FIMFA Lx16 Programa - Brochure

Page 1

uma produção

www.tarumba.org


fimfa lx16 Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas 5 a 22 de Maio de 2016

Maio é o mês do FIMFA, que chega à 16.ª edição! O FIMFA propõe uma programação aberta a todas as tendências da marioneta contemporânea. Espectáculos invulgares, atracções insólitas na rua, workshops e outras surpresas, constituem o universo do FIMFA. Um convite à descoberta do mundo com um outro olhar...

“Cada actor está ao serviço da marioneta e é responsável pelos seus movimentos, pela sua respiração. Cada um fala e actua em seu nome. É uma grande responsabilidade. (...) Este é um trabalho que requer uma humildade muito grande! O actor deve estar ao serviço de. É uma energia que deve passar através da matéria. O actor já não existe, é antes de tudo, aquele que transporta e, ao mesmo tempo, deve ser um grande intérprete. Dá vida ao inanimado e deve fazer com que se acredite em.” - Claire Dancoisne, Théâtre La Licorne “A marioneta tem a capacidade de falar do ser humano de uma forma extraordinariamente ampla e diversificada. Porque ao dar características humanas a um objecto, também é capaz de mostrar como os seres humanos podem ser tratados como uma coisa.” - Didier Plassard A 16.ª edição do FIMFA Lx - Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas realiza-se em Lisboa, de 5 a 22 de Maio, uma produção e organização da companhia A Tarumba - Teatro de Marionetas. O FIMFA faz um convite à descoberta do mundo com um outro olhar, revelando, como habitualmente, o que de mais importante tem sido feito no campo das marionetas e formas animadas. O FIMFA em 2016 pretende continuar a ser um espaço de discussão, formação e de reflexão sobre o teatro de marionetas contemporâneo.

O FIMFA Lx16 acontece durante dezoito dias em vários locais: Maria Matos Teatro Municipal, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Taborda, Cinemateca Portuguesa e ruas de Lisboa. Ao longo destes 16 anos o FIMFA tornou-se um dos mais importantes pontos de encontro internacionais do teatro de marionetas contemporâneo, afirmando-se, desde 2001, como um espaço de programação inovadora e alternativa, que se desenrola a partir de critérios rigorosos de qualidade e reconhecido mérito artístico. Espectáculos que revelam técnicas ancestrais estarão aqui em confronto com linguagens inovadoras, numa perspectiva de transversalidade artística e com uma grande diversidade de técnicas e propostas estéticas, estabelecendo ligações entre a marioneta e outros campos artísticos. Esperamos que possam saborear estes projectos tão diferentes que expõem o mundo, as suas fragilidades e contrassensos. Foi um programa muito difícil de concretizar face aos constrangimentos orçamentais que continuam a afectar o FIMFA, mas foi tecido com todos os fios e é muito bom poder contar com os nossos parceiros actuais. A todos, um muito obrigado! Viva o FIMFA! LUÍS VIEIRA E RUTE RIBEIRO, DIRECÇÃO ARTÍSTICA

A marioneta, cada vez mais permeável a outros campos artísticos, tem a capacidade de inventar novos mundos e formatos com mecânicas inimagináveis. É a arte da imagem e do movimento, que se mantem actual, em constante ligação com as transformações tecnológicas, culturais e sociais, transpondo para o palco a cartografia do presente e do futuro.

FIMFA Lx16 - International Festival of Puppetry and Animated Forms
 5 - 22 May 2016 - Lisbon - Portugal

Novos lançamentos, novas escritas, novas dramaturgias, novas tecnologias... Como redesenhar actualmente os contornos da arte da marioneta?

May is FIMFA’s month, this year in its 16th edition! FIMFA presents a programme open to all trends of contemporary puppetry, with unusual performances, workshops and other surprises. You are invited to discover the world through other eyes...

Numa perspectiva de transversalidade artística, o FIMFA desenvolve uma programação que estabelece ligações entre a marioneta, dança, vídeo, circo, teatro, instalações plásticas... Nesta edição são nossos convidados criadores e companhias de vários países: França, Espanha, Israel, Inglaterra, Palestina, Irão, Holanda, Rússia e Portugal, numa programação especial que inclui novos valores e grandes nomes de várias áreas artísticas, com projectos que constituem quase todos estreias nacionais, como Théâtre La Licorne, Maguy Marin, Pickled Image, Yael Rasooly, David Espinosa ou Tim Spooner. Os temas abordados vão desde o circo, às convulsões sociais, à guerra ou aos campos de refugiados, temas actuais e fracturantes que marcam a actualidade. Durante o Festival é ainda desenvolvida uma componente laboratorial e experimental, que permite a aproximação e troca de experiências entre criadores, bem como um conjunto de actividades complementares. Gostaríamos de realçar os documentários que apresentamos este ano e, no campo da formação, a realização durante o FIMFA do Projecto Funicular – um programa de formação internacional. A 16ª edição tem o apoio de República Portuguesa / Ministério da Cultura - Direcção-Geral das Artes e envolve, mais uma vez, um conjunto de parcerias fundamentais para a sua realização, com alguns dos mais importantes agentes culturais da cidade, destacando-se a que se realiza com a EGEAC e as co-produções com o Teatro Maria Matos, o Teatro São Luiz, o Teatro Nacional D. Maria II, para além dos apoios e parcerias com a Câmara Municipal de Lisboa, o Teatro da Garagem/Teatro Taborda e a Cinemateca Portuguesa, entre outros.

2

The International Festival of Puppetry and Animated Forms – FIMFA Lx is the most important festival of puppetry in Portugal. First presented in 2001, the festival is organized and produced annually by the puppet company A Tarumba - Teatro de Marionetas. FIMFA Lx is an international and multidisciplinary project. Since its first edition, has been committed to promote, disseminate and acknowledge a particular area of artistic expression: the world of animated forms. From its early days, FIMFA Lx has been recognized both nationally and internationally as a place for contemporary, innovative and alternative programmes, developed with strict artistic quality criteria, showcasing the most contemporary puppetry theatre for adults alongside with more traditional puppet companies. The 16th edition has the support of República Portuguesa / Ministério da Cultura - DirecçãoGeral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa and other several important cultural partners: EGEAC, co-productions with the Teatro Maria Matos, Teatro São Luiz, Teatro Nacional D. Maria II, amongst others. FIMFA Lx16 presents companies from France, Spain, Israel, Netherlands, Palestine, Iran, United Kingdom, Russia and Portugal. Welcome to FIMFA Lx16!


THÉÂTRE LA LICORNE (FRANÇA)

BILHETES: 5 € AOS 12 €

ESPECTÁCULO DE ABERTURA DO FIMFA LX16 ESTREIA NACIONAL

Les Encombrants font leur Cirque MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL 5, 6 E 7 DE MAIO ÀS 21H30 (QUINTA, SEXTA E SÁBADO) Encenação, concepção e cenografia Direction, concept and set design: Claire Dancoisne Música Music: Pierre Vasseur Desenho de luz Lighting design: Philippe Catalano Marionetas Puppets: Hervé Lesieur, assistido por assisted by Pierre Dupont, Fanny Chica Figurinos Costumes: Francis Debeyre Costureira Seamstress: Annick Baillet Construção de objectos Objects construction: Bertrand Boulanger, Jean-Baptiste Gaudin, Alain Le Béon, Coline Lequenne, Francis Obled, Fred Parison, Gérard Sellier, Patrick Smith Intérpretes Performers: Marc Amyot, Anthony Diaz, Ariane Heuzé, Vincent Varene, Marion Zaboitzeff, Nicolas Cornille Direcção técnica Technical direction: David Laurie Luz Light: Claire Lorthioir Som Sound: Stéphane Zuliani Direcção de cena Stage manager: Frédéric Druaux Fotografias Photography: Pascal Auvé, Eric Legrand Produção Production: Théâtre La Licorne Co-produção Co-production: Théâtre du Peuple de Bussang Apoios Supports: DRAC Nord-Pas de Calais-Picardie, Conseil régional Nord–Pas de Calais-Picardie, Conseil départemental du Nord, Conseil départemental du Pas-de-Calais, Communauté Urbaine de Dunkerque Agradecimentos Acknowledgements: Le Channel Scène nationale de Calais, Bateau Feu - Scène nationale de Dunkerque Apoio à apresentação Presentation support: Institut Français du Portugal Técnica Technique: Marionetas, autómatos e objectos Puppets, automata and objects Idioma Language: Algumas palavras em francês e português Some words in French and Portuguese Público-alvo For audiences over: dos 6 aos 106 anos From 6 to 106 years Duração Running time: 75 min O FIMFA Lx16 abre no Teatro Maria Matos com um espectáculo fantástico, que combina a marioneta e o circo, por uma das mais conceituadas companhias francesas, o Théâtre La Licorne, que nos transporta para um universo singular, situado entre Júlio Verne, Leonardo da Vinci e as máquinas dos Royal de Luxe. Uma carismática família, reunida em volta de uma pista de circo, vai surpreender-nos com a sua fantasia e as suas criaturas exóticas construídas em ferro, mecanizadas, oleadas, pneumáticas e artesanais! É uma visão do mundo em que tudo é possível, através de artistas “centenários” que, mesmo com os ossos a estalar e os dentes a bater, fazem proezas verdadeiramente utópicas. Triunfantes sob as suas artroses, continuam a ser impertinentes e audazes a fazerem o que sempre fizeram: Circo! No programa: domar latas de sardinhas, um louva-a-deus equilibrista, peixes vermelhos, centopeias, um tubarão, leões, um rinoceronte, pirilampos ou caracóis. Esta mistura grandiosa ganha vida perante os nossos olhos, numa viagem por um mundo poético e surpreendente que irá encantar públicos dos 6 aos 106 anos!

Uma homenagem ao mundo do circo. Agradecemos a Claire Dancoisne, por este momento de riso e de pura fantasia (...).” - L’Est Républicain “Ode à vida, à fantasia e ao sonho. Um espectáculo singular e maravilhosamente louco (...).” - La Terrasse “É um espectáculo extraordinário Les Encombrants font leur Cirque, de Claire Dancoisne, que entusiasma o público de todas as idades. Esta artista única imagina as cenografias das histórias que ela própria escreve e conta, apoiando-se em objectos fabulosos, esculturas, um bestiário quimérico e, neste caso, em marionetas à escala humana, manipuladas à vista (...). Um rinoceronte, um cavalo, um louva-a-deus equilibrista, caixas de sardinhas que fazem trapézio, malas que rugem como leões, e todos estes velhos artistas que fazem uma última volta na pista, acreditamos em tudo, porque tudo é maravilhosamente engenhoso.” - Armelle Héliot, Le Figaro

Há 12 anos o Théâtre La Licorne criou “Le Bestiaire Forain”, um circo fora do comum onde eram interpretados, segunda a mais pura tradição circense, números únicos com “animais” singulares, apresentando um bestiário fabuloso de máquinas animadas. Este espectáculo foi apresentado durante dez anos a milhares de espectadores em numerosos festivais internacionais e em inúmeras digressões em França. A convite do Théâtre du Peuple de Bussang, Claire Dancoisne recriou “Le Bestiaire Forain” dando-lhe uma nova vida: uma visão mais centrada na marioneta, um universo mais onírico, com marionetas incorporadas pelos actores, num intenso jogo físico e uma invulgar destreza. Personagens fascinantes carregadas de poesia e emoção, invadem um circo singular com um imaginário sensível e muito surpreendente. “(...) Les Encombrants font leur Cirque de Claire Dancoisne é dirigido a crianças e a adultos, (...) onde uma companhia de marionetistas exímios encarna um grupo de idosos capazes de todas as extravagâncias com o seu bestiário de animais autómatos (...).” - Les Inrockuptibles “Navegamos entre Júlio Verne, Leonardo da Vinci e as máquinas dos Royal de Luxe (...). O espectador oscila entre o encantamento e a surpresa. O charme funciona tanto no palco como no ar, através das portas entreabertas deste palácio único de madeira. Nós só podemos aplaudir descontroladamente estes artistas de circo irreverentes, prontos a tudo para nos divertirem (...).

3


THÉÂTRE LA LICORNE (FRANÇA) BIO O Théâtre La Licorne, liderado por Claire Dancoisne, Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra de França, tem uma experiência de mais de 28 anos nas artes do teatro de marionetas e do teatro de objectos. La Licorne é, desde o início, o prazer da construção, o sabor do improvável e do sensível. A companhia propõe um teatro em que o objecto animado, mecanizado ou manipulado está sempre no centro dos seus espectáculos, e onde os actores, artistas plásticos e músicos trabalham em conjunto para levar ainda mais longe a imaginação. A beleza das imagens e a grandiosidade da máscara são a forma desta linguagem teatral, feita de carne, papel e de ‘ferro-velho’. Não naturalista e muitas vezes poético, o teatro de La Licorne inscreve-se na criação teatral contemporânea, mas também na fronteira das artes plásticas e da marioneta. Objectos, máquinas, máscaras e marionetas são indispensáveis na escrita teatral de Claire Dancoisne, porque são capazes de transportar os actores e os espectadores para outros universos. As máquinas artesanais construídas nas suas oficinas contribuem para a magia dos seus espectáculos, permitindo o jogo com a dimensão e a perspectiva, tocam pela sua fragilidade e provocam o riso com a sua aparência insólita. Desde a sua criação, em 1986, a companhia tem feito espectáculos de sala, de rua, para o público jovem, em apartamentos, em lugares incomuns e em grandes eventos... Cerca de trinta e seis criações originais têm viajado pelas estradas de França e participado em inúmeros festivais internacionais. O seu novo espaço dedicado à criação europeia para a marioneta contemporânea e para o teatro de objectos - Outil de Création Européen, de Recherche pour la Marionnette Contemporaine et le Théâtre d’Objets -, abriu em Novembro de 2015, em Dunquerque, e é um local de criação, de formação, de residência artísticas, de exposições e de acolhimento de públicos.

4

The 16th edition of FIMFA opens with a wonderful show that take us to a peculiar universe in between Jules Verne, Leonardo da Vinci and the machines of Royal de Luxe, by one of the most recognized international companies. The Old Guys are back in the Circus! Arrogant, alert and triumphant over their arthritis and gloominess, they are ready to take a stand against the circus’ eternal youth! In the ring they forget their arthritis, and tame metal and screws into creatures. You can see incredible acts like the taming of a can of sardines, a praying mantis, fish, a rhinoceros, woodlice, a shark, mussels, lions and fireflies. But they also venture out to take on new challenges against a vulture, a hen, flies and shoelaces, not to mention a whole stampede of metallic, inflatable and artisanal curiosities. An amazing show, a classic brought back to new life that will delight the audience from 6 to 106 years! Théâtre La Licorne is a company directed by Claire Dancoisne and a real reference to the French and international scene in terms of masks, objects and “puppet comedians”. Claire Dancoisne’s shows are designed in itinerant or convertible forms and are meant to go out in search of their audience. They are always based on a proliferation of ideas and objects, using a multi-disciplinary approach that mixes the circus, opera, play, puppets and a distinct sense of the encounter, which it evokes before, during and after the show. We feel as though we have stepped into a world of magician entertainers and we experience much more than just a show. Since its creation in 1986, the company has made more than thirty shows that have travelled through the roads of France and participated in numerous international festivals. Their new space is dedicated to the research on contemporary puppet creation and object theatre (Outil de Création Européen, de Recherche pour la Marionnette Contemporaine et le Théâtre d’Objets), opened in November 2015 in Dunkirk, to establish a space for creation, training, artistic residences or exhibitions.


ESTREIA NACIONAL

ESTREIA NACIONAL

The Human Hedges (REINO UNIDO)

PICKLED IMAGE (REINO UNIDO)

THE HEDGE MEN LGO. DO CHIADO | R. GARRETT 5 DE MAIO ÀS 14H (QUINTA) 6 DE MAIO ÀS 18H (SEXTA) MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL 5 E 6 DE MAIO ÀS 21H (QUINTA E SEXTA)

MEET GRANDMA SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL LGO. DO CHIADO | R. GARRETT 14 E 15 DE MAIO ÀS 15H30 (SÁBADO E DOMINGO) RUA AUGUSTA 14 E 15 DE MAIO ÀS 18H (SÁBADO E DOMINGO)

Concepção Concept: Ed Johnson Performers Performers: Ed Johnson, Jocelyn Mack Público-alvo For audiences over: Para todos

Ideia e concepção Concept: Pickled Image Actor-manipulador Puppeteer: Dik Downey Público-alvo For audiences over: Para todos

Atenção, muita atenção! As árvores vivas chegam a Lisboa! E que tal receber um abraço de uma árvore? Curiosos? Então não podem perder a oportunidade de conhecerem estas curiosas criaturas... nunca mais vão olhar para os arbustos da mesma forma! Estes seres vegetais são invulgares, completamente loucos e muito atrevidos: gostam de passear, explorar e, sobretudo, de abraçar quem encontram no seu caminho. Será que são corajosos o suficiente para tirarem uma fotografia com os Hedge Men?

Venham conhecer a avó! À primeira vista pode parecer uma típica avó inglesa... mas ela já fez de tudo, esteve em todo o lado e tem opinião sobre todos os assuntos! Intratável, adorável e com uma língua viperina tão afiada que pode cortar uma sebe, a avó gosta de falar sobre qualquer coisa, desde que seja o centro das atenções. Pode ser sobre o que acha de Lisboa, de astrofísica para idiotas, o último bordado, o que leu no Daily Mail de manhã... Esta reformada em alta velocidade, literalmente, vai levar um sorriso a todos os que têm a feliz (trágica) sorte de a conhecer. No ano passado os Pickled Image trouxeram ao FIMFA o Lobo Mau, desta vez visitam-nos com esta “encantadora” velha senhora, mas cuidado: não se metam com esta avó!

BIO The Human Hedges fazem parte do repertório do conhecido grupo The Living Statue Company. As suas raízes têm invadido todos os continentes e encantado públicos de todas as idades. Passam o tempo livre no seu tranquilo jardim em Cambridge, mas são árvores que gostam de aventuras, e viajam por todo o Reino Unido, para vários eventos e festivais. Também adoram ter os seus passaportes carimbados! Até agora, têm passeado em lugares tão diversos como Amesterdão (Holanda), Berlim (Alemanha), Bruxelas (Bélgica), Miami (EUA), Toronto (Canadá), Cairo (Egipto), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Doha (Qatar), Hong Kong, Singapura, Sydney e Melbourne (Austrália) e Bandung (Indonésia), entre outros. Estas árvores vivas foram plantadas pela primeira vez em 2008 por Ed Johnson, director do grupo The Living Statue Company, inicialmente para participarem nas festividades de um casamento gay em Birmingham. Ninguém poderia ter previsto que iriam ramificar-se ao ponto de divertirem milhares de pessoas em todo o planeta! Have a tree hug with some amazing real life Hedge Men! Introducing one of the planet’s most quirky, outrageous and downright silly walkabout entertainment acts - The Living Topiary! Straight from the pages of a fairy story these human shaped bushes have come to life to walk, talk and cuddle their way around Lisbon... You’ll never look at your own bush the same way after you meet one of these cheeky trees. They look exactly like the real thing only better, bigger, noisier and funnier. They have caused hilarity wherever they’ve appeared, are you brave enough to have a picture with them? Be careful, you might become part of the entertainment. They where first planted in 2008, by The Living Statue Company’s director Ed Johnson, to be a human tree living statue double-act for a gay wedding in Birmingham. Nobody could have foreseen their success all around the world!

BIO A companhia Pickled Image foi criada em 2000 por Dik Downey e Vicky Andrews. Desde a sua criação ganhou reputação internacional e vários prémios pela qualidade das suas produções, repletas de humor negro. Dick Downey tem uma longa carreira como performer. Fez parte da companhia Green Ginger e participou em quase todas as suas produções. É o criador das marionetas mais marcantes dos Pickled Image, para além de um exímio marionetista, o que comprova o seu talento como designer e construtor de marionetas. A companhia também apresenta “Coulrophobia” no FIMFA Lx16, para saber mais consulte a pág. 13. Meet Grandma, she’s been there, done that, sent the postcard and boy… will she tell you all about it! Cantankerously loveable, sharp as a needle and with a tongue that could snip a hedge, Grandma happily holds forth on any subject you care to mention, as long as she’s the main subject. Be it her years as the world’s best lollipop lady, the quickest way to knit a hideous jumper from the itchiest of wool, astrophysics for idiots or what she read in the Daily Mail that morning, Grandma has a very vocal opinion she has to share with a captive audience. This high-speed pensioner is certain to liven up your event and bring a smile to all who have the (mis)fortune to meet her. Pickled Image is specialised in puppetry for live performance and theatre. Since its inception the company has gained international recognition and numerous awards for their darkly humorous visual productions.

5


BILHETES: 5 € AOS 10 €

TEATRO DE MARIONETAS DO PORTO (PORTUGAL) barba azul TEATRO TABORDA 7 E 8 DE MAIO ÀS 16H (SÁBADO E DOMINGO)

Encenação e texto Direction and text: Rui Queiroz de Matos Cenografia Set design: Rui Queiroz de Matos, Filipe Azevedo Marionetas e ilustração Puppets and illustration: Júlio Vanzeler Música Music: Pedro Cardoso Figurinos Costumes: Patrícia Valente Desenho de luz Lighting design: Filipe Azevedo Vídeo mapping e vídeo design Video mapping and video design: Ivo Reis Interpretação Performers: Micaela Soares, Rui Queiroz de Matos, Vasco Temudo Produção Production: Sofia Carvalho Design gráfico e assistência de produção Graphic design and production assistance: Pedro Ramos Operação de luz, som e vídeo Lighting, sound and video operation: Filipe Azevedo Técnicos de construção Construction workshop: Rosário Matos, Ana Pinto Confecção de figurinos Costume making: Carla Pereira Fotografias Photography: Susana Neves Co-produção Co-production: Teatro de Marionetas do Porto, Teatro Municipal do Porto Estrutura financiada por Company sponsored by: República Portuguesa – Ministério da Cultura / DGArtes Técnica Technique: Manipulação à vista Full-view manipulation Idioma Language: Português Portuguese Público-alvo For audiences over: +6 Duração Running time: 50 min

Ao contrário do trágico conto infantil, esta abordagem explora uma alternativa que se foca na complexa personalidade do Barba Azul. Nesta versão, onde se misturam outras personagens do universo do autor Charles Perrault, Barba Azul envolve-se numa trama carregada de acontecimentos cómicos e inesperados que, ainda assim, reflectem as vicissitudes do comportamento humano. BIO O Teatro de Marionetas do Porto constitui-se em Setembro de 1988, uma data simbólica que coincide com a apresentação da companhia na selecção oficial do Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes, em Charleville-Mézières. Numa primeira fase, centra a sua actividade na criação de espectáculos que resultam da pesquisa do património popular, destacando-se o estudo e reconstituição da velha tradição portuguesa do Teatro Dom Roberto. Por esta altura, na sequência de um convite da RTP, a companhia constitui uma equipa de criação alargada (Sérgio Godinho, Jorge Constante Pereira e Alberto Péssimo) que, durante cerca de dois anos, desenvolve vários projectos televisivos para crianças que viriam, de certa forma, a marcar uma geração e dos quais se destacam “A Árvore dos Patafúrdios” e “Os Amigos do Gaspar”.

6

Encontro com os Criadores Após os espectáculos

A partir das raízes, a companhia começa a progredir, ao longo de diversas criações com um certo cariz experimental, no sentido da procura de elementos de modernidade na marioneta. A prática teatral do TMP revela uma visão não convencional da marioneta. A pesquisa vai no sentido de encontrar novas formas de concepção das marionetas, no limite objectos cinéticos, e novas possibilidades de explorar a gramática desta linguagem teatral, no que diz respeito à interpretação e à relação transversal com outras áreas de expressão como a dança, artes plásticas, música e a imagem. Os espectáculos criados até hoje pelo TMP destinam-se ou ao público adulto ou ao público jovem e a actividade da companhia divide-se entre as apresentações na cidade do Porto, onde ao longo dos anos criou uma forte corrente de público, e uma intensa actividade de itinerância no país e no estrangeiro. Após a morte de João Paulo Seara Cardoso (1956-2010) Isabel Barros assumiu a direcção artística da companhia. Actualmente, o TMP está empenhado num importante projecto, o Museu de Marionetas do Porto, sedeado no centro histórico da cidade do Porto e que constitui uma mostra pública do importante acervo reunido ao longo dos anos. Unlike the tragic fairy tale, this approach explores an alternative that focuses on the complex personality of Bluebeard. This version includes other characters from Charles Perrault’s universe. Here, Bluebeard gets involved in a plot full of funny and unexpected events, reflecting the vicissitudes of human behavior. Since their formation, in 1998, the company produced and presented more than 30 shows and was founded by João Paulo Seara Cardoso (1956-2010). All their productions represent extremely diverse experiences in the contemporary puppet theatre, looking to find new ways of interpretation and relationship with other areas of creation. The company also dedicated itself to the study and revival of old forms of traditional theatre, like Teatro Dom Roberto, which has been presented more than a thousand times. The group splits its activity between the programming of the Teatro do Belomonte, in Oporto, and an intense activity touring in Portugal and abroad. Presently, the TMP is engaged in a major project, the Puppet Museum of Oporto, opened in 2013.


BILHETES: 5 € AOS 10 €

TEATRO DE ferro (PORTUGAL)

Objecto Encontrado Perdido TEATRO TABORDA 10 e 11 de Maio às 21h30 (TERÇA E QUARTA) Conceito e direcção Concept and direction: Igor Gandra, Carla Veloso Música Music: Michael Nick Interpretação Performers: Carla Veloso, Hernâni Miranda, Igor Gandra Realização Plástica Set design: Hernâni Miranda, Eduardo Mendes Desenho de luz Lighting design: Rui Maia Operação de luz e som Light and sound operation: Mariana Figueroa Oficina de construção Set construction: Pedro Esperança, Carlota Gandra, Equipa TdF Fotografias Photography: Susana Neves Produção Production: Teatro de Ferro Estrutura financiada por Company sponsored by: República Portuguesa – Ministério da Cultura / DGArtes Técnica Technique: Manipulação à vista Full-view manipulation Idioma Language: Português Portuguese Público-alvo For audiences over: +12 Duração Running time: 55 min Nesta nova criação o Teatro de Ferro propõe-se a realizar uma investigação em torno da ideia de objecto. O ponto de partida é a noção de objecto-encontrado. Uma aventura que terá como cenário os lugares e os não-lugares onde a não-vida se faz animar pela vida e vice-versa visitaremos a secção de perdidos e achados de uma instituição (cultural? policial?) cuja função não pode ser completamente determinada. Visitaremos ainda fábricas, aeroportos e também outros lugares aparentemente excluídos da dança dos objectosmercadoria. As marionetas serão por vezes os cicerones. O objecto, o encontro e a perda são as matérias-primas desta criação que se inspira no século XX mas que aspira a reflectir com humor (e com a saudável imodéstia com que se deve partir para a acção criadora) sobre algumas questões fundamentais para o século XXI, nomeadamente a da origem das coisas: a natureza e o trabalho... O espectáculo desenvolve-se a partir das possibilidades que os corpos dos intérpretes encontram num conjunto de objectos recolhidos ao longo do processo de criação. A relação entre a acção e a música original assume um papel estruturante, numa dramaturgia em que se articulam corpos e objectos, mas também sonhos e pesadelos, memórias e enigmas. Objecto Encontrado Perdido é uma reflexão aberta sobre a origem dos objectos que nos rodeiam: a natureza e o trabalho.

Encontro com os Criadores Após o espectáculo dia 10

BIO O Teatro de Ferro surgiu em 1999. Criado inicialmente como um rótulo para as criações de Igor Gandra e Carla Veloso, o projecto foi evoluindo gradualmente para a condição de estrutura profissional de criação. A escolha deste nome, Teatro de Ferro, pressupõe uma noção de matéria primordial, resistente e ao mesmo tempo mutável: este processo de transformação continua a inspirar o grupo. O trabalho da companhia tem sido desenvolvido no campo do teatro de e com marionetas e objectos. É um projecto que assenta numa lógica de investigação em que a marioneta tem assumido um valor matricial, nas suas hibridações possíveis, tentadas e tentadoras. As relações, do corpo-intérprete com o objecto manipulado e a implicação de cada espectador na construção desta relação, são linhas de reflexão transversais à prática artística do TdF. Os espectáculos realizados devem ser inscritos nas formas teatrais e dramatúrgicas que colocam a palavra num plano de igualdade em relação a outras linguagens e a promoção da dramaturgia contemporânea portuguesa é um traço caracterizador do seu projecto artístico, pelo que a companhia tem trabalhado principalmente com textos originais de autores portugueses. O TdF tem vindo a alcançar públicos heterogéneos e as parcerias improváveis, a procura de contextos alternativos aos circuitos das artes do espectáculo, a intensa actividade itinerante, a criação destinada aos mais jovens e os projectos de acção cultural são os gestos mais claros no percurso da companhia. Sucedendo a Isabel Alves Costa, Igor Gandra é desde 2009 director artístico do Festival Internacional de Marionetas do Porto. In this new creation, Teatro de Ferro will develop an introspection upon the notion of object. The starting point is the lost and found object. In this venture, taking place on the set of locations and non-locations where the inanimate comes to life, and vice-versa, “we will visit the lost-and-found office of some institution (a cultural venue? a police department?) with an unclear role. We will visit also factories, airports, and other places away from the waltz of mercantile objects.” The show is built upon the possibilities found by the bodies of the performers in a series of objects collected throughout the creative process. Teatro de Ferro was founded in 1999. Originally created as a label identifying the creative works of Igor Gandra and Carla Veloso, the project gradually envolved towards the state of a professional structure of creation. They conceive their practice in the logic of a research in which the puppet has assumed a matrix value in its possible hybridations, both tempted and tempting. The relations - of the body interpreter with the manipulated object and the implication of each spectator in the building of this relation - are lines of thought.

7


LICHtBENDE

BILHETES: 3 € AOS 7 €

ESTREIA NACIONAL (HOLANDA)

TUTU SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL - Sala Mário Viegas 11, 12 e 13 de Maio às 10h30 (QUARTA, QUINTA E SEXTA) SESSÕES PARA ESCOLAS 14 e 15 de Maio às 16h (SÁBADO E DOMINGO) SÃO LUIZ MAIS NOVOS Direcção artística, concepção, imagens e performers Artistic direction, concept, visual images, and performers: Marie Raemakers, Rob Logister Compositores e intérpretes musicais Composers and musical performers: Axel Schappert, Helene Jank Dramaturgia e coreografia Dramaturgy and choreographer: Jeannette van Steen Olhar exterior Artistic adviser: Rop Severien Fotografias Photography: Rob Logister, Christian Mitrea Agradecimentos Acknowledgements: Carlos Lagoeiro, Etienne Borgers, Irene Schaltegger, Myrthe Schuuring, Sandra Stark, Thamar van Loon en Sanne Bloemink Técnica Technique: Lanterna mágica Magic lantern Idioma Language: Sem palavras Without words Público-alvo For audiences over: Dos 6 aos 106 anos From 6 to 106 years Duração Running time: Aprox. Approx. 50 min Um concerto de imagens, lanternas mágicas, gramofones e música ao vivo, para espectadores dos 6 aos 106 anos! TUTU é um verdadeiro festim para os olhos e ouvidos. Um espectáculo contemporâneo de lanternas mágicas que nos leva para o período entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Uma menina dança todos os estilos desta época, desde o tango ao sapateado, do vaudeville à dança de salão, do ballet clássico ao ballet Bauhaus, e o público vai poder seguir as suas alegrias e tristezas numa época de mudanças importantes. A dança, marcada nesta altura pela busca da liberdade individual e pelo interesse em outras culturas, reflecte a sua vida. Lichtbende vai deslumbrar-nos com este conto com dança, cheio de ritmo e projecções de lanternas mágicas num ecrã gigante. Os músicos e os manipuladores estão à vista do público, enriquecendo esta grande experiência visual e sonora, porque podemos ver como criam este mundo secreto de imagem e som. “Estimulante e muito comovente, (...) sempre surpreendente e extraordinário.” - Rems-Zeitung “Tutu é um espectáculo bonito e delicado, com um visual vintage, com um sabor de outros tempos.” - El Mercurio

8

Encontro com os Criadores Após os espectáculos

BIO A companhia Lichtbende foi criada em 2010 pelos artistas Marie Raemakers, Rob Logister e pelo músico e compositor Axel Schappert, a partir do fascínio que sentiam pelas imagens e histórias surpreendentes que as crianças produzem quando se trabalha com projecções. Lichtbende tem as suas raízes na combinação de dois grupos, a companhia Musiscoop, que pudemos ver no FIMFA Lx10, e no Projectie Project, um projecto de educação artística. Mais de quinze anos de experimentação com imagens de luz e sombra por ambos os grupos está na origem desta companhia, que apresentou no FIMFA Lx13 a sua segunda criação, “Poufff”. Musiscoop foi criado por Ida Lohman, para explorar a utilização da lanterna mágica e da música ao vivo como uma forma de arte expressiva. Foi assim que criou os espectáculos “Groot Licht Circus” e “Toverslag”. A companhia terminou com a morte de Ida Lohman. O Projectie Project é um projecto de educação artística de Marie Raemakers e Rob Logister, onde as crianças experimentam as possibilidades de brincarem com a luz e a sombra, através da utilização de retroprojectores. A partir deste conceito desenvolvem trabalhos artísticos sobre o ambiente de uma forma experimental. Lichtbende combinou todas estas experiências com projecções e música ao vivo, que são especialmente concebidas para cada nova criação, originando espectáculos contemporâneos e experimentais com lanternas mágicas. Magic lanterns, dance, gramophones and live music all blend together into this mesmerizing family show… for everyone from 6 to 106! With this magic lantern performance Lichtbende carries you back a hundred years to the interbellum, or the period between the First and Second World Wars. TUTU is primarily a feast for the eyes and ears. With her red shoes, a young girl dances in all the styles from that period, from tango to tap dance, from vaudeville to ballroom, from classical to Bauhaus ballet. Spectators follow her joys and sorrows in a time of fundamental change. The dance, shaped in that period by the pursuit of individual freedom, rising technology and interest in other cultures, reflects her life. Lichtbende sweeps you away in a wonderful, rhythmical tale of dance, using magic lanterns projected on a giant screen. The projection images are created by manual and mechanical manipulation of everyday objects and materials and express a disarming lust for exploration. Performance arts group Lichtbende was founded in 2010 and creates contemporary art performances using magic lanterns in combination with live music.


david espinosa (ESPANHA)

BILHETES: 6 € AOS 12 €

ESTREIA NACIONAL

MUITO BARULHO POR NADA MUCH ADO ABOUT NOTHING TEATRO NACIONAL D. MARIA II - SALA ESTÚDIO 12, 13 E 14 DE MAIO ÀS 19H (QUINTA, SEXTA E SÁBADO) 15 DE MAIO ÀS 16H30 (DOMINGO) Criação, encenação e interpretação Concept, direction and performer: David Espinosa Colaboração na encenação Direction collaboration: África Navarro Espaço cénico e desenho de luz Stage design and lighting design: David Espinosa, AiR Música e som Sound and music: Santos Martínez, David Espinosa Vídeo Video: Diego Dorado, David Espinosa Imagens Images: Anne Van Heelvort, Diego Dorado, David Espinosa Distribuição e produção executiva Distributor and executive production: Marta Oliveres, M.O.M.-El Vivero Produção Production: El Local Espacio de Creacion, Festival Clásicos en Alcalá, C.A.E.T. Terrassa Apoio Support: Departament de Cultura-Generalitat de Catalunya Técnica Technique: Teatro de objectos Object theatre Idioma Language: Sem palavras Without words Público-alvo For audiences over: +12 Duração Running time: 50m Será possível representar Hamlet, Macbeth, Otelo, Rei Lear, Romeu e Julieta, António e Cleópatra, A Tempestade, Henrique V, Ricardo III, Como lhe Aprouver e Sonho de uma Noite de Verão, num único espectáculo? David Espinosa tenta fazê-lo na versão mais arbitrária, espectacular e artificial das obras completas de William Shakespeare. Uma obra visual delirante que especula sobre as noções de espectacularidade, através de figuras e objectos, cheia de aventura, romance, luxúria, guerra, tragédia e poder. Um irónico jogo de luzes e sombras com numerosas referências ao cinema, à banda desenhada, às artes plásticas e à própria história do teatro. O novo projecto de David Espinosa é uma reinterpretação do trabalho anterior, Mi Gran Obra, onde abordava “o que faria se tivesse um orçamento ilimitado, um teatro enorme, 300 actores, uma banda militar, um grupo de rock, animais, carros e helicópteros”. Pretendia construir um espectáculo em grande escala, mas, obviamente, com uma ligeira nuance: fazer tudo em miniatura. “O desafio era, por um lado, a realização de uma obra cénica com estas dimensões, ou seja, o que nós faríamos se pudéssemos realmente trabalhar nestas condições e, por outro, questionar o modelo de criação artística megalómano que gere grandes orçamentos e cujo verdadeiro valor real e cultural para o teatro raramente é demonstrável. E uma das características deste tipo de espectáculos é que adaptam normalmente as grandes obras de teatro.” O título Muito Barulho por Nada, da peça de William Shakespeare, foi escolhido “pelo duplo significado da obra clássica e o conceito principal a desenvolver. Começámos o processo revendo as obras-primas do que é considerado o maior dramaturgo de todos os tempos, com a ideia insensata de as montar todas ao mesmo tempo (...). Com base em todos estes textos isabelinos desenvolvemos a nossa própria versão, a nossa própria leitura, criando cenas, imagens e coreografias próprias, que são articuladas em cena pelo actor e pelas próprias personagens em miniatura que, se no trabalho anterior eram o centro absoluto da montagem, neste têm um papel mais instrumental, dando mais espaço e interesse para a acção e para o actor que manipula objectos, procurando que o resultado contenha um equilíbrio entre o irónico e o poético, e que gere um interesse por ambos os planos, tanto no pensamento como no visual.”

Encontro com os Criadores Após os espectáculos

O trabalho de David Espinosa desenvolve-se em torno da ideia de representação e da ruptura dos limites do teatro, mantendo um espírito crítico, cheio de ironia, sobre a sociedade e o mundo artístico, tenta em cada criação desenvolver um jogo formal que surpreenda o espectador e o torne participante na visualização da obra, expondo abertamente os mecanismos e as abordagens do seu trabalho, questionando as nossas próprias ideias de arte e cultura. Tem investigado o conceito de espectacularidade, como meios precários e “low tech” geram efeitos sofisticados carregados de teatralidade, como brinquedos para adultos, com os quais fornece uma experiência particular, onde o componente recreativo ou lúdico é tão valioso quanto o discurso artístico, seguindo a máxima Punk “faça você mesmo”, aproxima a criação contemporânea do espectador. “Uma crítica deliciosa, bem-sucedida aos projectos teatrais exorbitantemente caros.” - Art & Culture Today “Momentos hilariantes e sublimes nas quais a complexidade da vida é reproduzida com uma simplicidade desarmante.” - Sipario BIO Licenciado em Interpretação pela ESAD de Valência em 1998. Desde 1994 estuda dança contemporânea e improvisação em Valência, Bruxelas e Barcelona. Trabalhou como intérprete em vários espectáculos de teatro e dança de Alex Rigola, Sergi Faustino, Mal Pelo, Las Malqueridas, Osmosis Cie (França), Lapsus-Alexis Eupierre, Sònia Gómez/General Elèctrica, Paul Weibel e Carles Alberola, entre outros. Em 2006 cria a sua própria companhia em Barcelona, com a bailarina África Navarro, El Local Espacio de Creacion. Os seus espectáculos têm sido apresentados em diversos teatros e festivais internacionais por toda a Espanha, na América do Sul e Central, em Moscovo, na Bienal de Veneza e, em Janeiro de 2016, na Tate Modern, em Londres. Is it possible to play The Tragedy of Hamlet, Macbeth, Othello, King Lear, Romeo and Juliet, Antony and Cleopatra, The Tempest, The Life of Henry the Fifth, Richard III, As You Like It and A Midsummer Night’s Dream, in one show? David Espinosa tried it in the most arbitrary, gimmicky, artificial, and empty version of the William Shakespeare’s collected works. A delirious visual work that speculates with performance conventions, through figures and objects loaded of adventure, romance, lust, war, tragedy and power. An ironic game of light and shadows with a lot of references to movies, comics, art, and the history of theatre. Catalan actor, director and puppeteer, David Espinosa performed with various Spanish dance and theatre groups before establishing his own company with Africa Navarro in 2006. His works have been presented at festivals and venues all over Spain, South and Central America, to Moscow, to the Venice Biennale and to the Tate Modern, London Mime Festival.

9


Maguy Marin, David Mambouch & Benjamin Lebreton (FRANÇA)

BILHETES: 5 € AOS 14 €

ESTREIA NACIONAL

Singspiele MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL 13 E 14 DE MAIO ÀS 21H30 (SEXTA E SÁBADO) Concepção Concept: Maguy Marin Intérprete Performer: David Mambouch Cenografia Set design: Benjamin Lebreton Direcção de cena Stage manager: Rodolphe Martin Desenho de luz Lighting design: Alex Bénéteaud Universo sonoro Sound design: David Mambouch Som Sound engineer: Antoine Garry Assistente de figurinos Wardrobe assistant: Nelly Geyres Fotografias Photography: B. Lebreton, S. Rouaud Produção executiva Executive producer: extrapole Co-produções Coproductions: Théâtre Garonne (Toulouse, França), Daejeon Arts Center (Daejeon, Coreia), Latitudes prod (Lille, França), Marseille Objectif danse, Compagnie Maguy Marin (Toulouse, França), Ad Hoc (Lyon, França), extrapole (Paris, França) Agradecimentos Acknowledgments: Mix’ art Myrys, L’Usine, Tournefeuille (Toulouse, França) Apoio à apresentação Presentation support: Institut Français du Portugal Técnica Technique: Dança e objectos Dance and objects Idioma Language: Sem palavras Without words Público-alvo For audiences over: +12 Duração Running time: 60 min Maguy Marin é uma das mais importantes coreógrafas europeias e tem sido uma figura central da dança-teatro francês nas últimas três décadas. Para Maguy Marin a dança é uma ferramenta para explorar tudo o que é humano, ignorando muitas vezes as regras estabelecidas pela dança. Nos últimos anos criou várias obras-primas, como Umwelt e Salve, e ainda continua em digressão com May B, de 1981. Em Singspiele, uma das suas últimas criações, volta a surpreender com este trabalho absolutamente invulgar, inspirado numa citação do escritor Robert Antelme, conhecido pelo seu retrato do campo de concentração de Dachau, sobre a necessidade que os seres humanos têm de serem reconhecidos como únicos: “A história de cada pessoa desenrola-se pela necessidade de ser reconhecida e reconhecida sem reservas (...).” Marin criou uma peça sobre rostos anónimos e conhecidos. Que sensações desperta em nós o encontro com o outro? Há mistérios por trás de cada rosto, e estes esmagam-nos com as suas expressões e testemunham o invisível em cada indivíduo. Singspiele é uma pequena forma para um bailarino-actor que trabalha a máscara. Maguy Marin em estreita colaboração com David Mambouch imaginou um dispositivo que permite trocar de rosto. David desfila um grande número de rostos sobre o seu corpo em metamorfoses constantes: cada máscara desencadeia uma determinada gestualidade, posturas diferentes, ligadas essencialmente ao rosto que aparece.

10

Sozinho em palco, David muda de identidade, transforma o seu rosto, na forma de um flip-book figurativo, assumindo os rostos de uma multidão de pessoas, alguns famosos, na sua maioria, muitas vezes reais, por vezes artificiais, de todos os sexos e géneros, cores de pele, origens sociais e épocas. Rostos belos, marcados, pensativos, inquietos, assustados, engraçados, sorridentes, concentrados. Passa de velho a jovem, de atleta a filósofo, de desconhecido a figura emblemática. Um corpo simultaneamente pesado e leve, masculino-feminino, infantil e adulto, que por vezes nos lembra certas posturas do noh, do kabuki ou do butoh. O ritmo do espectáculo balança entre coreografia, teatro e quadro vivo. “Há o desejo de afirmar que estes rostos conhecidos e desconhecidos têm um denominador comum, que é o de pertencer à mesma espécie. A espécie humana”. Sem uma única palavra, apenas o pequeno murmúrio da vida que passa, Singspiele é um retrato da humanidade, uma reflexão sobre a identidade, a singularidade e a universalidade. “Sempre sob o mesmo ritmo (...), embora envolto em suspense, este desfile suscita um conjunto de imagens sobre o ser humano. Que confidências se espelham num rosto? Que credibilidade têm os seus traços? A roupa é um espelho de si ou uma ilusão? Um guarda-roupa pressupõe por si próprio atitudes particulares?” - Rosita Boisseau, Le Monde “Quem é que não sonhou em ser capaz de fruir o mundo através da experiência do outro? Em Singspiele um homem muda frequentemente de identidade, de desconhecido a celebridade, de actriz a estátua romana, de camponês a uma jovem rapariga, tudo isto num ritmo pulsante, que nos transporta para um ritual perturbador.” - Thomas Hahn, Artistik Rezo


BIO MAGUY MARIN, bailarina e coreógrafa, nasceu em Toulouse em 1951. Estudou dança clássica no Conservatório de Toulouse. Entrou para o Ballet de Strasbourg e, mais tarde, mudou-se para Bruxelas, prosseguindo os seus estudos na Mudra, a escola de Maurice Béjart. Em 1978 cria com Daniel Ambash o Ballet-Théâtre de l’Arche, que viria a tornar-se a Compagnie Maguy Marin em 1984. Em 1985 seguiu-se o Centre Chorégraphique National de Créteil et du Val-de-Marne, onde desenvolveu a sua obra artística e uma intensa difusão pelo mundo. Em 1987, o encontro de Marin com o músico-compositor Denis Mariotte foi o ponto de partida de uma parceria decisiva, que alargou o âmbito da experimentação inicial. Em 1998 estabeleceuse no novo Centro Coreográfico Nacional, em Rillieux-la-Pape. O ano de 2011 foi marcado pela restruturação e pela análise das condições em que se efectuava o trabalho da companhia. Após a intensidade dos anos passados em Rillieux-la-Pape, e três anos passados em Toulouse, a companhia decidiu instalar-se em Sainte-Foy-lès-Lyon, numa antiga carpintaria adquirida em 1995, onde a companhia irá desenvolver um novo projecto ambicioso: RAMDAM, um centro de arte. DAVID MAMBOUCH fez parte da companhia permanente de actores do TNP de Villeurbanne até 2010, onde participou em numerosas encenações de Christian Schiaretti. Actuou em “Mère & Fils” de Joël Jouanneau, com encenação de Michel Raskine. Como encenador, dirigiu o projecto “Harold Pinter Club” e “L’Oracle de Saint-Foix”. Escreveu e dirigiu diversas peças no Théâtre Les Ateliers (Lyon), incluindo “Kaveh Kanes”, “Terrible et Noires Pensées” e “Mains Fermes”. A sua peça “Premières Armes” foi encenada por Olivier Borle no TNP de Villeurbanne. David também escreve argumentos e dirigiu várias curtas-metragens, destacando-se “La Grande Cause”, uma série de filmes co-realizados com Oliver Borle. Foi actor no filme “La Maison de Nina” (2004). Colabora com a Compagnie Maguy Marin, tanto como realizador, no filme “Nocturnes”, mas também como intérprete, nas peças “May B” e “Umwelt”. Em 2015 criou e dirigiu um novo espectáculo, “Juan”, que estreou no TNP de Villeurbanne. BENJAMIN LEBRETON após os seus estudos em Arquictetura Paisagista em Paris, formou-se em Cenografia na ENSATT - École Nationale Supérieure des Arts et Techniques du Théâtre. Desde 2005, tem desenvolvido o seu trabalho como cenógrafo em vários espectáculos em França e no estrangeiro, destacando-se a sua longa colaboração com o coreógrafo francês Mourad Merzouki. Em 2013 começou a trabalhar em novos projectos com Maguy Marin. Em teatro tem concebido a cenografia para espectáculos de Phillipe Awat, Catherine Hargrave, Thomas Poulard, David Mambouch, Les Transformateurs e Valerie Marinèse. Na Alemanha colaborou com a companhia Scènes na criação de “Sonho de uma Noite de Verão”, de W. Shakespeare, no StaatTheater Wiesbaden. Paralelamente, trabalha como designer gráfico para diversos eventos culturais e companhias. Maguy Marin is one of the most important European choreographers and has been a central figure of French dance theatre for more than three decades. Maguy Marin’s inspiration for Singspiele came from a fragment of text by Robert Antelme, known for his portrayal of the Dachau concentration camp, who writes about people’s need for recognition: ‘Each person’s history unfolds through the need to be recognized, and recognized without reservation (...).’ This work attempts to give place and attention to anonymous or recognizable faces which, emerging, capture our eyes with a strangeness of perception, not instantaneously intelligible. On the stage we encounter a single performer, David Mambouch. He animates anonymous and recognizable faces, both present and historical, of all sexes and genders, skin colors, social backgrounds and ages, which catch the eye with an initially unintelligible perceptiveness. It’s a work about listening, hearing these faces speak of their absent bodies, precisely or confusedly, a particular story worn by these mute faces that forever slip away from us.

APRESENTAÇÃO NO ÂMBITO DA REDE HOUSE ON FIRE, COM O APOIO DO PROGRAMA CULTURA DA UNIÃO EUROPEIA

11


Tim Spooner (REINO UNIDO)

BILHETES: 3 € AOS 7 €

ESTREIA NACIONAL

The Assembly of Animals MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL - sala de ensaios 14 e 15 de Maio às 11h e 16h30 (SÁBADO E DOMINGO)

Concepção Concept: Tim Spooner Desenho de luz Lighting design: Marty Langthorne Manipuladores Operators: Tim Spooner, Natacha Poledica, Enrico Aurigemmo Produção Production: Marine Thévenet/Nicky Childs, Artsadmin for Bamboo Network - The European Union’s Culture Programme Co-produção Co-production: TJP - Centre Dramatique National de Strasbourg Apoios Supports: National Lottery Through Arts Council England, Cambridge Junction Agradecimentos Acknowledgments: Chelsea Theatre, Londres Fotografias Photography: Joyce Nicholls, Paul Blackemore Técnica Technique: Marionetas, objectos e demonstrações científicas Puppets, objects and scientific demonstrations Idioma Language: Sem palavras Without words Público-alvo For audiences over: Dos 3 aos 103 anos From 3 to 103 years Duração Running time: 30 min The Assembly of Animals é um espectáculo-instalação, uma escultura performativa que combina marionetas, objectos e demonstrações científicas. Um palco expande-se lentamente, iluminado por cores néon, submerso na escuridão. Visões estranhas, líquidos coloridos e animais magnéticos emergem da obscuridade, revelando a sua mecânica interior. Tim Spooner apresenta criaturas estranhas que vêm de outro mundo, um bestiário que oscila entre a ficção científica, contos de fadas e o surrealismo. Os manipuladores estão presentes para lhes dar vida, mas neste mundo em miniatura os animais têm a sua própria existência. E mal o espectáculo se inicia, acreditamos na ilusão. E para satisfazer a nossa curiosidade, Tim mostra-nos como tudo funciona, revelando o interior de objectos que ganham vida no seu espectáculo. Somos cúmplices, testemunhas felizes das suas experiências. Tim Spooner é um inventor artístico que utiliza a física básica e uma imaginação surrealista para criar um mundo cuidadosamente construído e delicado, deixando as crianças e os adultos maravilhados. “Tim Spooner é inclassificável. Meticuloso na montagem e na construção dos seus objectos, desconcertante na implementação das suas performances, pertence àqueles artistas libertos de quaisquer ideias e expectativas preconcebidas. Parece seguir apenas o fluxo lógico do material, enquanto este se transforma, oferecendo-nos um universo único, estranho e poderoso.” - Renaud Herbin, Director do TJP - Centre Dramatique National d’Alsace - Strasbourg “Absolutamente fascinante, inegavelmente louco.” - Flossie Waite, Children’s Theatre Review BIO Artista plástico e performer, Tim Spooner desenvolve o seu projecto em Londres, trabalhando sobre a convergência entre o mundo físico e o mundo das ideias. Mostra regularmente o seu trabalho em galerias e teatros, e geralmente apresenta os seus espectáculos ao lado de pinturas. A sua pesquisa combina um fascínio pela manipulação de objectos e marionetas, com as práticas do desenho, da escrita e da performance. Ao jogar com a escala e a perspectiva, os seus espectáculos absolutamente surreais revelam as propriedades particulares e por vezes idiossincráticas dos objectos com os quais está a lidar. Desde 2010, tem feito uma série de espectáculos metafísicos de marionetas, nos quais os objectos, meticulosamente manipulados, nos são apresentados a partir da sua vida interior, tendo como objectivo expandir a compreensão do mundo físico. Estes espectáculos são: The Grid of Life, The Magic Bird Garden Room, 24 Grotesque Manipulations e The Telescope.

12

The Assembly of Animals is a performed sculpture which combines puppets, objects and scientific demonstrations. Children and adults alike are invited to witness the inner workings of a laboratory as it searches for life in material. A series of red curtains are drawn to reveal an intricate sequence of operations bringing to life a fragile universe of animals within animals. Tim Spooner makes collections of puppets or performing sculptures that aim to expand an understanding of the physical world by revealing something of its inner life. Propelled by the magic of magnetism, vibrating compositions of living and inanimate matter, sound and electricity, his performing sculptures appear to exist in parallel universe to our own. The visual artist and performer Tim Spooner works from London on correspondences between the physical world and the world of ideas. In his solo work, Tim combines his fascination with object manipulation and puppetry with drawing, painting and performance.


pickled image (REINO UNIDO)

BILHETES: 5 € AOS 12 €

ESTREIA NACIONAL

Coulrophobia SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL – Sala Mário Viegas 17 e 18 Maio às 21h (TERÇA E QUARTA)

Encenação Direction: John Nicholson Interpretação Performers: Dik Downey, Adam Blake Concepção e texto Concept and script: Dik Downey, Adam Blake, John Nicholson Cenografia Set design: Pickled Image, Emma Powell Construção de marionetas Puppet making: Dik Downey, Emma Powell Adereços e objectos Props and objects: Emma Powell Composição e desenho de som Composer and sound: Emma Powell Figurinos Costume: Linda Anneveld Desenho de luz e soluções técnicas Lighting design and technical solutions: Jan Erik Skarby, Marianne Thallaug Wedset, Onela Keal Técnico e design Technician and design: Linda Anneveld Realização de filme e fotografia Film maker and photography: Adam Laity Produtor criativo Creative producer: Vicky Andrews Produção Production: Pickled Image, Nordland Visual Theatre Apoios Supports: Arts Council of England, Nordland Visual Theatre Técnica Technique: Marionetas e objectos Puppets and objects Idioma Language: Inglês English Público-alvo For audiences over: +16 Duração Running time: 70 min COULROPHOBIA: DOIS PALHAÇOS PRESOS NUM MUNDO DE CARTÃO... Dik e Adam são palhaços tradicionais numa situação muito pouco convencional. Foram parar a um mundo onde tudo é feito de cartão: cadeiras, mesas, um elevador, instrumentos musicais e até mesmo um barco. Não têm nenhuma ideia de como vieram aqui parar ou o que é suposto fazer; o que sabem é que as suas acções parecem estar fora do seu controlo, como se alguém os estivesse a obrigar a actuar contra a sua vontade. Através de uma série de números ultrajantes, envolvendo palhaçadas, mímica e muita participação do público, os dois descobrem que estão, de facto, presos neste mundo de cartão e são controlados por uma presença maligna: o pequeno, mas terrífico Poco, the Clown. A única forma de escaparem ao seu dilema é convencer dois membros do público a ocuparem os seus lugares. Será isto possível? Depende de quão persuasivos eles realmente possam ser... “Eu já não ria tanto desde que vi Flåklypa Grand Prix (um filme de animação norueguês), como uma criança de sete anos, e quase fiquei triste quando acabou.” - Even Biering-Strand, Vaganavi

BIO A companhia Pickled Image foi criada em 2000 por Dik Downey e Vicky Andrews. O grupo tem estado imerso no mundo das marionetas, seja quando actua em teatros ou na rua, com os seus imaginativos espectáculos. Desde a sua criação ganhou reputação internacional e vários prémios pela qualidade das suas produções, repletas de humor negro. Dick Downey tem uma longa carreira como performer. Fez parte da companhia Green Ginger e participou em quase todas as suas produções. É o criador das marionetas mais marcantes dos Pickled Image, para além de um talentoso marionetista, o que comprova o seu talento como designer e construtor de marionetas. Vicky Andrews, formada em escultura, é ilustradora e cenógrafa e tem estado envolvida na concepção de espectáculos para instituições como Bristol Old Vic, Bath Theatre Royal e Welsh National Opera. No FIMFA pudemos ver os espectáculos de rua “The Big Bad Wolf” (2015) e “Bernards Puppet Bonanza” (2005); os espectáculos de sala “Marvellous Box of Peeps & Delights e “Houdini’s Suitcase” (2008); e apreciar as suas marionetas em “Hunger”, da companhia TinkerTing (2011). As marionetas e máscaras dos Pickled Image são únicas e têm um design distintivo e forte, encomendas têm incluído a BBC, Green Ginger, The Wright Stuff Theatre of Puppets, Garsinton Opera, Turak Théâtre, Mark Bruce Company, Garsington Opera, entre muitos outros. Coulrophobia: two clowns trapped in a cardboard world… Outrageous sketches, involving slapstick, mime and a lot of audience participation. Dik and Adam are traditional clowns in a very untraditional situation. They somehow find themselves in a world where everything is made of cardboard: chairs, tables, a lift, musical instruments and even a boat. They have no idea why they are here or what they are supposed to be doing; only that their actions seem to be beyond their control, almost as if someone else was making them perform against their will. Formed in 2000, Pickled Image specialises in puppetry for live performance and theatre. Since its inception the company has gained international recognition and numerous awards for their darkly humorous visual productions. The directors of the company are Dik Downey & Vicky Andrews. Dik has entertained audiences in various guises from fire-eater, escapologist, clown and puppeteer. He worked with the acclaimed Green Ginger from 1994 to 2003. As an experienced and highly talented designer and puppet maker, Dik has created all of the company’s most striking puppets.

“Coulrophobia - medo de palhaços, é uma das coisas mais loucas que já vi em um palco. É uma exibição desenfreada de loucura teatral que posso garantir que nunca experimentaram antes.” - Five on the Dice “Os dois super-palhaços dos Pickled Image tiram tudo... Literalmente.” - Kristian Rødvand, Rana Blad

13


Husam Abed Dafa Puppet Theatre

BILHETES: 10 €

ESTREIA NACIONAL

(PALESTINA-JORDÂNIA-REPÚBLICA CHECA) The Smooth Life SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL - Sala de ensaios 17 a 21 de Maio às 20h (TERÇA A SÁBADO) Encenação, concepção e actor-manipulador Direction, concept and performer: Husam Abed Cenografia e marionetas Set design and puppets: Réka Deák Dramaturgia Dramaturgy: Marek Turošík Consultoria artística Artistic advisers: Jirí Havelka, Robert Smolík, Marek Becka Fotografias Photography: Irena Vodáková Produção Production: Academy of Performing Arts, DAMU - República Checa Czech Republic Técnica Technique: Teatro de objectos Object theatre Idioma Language: Inglês English Público-alvo For audiences over: +12 Duração Running time: 55 min Seguidos de refeição Followed by a meal Lotação limitada a 8 pessoas Limited audience to 8 spectators Um “documentário a solo”, não tradicional... um espectáculo de marionetas para oito espectadores, com uma surpresa culinária no final. À volta da mesa, enquanto a comida está a ser preparada, Husam Abed conta a sua história, a de um homem palestino, nascido e criado no campo de refugiados de Baqaa, na Jordânia. De uma forma encantadora e evocativa, conta as histórias da sua família no contexto dos acontecimentos políticos do seu país ao longo dos últimos 30 anos, com objectos, marionetas, fotografias, vídeos, mapas e, à maneira de um antigo contador de histórias, ouvimos falar sobre experiências muito distantes da nossa realidade europeia. Na mesa, a arte combina-se com a vida e a criação. Husam Abed usa as histórias da sua própria vida diária e pessoal para criar uma atmosfera que preenche todos os nossos sentidos. “Que espectáculo tão poderoso. (...) Uma história muito comovente, contada de uma forma muito bonita - rica em cores e sabores. Obrigatório experimentar.” - Stephanie Filippi, Prologue to the Performing Arts, Toronto, Canadá “The Smooth Life de Husam Abed é um solo, que conta a história da vida de uma família palestina num campo de refugiados. Este foi um espectáculo intimista que usou marionetas e teatro de objectos para revelar uma história pessoal dentro de uma narrativa política extremamente polémica e violenta. Longe de ser propaganda, The Smooth Life é ainda mais poderoso e provocativo durante os momentos divertidos e de normalidade da vida que retrata, em face da política brutal.” - Rachel MacNally, membro do júri do Festival A Puppet is a Human Too.

BIO Husam Abed é um marionetista, músico e assistente social palestino, que vive entre Amã e Praga. Master of Directing for Alternative and Puppet theatre, DAMU – República Checa, é também fundador do Dafa Puppet Theatre (Jordânia e República Checa). Tem representado e levado marionetas e projectos de contadores de histórias a crianças e jovens de muitos países, especialmente em campos de refugiados e áreas carenciadas na Jordânia. Encenou espectáculos de marionetas, colaborou com artistas de vários países e desenvolveu a sua própria forma de representar, através da mistura da narração, ou de contador de histórias, com marionetas. É um dos membros fundadores do Flying Freedom Festival, na República Checa, e de Amman Theatre Lab. na Jordânia. PRÉMIOS — The Jury Grant of distinction for original artistic concept, “The Smooth Life”, 28th International Theatrical Festival Valise, Lomza, Polónia, 2015; — The Jury Grant of distinction for “The Smooth Life”, 20th Festival A Puppet is a Human Too, Varsóvia, Polónia, 2015.

14

A non-traditional documentary and puppet performance for eight spectators with a culinary surprise at the end. Palestinian Husam Abed was born and raised in Baqaa refugee camp in Jordan. Around the table, while the food is being prepared, in a charming and evocative way he tells the stories of his family in the context of the political events in his country over the past 30 years, with objects, photos, maps, videos and good old storytelling. Husam Abed is a Palestinian puppeteer, musician and social worker living between Amman and Prague. Master of Directing for Alternative and Puppet theatre at DAMU – Czech Republic and founder of Dafa Puppet Theatre/Jordan and Czech Republic, he has been performing and leading puppetry and storytelling projects for children and youth in many countries especially refugee camps and underprivileged areas in Jordan.


Yase Tamam (IRÃO)

BILHETES: 5 € AOS 12 €

ESTREIA NACIONAL

Count to One SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL – Sala Mário Viegas 19 e 20 Maio às 21h (QUINTA E SEXTA) Inspirado em Based on the poems by: Omar Khayyam Encenação Direction: Zahra Khyali Sabri Assistente de encenação Direction assistant: Fatemeh Abbasi Interpretação Performers: Mehdy Shahpiry, Reza Bahrami, Hossein Divandari Músico Musician: Behrang Abbaspoor Fotografias Photography: Mani Lotfizadeh, Reza Mousavi Técnica Technique: Marionetas de barro Clay puppets Idioma Language: Sem palavras Without words Público-alvo For audiences over: +12 Duração Running time: 45 min “Count to One”, a nova criação da encenadora iraniana Zahra Sabri, inspira-se na poesia milenar do poeta persa Omar Khayyam (século XI), considerado como hedonista e céptico, relativamente distante da prática do Islão. Os três marionetistas são homens, três soldados que decidem parar de lutar numa terra desconhecida. Para se expressar começam a fazer esculturas de barro, criando com grande mestria todo o tipo de esculturas efémeras, desde pássaros até uma bailarina. O espectáculo combina imagens actuais com poesia oriental e música ao vivo, numa ousada declaração contra a guerra.

Count to One is inspired by the thousand year old poetry of Omar Khayyam. The play is about three soldiers who decide to cease fighting in an unknown land. To express themselves, they begin making sculptures out of mud. With great skill the actors are creating everything from birds to dancing woman. The performance combines modern images with oriental poetry and creates a daring anti-war statement, accompanied by a multi-instrumentalist musician. Zahra Khyali Sabri, born in Tehran in 1966, is a director, stage designer, puppet designer and puppet maker. She received her B.A. of Stage Designing from the Islamic Azad University in 2000. In 1990 she formed the multi award winning theatre group Yase Tamam. The company has been performing in several festivals around the world.

A marioneta tem a sua própria linguagem inconfundível - esta é uma das razões pelas quais o teatro no Irão está cada vez mais a recorrer a uma antiga tradição: o teatro de marionetas. A encenadora Zahra Sabri arrisca bastante quando se move do teatro de marionetas tradicional para o reino do teatro de objectos contemporâneo e destila a filosofia pacifista da poesia persa. “Khayyam fala do tempo actual e de amor (...), a atitude destes soldados não tem tempo. Podia ser em qualquer época. Neste espectáculo, queria expressar o meu ódio pela guerra e a minha esperança na vida.” - Zahra Sabri “(...) O espectáculo é uma fascinante e bonita meditação sobre a vida em contraste com a guerra”. - DN.SE “(...) O resultado foi magnífico (...). Tudo foi muito bem acompanhado ao vivo pelo músico Behrang Abbaspoor. Os homens não pronunciaram uma palavra, mas os seus olhos e a imaginação contaram tudo. Foi uma representação poética da brutalidade da guerra, do que tem um início, mas não tem fim (...)”. - Rakel Chukri, Sydsvenskan BIO Zahra Khyali Sabri nasceu em Teerão em 1966, é encenadora, cenógrafa e construtora de marionetas. Recebeu o B.A. em Cenografia pela Islamic Azad University, em 2000. Em 1990, fundou a premiada companhia de teatro Yase Tamam, que tem actuado em diversos festivais internacionais por todo o mundo.

15


Cie La Mue/tte Santiago Moreno

BILHETES: 5€

ESTREIA NACIONAL

(FRANÇA-ARGENTINA) Les intimités de l’Homme-Orchestre SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL - Sub-Palco 20 de Maio às 19h e 22h15 (SEXTA) 21 de Maio às 17h e 19h (SÁBADO) Concepção, construção e interpretação Concept, construction and performer: Santiago Moreno Olhar exterior Artistic adviser: Delphine Bardot Técnica Technique: Música e teatro de objectos Music and object theatre Idioma Language: Sem palavras Without words Público-alvo For audiences over: +8 Duração Running time: 30 min

Uma pequena forma que revela o processo de construção musical de um Homem-Orquestra! Cheio de pequenas invenções e composições musicais que são criadas passo a passo, ficamos fascinados com a sua complexidade. Um momento lúdico e poético onde a música e o movimento são inseparáveis, para viver e conhecer a intimidade de um Homem-Orquestra... Numa mesa de bridge, uma lâmpada e alguns objectos, frágeis e cristalinos. Um ventilador cria uma espiral de vento, acciona um mecanismo simples e produz ressonâncias em três copos de vidro. Pelo movimento, o ritmo aleatório é lançado, mais próximo da respiração humana e musical, do que de mecanismos de relojoaria e das suas precisões. O jogo é desenvolvido através da criação de uma arquitectura sonora numa paisagem de movimentos e ruídos microscópicos. Uma composição musical sensível nasce em seguida de uma mala com copos, que são tocados com um arco de violino e dois ventiladores. Uma delicada mão-orquestra revela uma personagem insólita e curiosamente rítmica, que passa a ser a chave de uma progressão engenhosa. E sempre um ventilador a operar estas minúsculas revoluções... BIO Músico e marionetista, de origem argentina, Santiago Moreno é fundador do grupo musical italo-argentino Aparecidos e da companhia de teatro de marionetas Dromosofista. Colabora com a companhia La S.O.U.P.E. nos espectáculos Body Building e Macao et Cosmage (versão curta). Na companhia La Mue/tte continua as suas pesquisas em torno da dissociação do músico, em forte ligação com os princípios de manipulação necessários para um marionetista. Desenvolve o seu trabalho específico de várias formas, uma criação para a rua, e outra, mais íntima e experimental, para o espaço interior. La Mue/tte foi criada em Nancy em 2014, com o encontro entre uma marionetista e um músico-marionetista, ambos apaixonados pelo movimento, a sua transmissão e o seu impacto (som, imagens, manipulação). Delphine Bardot e Santiago Moreno uniram-se com o projecto de desenvolverem uma investigação em torno do teatro visual e musical, que envolve o corpo e a marioneta. Small inventions and musical assemblies are created, little by little, in front of a fascinated audience, by an elaborated One-man band. On a bridge table, a lamp and some fragile and crystalline objects. A fan creates a wind spiral, operates a simple mechanism and produces a resonance on three glass cups. By motion, the random rhythm is launched, closer to human and musical breath than to horology and its accuracies. The music is developed by the creation of a sound architecture in a landscape of movements and microscopic noises. A delicate multi-instrumentalist One-man-hand reveals an unusual and strangely rhythmic character who turns out to be the key to an ingenious progression. And always a fan that operates its tiny revolutions, leaving behind him a permanent drone. Musician and puppeteer from Argentina, Santiago Moreno develops his researches about One-man-band and exacerbated dissociation of the musician, in strong link with the principles of objects-manipulation necessary to the puppeteer. La Mue/tte was created in 2014, after the encounter of a puppeteer-actress and a musician-puppeteer. Delphine Bardot and Santiago Moreno got together to develop a research on visual and musical theatre.

16


Yael Rasooly & Yaara Goldring (ISRAEL)

BILHETES: 5 € AOS 12 €

ESPECTÁCULO DE ENCERRAMENTO DO FIMFA LX16 ESTREIA NACIONAL

The House by the Lake SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 20 e 21 de Maio às 21h (SEXTA E SÁBADO)

Texto e encenação Text and direction: Yael Rasooly, Yaara Goldring Co-autoria Co-creators: Edna Blilious, Rinat Sterenberg Interpretação Performers: Maya Kindler, Michal Vaknin, Yael Rasooly Cenografia e figurinos Stage and costume design: Maureen Freedman Concepção de marionetas e objectos Puppets and object design: Maayan Resnick, assistida por assisted by Noa Abend Compositor e autor das letras Composer and song writer: Nadav Wiesel Desenho de som Sound design: Binya Reches Desenho de luz Lighting design: Asi Gottesman Assistente de encenação Direction assistant: Michal Vaknin Olhar exterior Artistic adviser: Yael Inbar Fotografias Photography: Nir Shaanani Produção Production: “Hazira Performance Art Arena”, Jerusalém Apoio à apresentação Presentation support: Embaixada de Israel em Portugal Técnica Technique: Marionetas e objectos Puppets and objects Idioma Language: Inglês English Público-alvo For audiences over: +12 Duração Running time: 60 min The House by the Lake, um cabaret musical para actrizes, marionetas e objectos, de Yael Rasooly e Yaara Goldring. Ainda não há muito tempo atrás, na Europa Central, três irmãs têm de se esconder num pequeno quarto, muito frio, e aguardar o regresso da mãe. Ao longo de uma noite infindável, esforçam-se por manter intacta a vida que levavam, refugiando-se num estranho jogo cheio de fingimentos (curso de ballet, de música, de línguas). À medida que o mundo se desmorona à sua volta, os seus corpos fundem-se com os pedaços partidos das bonecas, que se transformam em instrumentos musicais, criando um mundo absurdo e fantástico. The House by the Lake oscila entre o cabaret e o teatro contemporâneo de marionetas e objectos, para adultos e adolescentes. Através da memória e das canções de uma artista de cabaret, emergem recordações de uma infância roubada, de uma família dilacerada... a história de três irmãs durante o Holocausto. E apesar do horror e dos pesadelos, o poder da imaginação e da criação é mais forte e não pode ser silenciado. Este espectáculo foi galardoado com o prémio para a melhor criação “cenografia, figurinos, marionetas, objectos e luz” no Acco Festival of Alternative Israeli Theatre. “Um espectáculo original e muito imaginativo que enfrentou o desafio de criar um mundo teatral bonito e delicado, que combina subtilmente o humor e o horror da história.” - Shai Bar Yaakov, Yediot Aharonot “Yaara Goldring e Yael Rasooly escolheram um tema terrível e delicado para The House by the Lake, o qual abordam com infinita subtileza e inteligência. (...) A encenação é inventiva e prossegue em pequenos passos: as bonecas movem-se e tornam-se marionetas que ganham vida nas mãos de três actrizes, ao ponto de, por vezes, não sabermos quem é quem (...).” - Trina Mounier, LesTroisCoups.com “Ao escolherem abordar o trauma do Holocausto dentro do imaginário infantil e do musical, Yael Rasooly e Yaara Goldring assinam com The House by The Lake, um verdadeiro bouquet de pepitas cénicas e oníricas, recorrendo às formas populares do cabaret, ao conto e ao teatro de marionetas, para encenarem o horror da memória colectiva e de uma família (...).” - Yves Desvigne, www.lenvoleeculturelle.fr

INTENÇÕES, POR YAEL RASOOLY “The House by the Lake foi a minha primeira tentativa de lidar com o trauma do Holocausto. Durante toda a minha infância e adolescência, tinha a compulsão de ler e ver tudo o passava pelas minhas mãos sobre o Holocausto. O silêncio em torno do passado da minha família levoume a fazê-lo (...). Trabalhar sobre uma catástrofe histórica poderia ter sido muito difícil, e uma questão tinha de ser colocada: como é que nós, os criadores deste espectáculo, que nunca conhecemos a fome, que nunca fomos forçados a afastarmo-nos da nossa vida e da nossa família, que nunca testemunhámos tais medos e este horror devastador, poderíamos criar um espectáculo fiel a estes acontecimentos? Deveríamos, primeiro, encontrar a realidade que poderíamos abordar. (...) Na nossa pesquisa, tivemos a oportunidade de conhecer e conversar com vários sobreviventes do Holocausto, que então eram crianças, e que tinham sido escondidos em condições inimagináveis, durante anos, em sótãos, debaixo de terra, sozinhos na floresta. Quais são os métodos psicológicos de sobrevivência para uma criança? Para além dos encontros pessoais incríveis que tivemos, lemos muito sobre o assunto. Um dos elementos, comum a todas as histórias, era um objecto tangível que cada criança tinha quando estava escondida, que continuava a dar-lhe o conforto daquela vida alterada de forma tão brutal. Este podia ser uma peça de roupa, uma fotografia, um brinquedo. No espectáculo decidimos que seria uma boneca que cada irmã teria nos seus braços enquanto estava escondida. Uma prova das brincadeiras de infância, a dupla de cada pequena irmã, uma fuga no reino imaginário do familiar e de ‘estar em segurança’ (...). The House by the Lake é um espectáculo sobre uma infância roubada, o que naturalmente existe hoje, como no passado. Não é preciso procurar muito.”

17


Yael Rasooly & Yaara Goldring (ISRAEL) BIO Yael Rasooly é encenadora, actriz, marionetista e cantora. Nos seus espectáculos desenvolve uma linguagem que mistura diferentes linguagens artísticas, teatro, artes plásticas e música. Yael conta histórias que transportam o público para um mundo entre a ficção, realidade e a recordação, o passado. As imagens que propõe navegam entre os lados terno e sombrio dos contos de fadas. Yael Rasooly nasceu em Jerusalém em 1983. Realizou os estudos de cantora lírica e depois estudou cenografia em Londres. Começou a desenvolver a sua linguagem cénica, muito pessoal, na School of Visual Theater de Jerusalém, onde se especializou em encenação, teatro de objectos e cenografia, tendo-se graduado com distinção. Desde 2006 que Yael cria espectáculos de teatro de objectos que têm sido convidados para diversos festivais de teatro na Europa, Estados Unidos da América, América do Sul e na Ásia, principalmente com “How Lovely”, apresentado no Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Chaleville-Mézières (2009), no Festival de Avignon, entre outros. A sua premiada criação “The House by the Lake” juntou diversos jovens criadores israelitas, como músicos, compositores, actores e cenógrafos. Simultaneamente desenvolve a sua carreira de cantora, com um repertório ecléctico, música medieval, clássica e jazz, ao mesmo tempo que cria espectáculos singulares, como “Paper Cut”, que tem recebido vários prémios, como o Award for Excellence for a Solo Show, no NY Fringe Festival (Agosto 2011), e que foi apresentado em Lisboa, na 12.ª edição do FIMFA, com grande sucesso.

18

The House by the Lake, a musical cabaret for actresses, dolls and objects. Once, not long ago, in a far away land in Central Europe, three sisters had to hide. In a cold and naked room they waited quietly for their mother to return. As darkness closed in on them, they struggled to maintain the life they once knew, and escape into a strange game of make-believe. While reality falls apart, the bodies of the actresses come together with pieces of broken dolls - creating a fantastic and absurd world. The House by the Lake is a performance that swings between the boundaries of musical cabaret, and contemporary puppetry for adults. In this original and creative play, humor and tragedy are woven together, forming an overwhelming theatrical experience. Yael Rasooly was born in Jerusalem in 1983. She first started singing opera studies and headed for stage design studies in London. It was at the School of Visual Arts in Jerusalem that she specialized and developed her particular stage language through the staging, object theatre and scenography. She graduated and was awarded by the City of Jerusalem. Since 2006, Yael creates object theater performances that are presented in many festivals worldwide and has won several prizes. Alongside her theatrical work, Yael has an international singing career.


ACTIVIDADES COMPLEMENTARES Other Activities

WORKSHOP Aparição: Criação e Construção de uma Marioneta à Escala Humana APPARITION: CREATION OF A LIFE-SIZED PUPPET COORDENAÇÃO DIRECTED BY: NATACHA BELOVA (RÚSSIA-BÉLGICA) TEATRO NACIONAL D. MARIA II 9 A 15 DE MAIO 10h às 18h (SEG-DOM)

No âmbito do Projecto Funicular, um projecto de formação internacional na área do Teatro de Marionetas In the scope of the Funicular Project: an international training project on puppetry do by CAMa - Centro de Artes da Marioneta / A Tarumba. Destinatários For: Marionetistas, actores, bailarinos, artistas plásticos, estudantes de artes performativas Puppeteers, actors, dancers, visual artists, performing arts students N.º de Participantes No. of participants: 15 As inscrições já estão encerradas. Registration is now closed. Natacha Belova é uma construtora de marionetas invulgar, que se tem destacado no panorama mundial do teatro de marionetas e formas animadas pela qualidade e beleza intrigante das suas criações. Neste workshop do Projecto Funicular, que decorre durante o FIMFA Lx16, os participantes vão construir uma marioneta à escala humana, com o corpo híbrido, misturando este com o do seu manipulador. BIO NATACHA BELOVA é figurinista, cenógrafa e marionetista. Nasceu na Rússia em 1969 e desde a infância que sempre viveu numa atmosfera teatral, graças ao seu pai, actor e encenador. Começou desde muito cedo a trabalhar no teatro, e aos 14 anos já desenhava

figurinos e cenários para alguns espectáculos no teatro que este fundara e dirigia. Formou-se em História e Direito em 1993. Em 1995 mudou-se para a Bélgica e voltou a trabalhar em teatro. Trabalhou durante dezanove anos como figurinista, cenógrafa e marionetista, com cerca de vinte diferentes encenadores, incluindo Jean-Michel d’Hoop, Franco Dragone, Carlo Boso, Galin Stoev, Didier de Neck, Philippe Blasband, Isabelle Pousseur, Christophe Sermet, Raoul collectif. Concebeu as marionetas e foi uma das cenógrafas da obra do escritor e cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, “Trois Vieilles”, Cie Point Zéro. Criou figurinos para cerca de cinquenta espectáculos, mas também para dança, circo e cinema. Este percurso proporcionou-lhe o reconhecimento na área artística belga, com três nomeações para o Prix de La Critique do Teatro Belga (2008, 2009, 2010), e recebeu este prémio na categoria de Criação Visual (2010). Nos últimos anos teve a oportunidade de colaborar em projectos belga-coreanos e francobrasileiros, acompanhando a digressão internacional dos espectáculos em que trabalhou (Espanha, Canadá, Rússia, Coreia , Chile e Brasil), e dirigindo cursos na Bélgica, França, Rússia, Brasil, Chile e Malásia. Natasha Belova is a unique puppet builder, whose work has been highlighted in the puppetry world by the quality and intriguing beauty of her creations. The participants will build a puppet of human size with a hybrid body, partly its own, partly that of its manipulator. Costume designer, set designer and puppeteer, Natasha was born in Russia in 1969 and since childhood she always lived in a theatrical atmosphere, thanks her actor and director father. She began very early to work in the theatre, and at 14 was already drawing costumes and sets for some shows in the theatre that her father had founded and directed. Nicola graduated in History and Law in 1993. In 1995 she went to Belgium and returned to work in theatre. She worked for nineteen years as a costume designer, set designer and puppeteer, with about twenty different directors. She participated as a designer and choreographer on the work of the Chilean writer and filmmaker Alejandro Jodorowsky, “Trois Vieilles”. This journey gave her the recognition in the Belgian artistic area, with three nominations for Prix de la Critique of Belgian Theatre (2008, 2009, 2010), and received the award in the category of Visual Creation (2010). In recent years she had the opportunity to export her know-how in the joint work of a Belgian-Korean project and a French-Brazilian, following the international tour of the show in which she worked (Spain, Canada, Russia, Korea, Chile and Brazil) and giving courses in Belgium, France, Russia, Brazil, Chile and Malaysia.

ENCONTRO COM OS CRIADORES MEET THE ARTISTS Locais de apresentação do FIMFA Lx16 IN THE VENUES OF FIMFA LX16 5 a 22 de Maio

Encontros previstos e imprevistos à volta da arte das marionetas e formas animadas. Criadores e actores-manipuladores são convidados a falar do seu trabalho criativo. Estes encontros potenciam o debate e a troca de informações. Algumas companhias estão disponíveis para no final dos espectáculos responderem a questões e mostrarem o seu trabalho. Fique atento ao blogue! Scheduled and informal meetings about puppetry and animated forms in the festival venues. Creators and puppeteers are invited to talk about their work and creative process. Stay tuned with our blog!

FESTA DE ENCERRAMENTO CLOSING PARTY SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL - JARDIM DE INVERNO 21 DE MAIO A PARTIR DAS 22H15 (SÁBado)

No âmbito da Festa de Encerramento, apresentamos um concerto inusitado com SANTIAGO MORENO, O HOMEM-ORQUESTRA, com mais de doze instrumentos ligados a diferentes partes do corpo, através de sistemas de fios e roldanas, onde poderemos escutar composições originais e temas sul-americanos (boleros, cumbias e bossa nova). E YAEL RASOOLY vai levarnos para a era do jazz, com uma celebração de músicas inesquecíveis dos anos vinte, trinta e quarenta. Estão todos convidados! During the closing party of FIMFA a concert by Santiago Moreno, the One-man band, with over a dozen of instruments attached to his body by a network of wires and pulleys, he knows how to keep his audience enthralled! And Yael Rasooly, with her fantastic voice will take us to the jazz era with an unforgettable celebration of songs from the 20s, 30s and 40s. Join us!

Cie La Mue/tte Santiago Moreno (FR-AR) L’Homme-Orchestre Estreia Nacional

19


CINEMA documentários máscaras (PORTUGAL)

FIMFA — 15 ANOS A ATARANTAR (PORTUGAL)

CINEMATECA PORTUGUESA - MUSEU DO CINEMA Sala m. félix ribeiro 16 DE MAIO ÀS 21H30 (SEGUNDA)

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL Sala Mário Viegas 22 de Maio às 16h (DOMINGO)

Realização e montagem Direction and edition: Noémia Delgado Fotografia Photography: Acácio de Almeida, José Reynes Som Sound: Philippe Costantini Locução Voice-over: Alexandre O’Neill Consultor musical Musical adviser: Luís Madeira Música Music: “Canção de Verónica”, gravação de recorded by Michel Giacometti Arranjos musicais Musical arrangements: Luís Represas, João Represas Supervisão de texto Text supervision: Ernesto Veiga de Oliveira, Benjamim Pereira Assistentes Assistents: Henrique Paula Nogueira, Raymond Frémont, Carlos Mena Produção Production: Centro Português de Cinema Apoio financeiro Support: Instituto Português de Cinema Cópia Copy: Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, 16mm, cor colour Idioma Language: Português Portuguese Documentário Documentary, 110m, 1976 Co-apresentação Co-presentation: Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, FIMFA Lx16 e and São Luiz Teatro Municipal

Realização Director: Lionel Balteiro Coordenação editorial Editorial coordination: Luís Hipólito Direcção de produção Production director: Ana da Silva Rodrigues Produção Production: A Tarumba - Teatro de Marionetas, Mínima Ideia Idioma Language: Português Portuguese Documentário Documentary, 55m, 2015 Entrada livre (sujeita à lotação da sala) Free entry (depends on room capacity)

SESSÃO APRESENTADA POR SESSION PRESENTED BY LUÍSA SOARES DE OLIVEIRA* Uma homenagem à realizadora Noémia Delgado (falecida em Março de 2016), ligada à geração do Cinema Novo português e autora deste documentário etnográfico pioneiro sobre os caretos tradicionais de Trás-os-Montes. Noémia Delgado rodou “Máscaras” entre o Natal de 1974 e a quarta-feira de cinzas de 1975 em Varge, Grijó da Parada, Bemposta, Pondence, Rio de Onor e Bragança. Centrando-se nos caretos tradicionais de Trás-os-Montes, o filme regista os rituais seculares do “Ciclo de Inverno”, associados ao solstício e à iniciação à idade adulta. Ao registar um conjunto de tradições, cujo significado e rigor na representação se estavam a diluir progressivamente no tempo, reencenando mesmo algumas delas, Noémia Delgado fará muito pela recuperação e revitalização dessas mesmas tradições das “terras de feição ainda arcaizante do Nordeste Trasmontano”, como introduz a voz de Alexandre O’Neill. “Máscaras é a primeira longa-metragem de Noémia Delgado, cineasta que começou a trabalhar como anotadora, montadora e assistente de outros realizadores como António da Cunha Telles, Paulo Rocha e Manoel de Oliveira, mas Máscaras não é o seu primeiro filme, pois Noémia Delgado já se havia estreado na curta-metragem. Todavia Máscaras é, sem dúvida, o seu mais belo filme (...).” - Joana Ascensão, Folha da Cinemateca Portuguesa A tribute to Portuguese director Noémia Delgado (1933-2016), connected to the Portuguese Cinema Novo (New Cinema) generation and author of this pioneering ethnographic documentary about traditional caretos of Trás-os-Montes, in the Northeast province of Portugal. Noémia Delgado filmed “Masks” from Christmas 1974 to Ash Wednesday 1975, in Varge, Grijó da Parada, Bemposta, Pondence, Rio de Onor e Bragança. Focusing on traditional caretos of Trás-os-Montes, the film records the secular rituals from “Winter Cycle”, associated with the solstice and the initiation into adulthood. Noémia Delgado has done much for the recovery and revitalization of these traditions, when registering a set of traditions that were loosing the meaning and accuracy in the representation, and even reenacting some of them. *É crítica de arte no jornal Público e docente universitária. Completou o doutoramento na Universidad Politécnica de Valencia (Espanha) com uma tese sobre cinema e modernismo na obra de Manoel de Oliveira. É também conferencista, curadora de exposições e investigadora no núcleo de Fotografia e Cinema do Instituto de História da Arte (FCSH - UNL).

BILHETES: 2,15 € a 3,20 €

20

SESSÃO APRESENTADA POR SESSION PRESENTED BY JOÃO CARNEIRO* “Há demasiadas almas de madeira para que não se amem as personagens de madeira que têm uma alma.” - Jean Cocteau Um documentário sobre o FIMFA Lx - Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas e a companhia A Tarumba, com entrevistas de Luís Hipólito e testemunhos de colaboradores, jornalistas e marionetistas. Desde 2001, o FIMFA afirmou-se como um dos mais importantes festivais internacionais do teatro de marionetas contemporâneo, mas também revelou companhias e técnicas tradicionais que não devem ser esquecidas. A Tarumba, criada em 1993 por Luís Vieira e Rute Ribeiro, responsáveis pela direcção artística do FIMFA, significa atarantar, estontear, atordoar, maravilhar… As viagens, os espectáculos, vários depoimentos, o público, a organização de um festival, as dificuldades, os sonhos. A arte do movimento e os seus criadores. “São quinze anos de muitas histórias e ainda mais espectáculos. Aquela que agora se vai recontar tem vários fios mas há quinze anos que são as marionetas que nos guiam. FIMFA - 15 Anos é a história de um festival que mudou o nosso modo de olhar para as marionetas. Foram quinze anos a construir um festival mas, mais do que isso, uma relação de intimidade entre Lisboa e o maravilhoso e enigmático mundo das marionetas.” A documentary about the International Festival of Puppetry and Animated Forms and the company A Tarumba, created in 1993, with interviews by Luís Hipólito and testimonies of collaborators, journalists and puppeteers. Fifteen years of many stories and even more shows. This story has several strings, but from fifteen years ago that are the puppets that guide us. FIMFA - 15 years is the story of a festival that changed our way of looking at puppetry. *Crítico de teatro no jornal Expresso. Pós-graduado em Literaturas Românicas. Professor de Dramaturgia e de Teatro em cursos promovidos por várias estruturas artísticas e instituições. Colaborador de projectos internacionais de investigação em teatro.


ESTREIA NACIONAL

Yeung Faï: Un Dernier MaîtrE de Marionnettes (FRANÇA)

Orlando Ferito (FRANÇA)

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL Sala Mário Viegas 22 de Maio às 18h (DOMINGO)

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL Sala Mário Viegas 22 de Maio às 21h (DOMINGO)

Realização, fotografia e som Director, photography and sound: Christian Passuello Montagem Editor: Yen Le Van Produção Production: Les Films du Sud, Vosges Télévision, Agovision Difusão Distributor: Vosges TV Idioma Language: Francês, com legendagem em inglês French, with English subtitles Documentário Documentary, 52m, 2015 Entrada livre (sujeita à lotação da sala) Free entry (depends on room capacity)

Realização e argumento Direction and script: Vincent Dieutre Com a participação de With the participation of: Mimmo Cuticchio e and Pupi da Associazione Figli D’Arte Cuticchio, Georges Didi-Huberman, Pierandrea Amato Fotografia Photography: Arnold Pasquier Montagem Editing: Dominique Auvray Produtor Producer: Stéphane Jourdain Produção Production: La Huit Production Idioma Language: Francês e italiano, com legendagem em português French and Italian, with subtitles in Portuguese Legendagem Subtitles: Gentilmente cedida pelo Kindly provided by Festival Indie Lisboa, com tradução de with translation by Leonor Pinela Documentário Documentary, 121m, 2013 Entrada livre (sujeita à lotação da sala) Free entry (depends on room capacity)

SESSÃO APRESENTADA POR SESSION PRESENTED BY DIDIER PLASSARD* Yeung Faï, encarna a quinta geração de uma grande dinastia de marionetistas chineses. Foi iniciado nesta arte aos quatro anos de idade. O seu pai, um mestre reverenciado, foi perseguido durante a Revolução Cultural porque a sua arte era considerada “académica e reaccionária”. A “infâmia” do pai significou a ruína para a família e uma infância difícil. Na época dos protestos da Praça de Tiananmen, Yeung Faï escolheu o exílio. Refugiado em França, conseguiu montar o seu primeiro espectáculo “Hand Stories”, inspirado na sua história pessoal. Este trabalho revelou-o como um grande criador e mestre de marionetas. Yeung aproxima-se dos cinquenta anos e é o último da sua linhagem familiar. É, portanto, fora da família, que irá transmitir esta herança praticada por cinco gerações.
 Actualmente, continua a residir em França e está muito envolvido com a École Nationale Supérieure des Arts de la Marionnette de Charleville-Mézières. Um retrato do percurso atormentado deste artista, inspirado no conteúdo maravilhoso e trágico contido nos seus espectáculos. Para Christian Passuello a prática do documentário tornou-se um modo de vida. “Independentemente dos assuntos abordados (...) o que acontece aos outros é também o que acontece comigo. Mesmo quando não estou a filmar sou sempre cineasta.” Yeung Faï embodies the last generation of a great dynasty of Chinese puppeteers. His father, a revered master, was persecuted during the Cultural Revolution for his “academic and reactionary” art. “The infamy” of the father meant ruin for the family and a miserable childhood. After the bloody events of Tian’anmen Square, Faï decided to leave China. He took refuge in France where he was able to create his first show, the autobiographical “Hand Stories”. Play after play he has confirmed his talents as a great artist and puppet master. He now lives in France and he is very involved with the École Nationale Supérieure des Arts de la Marionnette. This documentary offers a portrait of an artist, his tormented life’s journey and is inspired by the wonderful and tragic stories told in his shows. *Professor de Estudos de Teatro na Universidade Paul Valéry, Montpellier. Autor de vasta obra publicada sobre marionetas e teatro, destacando-se Théâtre des fous d’Edward Gordon Craig (L’Entretemps, 2012), Puck, n.º 20 (Humain - Non humain, com Cristina Grazioli, 2014) e ArtPress2, n.º 28 (La marionnette sur toutes les scènes, com Carole Guidicelli, 2015). É membro do Conselho de Administração do Institut International de la Marionnette e Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.

SESSÃO APRESENTADA POR SESSION PRESENTED BY NUNO CRESPO* Num pequeno teatro de Palermo, os Pupi (as famosas marionetas sicilianas) lamentam o seu destino, ao mesmo tempo que o realizador chega pela primeira vez à Sicília à procura de uma nova esperança política. Este documentário apresenta locais, palavras e corpos que circulam em torno da procura dos pirilampos sobreviventes. Embora Pasolini tenha anunciado em 1975 o Desaparecimento dos Pirilampos e do triunfo do Castelo de Mentiras, ao conhecer novas pessoas e a leitura de um pequeno ensaio de Georges Didi-Huberman, “A Sobrevivência dos Pirilampos”, questionam o cineasta, pessimista e desiludido. A sua história pessoal gradualmente transforma-se em esperança e revolta, sob o signo de Orlando, o príncipe ferido dos Pupi, e de Pirilampos. No seu olhar documental e lúcido da Sicília actual, os clichês revelam-se, por detrás da teatralidade dos Pupi, a mafia, o abandono da política, a vergonha e repressão da homossexualidade e o culto omnipresente da morte acaba, eventualmente, por desenhar frágeis espaços de resistência. Um retrato pessoal da Sicília contemporânea e, mais amplamente da política italiana, e por extensão, da Europa actual. “E primeiro que tudo, os pirilampos desapareceram mesmo? Será que desapareceram todos?” Vincent Dieutre nasceu em 1960 em Petit Quevilly, França. Após completar a licenciatura em História de Arte, ingressou na IDHEC – Instituto de Estudos de Cinema Avançados, e recebeu a bolsa ‘Villa Médicis Hors les Murs’, tendo vivido em Roma e Nova Iorque, antes de se dedicar à realização. Realizou o seu primeiro filme, Rome Désolée, em 1994, enquanto escrevia e ensinava na universidade, na Fémis e escolas de arte. Os seus filmes são essencialmente documentais e autobiográficos, tendo já ganho numerosos prémios. The Pupi (the traditional Sicilian puppets) in the storage room of a small Palermo theatre lament their fate, while a French filmmaker arrives in Sicily for the first time. Although Pasolini announced the Disappearance of the Fireflies, the triumph of the Berlusconian Castle of Lies and the political end of the world, the filmmaker’s pessimism and disenchantment are challenged through new acquaintances and a short essay by Georges Didi-Huberman. Little by little, his personal narrative becomes charged with hope and indignation, symbolized by Orlando, prince of the Pupi, and fireflies. In his clearheaded, documentary take on modern Sicily, clichés rear their ugly heads: behind the theatricality of the Pupi, political dereliction, shameful homosexuality and the everpresent cult of the dead, fragile pockets of resistance take shape. “For a start, have the fireflies disappeared? Have they all disappeared?” *Crítico de arte no jornal Público e ensaísta. Doutorado em filosofia, especialidade estética, pela Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa. É investigador do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa onde coordena um núcleo de investigação sobre arte, crítica e política. Foi curador de várias exposições e publica regularmente textos sobre arte contemporânea.

21


A Tarumba Teatro de Marionetas apresenta nova produção

no São Luiz Teatro Municipal

de 3 a 17 de Dezembro

New show in December!

Este não é o Nariz de Gógol, mas podia ser... com um toque de Jacques Prévert A importância de ter um nariz, para não dar com o nariz na porta, não meter o nariz onde não se é chamado, ser dono do seu nariz ou para meter o nariz em tudo! E Jacques Prévert? “Em boa verdade, não se parecia com ninguém.” Pequena forma em miscelânea de narizes! The importance of having a nose, of not getting one’s nose out of joint, of not sticking one’s nose where it doesn’t belong, of being toffee-nosed or just being nosey! And Jacques Prévert? “In fact, he didn’t look like anybody else.”

PROJECTO FUNICULAR Um projecto de formação internacional na área do Teatro de Marionetas do An international training project on puppetry by CAMa - Centro de Artes da Marioneta / A Tarumba Se desejar receber informações das próximas acções de formação, envie-nos um e-mail com o seu contacto para If you want to receive news about the next workshops, please send us an e-mail to info@tarumba.org / projectofunicular@gmail.com


Sugestões para ajudar a escolher (ter sempre em atenção a faixa etária recomendada para cada espectáculo) Help with choosing (always keep in mind the recommended age restriction for each show) Para ver em família Family-friendly shows Para for +12 Para for +16

CALENDÁRIO 5 a 22 de maio

QUI 5 SEX 6 SÁB 7 DOM 8 TER 10 QUA 11 QUI 12 SEX 13 SÁB 14 DOM 15 SEG 16 TER 17 QUA 18 QUI 19 SEX 20 SÁB 21 DOM 22

14H THE HEDGE MEN 21H THE HEDGE MEN 21H30 LES ENCOMBRANTS FONT LEUR CIRQUE LGO. DO CHIADO | R. GARRETT MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL 18H THE HEDGE MEN 21H THE HEDGE MEN 21H30 LES ENCOMBRANTS FONT LEUR CIRQUE LGO. DO CHIADO | R. GARRETT MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL 16H BARBA AZUL 21H30 LES ENCOMBRANTS FONT LEUR CIRQUE TEATRO TABORDA MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL 16H BARBA AZUL TEATRO TABORDA 21H30 OBJECTO ENCONTRADO PERDIDO TEATRO TABORDA 10H30 TUTU 21H30 OBJECTO ENCONTRADO PERDIDO SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL TEATRO TABORDA 10H30 TUTU 19H MUITO BARULHO POR NADA SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL TEATRO NACIONAL D. MARIA II 10H30 TUTU 19H MUITO BARULHO POR NADA 21H30 SINGSPIELE SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL TEATRO NACIONAL D. MARIA II MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL 11H THE ASSEMBLY OF ANIMALS 15H30 MEET GRANDMA 16H TUTU MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL LGO. DO CHIADO | R. GARRETT SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 21H30 SINGSPIELE 16H30 THE ASSEMBLY OF ANIMALS 18H MEET GRANDMA 19H MUITO BARULHO POR NADA MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL R. AUGUSTA TEATRO NACIONAL D. MARIA II 11H THE ASSEMBLY OF ANIMALS 15H30 MEET GRANDMA 16H TUTU MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL LGO. DO CHIADO | R. GARRETT SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 16H30 THE ASSEMBLY OF ANIMALS 16H30 MUITO BARULHO POR NADA 18H MEET GRANDMA MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL TEATRO NACIONAL D. MARIA II R. AUGUSTA 21H30 DOC: MÁSCARAS CINEMATECA PORTUGUESA 20H THE SMOOTH LIFE 21H COULROPHOBIA SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 20H THE SMOOTH LIFE 21H COULROPHOBIA SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 20H THE SMOOTH LIFE 21H COUNT TO ONE SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 19H LES INTIMITÉS DE L’HOMME-ORCHESTRE 20H THE SMOOTH LIFE 21H COUNT TO ONE SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 21H THE HOUSE BY THE LAKE 22H15 LES INTIMITÉS DE L’HOMME-ORCHESTRE SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 17H LES INTIMITÉS DE L’HOMME-ORCHESTRE 19H LES INTIMITÉS DE L’HOMME-ORCHESTRE 20H THE SMOOTH LIFE SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 21H THE HOUSE BY THE LAKE 22H15 FESTA DE ENCERRAMENTO: L’HOMME-ORCHESTRE / YAEL RASOOLY SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 16H DOC: FIMFA 18H DOC: Yeung Faï 21H DOC: ORLANDO FERITO SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Maria Matos Teatro Municipal

TEATRO NACIONAL D. MARIA II

Cinemateca Portuguesa SÃO LUIZ Museu do Cinema Teatro Municipal

Teatro Taborda Teatro da Garagem

EQUIPA TEAM

AGRADECIMENTOS ACKNOWLEDGEMENTS

Direcção Artística e Programação Artistic Direction and Programme: Luís Vieira, Rute Ribeiro Produção Executiva e Assessoria de Imprensa Executive Production and Press Assessorship: Daniela Matos Assistentes de Produção Production Assistants: Iola Filipe, Ana Rita Nabais Design Gráfico Graphic Design: Flúor Studio - Design Advisors Blogue Blog: Filipe dos Santos Costa Vídeo Video: Flúor Studio - Design Advisors Editora do Programa Programme Editor: Rute Ribeiro Colaboração na Revisão de Textos Collaboration in Texts Revision: Susana Esteves Pinto Uma Produção Produced by: A Tarumba - Teatro de Marionetas

A todos os que desde o primeiro momento se mostraram disponíveis e nos ajudaram a concretizar este projecto. Agradecemos também ao Teatro Maria Matos, Teatro São Luiz, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro da Garagem e à Cinemateca Portuguesa, a todas as instituições envolvidas, às equipas dos locais de acolhimento do festival, à nossa equipa e aos nossos amigos e voluntários que tornaram possível a realização do FIMFA Lx16. We are thankful to everyone who believed and helped us make this project. We also want to thank the Teatro Maria Matos, Teatro São Luiz, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro da Garagem, Cinemateca Portuguesa, and all the institutions that where involved, to the teams from the venues working with the festival, to our team and to all our friends and volunteers who made FIMFA Lx16 happen one more time.

23


informações e reservas

INFO AND RESERVATIONS TEATRO NACIONAL D. MARIA II

A Tarumba Teatro de Marionetas

PRAÇA D. PEDRO IV

ORGANIZAÇÃO ORGANIZATION

T. 800 213 250 (CHAMADA GRATUITA FREE CALL)

CAMA – CENTRO DE ARTES DA MARIONETA

WWW.TEATRO-DMARIA.PT

CONVENTO DAS BERNARDAS

Autocarros Buses: 711, 714, 732, 736, 759, 760 Metro Subway: Linha verde Green line - Estação do Rossio Linha azul Blue line - Estação dos Restauradores 
 Eléctricos Trams: 12, 15 Comboio Train: Estação do Rossio

RUA DA ESPERANÇA, 152 (MADRAGOA) T: 212 427 621 | 913 519 697 INFO@TARUMBA.ORG WWW.TARUMBA.ORG WWW.FIMFALX.BLOGSPOT.COM

Autocarros Buses: 706, 713, 714, 727, 732 Eléctrico Tram: 25
 Comboio Train: Linha de Cascais - Estação de Santos Parque de estacionamento Parking: Lgo. Vitorino Damásio

TEATRO TABORDA COSTA DO CASTELO, 75 T. 218 854 190 | 968 015 251 WWW.TEATRODAGARAGEM.COM GERAL@TEATRODAGARAGEM.COM

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL

Eléctricos Trams: 12, 28

AV. FREI MIGUEL CONTREIRAS, 52 T. 218 438 801

CINEMATECA PORTUGUESA MUSEU DO CINEMA

WWW.TEATROMARIAMATOS.PT BILHETEIRA@TEATROMARIAMATOS.PT

Autocarros Buses: 727, 735, 767
 Metro Subway: Linha verde Green line - Estação Roma Comboio Train: Estação Roma – Areeiro | Linha de Sintra – Linha da Azambuja

RUA BARATA SALGUEIRO, 39 T. 213 596 262 WWW.CINEMATECA.PT CINEMATECA@CINEMATECA.PT

Autocarros Buses: 706, 709, 711, 720, 727, 732, 736, 738, 744, 745 Metro Subway: Linha azul Blue line / Linha amarela Yellow line Estação Marquês de Pombal / Linha azul Blue line - Estação Avenida

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO, 38 T. 213 257 650 WWW.TEATROSAOLUIZ.PT BILHETEIRA@TEATROSAOLUIZ.PT

Autocarros Buses: 758
 Eléctrico Tram: 28
 Metro Subway: Linha azul Blue line / Linha verde Green line - Estação Baixa-Chiado Parques de estacionamento Parking: Lgo. Camões | Praça do Município

PREÇOS PRATICADOS DE ACORDO COM AS BILHETEIRAS DE CADA UM DOS LOCAIS DE APRESENTAÇÃO DO FIMFA LX16 PROGRAMA SUJEITO A ALTERAÇÕES

PARCERIAS E APOIOS:

CO-PRODUÇÕES:

PARCERIA ESTRATÉGICA: APOIO À DIVULGAÇÃO:

ESTRUTURA FINANCIADA POR:

DON’T JUST APPLAUD GIVE MONEY

A classificar pela CCE


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.