maior e para o projeto PANOS, estar em conversas e colaborações com outros artistas da cidade. Estou muito entusiasmado com a possibilidade de pensar numa relação com a própria cidade, pondo peças de néon em vários lugares, escrevendo sobre Lisboa… Vai ser a primeira vez que há este tipo de foco num único lugar ao longo de um período de 12 meses. Vou como que mudar-me para Lisboa em 2014, o que vai ser muito bom [risos]… embora possa ser preciso em muitos outros lugares também! Entrevista de Mark Deputter e Francisco Frazão (versão editada — entrevista completa em www.artistanacidade.com) Derry e Lisboa, 27 de novembro 2013

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ARTISTA NA CIDADE 2014

Tim Etchells mais informações nos programas de cada instituição e em www.artistanacidade.com / programa sujeito a alterações

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Tomorrow’s Parties ★ As Festas de Amanhã Forced Entertainment 9 a 11 janeiro ● quinta a sábado ↣ 21h30 Maria Matos Teatro Municipal ver pág. 14

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The Coming Storm ★ A Tempestade que Aí Vem Forced Entertainment 19 a 21 março ● quarta a sexta ↣ 21h30 Culturgest

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And on the Thousandth Night… Forced Entertainment 22 março ● sábado ↣ 18h Culturgest

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Electric Words ★ Palavras Elétricas Alkantara festival 21 maio a 8 junho

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Tim Etchells / Jorge Andrade Companhia Maior Centro Cultural de Belém 24 a 27 outubro sexta a segunda ↣ 21h / domingo ↣ 16h

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Real Magic ★ Magia Real 8 a 16 de novembro ↣ sábado a domingo Maria Matos Teatro Municipal e São Luiz Teatro Municipal

E à Milésima Noite…

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Dirty Work ★ Trabalho Sujo Forced Entertainment

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Quizoola! Forced Entertainment

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The Notebook ★ O Caderno Forced Entertainment

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Æ

Void Story ★ História Vazia Forced Entertainment

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Sight is the Sense that Dying People Tend to Lose First ★ A Visão é o Sentido que os Moribundos Tendem a Perder Primeiro Tim Etchells

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Institute of Failure Tim Etchells e Matthew Goulish

Outros Programas Æ

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Textos

PANOS palcos novos palavras novas novembro 2014 a maio 2015 Culturgest Citybook Lisboa maio/junho Alkantara festival

Artes Plásticas e Vídeo Intervention 15 fevereiro a 26 abril Carpe Diem Arte e Pesquisa

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Empty Stages 1 junho a 31 julho Carpe Diem Arte e Pesquisa

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Video Work outubro/dezembro Carpe Diem Arte e Pesquisa/Temps d’Images

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Documentação Lisbon by Sound ★

Pelo Som de Lisboa Alkantara festival/British Council

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TEATRO ★ 9 a 11 janeiro quinta a sábado ↣ 21h30

FORCED ENTERTAINMENT (Sheffield)

Tomorrow’s Parties “Insuportavelmente triste, mas inacreditavelmente otimista.” ★★★★ The Guardian “Belo, luminoso e infinitamente profundo.” ★★★★ The Scotsman “Elegantemente construído e com humor… Tomorrow’s Parties inquieta os pensamentos: notável.” ★★★★ The Herald Com dois atores a partilhar um palco de 120 x 80 cm, Tomorrow’s Parties é um espetáculo pequeno, mas não deixa de ser uma das grandes peças de Forced Entertainment. Duas personagens estão num palco improvisado, debaixo da luz colorida de uma qualquer feira popular em declínio. Especulam sobre o que o amanhã pode trazer, imaginando diversos futuros hipotéticos. Em conjunto ou competindo entre si, constroem pequenas narrativas de otimismo e desespero, exploram visões utópicas e distópicas, traçam enredos de ficção científica e lançam fantasias absurdas, num olhar delicioso sobre os medos e esperanças que habitam o futuro. Desde a formação da companhia em 1984, Forced Entertainment tem-se confirmado como pioneira do teatro contemporâneo inglês. As suas criações, orientadas pelo diretor artístico Tim Etchells, são singulares, provocadoras e encantadoras, rompendo com as convenções do teatro e as expetativas dos espectadores. sala principal em inglês com legendagem duração: 80 min ● 14€ / 7€

With two actors on a 1,20 m x 0,80 m stage, Tomorrow’s Parties is small, but let there be no doubt: it is a great Forced Entertainment production . Exploring ideas and clichés about the countless possibilities the future holds, Tomorrow’s Parties brings together hundreds of small narratives of optimism and despair. A delightful look on the fears and hopes inhabiting the future.

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criação: Forced Entertainment — Robin Arthur, Tim Etchells, Richard Lowdon, Claire Marshall, Cathy Naden e Terry O’Connor interpretação: Cathy Naden e Robin Arthur encenação: Tim Etchells • cenário: Richard Lowdon desenho de luz: Francis Stevenson • produção: Jim Harrison e Ray Rennie coprodução: Belluard Bollwerk International (com a contribuição do Cantão de Friburgo para a Cultura), BIT Teatergarasjen, Internationales Sommerfestival, Kaaitheater, Kunstlerhaus Mousonturm, Theaterhaus Gessnerallee e Sheffield City Council • apoio: Stanley Thomas Johnson Foundation • Forced Entertainment é financiada pelo: Arts Council England imagem: © Hugo Glendinning


3 ↦5 anos ★ POESIA 14 a 19 janeiro ↣ terça a domingo coprodução mm

MARGARIDA MESTRE E ANTÓNIO-PEDRO Poemas para bocas pequenas Poemas para bocas pequenas é construído a partir de poemas de autores portugueses, de visitas ao cancioneiro popular e de pequenas pontes verbais que guiarão a linguagem, o corpo, o pensamento e a imaginação numa viagem plena de experiências musicais e sensoriais. Centrado em questões importantes da vivência entre os 3 e os 5 anos, como a família, a casa, a rua, o tempo, a terra, o ar ou o medo, Poemas para bocas pequenas explora as potencialidades musicais da linguagem e propõe que sintamos a poesia, orientando-nos por simples formas sonoras, espaciais e visuais que, ora enquadram, ora escondem, ora revelam as palavras. semana: 10h / sábado e domingo: 11h e 16h30 sala de ensaios ● criança: 3€ / adulto: 7€ duração: 30 min

Based on poems by Portuguese authors and on the Portuguese popular songbook, and giving greater importance to references of children this age, such as family, home, weather, land or fear, Poemas para bocas pequenas [Poems for little mouths] explores language’s musical potential, guiding us through simple sonorous, spatial and visual forms. direção, escrita e interpretação: Margarida Mestre cocriação, direção musical e interpretação: António-Pedro espaço cénico e figurinos: Inês de Carvalho consultadoria para a escrita: Dina Mendonça — especialista em Filosofia com e para crianças • produção: Companhia Caótica direção de produção: Maria Manuel — Stage One poemas: Sidónio Muralha, Luísa Ducla Soares, António Torrado, Fernando Manuel Bernardes, Cancioneiro Popular e poemas originais escritos para o recital • uma encomenda: Maria Matos Teatro Municipal coprodução: Centro Cultural Vila Flor, Centro de Arte de Ovar, Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Micaelense, Teatro Nacional São João, Teatro Virgínia e Teatro Viriato imagem: © fotografias de António-Pedro e composição gráfica de Sónia Vieira coprodução no âmbito da rede 5 Sentidos

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MÚSICA ★ 16 janeiro quinta ↣ 22h

CASS MCCOMBS Big Wheel and Others Na primavera passada, enquanto contávamos os dias para recebê-lo, Cass McCombs anunciou que uma queda e um braço partido o impossibilitariam de fazer a sua digressão europeia deixando-nos desiludidos, sem concerto. Aos poucos, enquanto esperávamos as boas novas da sua recuperação, fomos percebendo que a má notícia se transformaria numa boa nova, logo depois do verão. Big Wheel and Others foi começando a ser anunciado como o seu sétimo álbum e, talvez graças à pausa forçada, foi ganhando minutos e ambição, tornando-se, em outubro, num duplo disco de originais. E se é verdade que gastámos alguns preciosos adjetivos quando falámos de Cass McCombs pela primeira vez, nada nos dá mais alegria que voltar a repetir alguns deles, pois Big Wheel and Others consegue dar-nos mais um punhado de canções certeiras e arranjos perfeitos possuídos pelo espírito da fiel tradição cancioneira norte-americana — da poeira do deserto à soalheira Califórnia, entre blues e genuína americana. Inevitavelmente, esta é mais uma coleção notável de canções que ombreia com a sua luminosa discografia, na qual quase todos os temas parecem nascer com o paradigma de clássicos instantâneos. O desalento e a espera não foram fáceis, mas não podíamos esperar melhor recompensa do que ter Big Wheels and Others para usufruir no concerto prometido. sala principal ● 18€ / 9€

We expected him last May but an accident forced him to cancel part of his European tour. It wasn’t all bad: the break allowed McCombs to add to his amazing discography yet another brilliant album — and a double one. Here he is, at last, with new songs and acoustic arrangements he had promised us before last summer. voz e guitarra: Cass McCombs guitarra: Jon Shaw baixo: Dan Lead bateria: Dan Allaire imagem: © Pony Cassells

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8↦12 anos ★ TEATRO 22 a 26 janeiro ↣ quarta a domingo coprodução mm

INÊS BARAHONA & MIGUEL FRAGATA A Caminhada dos Elefantes A Caminhada dos Elefantes conta a história de um homem singular que dedicou a vida à salvação de elefantes. Quando ele morre, os animais vêm inexplicavelmente a sua casa prestar-lhe uma última homenagem: não era um homem qualquer, era um deles. Neste espetáculo, reflete-se sobre a existência, a vida e a morte, aceitando as perguntas e os pensamentos das crianças e oferecendo-lhes uma série de possibilidades de caminho. semana: 10h / sábado: 16h30 / domingo: 11h e 16h30 palco da sala principal ● criança: 3€ / adulto: 7€ duração: 50 min

A Caminhada dos Elefantes [The Elephants’ Walk] reflects upon existence, life and death based on the correspondence between, on the one hand, the questions and thoughts of children, and on the other hand a unique story – that of a man who dedicated his life to saving elephants. When he dies, the animals inexplicably come to his house to pay him one last tribute. conceção, dramaturgia e encenação: Miguel Fragata e Inês Barahona interpretação: Miguel Fragata • cenografia e figurinos: Maria João Castelo música: Fernando Mota • luz: José Álvaro Correia gestão de projeto: Meninos Exemplares • produção executiva: Sara Morais apoio à dramaturgia na vertente da Psicologia Infantil: Madalena Paiva Gomes • apoio à dramaturgia na vertente da Pedagogia: Elvira Leite consultoria artística: Giacomo Scalisi, Catarina Requeijo e Isabel Minhós Martins • coprodução: Artemrede Associados, Centro Cultural Vila Flor, Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Viriato projeto financiado por: DGArtes/Presidência do Conselho de Ministros/ Secretaria de Estado da Cultura • imagem: © UVA Design coprodução no âmbito da rede 5 Sentidos

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DANÇA ★ 30 e 31 janeiro quinta e sexta ↣ 21h30

MEG STUART/ DAMAGED GOODS & MÜNCHNER KAMMERSPIELE (Bruxelas/Munique)

Built to Last “A mesma música que serviu más intenções pode ser redimida para servir o Bem. Ou pode ser interpretada de uma forma muito mais ambígua. Com a música, nunca podemos ter a certeza. Na medida em que exterioriza as nossas paixões, a música é sempre uma potencial ameaça.” Slavoj Žižek

Apresentação no âmbito da rede House on Fire, com o apoio do Programa Cultura da União Europeia


Depois de ter aberto a temporada do Teatro Maria Matos em 2011 com o extraordinário Violet, Meg Stuart regressa com Built to Last. Este é o primeiro espetáculo em que a coreógrafa trabalha com música de compositores clássicos. O alinhamento que o dramaturgo musical Alain Franco criou para o espetáculo funciona como uma máquina do tempo. As faixas de Beethoven, Dvořák e Rachmaninoff, entre outros, transmitem uma esmagadora sensação de monumentalidade. “O título da peça” — comenta Meg Stuart —, “sugere uma fé em valores eternos e universais. Como podemos relacionar-nos com a expressão de tanta autoconfiança, quando vivemos num tempo em que é preciso reinventar-se continuamente? Em que as coisas são desenhadas para ter um tempo de vida limitado? No qual o sentimento de degradação contamina tudo?” Entre esperança e desespero, os cinco bailarinos viajam através da história da dança — e possivelmente em direção ao seu futuro. Ou nas palavras do jornal belga De Morgen: “Meg Stuart mostra-nos a condição humana nua e crua: desejo e impotência, ambição e ignorância, a grandiosidade dos conceitos e a limitação das pessoas. Ou seja, o poder do falhanço. É raro ver alguém falhar de maneira tão magnífica e divertida.” sala principal ● 18€ / 9€

Built to Last is the first performance in which Meg Stuart works with music by classical composers. The pieces by Beethoven, Dvořák e Rachmaninoff convey an overwhelming feeling of monumentality. “The expression ‘built to last’”, says Meg Stuart, “betrays a believe in eternal, universal values. How can we cope with the expression of such self-confidence when there is also the sense of an approaching end?” coreografia: Meg Stuart • cocriação e interpretação: Dragana Bulut, Davis Freeman, Anja Müller, Maria F. Scaroni, Kristof Van Boven • dramaturgia: Bart Van den Eynde, Jeroen Versteele • dramaturgia musical: Alain Franco • cenografia: Doris Dziersk figurinos: Nadine Grellinger • desenho de luz: Jürgen Tulzer, Frank Laubenheimer • desenho de som: Kassian Troyer • vídeo: Philipp Hochleichter produção: Damaged Goods e Münchner Kammerspiele Meg Stuart & Damaged Goods são financiados por: Autoridades Flamengas e Comissão Comunitária Flamenga • imagem: © Eva Würdinger

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MÚSICA ★ 6 fevereiro quinta ↣ 22h

SONIC BOOM/ EXPERIMENTAL AUDIO RESEARCH Na segunda metade dos anos 80, nenhuma banda fora tão eloquente no revivalismo e atualização do psicadelismo quanto os Spacemen 3, deixando, sobretudo, um trio de discos portentosos, antes de Peter Kember e Jason Pierce decidirem terminar a aventura em conjunto. Recurring, o álbum final e póstumo editado em 1991, é um exemplar documento de despedida, deixando claro na sua dualidade a influência no grupo de ambos os músicos e, sobretudo, as suas intenções futuras. Num dos lados do disco, o rock tingido de blues e gospel de Pierce, anunciando Spiritualized; no outro, uma dimensão sonora ambiental portentosa e trabalhada com minúcia, prevendo os passos de Spectrum, Experimental Audio Research e, a solo, como Sonic Boom. De facto, nos diversos contextos em que se integrou, Kember sempre orientou as suas composições numa direção: o espaço que nos rodeia é demasiado vazio e vasto para não o trabalharmos até ao mais ínfimo detalhe e redefinirmos as suas novas fronteiras entre o acústico e o eletrónico, entre o tradicional e o contemporâneo. É por isso que olhamos para Sonic Boom como um original vanguardista e intrépido explorador há três décadas, recebendo do público e de muitos artistas uma rara reverência. Numa altura em que se associa, uma vez mais, a Panda Bear para produzir o sucessor de Tomboy, e que colabora criativamente com os Peaking Lights, Sonic Boom criará um concerto especial para a nossa sala, mergulhado em imagens hipnóticas e cruzando as suas canções e canções de outros — Laurie Anderson, Kraftwerk ou Suicide, por exemplo — com o detalhe expansionista, transcendental e psicadélico de Experimental Audio Research, deixando-nos informação importante sobre seu próximo álbum, em preparação. sala principal ● 14€ / 7€ em colaboração com a Filho Único

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voz, sintetizadores, drum machine, samplers, vídeo: Sonic Boom imagem: © Steven Perilloux

Outstanding sound explorer over the last 30 years, both on board the influential Spacemen 3 and later on as Sonic Boom or Spectrum, Peter Kember has used the acronym EAR to go further than in any of his other projects. For this concert — custom made for our venue — besides the classical instrumental landscapes of the EAR’s cosmos, the English musician will subject some of his and others’ songs to the contemplating acidity and modern psychedelic of his machines.


10 ↦13 anos ★ LEITURAS ENCENADAS 8 e 9 fevereiro ↣ sábado e domingo produção mm Livros com pernas para andar

LUÍS GODINHO, BERNARDO CARVALHO E ÁLVARO MAGALHÃES Contos do Lápis Verde Livros com pernas para andar é um ciclo de leituras encenadas que resultam de uma parceria que realizamos nesta temporada com a Associação para a Promoção Cultural da Criança. Entre outros livros, a APCC editou Contos do Lápis Verde, de Álvaro Magalhães com ilustrações de Bernardo Carvalho. Promovendo a cocriação entre ilustradores e intérpretes, o Teatro Maria Matos convida agora o ator Luís Godinho a contar-nos estes Contos do Lápis Verde com a ajuda de Bernardo Carvalho e das suas criações plásticas. sábado: 16h30 / domingo: 11h e 16h30 sala de ensaios ● criança: 2€ / adulto: 2€ duração: 35 min aprox Escolas este projeto desloca-se às escolas no concelho de Lisboa ● mediante marcação 11 a 14 fevereiro ↣ terça a sexta (durante as manhãs) bilheteira@teatromariamatos.pt ● 21 843 88 01 preço: 60€ ● lotação máxima: 60 pessoas pagamento integral na bilheteira do Teatro Maria Matos para confirmação da reserva

In the series Livros com pernas para andar [Promising books], which promote co-creation between illustrators and performers, Teatro Maria Matos invites actor Luís Godinho to tell us the Contos do Lápis Verde [Tales of the Green Pencil] by Álvaro Magalhães, with the help of Bernardo Carvalho and his plastic creations.

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TEATRO ★ 12 a 16 fevereiro quarta a sábado ↣ 21h30 domingo ↣ 18h30 coprodução mm

PEDRO GIL E TONAN QUITO Fausta de Patrícia Portela

“De quão pouco precisamos para destruir a vida que temos? De quanto precisamos para mudar? De quão pouco é preciso acontecer para nos transformarmos noutra pessoa?” O Banquete, Patrícia Portela

Fausta nasce do desafio lançado pelos atores Pedro Gil e Tonan Quito à escritora Patrícia Portela. O espetáculo tem como ponto de partida o mais recente romance da autora, O Banquete, editado pela Caminho. A partir de uma seleção de excertos do livro, pretende-se reescrever a história de uma Fausta e das suas trocas diárias de almas. Em Fausta, o público reúne-se para ouvir uma mulher que narra a sua vida depois de morta na voz de dois homens. “Para desvendar todos os segredos, precisamos de reunir a história toda, as histórias todas… deste corpo que comporta muitos tempos”. Esta é a autópsia de uma narrativa póstuma à procura de um todo impossível. palco da sala principal ● 12€ / 6€

At actors Pedro Gil and Tonan Quito’s request, Patrícia Portela selected a few excerpts from her novel O Banquete [The Banquet], published in 2012 by Caminho, and rewrote the story of a female Faust and her soul exchanges, stressing her womanhood in the voice of two male actors. texto: Patrícia Portela a partir do seu romance O Banquete direção artística e interpretação: Pedro Gil e Tonan Quito espaço sonoro: Pedro Costa coprodução: Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Académico Gil Vicente, Os Narradores • parceria: Truta residências artísticas: O Espaço do Tempo, espaço Alkantara apoio: Pro.Dança • imagem: © José F. Azevedo

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3 ↦5 anos ★ TEATRO 13 a 16 fevereiro ↣ quinta a domingo produção mm

BERNARDO CARVALHO, ISABEL MINHÓS MARTINS E MARIA RADICH Eu também moro na ponta dos pés O corpo não é uma roupa que vestimos e despimos. O corpo somos nós: por fora e por dentro. O corpo está vivo: às vezes manda em nós, fala por nós, mexe-se sozinho. O corpo transforma-se: também é vento, chuva, uma estrela-do-mar. Há coisas difíceis que o corpo não faz: respirar debaixo de água, voar… Outras coisas parecem difíceis mas, se treinarmos muito, chegamos lá. Eu moro dentro do meu corpo e gosto de aqui morar. É um lugar bestial onde estão sempre a acontecer coisas. Contigo também é assim? Um ano depois da sua estreia no Teatro Maria Matos, Eu também moro na ponta dos pés, uma colaboração com o Planeta Tangerina, regressa à nossa sala para pôr crianças e adultos a pensar em tudo o que um corpo consegue fazer. semana: 10h / sábado e domingo: 11h e 16h30 sala de ensaios ● criança: 3€ / adulto: 7€ duração: 30 min

There are difficult things the body won’t do: breathing underwater, flying… Other things look difficult, but if one tries really hard one ends up getting there. One year after its premiere at Teatro Maria Matos, Eu também moro na ponta dos pés [I’m me from head to toe], a collaboration with Planeta Tangerina, returns to our stage in order to make children and adults alike think about everything a body can do. texto: Isabel Minhós Martins ilustrações (adereços, cenários, ambientes): Bernardo Carvalho composição musical, interpretação e gravação: Paulo Curado apoio à dramaturgia: Suzana Branco • construção do cenário: Tomás Viana atriz: Maria Radich • uma encomenda: Maria Matos Teatro Municipal produção: Maria Matos Teatro Municipal imagem: © José Frade

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TEATRO/MÚSICA ★ 21 e 22 fevereiro sexta e sábado ↣ 21h30

VASCO MENDONÇA E KATIE MITCHELL The House Taken Over “…uma pequena obra-prima, tensa como o apertar do parafuso, valorizada pela brilhante encenação de Katie Mitchell.” in Expresso, outubro 2013

The House Taken Over narra a história de dois irmãos adultos que vivem juntos numa casa, propriedade da família há várias gerações. Não sabemos o que os trouxe a esta situação, vemos apenas que a vida de ambos é tranquila, monótona até. No entanto, sob esta superfície desinteressante, existe uma ameaça desconhecida que determina as vidas dos dois. A história, inicialmente realista, vai sendo aos poucos povoada por elementos fantásticos e permanece tão inquietante quanto misteriosa, tal como as personagens, que nunca revelam as suas motivações ou a razão do seu medo. A estranheza do texto de Cortázar “oferece ao jovem compositor português Vasco Mendonça uma oportunidade de se desdobrar em combinações infinitas de tonalidades, cores e ritmos. As delícias musicais seguem-se numa panóplia de variações instrumentais” (Opera Today). Estreada em julho de 2013 no festival de Aix-en-Provence, a minuciosa obra deste promissor compositor convive com o trabalho da prestigiada encenadora britânica Katie Mitchell que, com mestria, transpõe para palco a perturbante alienação da Casa Tomada. sala principal ● em inglês com legendagem 16€ ● descontos dos espetáculos da Fundação Calouste Gulbenkian no ciclo teatro/música

Performed in English! The House Taken Over tells the story of two adult brothers living together in a house that has been in the family for several generations. Despite the seeming peacefulness, they live under a powerful, unknown threat. Inspired by the strangeness of Cortázar’s text, Portuguese composer Vasco Mendonça and British theatre director Katie Mitchell build a small masterpiece.

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música: Vasco Mendonça • encenação: Katie Mitchell libreto: Sam Holcroft • a partir de: Casa Tomada, de Julio Cortázar dramaturgia: Lyndsey Turner • direção musical: Etienne Siebens assistência de encenação: Robin Tebbut interpretação: Oliver Dunn (barítono) e Kitty Whately (meio-soprano) Asko|Schönberg Ensemble: Frank Braafhart, Heleen Hulst, Saleem Khan, David Kweksilber, Jeannette Landré, Joey Marijs, Marijke van Kooten, Jan Erik van Regteren Altena, Quirijn van Regteren Altena, Toon van Ulsen, Bernadette Verhagen, Anna voor de Wind, Hans Woudenberg cenografia: Alex Eales • desenho de luz: James Farncombe produção: Festival d’Aix-en-Provence e LOD music theatre coprodução: Les Théâtres de la Ville de Luxembourg, Fundação Calouste Gulbenkian, deSingelAntwerp, Asko Schönberg apoio: ENOA e Programa Cultura da Comissão Europeia imagem: © Kurt Van der Elst

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MÚSICA ★ 22 fevereiro sábado ↣ 22h

Bill Callahan Dream River Somam-se já quinze discos desde que o Bill Callahan de outrora deixou os estudos para gravar um disco simplesmente “para ser feliz”. Primeiro sob o pseudónimo (Smog) e depois em nome próprio, evidenciou-se como um dos melhores escritores de canções norte-americanos, angariando um séquito de seguidores transversal a gerações e a estilos e que nele reconhecem referências tão díspares quanto evidentes, como Dolly Parton ou Jandek. A sua voz icónica e as suas melodias teimosamente perfecionistas deram sentido a baladas de misoginia, elegias ao amor, odes à infância e epopeias da emancipação do homem. Em Dream River, Bill Callahan volta a privilegiar as histórias que parecem brotar-lhe sob os dedos e cartografa mais um território da sua obra — que também se espalha pelo desenho ou pelo romance epistolar — revelando uma paixão imprevisível pelo dub, género celebrado das Caraíbas. Depois de termos vislumbrado o homem por detrás das canções no documentário Apocalypse: a Bill Callahan tour film de Hanley Banks, em 2012, testemunhamos agora o fim de um longo hiato com o regresso a Lisboa de Bill Callahan, desta vez em carne e osso, num concerto especial no Cinema São Jorge. Cinema São Jorge — Sala Manoel de Oliveira preço único: 20€ ● excecionalmente não se aceitam reservas

It took fifteen albums and a decades-long career to get a glimpse of the man behind the songs in the documentary Apocalypse: a Bill Callahan tour film, by Hanley Banks. Now, in the vertigo of his fifties, Bill Callahan takes us once again by surprise with Dream River, his new album, which also marks the return to Lisbon of possibly one of the most mysterious and brilliant songwriters of North America. voz e guitarra: Bill Callahan guitarra: Matt Kinsey baixo: Jaime Zuverza bateria: Adam Jones imagem: © Hanley Banks

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TEATRO ★ 27 fevereiro a 1 março quinta a sábado ↣ 21h30 coprodução mm

EDIT KALDOR Woe

(Amesterdão)

A palavra inglesa woe significa aflição, angústia, mágoa. Três adolescentes estão no palco, perto dos espectadores. Procuram palavras na tentativa de contar uma história e guiam o público através das memórias da sua própria juventude. Progressivamente, imagens de uma infância normal são substituídas por outras que evocam sentimentos de solidão e impotência. Enquanto os atores partilham emoções e memórias de abandono e violência, a atenção vai-se centrando em tentativas de colocar em palavras essas dolorosas experiências. Até que ponto conseguimos abordar e compreender a experiência de uma infância marcada pela violência? Woe é um espetáculo íntimo sobre o poder e os limites da empatia e a coragem de olhar profundamente para o interior de cada um. Edit Kaldor, voz singular do teatro contemporâneo, oriunda da Hungria e residente em Amesterdão, regressa ao Teatro Maria Matos depois de aqui ter estreado o espetáculo C’est du Chinois, na edição de 2010 do Alkantara festival. sala principal com bancada 14€ / 7€ ● em inglês com legendagem 28 fevereiro (sexta): conversa com os artistas após o espetáculo

In Woe, four teenagers invite us to remember images from childhood, which gradually lead to summoning emotions, memories and information about what happens to the body and the mind of children during abandonment and physical abuse. Edit Kaldor, a unique voice within contemporary theatre coming from Hungary, brings us an especially intimate look on powerlessness, the limits of empathy and the courage to look deeply into one’s inner self.

Apresentação no âmbito da rede House on Fire, com o apoio do Programa Cultura da União Europeia

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conceito e encenação: Edit Kaldor interpretação: David de Lange, Tirza Gevers e Kobbe Koopman texto: Edit Kaldor, Karmenlara Ely e intérpretes assistência à dramaturgia: Camilla Eeg-Tverbakk e Nicola Unger assistência à encenação: Annefleur Schep luz: Jan Fedinger • técnica: Ingeborg Slaats consultoria: Rob de Graaf, Nicola Unger consultoria para hard/software: Tony Schuite gestão: Anneke Tonen • produção: Stichting Kata/Edit Kaldor coprodução: Hebbel am Ufer, Maria Matos Teatro Municipal e STUK apoios: Performing Arts Fund NL, Amsterdam Arts Fund e SNS Reaal Fund imagem: © Pepijn Lutgerinck

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No âmbito de um estudo sobre os públicos dos equipamentos e eventos geridos pela EGEAC, o DINÂMIA’CET — centro de investigação do ISCTE-IUL realiza no próximo dia 22 janeiro pelas 18h30 uma sessão de discussão com o público do Teatro Maria Matos sobre a sua experiência no Teatro. Serão selecionadas 15 pessoas para participar neste encontro com uma duração aproximada duas horas. Se estiver interessado em participar, inscreva-se através do e-mail estudodepublicos@egeac.pt, indicando o seu nome, idade e número de vezes que frequentou o Teatro Maria Matos no último ano.


3 ↦ 5 / 6 ↦ 10 / 11+ anos visitas guiadas ao teatro

Dentro de cena 3 ↦ 5 anos

pré-escolar

Atrás do palco, há luzes que espreitam, músicas para cantar, esconderijos para descobrir e camarins onde nos podemos transformar em personagens. Esta visita é uma primeira abordagem ao Teatro, na qual se privilegia a descoberta sensorial dos seus espaços.

6 ↦ 10 anos

1.º ciclo

Zonas invisíveis ao público em geral são desvendadas nesta visita através dos testemunhos de quem nelas trabalha. Da plateia ao palco, passando pelos camarins e zonas técnicas, damos a conhecer como funciona o Teatro.

11+ anos

2.º e 3.º ciclos

Um percurso pelo palco, teia e outros espaços do Teatro guiado pela história da instituição até aos dias de hoje. A construção do complexo arquitetónico, a escolha do nome e os vários géneros teatrais que definiram este Teatro. grupos organizados ● máximo 30 participantes entrada livre, mediante marcação

monitores equipa MMTM: Diana Bento, Rafaela Gonçalves, Rosa Ramos e Vasco Correia

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Coproduções em digressão de janeiro a fevereiro 2014 Æ

JOANA PROVIDÊNCIA, EUGÉNIO RODA E GÉMEO LUÍS Catabrisa Estreia: fevereiro 2012 Ovar ● Centro de Arte de Ovar ↣ 26 e 27 janeiro 2014 Paços de Ferreira ● Centro Cívico de Ferreira — Rota do Românico ↣ 31 janeiro e 1 fevereiro 2014 Bragança ● Teatro Municipal de Bragança ↣ 5 a 7 fevereiro 2014 Amarante ● Igreja de Santa Maria de Gondar — Rota do Românico ↣ 22 e 22 fevereiro 2014

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DE WARME WINKEL ★ We are your friends Estreia: novembro 2013 Países Baixos ● Amesterdão, Frascati ↣ 7 a 11 janeiro 2014 Países Baixos ● Utrecht, Theater Kikker ↣ 14 a 18 janeiro 2014

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Quem tem entre 30 e 65 anos tem um cartão para ir ao Teatro Maria Matos e ao Teatro São Luiz durante um ano com 50% desconto Preço: 10€, válido por 12 meses


MÚSICA ★ 5 março quarta ↣ 22h 12€ / 6€

ADRIANA SÁ, TÓ TRIPS E JOHN KLIMA Timespine Eis Timespine, um inesperado trio que também nos faz sentir a terra com a folk que vem do dobro de Tó Trips, a música antiga que vem do saltério de Adriana Sá e a liberdade pulsante que nasce do baixo de John Klima. Ao invés de criar uma linguagem comum aos seus músicos, Timespine prefere somar as suas diferentes virtudes e deixá-las intactas.

a seguir... TEATRO ★ 7 e 8 março sexta e sábado ↣ 21h30 14€ / 7€

CHRISTOPHE MEIERHANS Some use for your broken clay pots Em Some use for your broken clay pots, um candidato eleitoral faz campanha em frente ao público — os seus potenciais eleitores —, propondo uma reinvenção completa do sistema eleitoral e democrático. em inglês com legendagem uma coprodução House on Fire, com o apoio do Programa Cultura da União Europeia


Bilheteira terça a domingo das 15h às 20h em dias de espetáculo das 15h até 30 minutos após o início do mesmo 218 438 801 • bilheteira@teatromariamatos.pt bilheteira online: www.teatromariamatos.pt outros locais de venda: ABEP / Agência de bilhetes Alvalade / CTT / Fnac / São Luiz Teatro Municipal / Worten

Bill Callahan

Preço único 20€. Não elegível a descontos e não se insere no cartão Maria & Luiz. Bilhetes à venda nas bilheteiras do Cinema São Jorge e Teatro Maria Matos e restantes pontos de venda. Excecionalmente não se aceitam reservas.

Descontos* preço único 5€ menores de 30 anos (apenas válido para espetáculos mencionados) desconto 50% portadores do cartão Maria & Luiz, estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espetáculo, funcionários da CML e empresas municipais (extensível a acompanhante) desconto 30% grupos de dez ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) Cartão Maria & Luiz cartão que garante acesso a desconto de 50% a todos os espetáculos assinalados do Teatro Maria Matos e do Teatro São Luiz para maiores de 30 e menores de 65 anos durante 12 meses. Preço 10€. Condições: Válido durante 12 meses a partir do momento da compra. Desconto mediante apresentação do cartão, apenas válido na bilheteira física e online do Teatro Maria Matos e do Teatro São Luiz. Não acumulável com outros descontos e não extensível a espetáculos de preço único, passes e outros selecionados. A utilização do cartão é pessoal e intransmissível. Ciclo teatro/música gulbenkian descontos aplicáveis aos espetáculos da Fundação Calouste Gulbenkian inseridos no ciclo teatro/música 50% <30 anos e >65 anos 30% Grupos de 10 ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) e profissionais do espetáculo *descontos não acumuláveis


Reservas

Levantamento prévio obrigatório até 30 minutos antes do espetáculo.

Programação Crianças & Jovens Famílias Espetáculos 7€ preço adultos 3€ preço menores de 13 anos Leituras encenadas 2€ preço único Reservas Levantamento prévio obrigatório até 2 dias antes do espetáculo ou oficina. Escolas Espetáculos 3€ preço único menores de 13 anos Professor acompanhante não paga Reservas Pagamento parcial obrigatório nas 48h após a reserva Leituras encenadas Este projeto desloca-se às escolas no concelho de Lisboa Preço único por sessão: 60€ Pagamento integral obrigatório na Bilheteira do Teatro Maria Matos para confirmação da reserva

Classificação

Os concertos, os espetáculos de dança e os espetáculos para crianças e jovens têm classificação “maiores de 3 anos”. Os restantes espetáculos incluídos neste programa têm classificação a definir, exceto quando mencionada.

Como chegar?

Avenida Frei Miguel Contreiras, 52 / 1700-213 Lisboa comboio: Roma-Areeiro metro: Roma autocarros: 727, 735 e 767 bicicletas: Ciclovia e parque de bicicletas junto ao Teatro Maria Matos

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