felizmente, será só nos jornais e, nos jornais, nas seções esportivas, que só são lidas pelos próprios jogadores de bola adeptos de outros divertimentos brutais, mas quase infantis e sem alcance, graças a Deus; dessa maneira estamos livres de uma for midável guerra de secessão, por causa do football (idem, p. 85). Graciliano Ramos também acha o futebol uma importação indesejada, estrangeirismo que nada acrescenta ao Brasil. Defende-se previamente da acusação de xenofobia: Não é que me repugne a introdução de coisas exóticas entre nós. Mas gosto de indagar se elas serão assimiláveis ou não (citado por Antunes, Fátima, 2004, p. 24). 60
Graciliano nem chegava a se preocupar muito com o assunto, tão certo estava de que temos esportes em quantidade. Para que metermos o bedelho em coisas estrangeiras? O futebol não pega, tenham certeza (idem). Felizmente para nós e para ele mesmo, Graciliano Ramos não ganhava a vida como profeta. O futebol pegou e, ao contrário do que previa o grande Graça, ainda contou com apoio de vários dos seus colegas escritores. A relação dos que escreveram favoravelmente ao futebol, ou o usaram como tema narrativo, é imensa. Orígenes Lessa, em Esperança Football Club, trata-o como fator de aglutinação de uma comunidade. Paulo Mendes Campos escrevia sobre futebol com alma de torcedor. Em