MarleneFranca_MariaDoRosarioCaetano

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do Milton, que dirigiu alguns dos maiores sucessos do ídolo caipira. Fiz outros trabalhos, ainda que pequenos, naquele período, mas a situação continuava difícil.

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Não havia, em São Paulo, perspectivas de novos trabalhos para mim. Milton e eu morávamos numa quitinete e vivíamos com o dinheiro contado. Ele era muito apaixonado e ciumento. Por isso, não recebeu com nenhum entusiasmo a minha ideia de ir ao Rio fazer teste para trabalhar em Selva Trágica, novo projeto anunciado por Roberto Farias. Como o filme se passava no Mato Grosso, nas plantações de erva-mate, e a protagonista feminina devia ser uma moça morena, de tipo bem brasileiro, achei que ali estava minha grande oportunidade. Milton não gostou de minha decisão irredutível de ir para o Rio. Fui mesmo assim. Creio que o ano era 1963. Ao chegar ao escritório da Produtora Herbert Richers, a primeira pessoa que eu conheci foi Riva Faria, irmão do Roberto. Os dois irmãos estavam ocupadíssimos com os testes. Corriam de um lado para outro. Esperei uma tarde inteira, mas nem fui testada. A escolhida (o filme seria feito mais tarde) foi Rejane Medeiros. Peguei o ônibus e voltei para São Paulo. Dias depois, numa noite pelos bares, quem eu en-


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