Revista Sou Catequista - 8ª Edição

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CONFIRA NESTA EDIÇÃO: FÉRIAS DA CATEQUESE: HORA DE AVALIAR A CAMINHADA

PÁG. 16 O ADVENTO À LUZ DO NASCIMENTO DO CATEQUIZANDO COM DEFICIÊNCIA

PÁG. 42 COMPREENDER O DEUS VIVO NA SUA CRIAÇÃO

PÁG. 50

E MAIS:

PARA MOTIVAR OS CRISMANDOS A LER A BÍBLIA: BÍBLIA CATÓLICA DO JOVEM PÁG. 32


Guia de Navegação para Tablets e Smartphones



Editorial

CONFIRA NESTA EDIÇÃO: FÉRIAS DA CATEQUESE: HORA DE AVALIAR A CAMINHADA

PÁG. 16 O ADVENTO À LUZ DO NASCIMENTO DO CATEQUIZANDO COM DEFICIÊNCIA

PÁG. 42

Iniciamos um novo ano e queremos nesta edição dar um primeiro passo, um “passo direito”, falando de EVANGELIZAÇÃO – tema da matéria de capa. Se experimentamos algo bom, uma das primeiras moções que temos é a de falar àqueles que estão próximos sobre o quanto foi bom. Ao termos um encontro com Cristo, temos essa necessidade de anunciá-Lo as outras pessoas. Então, seguindo as orientações do Papa Francisco, que deseja uma Catequese Evangelizadora, nosso papel é o de comunicar o que experimentamos. Então não adianta ser catequista sem ter experimentado a graça de Deus! Se fosse diferente, seríamos apenas “professores de tabuada”. Não somos professores! (Sem querer desvalorizar essa louvável profissão). Somos EVANGELIZADORES!

COMPREENDER O DEUS VIVO NA SUA CRIAÇÃO

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sou catequista

A cada edição percebo o quanto os nossos colunistas se dedicam em transmitir tal experiência. Cada um do seu jeito, mas todos com um mesmo objetivo. Que você, ao ler esta revista digital, tenha uma experiência com esse sagrado que nos tocou. Em 2015 também iremos “apertar o passo” para colocar no ar as novidades que faltavam uma ou outra finalização para serem lançadas, como a plataforma de Cursos e os Subsídios digitais. Nossa equipe, com o apoio do Pe. José Alem, está avaliando todo o projeto para incrementá-lo com mais ideias, tudo pela Catequese no Brasil! Uma surpresa que tivemos no final do ano passado foi o convite da CNBB para tomarmos frente dos conteúdos sobre Catequese e Comunicação para os cursos a distância que serão lançados pela Pastoral da Comunicação Nacional. Em breve apresentaremos aqui todo o projeto em detalhes. Desejo a você uma ótima leitura e conto com a sua interação enviando o seu comentário pelas redes sociais, pelo nosso site ou pelo e-mail contato@soucatequista.com. br. Sua participação é essencial para o amadurecimento desse projeto! Sérgio Fernandes Direção geral

E MAIS:

PARA MOTIVAR OS CRISMANDOS A LER A BÍBLIA: BÍBLIA CATÓLICA DO JOVEM PÁG. 32

Edição 8 | Ano 3 | Janeiro/2015 Direção geral: Sérgio Fernandes Consultor Eclesiástico: Pe. José Alem Revisão: Marcus Facciollo Projeto gráfico: Agência Minha Paróquia Diagramação: Renan Trevisan Desenvolvimento WEB: Matheus Moreira Atendimento: Ana Carolina Silva Comercial: Adriana Franco Banco de imagens: Shutterstock

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A revista digital Sou Catequista é uma publicação da agência Minha Paróquia, disponível gratuitamente para smartphones e tablets nas plataformas IOS e Android. Os conteúdos publicados são de responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a visão da agência Minha Paróquia. É permitida a reprodução dos mesmos desde que citada a fonte. O conteúdo dos anúncios é de total responsabilidade dos anunciantes.

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NESTA EDIÇÃO 8

NOSSOS LEITORES

FÉRIAS

16

FÉRIAS DA CATEQUESE: HORA DE AVALIAR A CAMINHADA

54

BÍBLIA

A ENCARNAÇÃO Frei Ildo Perondi

João Melo

CRISMA

32

60

PARA MOTIVAS OS CRISMANDOS A LER A BÍBLIA: BÍBLIA CATÓLICA DO JOVEM Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa

CATEQUESE INCLUSIVA

42

O ADVENTO À LUZ DO NASCIMENTO DO CATEQUIZANDO COM DEFICIÊNCIA

MATÉRIA DE CAPA

A CATEQUESE NA MISSÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA Pe. José Alem

Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa

LITURGIA

44

A MESA DA PALAVRA E A DA EUCARISTIA UMA DUPLA MESA QUE É SEMPRE O MESMO CRISTO – MINISTÉRIO DOS LEITORES

66

CATEQUISTAS EM REDE

68

Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa

TEOLOGIA

50

COMPREENDER O DEUS VIVO NA SUA CRIAÇÃO Márcio Oliveira Elias

O CATECISMO RESPONDE APLICATIVO PEQUENINOS DO SENHOR CATECINE

73

“LITTLE BOY”, O FILME

76

DICAS DE LEITURA


ESTAMOS PREPARANDO MAIS UMA

#NOVIDADE PARA VOCÊ!


sou catequista SUBSÍDIOS CATEQUÉTICOS

Em breve você receberá uma notificação do aplicativo informando sobre como ter acesso ao primeiro exemplar. Fique atento(a)!


NOSSOS LEITORES

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Quero parabenizar os organizadores desse belo trabalho da revista online Sou Catequista. Sempre que posso leio e acredito que se a maioria dos catequistas tivessem contato com esse material a nossa catequese no Brasil teria grandes mudanças. Nilton de Maria Fantástico!!! Indispensável a todo fiel católico! Material de formação maravilhoso e o melhor: totalmente funcional, aplicável. Deus os abençoe pela iniciativa! Jânio Silva Excelente! Tenho acompanhado desde a primeira edição e muito tem me ajudado na catequese. A qualquer hora podemos acessar e aproveitar. Parabéns! Marcela Dornelas Sou catequista , e esta revista tem me ajudado muuuuiitto. Principalmente em forma de aplicativo, é muito pratico... Roberta Marinho

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Gostei. Tem bastante informações deixando a par do que acontece no universo catequético. Reginaldo Pinheiro Excelente! Adorei e indico a qualquer um que queira aprofundar seus conhecimentos. Claudia machado Espetacular. Ajuda bastante com suas matérias e dinâmicas. Tatiana de Oliveira Machado


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Sou membro o movimento Regnum Christi desde 2008 e catequista desde 2013. Sou um catequista novato, apesar de ter experiência de mais de 10 anos com Pastoral de Juventude, TLC, outros movimentos e pastorais. Na catequese trabalhamos com crianças, pré-adolescentes e adolescentes, são idades bastante desafiadoras para mim, acostumado com um público um pouco mais maduro. Tenho certa dificuldade em utilizar um conteúdo doutrinário, teológico ou filosófico adquirido em cursos de teologia e demais formações para essa faixa etária, entre os recursos que utilizo está o YouCat, tema de reportagem dessa edição. Em geral tenho dificuldade em encontrar subsídios de qualidade para os encontros que sejam fiéis a doutrina da nossa Igreja, e hoje tive uma feliz surpresa ao encontrar esse material, uma revista que possui um excelente conteúdo e o disponibiliza gratuitamente para download. Parabéns pela iniciativa! Pretendo levar o material ao conhecimento da coordenação da catequese da minha paróquia, e quem sabe ao setor e Arquidiocese. Hernando Santana Pinto Curitiba – PR

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FÉRIAS

férias da catequese:

hora de avaliar a caminhada Por João Melo

Q

uando era criança, lembro que no fim do mês de novembro, para o comecinho do mês de dezembro, minha catequista nos dava férias dos encontros de catequese, mas não deixava de repetir: “Gente, vocês estão de férias da catequese, mas não de Deus!”. Nas missas dos domingos seguintes e nas celebrações de Natal e Santa Mãe de Deus no Ano Novo, ela estava na comunidade também. Muitas comunidades paroquiais pelo Brasil afora nesse período suspendem os encontros de catequese. É bem verdade que em alguns lugares há apresentações de Natal com encenações, corais, novenas de Natal com a comunidade reunida e nas casas das famílias, além de uma imensidão de outras propostas e iniciativas válidas para viver bem o tempo do Natal. Entretanto, para os catequistas, além de uma pausa restauradora nas atividades, esse tempo é propício para avaliação, planejamento e formação.


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Antes de PLANEJAR ou propor momentos FORMATIVOS é preciso AVALIAR a caminhada! Avaliar é sempre o primeiro passo. Feito isso, eu e o meu grupo de catequese teremos condições de pensar melhor o que estamos fazendo e as melhores maneiras de atingir o nosso objetivo que, no caso da catequese, é sempre fazer discípulos missionários de Jesus Cristo. A necessidade da formação também nasce dessa reflexão, pois é no processo de avaliação que o grupo dá-se conta dos pontos que precisa corrigir, aprimorar e aprofundar. Uma maneira fácil e prática de fazer uma avaliação é usando o método dos três “Q”:

• QUE BOM! Consiste em apontar

os pontos positivos, as conquistas e o que deu certo durante o ano e partilhar com todo o grupo.

• QUE PENA! Consiste em apontar os aspectos pouco proveitosos, os episódios e propostas que não aconteceram como esperado e precisam ser repensados ou superados para o próximo ano. • QUE TAL? Consiste em sugerir

o novo. Aqui, já é planejamento! Trata-se de decidir em repetir ou não aquilo que deu certo, repensar o que precisa ser melhorado e propor outras ideias que pareçam convenientes para a catequese paroquial.

O método dos três “Q” é proveitoso e pode ser usado na avaliação de qualquer pastoral ou grupo que queria rever a caminhada feita até agora.

UM MÉTODO AVALIATIVO aPROFUNDADO Apresentamos a você um método de avaliação que pretende ser mais comprometido com a prática da catequese e que pode ser muito vantajoso na hora em que o grupo for planejar ou pensar em uma proposta de formação para os catequistas. É importante que o grupo todo participe e responda às questões individualmente e com honestidade. CLIQUE AQUI PARA BAIXAR AS QUESTÕES DA AVALIAÇÃO DA CATEQUESE PAROQUIAL Depois que todos responderam às questões, as respostas são partilhadas pelo grupo. Em seguida, os catequistas fazem o estudo dos comentários a cada questão e, então, podem priorizar o planejamento e a formação sobre aquilo que lhes parece mais importante no momento. O importante é reunir todo mundo para uma boa conversa sobre a catequese da paróquia!


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PARA O ESTUDO DAS QUESTÕES DE AVALIAÇÃO 1) Você dá seus encontros de catequese sozinho ou em equipe?

2) Na sua comunidade os catequistas se reúnem? Com que frequência?

a) Sozinho b) Em dupla c) Em equipe

a) Sim b) Não Se sim, qual a frequência?

“Jesus enviou seus discípulos dois a dois.” (cf. Mc 6,7) Dois pensam melhor do que um e dois fazem muito mais do que um! Não é bom que o catequista esteja só. Se um faltar, o outro está a postos. A dupla ou grupo de catequistas precisa estar em sintonia, saber cultivar a comunhão no grupo. Isso significa preparar os encontros juntos, dividir as tarefas e funções, nada de “você faz a oração inicial e eu o restante”. Não é bom também que haja uma hierarquia em que um é catequista e o outro é só “auxiliar”. Todos são catequistas, mesmo aqueles que estão vivendo uma etapa de experiência inicial. Muita gente para o mesmo grupo de iniciandos pode atrapalhar, mas não podemos perder de vista que o catequista não é uma ilha isolada, a comunhão com os outros é essencial!

“Onde dois ou mais estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei entre vós.” (Mt 18,20) As reuniões ajudam para que o grupo seja, como o próprio nome já diz, um grupo de catequese. Essas reuniões servem para planejamento, preparar encontros, partilhar experiências, avaliar as atividades feitas, etc. É fundamental que os catequistas estejam, ao menos em parte, tratando dos mesmos conteúdos e conduzindo os encontros da mesma forma. As reuniões servem para organizar essas questões. Temos que nos perguntar: nessas reuniões tratamos de quais assuntos? Ou, ainda: Por que não nos reunimos? O que nos impede? O ideal seria que o grupo se reunisse ao menos uma vez no mês.


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3) Quanto tempo dura o seu encontro de catequese?

4) Qual é a faixa etária dos seus iniciandos?

“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus.” (Ecl 3,1)

“Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.” (Lc 2, 52)

A duração do encontro de catequese depende muito do que se faz nele. Não há um tempo ideal. A nossa preocupação não deve ser exatamente com o tempo que se gasta com os encontros, mas como se gasta esse tempo. É verdade que para que um encontro seja desenvolvido dentro do método VER – ILUMINAR – AGIR CELEBRAR, por exemplo, uma hora e meia, no mínimo, é necessária.

É evidente que aqui temos uma questão séria, talvez uma das mais urgentes que precisa ser revista! A catequese precisa respeitar as idades e a maturidade de crianças, jovens e adultos para que eles possam desenvolver o seu próprio crescimento de fé. A catequese fala a linguagem da criança, do adolescente, do adulto e por isso os evangeliza e os ajuda a aprofundar a fé. Nesse sentido, crianças e adolescentes de 7 a 13 ou 8 a 14 anos na mesma turma são um problema extremamente preocupante!

Por uma catequese conforme as idades: Nossa catequese, ao contrário do que muitos pensam, não é somente a preparação de crianças para a Eucaristia. A catequese compreende toda a educação da fé de todos aqueles que buscam o Batismo para si ou para outros, de adultos, jovens e crianças que estão sendo, de alguma forma, catequizados e que participarão da mesa eucarística ou receberão a Crisma. Também há aqueles que se preparam para celebrar o sacramento do Matrimônio e tantos outros que participam das mais diversas


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iniciativas de educação da fé presentes em nossas comunidades. Todos esses estão dentro do processo de catequese. A Igreja no Brasil se esforça para que a catequese deixe de ser apenas “sacramentalista” para ser uma catequese de mensagem, que fale para a vida de quem é catequizado. Na prática isso significa deixar de acentuar somente a dimensão de preparação dos sacramentos e levar em consideração a pessoa em sua totalidade. Isso quer dizer que inclusive alguns critérios para a organização de nossas turmas precisam “estar em alta” mais que outros, dentre eles destacamos a catequese conforme as idades. Hoje, na maior parte das comunidades temos turmas de 1ª Eucaristia, de Crisma, algumas de perseverança e raramente outras modalidades de catequese e as organizamos segundo o critério dos sacramentos (quem está se preparando para 1ª Eucaristia fica na turma de quem vai se preparar para 1ª Eucaristia, etc.). Critério válido, mas que precisa ceder lugar a outro ainda mais importante: o critério das idades. O que fazer com um jovem que em idade de Crisma não é sequer batizado? O que fazer com um adulto que não recebeu a Eucaristia, mas

o grupo de adultos está se preparando para a Crisma? Onde “encaixá-los” na catequese? Não há necessidade de improvisos! O Diretório Nacional de Catequese é claro nos números 180 a 200 e lá diz: “A catequese conforme as idades é uma exigência essencial”, sendo assim, que cada iniciando seja inserido em grupos conforme a sua idade. O jovem do caso acima, em idade de Crisma, não havendo turma de jovens iniciandos ao Batismo e Eucaristia, participa no grupo de crismandos e celebra todos os sacramentos conforme sua maturidade e no tempo adequado. O mesmo para o adulto, pois, inclusive, a catequese de adultos deve prepará-lo para celebrar todos os sacramentos da iniciação (Batismo, Eucaristia e Confirmação), conforme nos orienta o Ritual da iniciação cristã de adultos. Certamente que “agrupar” iniciandos, das mais diversas etapas segundo as suas idades, não resolverá todas as dificuldades que temos em nossa catequese, mas é, sem dúvida, um grande passo para uma catequese mais encarnada na realidade, uma vez que os catequistas façam a adequação da linguagem utilizada durante os encontros à faixa etária do grupo.


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O critério das idades precisa ser levado mais em conta do que a divisão por sacramentos “ainda não recebidos”. Eis um exemplo de organização:

• 17 a 18 anos:

• 7 a 8 anos:

• 18 a 59 anos aproximadamente:

Catequese de 1 ª Eucaristia para crianças nessa idade (diferente de pré-catequese), supõe-se a fase da alfabetização;

• 9 a 10 anos:

Catequese de 1 ª Eucaristia para crianças nessa idade; é a fase tradicional para esse tipo de catequese;

• 11 a 13 anos:

Catequese de 1 ª Eucaristia para préadolescentes nessa idade; para os que já fizeram 1º Eucaristia, sugere-se catequese de “perseverança” e não catequese de confirmação (Crisma);

• 14 a 16 anos:

Catequese de Crisma. Os jovens ainda não batizados ou que ainda não fizeram 1ª Eucaristia são inseridos nessas mesmas turmas de Confirmação e no tempo oportuno celebrem os outros sacramentos. Deve-se evitar adolescentes e crianças nas mesmas turmas, mesmo sendo todos iniciandos de catequese eucarística;

Esta já é a fase da juventude propriamente dita. Independente do sacramento que estejam se preparando para receber, não havendo um grupo específico para essa faixa etária eles devem ser inseridos no grupo de catequese com adultos ou, dependendo da maturidade do jovem, no grupo de catequese de Crisma;

Independente do sacramento que estão se preparando para receber, devem ser inseridos no grupo de catequese com adultos;

• 60 anos em diante: Catequese com idosos. Independente do sacramento que estão se preparando para receber, devem ser inseridos no grupo de catequese com idosos; caso não haja o grupo, são inseridos na catequese com adultos. O critério mais importante não é o sacramento que se prepara para receber, mas, sim, a idade dos iniciandos! Qualquer mudança deve ocorrer após a conscientização do grupo de catequistas de que é importante organizar os iniciandos conforme as idades.


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5) A sua turma tem quantos iniciandos? “Jesus chamou para junto de Si a multidão e disse: ‘Ouçam e entendam’.” (Mt 15,10) O número de iniciandos por turma reflete o número de catequistas e a demanda de procura por catequese. Hoje a Igreja fala da importância de promover uma catequese personalizada, de atendimento pessoal e de conhecer o iniciando... Ora, essa atitude só é possível se o catequista conseguir fazê-la também durante os encontros de catequese, por essa razão, o número de iniciandos não pode ser tão grande. 15 iniciandos já é um número muito alto! Sabemos também que muitas vezes a procura por catequese é maior que o número de catequistas, por isso as turmas ficam repletas. É importante, portanto, esforçar-se por aumentar o número de catequistas e melhor dividir o número dos iniciandos. Mas, um iniciando não deve ser impedido de começar a catequese porque uma turma já estar “cheia”, a comunidade precisa estar atenta àqueles que podem ajudar na catequese.

6) Você tem problemas de indisciplina ou desinteresse dos iniciandos durante os encontros de catequese? a) Sim b) Não “Eu estendo as minhas mãos para um povo desobediente e rebelde.” (Rm 10,21) Constata-se, às vezes, falta de motivação, respeito e educação. Crianças que não sabem obedecer, adolescentes e jovens que se comportam de forma desrespeitosa e até adultos irreverentes que parecem não conhecer o valor do sagrado. A tudo isso chamamos indisciplina. A catequese ajudará a uma convivência mais sadia. Muitas vezes a falta de motivação é causada pela obrigação à catequese. Nesse caso, o catequista precisa de simpatia e ser claro nos assuntos que expõe. Além disso, em todos os casos é bom conhecer o iniciando pelo nome, visitá-lo, cumprimentar pela rua e conversar com ele em outros momentos fora da catequese. Também é importante preparar os encontros fazendo a ligação dos temas com a vida deles, de modo que aprendam atitudes melhores.


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O jeito do catequista de ser simpático é diferente de mimar. É preciso estar atento também para não ser “violento” no modo de falar. O catequista não é alguém que fica gritando, mas sabe falar firme quando necessário. Há iniciandos que passam por problemas em casa, na escola e, por isso, são violentos, outros são silenciosos demais ou “do contra”. Embora seja compreensivo, é preciso mostrar que não é permitido um comportamento que atrapalhe o encontro. Converse em particular e dê certo gelo nos “estrelistas” que fazem tudo para chamar a atenção. O mal-educado repreenda-o com firmeza, mas com educação. É preciso “pegar no pé” e corrigi-lo todas as vezes que ele apresentar um comportamento ruim, demonstrando a sua insatisfação com essa atitude! Com o violento é preciso ficar bravo e não permitir agressões. Converse com o agressor á parte, não exerça “proteção” ao mais fraco e estimule o perdão e a reconciliação. Com os engraçadinhos ganhe a sua confiança e sua simpatia, converse em particular. Ao malintencionado (aquele que faz brincadeiras maldosas) diga que suas “brincadeiras” não são engraçadas ou sequer boas, deve-se mantê-lo perto e isolá-lo do grupo por um tempo, se for necessário. Se o problema persistir, converse com o padre e com os pais, peça ajuda. O valor do sagrado, o senso religioso é despertado pela prática da oração e de momentos celebrativos que proporcionem uma experiência de espiritualidade adequada.

7) Você conhece a maior parte dos pais ou responsáveis de seus iniciandos crianças ou jovens ou, ainda, os familiares de seus iniciandos adultos? a) Sim b) Não “Imediatamente ele foi batizado junto com toda a sua família.” (At 16,33) Acontece que pais, familiares e responsáveis aparecem na igreja, vão à Missa e nós nem sequer sabemos quem são eles, como se chamam, não vamos até lá cumprimentá-los, perguntar se está tudo bem. Acabamos por cultivar uma relação fria e distante, portanto, estéril.


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8) Você já visitou os seus iniciandos? a) Sim b) Não “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em sua casa.” (Lc 19,5) As visitas são fundamentais para criar laços com os iniciandos e suas famílias. Elas são um “aproximar-se” e uma maneira de mudar a relação de pais-responsáveis com o catequista como professor (normalmente os pais e responsáveis agem e fazem perguntas como se estivessem falando com um professor da escola de seus filhos – querem saber se eles se comportaram, se estão aprendendo, quando terão... ”aula”, etc.). O catequista passa a conhecê-los e as ser amigo deles para que a família do iniciando seja sua aliada na evangelização deste. Para os mais velhos, visitar é sinal de intimidade e de amizade. O catequista que não for próximo de seus iniciandos dificilmente terá êxito na sua missão evangelizadora.

9) Você prepara o seu encontro de catequese com antecedência? a) Sim b) Não “Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a ceia pascal.” (Mt 26,19) Improviso só atrapalha! E não me venha com aquela que o Espírito Santo é que vai te ajudar na hora do encontro soprando no seu ouvido tudo que Ele quer que você diga... Não é assim que funciona! Primeiro, é preciso pedir as luzes do Espírito Santo, é verdade! Mas, na hora de preparar o encontro. Confira o planejamento que o grupo de catequistas fez e depois estabeleça o objetivo do encontro de acordo com o tema que vai ser tratado. Leia os textos bíblicos, os de apoio, as partes dos subsídios ou dos livros de catequese que pretende usar ou consultar para preparar o encontro. Então, comece a montar o seu encontro! Pense em tudo o que vai usar, em como vai propor e desenvolver cada atividade, no tempo que vai gastar com cada uma delas, etc. Preparar encontros de catequese se aprende preparando e vivendo a experiência dos encontros com os iniciandos!


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10) Qual dessas coisas você já fez ou já usou em sua catequese? a ) Filme (vídeo, TV, etc.) b ) Música c ) Cantar d) Lousa e) Cartolina f) Passeio g) Tinta h) Celebração da catequese i) Dobradura j) Lanche comunitário k) Bíblia l) Jogo/brincadeira “Jesus se pôs a ensinar-lhes muitas coisas em parábolas.” (Mc 4,2) Dentre as razões que justificam o uso ou o não uso desses materiais estão os recursos que a comunidade oferece, as condições financeiras, as habilidades desenvolvidas pelos catequistas, a inclusão de tais recursos ou atividades na preparação dos encontros, etc.

A habilidade dos catequistas de usar tais recursos e materiais está mais ligada à formação prática (oficinas, vivências, laboratórios, workshops, etc.), que é diferente da formação teórica (exposições sobre conteúdos, doutrina, teorias metodológicas, etc.). Em outras palavras, faz-se necessário criar momentos de formação em que os catequistas usem tais recursos e materiais para depois utilizarem em seus encontros de catequese. Nessas formações práticas, pode-se acentuar a dimensão celebrativa da catequese – indicada pela inspiração catecumenal que hoje tanto se discute. As celebrações próprias para os iniciandos e mesmo os lanches comunitários, que não deixam de ser momentos celebrativos também, são vivências que contribuem para que os iniciandos criem gosto pela celebração maior, a Missa. Quanto ao uso da Bíblia na catequese, é bom lembrar que o método da leitura orante – lectio divina – muito ajudará os iniciandos a se aproximarem da Sagrada Escritura!


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11) Você é catequista faz quanto tempo? “Eis me aqui, envia-me Senhor.” (Is 6,8) O tempo de catequista do grupo mostra se o grupo é estável e experiente. Da mesma forma, é sempre bom que haja um número expressivo de catequistas que começaram recentemente, pois são principalmente eles que renovam o grupo e mostram a sua vitalidade! Quando o tempo de catequista é extremamente pequeno, percebe-se uma rotatividade no ministério da catequese, o que não é positivo e pode ter vários motivos. Isso pode ser contido pela valorização dos catequistas pela comunidade. Celebrar com grande alegria o Dia do Catequista é uma ótima sugestão! Por outro lado, é importante mostrar aos catequistas mais antigos que há sempre uma constante evolução no modo de pensar a catequese e que certas “atualizações” são necessárias, como a recente discussão sobre a catequese de inspiração catecumenal. Um bom grupo é um grupo equilibrado de catequistas mais experientes e outros mais novos no ministério.


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12) Quais os maiores desafios que você enfrenta na sua catequese? a) As crianças faltam aos encontros de catequese. b) As crianças não participam da Missa. c) Os pais não apoiam a catequese. d) Falta apoio do padre e da comunidade. e) Catequistas despreparados. f) Material da catequese é ruim.

“No mundo tereis aflições. Mas tende coragem! Eu venci o mundo.” (Jo 16, 33) A ausência dos iniciandos nas Missas. Para muitos catequistas, esse é o maior desafio, pois é o “cume” do processo catequético. Se as crianças, jovens e adultos não participam das celebrações enquanto iniciandos, quem pode supor que participarão quando terminarem a catequese de iniciação? Com essa preocupação, muitos catequistas têm quase que uma “neurose obsessiva” de que os iniciandos tem que participar das Missas e por isso cobram a presença deles, “pegam no pé” e repetem várias vezes o anúncio de que “quem não vem à Missa não recebe o sacramento”... Ir à Missa torna-se obrigação como dever imposto. Por mais que haja boa intenção nessa atitude, o máximo que o catequista conseguirá com isso é arrastar alguns iniciandos que participarão das celebrações por pura obrigação e criarão uma aversão à celebração porque não entendem, não celebram, não participam e não vivem o mistério que ali se dá! Só sabem que tem que estar lá para cumprir com uma obrigação imposta pelo catequista como condição para o sacramento. E depois muitos de nós achamos estranho quando, terminada a catequese de iniciação, eles vão embora e raramente voltam... Mas, essa ausência é fruto de uma série de outras questões que devemos levar em consideração. Uma delas é a dimensão celebrativa da catequese.


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A ausência de uma catequese litúrgica tem esvaziado a celebração cristã. Refletir sobre essa questão ajuda a entender o porquê de jovens, crianças e também adultos, depois de participarem da catequese e receberem os sacramentos, distanciam-se da Igreja. Afinal, não foram eles iniciados na fé? Não foram eles “preparados” para serem autênticos cristãos e participarem dos sacramentos? Então, por que se afastam da Igreja? É evidente que a questão é complexa, portanto, a resposta também não é assim tão simples, há diversos fatores que influenciam. Mas, não se pode desconsiderar o fato de que as nossas catequeses serem mais “aulas” do que encontros é fator agravante, uma vez que

não iniciamos nossas crianças, jovens e adultos à celebração, ou seja, eles não são educados na fé para e pela liturgia. De fato, não adianta trocar o nome de “aula” de catequese para encontro e continuar fazendo as mesmas coisas. Muitas vezes nos limitamos com encaixes de momentos de oração e celebração, sem ainda uma relação entre fé-vida. Só boa vontade não basta! Participar das celebrações da Igreja, de modo particular da Missa, deve ser algo prazeroso. O catequista precisa aprender a usar os símbolos sagrados, conhecer os ritos, saber conduzir encenações, Evangelho dialogado, lectio divina, pequenas procissões litúrgicas, celebrações em conjunto, celebrações da Palavra, a cantar, dançar, realizar


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oficina e momentos de oração, adoração ao santíssimo, de louvor, de penitência... Explorar o uso de símbolos como a luz, fogo, pão, chinelo-sandália, cinza, incenso, elementos do ano litúrgico, as cores litúrgicas, lavar as mãos, caminhar, aspergir, imposição das mãos, cânticos com gestos, cruz erguida, gestos e posições do corpo, gestos com as mãos, valorização e significação dos gestos (estar de pé, sentado, ajoelhado, andando, inclinado), tudo isso cria significação do que é celebrar, de modo que os iniciandos têm maior contato com o sagrado, o mistério da fé e são assim introduzidos para a celebração maior, a Missa. O RICA (ritual da iniciação cristã de adultos) sugere um itinerário litúrgico que deve inspirar qualquer processo de catequese. O que podemos fazer para tornar nossa catequese mais celebrativa? É nossa missão promover uma catequese litúrgica (e isso significa tornar os nossos encontros de catequese mais celebrativos e orantes) e celebrações catequéticas (momentos específicos na vida da comunidade em que os iniciandos e catequistas sejam protagonistas; ex.: funções específicas nas celebrações, os ritos de passagem que marcam o itinerário da catequese de inspiração catecumenal, etc.). Outro fator que contribui para que as crianças, adolescentes e jovens não participem da celebração é a ausência de seus pais e responsáveis nelas – por isso a necessária proximidade do catequista junto à família. Outro grande desafio é a frequente falta dos iniciandos aos encontros de catequese.

O Iniciando “turista”, ou seja, aquele que aparece de vez em quando, o catequista recebe com alegria e demonstra que ela fez falta, pergunta se aconteceu alguma coisa para que ele estivesse faltando, se está tudo bem, etc. Talvez seja necessário conversar em particular. Não negligencie a administração dos sacramentos, considerando esses iniciandos “turistas” ou “faltantes” prontos para celebrar os sacramentos. É preciso deixar claro, desde o início do processo de catequese, que é participando dos encontros e das celebrações que se é preparado para receber os sacramentos; se isso não ocorre, os sacramentos ficam para quando a catequese estiver sendo levada a sério. No caso de crianças e jovens, a proximidade dos pais e responsáveis é aqui novamente necessária. Se o catequista os conhece e já os visitou tem uma possibilidade maior de aproximar-se deles e ver o que está acontecendo para que o iniciando esteja faltando aos encontros. O catequista pode visitar a casa dos iniciandos “faltantes”, mas também precisa valorizar os que participam assiduamente dos encontros. A grande questão que o catequista precisa fazer é: por que meus iniciandos estão faltando aos encontros? Pode ser que a resposta seja simplesmente porque eu preciso promover encontros de catequese mais dinamizados para que meus iniciandos gostem de participar. Outro grande desafio que atinge diretamente os catequistas de crianças


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e adolescentes, mas também de vários jovens, é o fato de que muitos pais, familiares e responsáveis não apoiam a catequese. Vários catequistas apontam isso como um dos maiores desafios! Pela minha experiência, a maioria que diz isso, porém, nunca visitou seus iniciandos em suas casas e boa parte ainda não conhece os pais e responsáveis pelos iniciandos. Os problemas estão interligados. Muitos pais não se importam com a catequese. Colocam seus filhos lá por tradição, porque alguém indicou, para que a criança “dê sossego em casa”, etc. Os catequistas podem ajudálos na conscientização de seu papel como aqueles que são também responsáveis pela evangelização de seus filhos. Uma boa iniciativa são os chamados encontros de pais (diferentes de reunião de pais – no estilo reunião de pais e mestre da escola). Neles não se reúne para discutir comportamento, aprendizagem, etc. Reúne-se para um momento de formação e convivência. Contato com as Sagradas Escrituras e temas que dizem respeito à educação da fé e aos valores da família. Outras propostas, como festa das famílias, momentos de oração familiar, também ajudar a superar essa lacuna. Entretanto, as visitas são ainda a melhor e mais eficiente maneira de aproximar-se dos pais para ganhar seu apoio, confiança e amizade. O catequista precisa esforçarse para tal atitude. Outro desafio: catequistas despreparados. As formações e as reuniões do grupo de catequistas são caminhos para solucionar esse problema. Esse é um desafio que deve ser enfrentado por toda a comunidade, particularmente pelo grupo de catequistas em comunhão e em

atitude de aprimoramento. Todos precisam com humildade perceber que estamos sempre em formação. Ninguém está feito, formado, acabado, há sempre mais o que aprender. Valorizar a experiência dos mais velhos, o conhecimento de outros membros do grupo de catequistas que pode ser partilhado com os demais, é sinal de maturidade do grupo. Só boa vontade não faz a catequese acontecer. As lideranças da comunidade precisam estar atentas às situações em que só a disponibilidade, não aliada às condições mínimas ou à falta de interesse por formar-se, é a postura de alguns catequistas que precisam ser orientados. Material didático ruim é outro desafio. Atualmente há muitos materiais bons e outros nem tanto assim... Grande parte segue o estilo catecumenal e propõe celebrações de acordo com o RICA (ritual de iniciação cristã de adultos). Um bom material contempla os conteúdos essenciais da fé, ou seja, o símbolo, os


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sacramentos, os mandamentos, o painosso e a história da Salvação (Primeiro Testamento, Segundo Testamento e história da Igreja nascente), tendo como centro o Mistério Pascal. Porém, os materiais didáticos não são como receita de bolo. “Você segue o esquema e está tudo certo”, não! Eles são materiais de apoio... Precisam ser adaptados, revistos e adequados à realidade de cada turma. Se não forem usados com cautela, ao invés de ajudarem no processo de catequese vão acabar por atrapalhar os encontros. A falta do apoio do padre e/ou da comunidade é ainda outro desafio. É muito triste quando uma comunidade ou um padre não apoia a catequese... Quando o desafio for só um deles (ou só a comunidade ou só o padre), o melhor a fazer é pedir ajuda à outra parte para despertar na comunidade ou no padre o interesse pela catequese. Não é uma situação fácil, principalmente quando o apoio não vem das duas partes. Porém, os catequistas não devem também agir como quem espera um milagre, uma “atenção” ou que façam algo que pode até estar dentro do alcance deles. Uma atitude passiva, apática não ajuda em nada! O negócio é “pôr as mãos à obra” e com educação procurar a comunidade ou o padre e dizer que sentem muito por não perceberem o apoio deles à causa da catequese da comunidade. O diálogo fraterno é a melhor solução para esse problema. Os catequistas precisam manifestar sua vontade de ter a presença do padre ou da comunidade entre eles e saber pontuar claramente o que esperam deles.

João Melo Seminarista da Arquidiocese de São Paulo. Especialista em Catequese pelo UNISALSP e acadêmico do curso de pós-graduação em Ensino Religioso Escolar pelo mesmo instituto. É membro da Comissão Arquidiocesana de Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese de São Paulo.


CRISMA

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otivar jovens a ler hoje em dia não é tarefa fácil. Estamos em uma mudança muito forte de paradigmas e de época. Se antes ler era fundamental, hoje o é ainda mais. Mas a leitura se faz nas telas dos monitores e está reduzida a poucas letras e a posições superficiais. Alguns argumentam que estamos na era da liquidez do conhecimento e das relações. Conheço colegas padres que dão leituras como forma de penitência... Não sei se é uma boa forma de desenvolver o gosto pela leitura. O certo é que hoje as pessoas leem mais do que antes, mas o suporte não é necessariamente o papel. Aqui temos muitas iniciativas para os jovens, especialmente no campo bíblico. Há sites que colocaram todo o conteúdo da Bíblia para consulta, mas ainda é necessário ter uma conexão boa e uma tela à mão, seja de celular, seja de computador.

Entrevista de Z. Bauman, sociólogo polonês, sobre os tempos atuais e a liquidez das coisas e dos relacionamentos.

SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL goo.gl/NTUlgV

Nos dias anteriores à Jornada Mundial da Juventude no Brasil, a Editora Ave Maria publicou uma Bíblia católica do jovem. Iniciativa necessária, visto que já havia várias traduções protestantes endereçadas aos jovens. Desses trabalhos, o mais significativo parece ser a Bíblia na linguagem de hoje, feita pela Sociedade Bíblica do Brasil. Mas, há outros trabalhos significativos além desse. Nesse item, os nossos irmãos protestantes são fenomenais. E nós precisaríamos aprender com eles.


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Trabalho com jovens e adolescentes há anos e via sempre a dificuldade de ler a Bíblia com eles na catequese de Crisma. O que eles sempre questionam é a linguagem pesada e clássica assumida por muitas traduções bíblicas. Por isso, adotei como tradução básica a Bíblia pastoral, que gosto muito e usava na catequese, feita pela Paulus e agora refeita totalmente em uma nova tradução. Assim, agora temos Bíblia pastoral e a Nova Bíblia pastoral, ambas publicadas pela Paulus Editora. Posso afirmar que ambas são boas, pela tradução fiel dos originais e pela linguagem acessível. O preço também não é salgado. Qual não foi a minha surpresa neste ano, ao passear na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, e constatar duas coisas: • O LANÇAMENTO DA BÍBLIA CATÓLICA DO JOVEM PELA EDITORA AVE MARIA; • A IMENSA MULTIDÃO DE ADOLESCENTES VISITANTES DA BIENAL.

Parece que nem tudo está perdido. Pela imensa multidão de adolescentes se divertindo no passeio da Bienal vemos que eles podem gostar de ler, a partir de algumas condições: • SE A LEITURA NÃO FOR OBRIGATÓRIA, MAS UM LAZER (SIM, TEM ADOLESCENTE QUE LÊ ALÉM DE FICAR NO FACEBOOK E NO TWITTER...); • SE A LINGUAGEM FOR ACESSÍVEL, ALGO MAIS DENTRO DO VOCABULÁRIO QUE ELES ENTENDEM;

Apresentação da Bíblia Católica do jovem para a JMJ 2013

• SE HOUVER FIGURAS E EXPLICAÇÕES (ELES GOSTAM DE LER MANGÁS E OUTROS TEXTOS AUTOEXPLICATIVOS); • SE A LEITURA FOR INTERESSANTE (MOTIVAÇÃO É TUDO PARA COMEÇAR).


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Por isso, fiquei empolgado quando vi e comprei a Bíblia católica do jovem: creio que a leitura da Bíblia ainda tem futuro em nossas comunidades. Se antes as comunidades foram educadas por milhares de minicursos sobre a Bíblia e isso incentivou o amor à Palavra de Deus em nossas comunidades de base, hoje precisamos de outros instrumentos, porque a realidade é outra: em 20 anos a sociedade mudou muito e não adianta ficar se lamentando...

GOOGLE PLAY play.google.com

Há muitos aplicativos de celular que ajudam a levar a Bíblia consigo e isso os jovens sabem muito bem. Basta dar uma vasculhada no Google Play e ver as opções grátis que há. Aí encontramos também aplicativos, livros e filmes. Há ainda a página Lectionautas, que pode ajudar muito com a leitura orante da Bíblia. Já falamos dela em artigo anterior.

LECTIONAUTAS goo.gl/XraEvf

Quero aqui comentar alguns pontos que creio que poderão ajudar o adolescente a se familiarizar mais com a leitura bíblica. Quero comentar apenas os principais aspectos que devem ter algum futuro com os adolescentes e os jovens de hoje:


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Ilustrações A linguagem do século XXI é a imagem. Toda a atual comunicação é baseada na imagética, que é a ciência da comunicação pela imagem. A linguística tem se dedicado muito a ler e interpretar a imagem e suas relações com o texto e conosco. M. Bakhtin, filósofo e linguista russo do século XX, ajuda muito nessa empreitada. Se Gutenberg, no século XV, inventou a escrita tipográfica impressa e revolucionou a leitura e a escrita do seu tempo, a atual revolução da internet é reinventar a escrita por meio de uma grafia da imagem. Esse é o problema que muitos não entendem e em que os adolescentes estão mergulhados até o pescoço. A grafia e a leitura hoje se fazem pelo desenho (da letra e dos ícones) e não pelas letras em separado, para o bem e para o mal... Assim, as ilustrações não têm apenas a função de decorar um texto, mas interagem com ele, deixando-o mais dinâmico e mais leve, permitindo uma compreensão menos racional e mais indutiva do conteúdo.

MIKHAIL BAKHTIN goo.gl/wKRVZX

JOHANNES GUTENBERG goo.gl/V1FjZV


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Sabia que...? Conheço poucas pessoas imunes à curiosidade. Algumas se deixam levar pela curiosidade mórbida da vida dos outros: eis a pessoa fofoqueira. A atual sociedade usa e abusa dessa curiosidade para vender informações, seja no Facebook ou no marketing. Os adolescentes não estão imunes a essa curiosidade e trabalhar com ela para despertar o desejo de saber mais sobre a Bíblia sempre ajuda. Naturalmente curioso, a ciência tem se valido dessa virtude do ser humano para despertar novos cientistas. Precisamos, nós da catequese, saber despertar o desejo dos adolescentes em saber mais sobre a Bíblia e sobre a religião, especialmente a visão católica.

Muitos catequistas não fazem isso ou porque tem uma visão muito autoritária (basta ensinar e exigir que aprendam) ou porque creem que a visão católica é defeituosa ou ruim. Essa visão negativa precisa ser combatida também entre nós, porque só ouvimos professores e pessoas mal-intencionadas falando mal da Igreja Católica. Coloquei aqui um vídeo pequeno mostrando uma visão positiva da Igreja. É preciso ter curiosidade e também ter amor. A sessão VOCÊ SABIA QUE...? pode ajudar nessa tarefa de desenvolver a curiosidade e de despertar o gosto pela Palavra de Deus.

m: egresse r s o c i l ó Cat . gendado e l o e íd v


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Caderno inicial O texto bíblico só começa na página 64. Até aí há uma avalanche de textos, desenhos, tabelas e notas complementares ajudando quem quer se introduzir à Bíblia a se situar nesse contexto. Tudo ricamente ilustrado em tons de cinza. Incluem-se aí tabelas da formação das escrituras e do tempo de aparecimento de cada livro, segundo as últimas informações da exegese e da história. Há também muitas perguntas respondidas, com as respostas: uma espécie de site de ajuda (FAQ = frequently asked questions) antes de se entrar na leitura propriamente dita. Creio que isso ajuda o leitor iniciante a ser introduzido no texto sagrado. Depois, durante todo o texto, há inúmeras caixas de texto respondendo a perguntas, fazendo comentários ou mesmo esclarecendo algum ponto. Há mesmo umas caixas recorrentes que se chamam VIVA A PALAVRA (com perspectiva mais espiritual), REFLITA (ponto de vista mais teológico-popular) e PERSPECTIVA CATÓLICA (esclarecendo temas como o domingo com dia de culto e o pecado original). Há ainda COMPREENDA OS SÍMBOLOS (esclarecendo sobre o altar, por exemplo) e APRESENTAMOS A VOCÊ... (dando uma perspectiva geral de um personagem). Tudo isso ajuda o leitor curioso a se dedicar mais à leitura do texto bíblico e funciona como a abertura de uma janela em um site, que esclarece ou ilustra algo mais antigo e menos fácil.

Caderno final Depois do Apocalipse, o texto bíblico propriamente dito acaba na página 1.807; a partir da página 1.808 até a 1.920 a Bíblia funciona como uma espécie de agenda adolescente, com um rico vocabulário bíblico, com atos e ensinamentos principais, com uma lista bem feita dos milagres – parábolas e ensinamentos de Jesus. Acrescente-se, ainda, um índice dos comentários para fé e vida dos personagens e da perspectiva católica. Tudo muito organizado, fácil e ilustrado. E com conteúdo bem interessante na perspectiva jovem. Para quem quiser se aprofundar há uma tabela com as bases bíblicas dos sacramentos e ciclos de leitura dominical dos anos A, B e C. E um plano temático de leitura bíblica. Íntegra do discurso do Papa Francisco na Academia de Ciências do Vaticano. goo.gl/eqdeOt Notícia veiculada nos jornais. goo.gl/F4192o


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Muitas possibilidades As sessões REFLITA, PLANOS DE LEITURA e ÍNDICES são também boas pedidas para saber mais. Porém, creio que a melhor parte mesmo está da página 1.905 até a 1.913, onde há um colorido e ilustrativo quadro simplificado comparando a história da Salvação, as atividades literárias (escritas dos livros bíblicos), a história das culturas bíblicas e asiáticas e as cultura americanas. Isso faz com que o jovem entenda onde está a escrita da Bíblia, comparando-a com a formação do sistema solar, com a história da China e com as civilizações précolombianas da América. Assim, integramse ciência e fé, no melhor estilo do discurso do Papa Francisco sobre o tema. Há ainda um guia na página 1.914, intitulado MINHA HISTÓRIA PESSOAL E COMUNITARIA É HISTÓRIA DA SALVAÇÃO, em que passagens essenciais da Bíblia são ligadas de forma existencial com a vida do jovem hoje. Isso pode ajudar a inserir a fé na vida de forma personalizada e leve. Por todas as coisas anteriores, acredito que esse seria um presente de Natal muito interessante para um jovem crismando ou que acabou de realizar uma parte de sua catequese. O preço (por volta dos R$ 65,00) não é mais salgado do que um perfume ou uma camiseta... e dura bem mais! Acompanha uma fase importante da vida.

Há uma discussão sobre o termo correto, inculturação ou enculturação. Quem tem que dar o parecer é a gramática e a filologia. Em todo caso, quando se usa esse termo se quer dizer de uma evangelização que desceu ao chão da cultura que se trabalha e que gerou uma forma própria de se ler e viver o Evangelho de Jesus Cristo. As primeiras formas de enculturação foram feitas pelos evangelistas e o fato de haver quatro Evangelhos (e não apenas um) não é ingênuo e faz parte da Revelação do mistério de Cristo como revelação do Pai.


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Jovens carismáticos e membros da PJ também têm muito a ganhar na leitura e na utilização desse texto em grupos de reflexão, em cursos ou em retiros para jovens. No final do texto, preciso dar os parabéns à equipe editorial da Editora Ave Maria e aos padres claretianos, detentores da propriedade da editora, pela iniciativa em traduzir e adaptar esse texto do The catholic youth Bible, dos Estados Unidos, e presentear o leitor jovem brasileiro que precisa de algo mais adaptado à sua realidade. Tem muita gente, entre nós católicos, que acha que se deve apenas pregar a doutrina e a religião e tudo está feito. Ledo engano, a enculturação da fé é necessária e temos séculos de história dizendo que ela é positiva. Só para citar dois exemplos próximos de nós: vocês acham mesmo coincidência que a face de Maria de Guadalupe seja de uma indígena e que a face de Maria Aparecida seja negra? Nossa Senhora, Mãe de Jesus e primeira catequista, já sabia da força que tem um evangelho que chega pela via da emoção. Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós! Nossa Senhora Aparecida, protegei nossos jovens e dai-lhes gosto pela Palavra de Deus!

Pe. Dr. Paulo F. Dalla-Déa Padre diocesano, palestrante, pós-doutor em ciências da religião, doutor em educação e religião pela Escola Superior de Teologia (EST) de São Leopoldo-RS, mestre em teologia pastoral pela Pontifícia Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, com especialização em catequese de crisma. Trabalha há mais de 20 anos com pastoral da juventude e catequese de crisma. É membro da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER) e da Sociedade Brasileira de Catequetas. Contato para palestras, retiros e formação com catequistas: (014) 98149-7561 ou pepaulo.fernando@gmail.com


CATEQUESE INCLUSIVA

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O Advento à luz do nascimento do catequizando com deficiência Por Thaís Rufatto dos Santos


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o tempo do Advento, a Igreja espera o nascimento do Menino Jesus. Essa mesma espera ocorre durante os nove meses quando uma mãe aguarda a chegada de um(a) filho(a), seja ele(a) com ou sem deficiência. Da mesma maneira que o Anjo Gabriel disse a Nossa Senhora que ela seria a mãe do Salvador, ela sem questionar o anjo disse “Eis aqui a Serva do Senhor” (Lc 1,38a). O mesmo ocorre quando uma mãe recebe um filho com deficiência em seu ventre, ela diz “sim” à vida dessa criança. A mãe, de maneira geral, tem o nascimento de uma criança comumente cercado por expectativas e inúmeras comemorações dos familiares. O anúncio do nascimento de uma criança com deficiência gera nos pais inúmeros sentimentos de ansiedade, frustração e insegurança relacionados ao futuro da criança e sua posterior inclusão na sociedade. A família tem grande importância na realidade dessa criança. É por meio dela que a criança deficiente se sentirá segura no que diz respeito ao seu desenvolvimento e aprendizagem. O catequista em união com a família da criança deficiente muito favorecerá para que ela se sinta de maneira segura acolhida na catequese e na paróquia. Acolher um catequizando com deficiência na sala de catequese de maneira inconsciente faz o catequista seguir o modelo de Nossa Senhora, quando Ela acolheu a mensagem do Anjo Gabriel anunciando-lhe a chegada de Jesus e sem questioná-lo disse “sim”.

A ansiedade presente nesse catequista, somado aos mesmos sentimentos vivenciados pelos pais da criança com deficiência, comumente gera o seu questionamento vocacional para Deus, indagando-O sobre o motivo pelo qual ela recebeu essa criança com determinada deficiência em sua sala de catequese e o que havia feito para Deus para receber uma criança nessa situação em sua sala. A resposta para esse catequista diante de tais questionamentos está em Jr 1, 5 (“Antes de teu nascimento, Eu já havia consagrado e havia designado profeta das nações”) e, conforme se diz, “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita seus escolhidos”. Essa capacitação está inserida em cursos de formação, palestras e buscas literárias voltadas ao assunto sobre deficiência. Para esse desafio vocacional catequético o(a) catequista também pode embasar-se no aprofundamento da leitura de Isaías 49,3ª, “Tu és meu servo”.

Thaís Rufatto dos Santos Thaís Rufatto dos Santos é Pedagoga, Psicopedagoga, Pós Graduada em Educação Especial, Consultora em Educação Inclusiva. Coordenou a Pastoral da Pessoa com Deficiência, na Diocese de Santo Amaro - SP. É autora de livros voltados à Catequese Inclusiva. Ministra palestras em Paróquias e Dioceses. Contato: thaisrdossantos@gmail.com


LITURGIA

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A Mesa da Palavra e a da Eucaristia Uma dupla mesa que é sempre o mesmo Cristo – ministério dos leitores Por Pe. Guillermo/Catequeta


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“Palavra e Eucaristia se correspondem tão intimamente que não podem ser compreendidas uma sem a outra: a Palavra de Deus faz-Se carne, sacramentalmente, no evento eucarístico. A Eucaristia abre-nos à inteligência da Sagrada Escritura, como esta, por sua vez, ilumina e explica o Mistério eucarístico” (cf. BENTO XVI, Verbum Domini, 112).


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teologia litúrgica ensina que a celebração eucarística se desenvolve numa dupla mesa: a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Ambas estreitamente correlacionadas a ponto de formar um único ato de culto celebrativo, com um único presidente e uma mesma assembleia: Cristo e o povo em assembleia celebrante/orante. É fundamental exprimir com claridade a ligação que existe entre essas duas mesas. Isto é, a celebração da renovação do memorial pascal do mesmo Senhor em que primeiro nos fala e a seguir Se nos dá em nutrimento. Palavras esclarecedoras, a esse respeito, coloca Dom Walmor

Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte: “Nossa Igreja nasce e vive da Eucaristia, assim como é uma Igreja que nasce e vive da Palavra de Deus. A nossa tradição, a nossa experiência eclesial não permitiria que se fosse numa direção quase polarizadora. Pelo contrário, isso não nos daria uma força maior, enriquecedora, enquanto que a Eucaristia e a Palavra nos sustentam e são para nós, indivisíveis”.1 As duas ações se interligam e se correspondem na mesma celebração, para que o que de fato é litúrgico seja também mistagógico; isto é, que essas duas ações, obedecendo ao mandato de

Citado por Antônio Damásio Rego Filho, em seu artigo “Presença real de Cristo na Palavra“, em Jornal de Opinião – 29/6-5/7/2009, Belo Horizonte, p. 11.

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Jesus de fazer “isto” em sua memória, conduzam a assembleia a entrar em diálogo íntimo com Deus (1Coríntios 11,23-26). Destaquemos alguns sinais sensíveis que nos colocam na “presença” do Mistério, como uma “certa revelação” do invisível. O primeiro é a assembleia celebrante/ orante, reunida no espaço da comunidade para celebrar a Palavra e a Eucaristia; o segundo é o presbítero, que, exercendo o seu sacerdócio ministerial, preside as duas ações, celebra com a assembleia e a serviço dela. Junto da ação do presbítero, colocamos, entre os mais variados ministérios, aquele dos leitores. Falando sobre os leitores, é empolgante perceber que dia a dia cresce o número de leigos e leigas que tomam parte

consciente e ativa das celebrações, agindo ativamente na vida eclesial. Surgem variados grupos de leitores que com grande zelo se dedicam a exercer esse bonito ministério como autênticos proclamadores da Palavra. Nunca se insistiu o bastante sobre a vital importância da celebração da Palavra na vida da Igreja. Isso é uma pena, porque sabemos que na medida em que o povo cristão cresce em profundidade celebrativa, fica mudado pela força com que Jesus lhe fala pessoalmente e renovado com a nutrição da sua presença. De fato, a Palavra de Deus refletida no coração dos cristãos começa a pulsar uma vida renovada em muitas comunidades cristãs, onde os fiéis, reunidos para as celebrações, preparam-


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se devotamente para a escuta da Palavra, especialmente para a escuta do Evangelho de Jesus Cristo, sempre que anunciado com a reverência e o amor que lhe são devidos. A assembleia celebrante é composta de pessoas que por sua natureza têm inteligência, ouvidos, olhos, tato, sensibilidade, etc. Queremos dizer, a respeito das leituras, que “proclamar” uma leitura não é apenas enunciar em forma inteligível e coerentemente as frases. Trata-se de um ato antropologicamente integrativo, que não atende apenas à inteligência, envolve todos os sentidos da pessoa humana. Portanto, devemos cuidar dos vários aspectos mediadores da leitura sagrada: som, ambiente, lugar de onde ela se proclama, luminosidade, etc. Tudo isso, claro, estará trabalhado seriamente para evitar a artificialidade, exprimindo com simplicidade a Palavra proclamada e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma qualificada capacidade para levar a assembleia reunida à escuta e ao canto harmonioso, a fim de que o texto sagrado seja dignificado em toda a sua riqueza e peculiaridade.2 Assim, será fundamental ligar os dois ritos celebrados. Primeiramente, o nosso olhar, a nossa atenção e o nosso coração se voltarão para o ambão, onde o Livro é aberto e proclamado/oferecido como o pão da Palavra do Senhor. Nutridos dessa Palavra, elevaremos a Deus a Oração

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Eucarística, em que o pão da Palavra viva se transforma em pão/corpo do Senhor; dessa forma, são duas as mesas, mas um só é o alimento: Jesus Cristo, o Pão da Vida. Orígenes (†254), grande cristão dos primeiros tempos, afirmava: “Considero o Evangelho como o corpo de Cristo”, e o grande Agostinho acrescentava: “A boca de Cristo é o Evangelho: está sentado no céu, mas não deixa de falar na terra”.3 Utilizando a metafórica linguagem do alimento, podemos dizer que Jesus Cristo, o único Pão da Vida, é oferecido aos fiéis em duas mesas fartas: a da Palavra de Deus e a do Seu corpo. Os móveis utilizados para oferecer esse pão divino são: o ambão para a Palavra e o altar para a Eucaristia. O ambão, isto é, a mesa onde se oferece a Palavra de Deus como o Pão da Vida, é servido a todos como aperitivo, a começar pelas leituras da Sagrada Escritura preparando o manjar eucarístico.

Pe. Guilhermo Mestre em teologia bíblica pela Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma.

Cf. JOÃO PAULO II, A Ceia do Senhor, 24/2/1980, nº 10.

Cf. Edmar PERON, Mistagogia da Eucaristia. O pão da vida, da mesa da palavra de Deus e da mesa do corpo de Cristo, em Revista de Liturgia 211, São Paulo, janeiro/fevereiro 2009, 10-11.

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TEOLOGIA

A

evidência inexorável de que o universo é antigo, imenso, dinâmico e interconectado nos aponta para uma teologia cristã que não pode ignorar o modo pelo qual a humanidade de hoje representa o mundo, originário no caldo primordial dessa criação divina e destinada à salvação. A pesquisa sobre o cosmos é indissociável de uma

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investigação sobre o homem, pois essa busca perpassa a compreensão antropológica e tem necessariamente repercussões teológicas. O planeta Terra, sendo realmente uma criação, é assim como um sacramento da glória de Deus, com seu valor intrínseco particular e, portanto, para nós cristãos,


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a destruição contínua do planeta apresenta marcas de profanação e de profunda angústia em face da aludida interconectividade. Isso repercute em pensar uma teologia também sensível à dimensão histórico-crítica de sua mensagem, em que o seu discurso deve produzir uma intransigente defesa do amor e da justiça a todas as criaturas viventes, bem como ao ecossistema em que estamos insertos. O cosmos se encontra impregnado da ação fecunda de Deus, em que a vivência e a experiência são uma constante dinâmica, em que se realiza o plano divino para que o homem opere sua contribuição para sua transformação. Deus confia ao homem a missão de levar a termo o aperfeiçoamento do universo criado, onde todas as suas ações devem contribuir efetivamente para a transformação benigna do mundo. Na medida em que vamos descortinando nosso conhecimento sobre o mistério divino, descobrimos que ele é inesgotavelmente rico e que jamais conseguiremos chegar até o seu fim último, o que não significa simplesmente que não possamos compreender o que ele contém. Nesse contexto, a cosmologia se apresenta como um bom exemplo de laboratório para investigar a possibilidade de diálogo entre a ciência empírica e a fé religiosa. Em tempos de pósmodernidade esse debate pode propiciar comportamentos mais abertos e fecundos.

A ciência da cosmologia trata das origens do universo no plano material, a fé religiosa nos ordena essa criação no plano transcendente. Ambas as concepções são independentes, com metas e métodos diferentes, mas podem ser enriquecidas uma pela outra num diálogo honesto e respeitoso, interrelacionadas com o conhecimento e a compreensão de nós mesmos e do nosso cotidiano, fundamentando nosso encontro com os aspectos racionais da ciência e da transcendência. Um algo mais que pode significar um expressivo avanço nas relações humanas e, consequentemente, no entendimento sobre o sentido da vida e do cosmos. Invade nossa reflexão a concepção de uma consciência maior que concebeu todo esse quebra-cabeça cósmico, porquanto é possível refletir Deus, crer em Deus, acolher Deus e agir à luz da existência de Deus neste mundo que chega ao alcance de seu imenso desenvolvimento e complexidade cultural e tecnológica, exatamente por ser uma obra complexa e imersa no mistério da consciência criadora. Compreender Deus na atualidade é um desafio hercúleo, pois dissertar sobre Ele na pós-modernidade é resgatar a espiritualidade de nossa profissão de fé, imprimindo a necessária dose de racionalidade. Observamos os diuturnos questionamentos aos conceitos básicos da teologia cristã, revelando o desafio


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de estruturar nossa compreensão religiosa num contexto marcado pela manifestação das diferenças culturais, do pluralismo cético, da transitoriedade da ideias, do conhecimento egocêntrico, do individualismo e do relativismo. Não é mais possível à teologia contemporânea assentar bases em categorias fixas, em concepções estáticas e distanciadas da contraposição e contradição de ideias que inundam a formulação de pensamentos, desenvolvendo assim seus conceitos e seus argumentos de forma clara e abrangente. Torna-se necessário mergulhar no oceano intelectual atual, articulando as categorias emergentes com a fé, cuja argamassa está presente como elemento de elaboração da teologia, capaz assim de ser sempre contemporânea no contexto histórico. A teologia vive o instante em que um dos seus maiores problemas é exatamente a compreensão da universalidade salvífica do Cristo diante da face pluralista das tradições religiosas e do racionalismo secular pós-teísta, em que esse Cristo cósmico transcendente às relatividades e diversidades culturais pode desbravar nossos corações e também pode nos

conduzir ao gesto salvífico universal, como sentido e destino da nossa consciência, entregue aos erros e acertos da nossa aventura humana. Podemos encerrar esta sucinta reflexão com a citação sobre a ação de Deus Criador em Cristo, que “(...) derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência. Ele nos manifestou o misterioso desígnio de Sua vontade, que em Sua benevolência formara desde sempre, para realizá-lo na plenitude dos tempos — desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra” (Efésios 1,8-10).

Referências: DUSQUENE, J. O Deus de Jesus. São Paulo: Paulus, 2000. MUÑOZ, R. O Deus dos Cristãos. Petrópolis: Vozes, 1989. QUEIRUGA, A. T. O fim do cristianismo pré-moderno. São Paulo: Paulus, 2003. TAVARES, S. S. Trindade e criação. Petrópolis: Vozes, 2007.

Márcio Oliveira Elias Mestre em teologia bíblica pela Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma.



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BÍBLIA

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Encarnação por Frei Ildo


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As

promessas messiânicas e o tempo que se cumpre (Gl 4,4)

Q

uando entramos em contato com os textos do Antigo Testamento percebemos que toda a história de Israel está marcada pela presença salvífica do Senhor no meio do Seu povo. Desde o início da Criação, passando por toda a caminhada dos nossos pais e mães da fé (Abraão e Sara; Isaac e Rebeca; Jacó, Lia e Raquel), movidos pela Aliança e a promessa de possuir uma terra, uma descendência e a bênção, Deus garante a Sua presença em todos os momentos dessa caminhada. “Eu estou contigo e te guardarei em todo lugar aonde fores, e te reconduzirei a esta terra, porque não te abandonarei enquanto não tiver realizado o que te prometi” (Gn 28,15).

Durante a dura escravidão no Egito, Deus escuta o clamor do povo oprimido e desce para libertar e conduzir o povo para uma nova terra onde “corre leite e mel” (Ex 3,8). Para Se encontrar e Se comunicar com o povo, o Senhor ordena a Moisés a construção de uma tenda (Ex 25,22), lugar onde Ele está presente e manifesta a Sua glória: “Ali virei Me encontrar com os israelitas, e o lugar ficará consagrado por Minha glória” (Ex 29,43).

Mais tarde, por meio dos profetas, surgem as promessas messiânicas. O Senhor promete um sinal da Sua presença no meio do povo, o nascimento de um menino que trará salvação e alegria. “Pois sabei que o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a jovem está grávida e dará à luz um filho e dar-lhe-á o nome de Emanuel” (Is 7,14). As profecias anunciam que o Messias será da descendência de Davi (Is 11,1) e que nascerá em Belém (Mq 5,1). O Profeta Zacarias anuncia outros detalhes e encoraja o povo: “Exulta muito, filha de Sião! Grita de alegria, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: Ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho da jumenta” (Zc 9,9). Profecias como essas e outras que vinham da tradição oral alimentavam a esperança da vinda do Ungido de Deus. Esse tempo da longa espera chegou ao fim e a promessa se cumpriu! Deus nos enviou Seu Filho! É o que afirma o Apóstolo Paulo: “Quando, porém, chegou a plenitude dos tempos, enviou Deus o seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4,4). Antes foi o tempo da espera, da preparação para acolher a plena manifestação de Deus na história humana. Em Jesus, plenitude da revelação, a promessa se cumpre e o Senhor mesmo vem morar entre nós. Tantos quiseram contemplar a face de Deus (Ex 33,18) e agora Jesus a torna conhecida. Deus tem um rosto, o Filho mostra a face do Pai: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9b).


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A

Anunciação: o “sim” de Maria – Lc 1,26-38

Podemos fazer um exercício de imaginação. Imaginar Deus em Seu Mistério, na Sua Grandeza... Deus que habita os Céus e governa todo o universo cósmico. E em determinado momento da história as Três Pessoas dialogando sobre a Criação e olhando para a humanidade decidem que uma Pessoa da Trindade, o Filho, virá visitar a Terra e tornar-Se um de nós. É o Filho de Deus, o escolhido, que vem encontrar a Sua Criação. Ele vem para o que é Seu (Jo 1,11). Ele que já estava presente na Criação, pois “no princípio era o Verbo e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio Dele e sem Ele nada foi feito” (Jo 1,1-2).

Para que o Filho de Deus Se tornasse homem foi necessário Se encarnar no ventre de uma jovem. Divino e humano se unem num único projeto. O mesmo anjo Gabriel, que já havia anunciado o nascimento de João, o precursor do Messias (Lc 1,11-25), dirigiu-se a Maria para anunciar a sua concepção: “Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e O chamarás com o nome de Jesus” (Lc 1,31). O “sim” de Maria é importante. Naquela jovem, todos nós, homens e mulheres de boa vontade, estamos representados. Quando ela disse “Eu sou a serva do Senhor: faça-Se em mim segundo a Tua palavra!” (Lc 1,38) ela o disse em nome próprio, mas também em nome de toda a humanidade. Nós O acolhemos e Lhe dissemos “Seja bem-vindo!”. Inicia-se o período da gestação. Maria está grávida; é como se toda a humanidade estivesse grávida do divino que está para vir. Ele vem habitar conosco, morar no meio de nós, assumindo toda a nossa realidade, menos o pecado (Hb 4,15). Jesus não escolhe o melhor, mas o mais frágil. Um lugar pequeno, o ventre de uma mãe.


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A

encarnação: o Verbo Se fez carne e habitou entre nós! (Jo 1,14)

Ele

é o Emanuel, o Deus conosco! (Mt 1,23)

O Menino Jesus nasce em meio aos perigos da vida: fora de casa, na noite fria, numa pobre gruta, em meio aos animais, entre o povo pobre (Lc 2,1-14). No Evangelho de João não temos o relato do nascimento e da infância de Jesus, mas o quarto evangelista no seu prólogo destaca esse momento de glória da história da salvação: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!” (Jo 1,14). Deus armou sua tenda entre nós humanos!

A presença do Deus-menino em nosso meio é um grande mistério! Como pode um Deus tão louco de amor que é capaz de despojar-se e assumir a fragilidade de um recém-nascido?! Mas foi assim que o Pai escolheu enviar o Seu Filho a este mundo para redimir a Sua criação. Escolheu um jeito simples de se fazer entender sendo concebido por obra do Espírito Santo no seio de uma jovem de Nazaré (Lc 1,35; Mt 1,20).

Lucas e Mateus relatam de modo diferente as primeiras relações humanas de Jesus. Segundo Lucas Ele recebe a visita de pobres pastores (Lc 2,19-20). Para Mateus são os magos que chegam de longe, guiados pela estrela, trazendo seus presentes (Mt 2,1-11). Acolhido, mas também rejeitado; o Salvador é também uma ameaça. Por isso, logo depois de nascer, Jesus já sofre o perigo do rei Herodes, que quer matá-Lo e então deve fugir para o Egito (Mt 2,12-18).

Jesus é o Verbo de Deus encarnado que nos revela a face de Deus. No Filho o Pai Se torna plenamente conhecido, Jesus manifesta a Sua vontade salvífica. Por meio Dele somos chamados a entrar em comunhão no seio da Trindade. Agora, podemos contemplar o Seu rosto, reclinar a cabeça sobre o Seu peito, achegarmonos a Ele e encontrar descanso. Por isso podemos dizer que a Encarnação é presencialidade. Jesus é presença de Deus em nosso meio. Ele é o “Emanuel, o Deus conosco!” (Mt 1,23). Mas Ele é também presencialidade, isto é, um presente de Deus à humanidade. Mais que isso Deus não podia nos dar!


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A

encarnação na comunidade de Nazaré

A Encarnação não foi somente no ventre de Maria, mas também numa família, na comunidade de Nazaré, no povo de Israel e em toda a terra. Ele veio para o que era Seu (Jo 1,11). Jesus cresceu numa vila chamada Nazaré. Nazaré em hebraico significa “broto novo”. Aquele lugar desprezado, do qual se dizia “De Nazaré pode vir alguma coisa de bom?” (Jo 1,46), foi onde brotou e cresceu a Vida. Foi ali que Ele viveu 30 anos no anonimato. O que Jesus fez nesses 30 anos? Conviveu com o que era Seu. Admirou e contemplou o mundo. É fascinante imaginar o encontro de Jesus com a Sua Criação, com o sol que nascia, com a chuva que caía, com o vento que soprava, com as flores do campo, com os frutos das árvores, com a colheita dos campos, com os pássaros do céu...

Jesus passou 30 anos contemplando e se preparando e amando o mundo. Viveu na casa de José e Maria, trabalhou na carpintaria, ensinando que o trabalho tem valor e edifica o ser humano, viveu e frequentou a vila de Nazaré para dizer que a comunidade é o lugar da vida e da convivência. Sentiu na pele o sofrimento do seu povo oprimido pelo Império Romano e por um regime religioso legalista que excluía os mais pobres, os trabalhadores, os doentes, as mulheres, os pecadores, etc. É na contemplação com a criação e com a história do ser humano que Jesus, 30 anos depois, começa a anunciar o Reino de Deus (Mc 1,15; Mt 1,17). Ele passou fazendo o bem (At 10,38) e dizendo que a humanidade é o lugar da vida: “Seja feita a Tua vontade assim na terra como céu!” (Mt 6,10) e quase que a gritar constantemente que “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância!” (Jo 10,10).

Frei Ildo Perondi Mestre em teologia bíblica pela Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma e doutorando em teologia bíblica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (campus Londrina).



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MATÉRIA DE CAPA

A Catequese na Missão

Evangelizadora

da Igreja por Pe. José Alem


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“...Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro: ‘Ele vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis, como ele vos disse” (Mc 16, 1-8).

A

Igreja é a comunidade de pessoas que seguem a Jesus e nEle reconhece a Verdade e a Vida. Essa fé implica na missão. A Igreja é antes e acima de tudo uma missão. E qual é essa missão? Podemos resumi-la na palavra “Evangelizar”. Se entendemos bem o conteúdo profundo, amplo, imenso dessa palavra reconhecemos nela não uma mera atividade mas antes de tudo um encontro. Encontro com Ele, Jesus, que se revela o Filho de Deus e nos revela Deus como Pai de todos e nos apresenta e nos doa o Espírito Santo. Evangelizar é antes de tudo viver essa experiência de fé e transmití-la aos outros com a um novo estilo de vida que faz também partilhar a Palavra com nossas palavras.

Toda a ação da Igreja é evangelizar. “... a tarefa de evangelizar todos as pessoas constitui a missão essencial da Igreja; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Evangelização constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar...” (Evangelii Nuntiandi 14)


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Evangelizar, para a Igreja, é anunciar a Boa-Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade (cf EN 18) A ação da Igreja não tem como finalidade a própria Igreja ou a sua afirmação no mundo, mas se projeta inteira para um plano que a transcende e lhe determina o sentido: a construção do Reino de Deus e seu crescimento na história. Compromisso fundamental da Igreja é no mundo e para o mundo, construir o Reino de Deus e viver a seu serviço. Isso pode parecer muitas vezes teórico e confuso no entanto é o mais belo e verdadeiro projeto para a vida de todos os povos. Pois a

Igreja, através de várias expressões, ensinos, concílios, declarações reconhece que ela não deve se preocupar tanto em conservar e ampliar a si mesma, mas antes, buscar estimular o crescimento do mundo segundo o plano de Deus, para tornar o mundo mais humano. A Igreja tem consciência de ser depositária do mistério revelado por Deus em Cristo, e de ter a missão específica de iluminar , guiar e estimular a história da humanidade, para que possa tornar-se, de maneira formal e consciente, lugar de realização do Reino de Deus. Essa natureza evangélica da Igreja é que deve fazer verificar e reformar sua organização institucional – sempre necessária a fim de manter aquela


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flexibilidade e disponibilidade de testemunho que corresponde à sua identidade íntima do sacramento do Reino.

fé é um processo continuo, criativo, original, em andamento permanente. Um convite a crescer cada dia na graça e no conhecimento de Cristo.

Toda essa ação da Igreja conduz a uma nova maneira de viver a sua ação pastoral centrada numa catequese evangelizadora.

Um dos maiores desafios da sociedade que vivemos nos últimos séculos é a busca inquietante do sentido da vida e ao mesmo tempo a perda do sentido da vida em si. No entanto, a fé acolhida e vivida na sua originalidade nos conduz ao Deus que é a fonte e o fundamento da vida e quer que nós, criaturas suas, criadas a sua imagem e semelhança tenhamos uma vida plena (Cf De 30, 19-20)

Evangelizamos no mundo e para o mundo, além de nossas estruturas. Para isso é preciso estar atento aos sinais e às expressões da cultura que buscam novos caminhos para um mundo melhor. Isso requer também que os evangelizadores, isto é, os cristãos todos, sejam pessoas que se evangelizam continuamente num processo ininterrupto de conversão e fé. Nunca somos pessoas prontas, madura, convertidas. Estamos sempre em processo de conversão, de amadurecimento, de crescimento. O Papa Francisco, em uma de suas catequeses afirma que “a fé não é como água destilada, engarrafada e congelada”, fazendo entender que a

Ao se revelar à humanidade por Ele criada Deus manifestou-se um Pai misericordioso que oferece à humanidade a condição de ser feliz acreditando no seu amor. Essa revelação manifesta que pelo Espírito Santo nós homens e mulheres podemos participar da sua natureza divina (Dei Verbum 2). A revelação tem sua plenitude na pessoa de JESUS CRISTO , em suas obras e palavras, em sua vida e principalmente em seu Mistério Pascal. Isso tudo é evangelização e catequese. Ações do compromisso de fé e serviço de amor ao próximo.


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Evangelização e Catequese Cada época tem seus próprios desafios sociais, políticos, culturais, educacionais, morais, religiosos. Nossa realidade hoje pede uma nova evangelização. Isso requer também uma nova catequese pois a catequese coloca-se dentro da perspectiva Evangelizadora da Igreja. A Igreja existe para evangelizar – anunciar a Boa Notícia do Reino proclamado e realizado em Jesus Cristo (Evangeli Nuntiandi 14).

• Primeiro anúncio

A evangelização e a catequese são processos que supõe etapas diversas em condições diversas. A primeira etapa consiste no

Os elementos essenciais do primeiro anúncio:

Trata-se da apresentação da novidade do Evangelho, do anúncio de Jesus Cristo.

Em Jesus, que anuncia a chegada do Reino, Deus se mostra como Pai amoroso; O Reino que se inaugura em Jesus, já está presente em mistério aqui na terra, e será levado à plena realização quando Ele se manifestar na glória; A Salvação, em Jesus, consiste na acolhida e na comunhão com Deus, como Pai, no dom da filiação divina que gera fraternidade;


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Toda ação evangelizadora e toda catequese realizadas segundo o projeto da Igreja, seguindo o exemplo de Jesus é que os que ouvem e acolhem a Palavra de Deus se tornem seus discípulos. Evangelizar e Catequisar é fazer discípulos. O seguimento de Jesus é um ato pessoa, decisão livre e consciente, mas realizase na comunidade fraterna de fé. Não é possível viver a fé isoladamente mas partilhando com os outros essa experiência do encontro e do seguimento a Cristo.

A comunidade dos que creem em Jesus, a Igreja, constitui o germe e o início do Reino.

Isso nos leva a uma nova compreensão do ministério da Catequese. Numa próxima edição vamos aprofundar esse tema favorecendo uma vivência mais plena desse ministério que é um serviço da Igreja à humanidade.

A Evangelização implica não apenas o anúncio do Evangelho por palavras, mas também a vida e ação da Igreja. Por sua vez, a Catequese dá continuidade à evangelização, com a finalidade de aprofundar e amadurecer a fé e fazer discípulos aqueles que acolhem o anúncio. Toda a ação da Igreja, sua pastoral é expressão da sua missão, do seu compromisso de levar todos ao conhecimento de Cristo e viver nele e com Ele uma vida plena.

Pe. José Alem Sacerdote membro da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. Educador e comunicador, Professor de Filosofia, Espiritualidade, Comunicação, Psicologia da Religião. Especialista em Logoterapia. Filósofo clínico. Assessor de cursos e formação através de palestras, retiros, encontros, oficinas. Escritor e assessor de projetos de comunicação e educação.


O CATECISMO RESPONDE

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422. O que é a justificação?

424. Que outros tipos de graça existem?

1987-1995 / 2017-2020

1999-2000 / 2003-2004 / 2023-2024

A justificação é a obra mais excelente do amor de Deus. É a acção misericordiosa e gratuita de Deus, que perdoa os nossos pecados e nos torna justos e santos em todo o nosso ser. Isto tem lugar por meio da graça do Espírito Santo, que nos foi merecida pela paixão de Cristo e nos foi dada no Baptismo. A justificação inicia a resposta livre do homem, ou seja, a fé em Cristo e a colaboração com a graça do Espírito Santo.

Para além da graça habitual, existem: as graças actuais (dons circunstanciais); as graças sacramentais (dons próprios de cada sacramento); as graças especiais ou carismas (que têm como fim o bem comum da Igreja), entre as quais as graças de estado, que acompanham o exercício dos ministérios eclesiais e das responsabilidades da vida.

423. O que é a graça que justifica? 1996-1998 / 2005 201 A graça é o dom gratuito que Deus nos dá para nos tornar participantes da sua vida trinitária e capaz de agir por amor d’Ele. É chamada graça habitual ou santificante ou deificante, pois nos santifica e diviniza. É sobrenatural, porque depende inteiramente da iniciativa gratuita de Deus e ultrapassa as capacidades da inteligência e das forças do homem. Escapa, portanto, à nossa experiência.


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CATEQUISTAS EM REDE

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APLICAT IVO

PEQUENINOS DO SENHOR


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Iniciativa da Igreja Católica aproxima crianças e pais da mensagem de amor ao próximo e a Deus por meio de um aplicativo para smartphones e tablets.

C

hegou o aplicativo Pequeninos do Senhor! A primeira iniciativa da Igreja Católica para levar a mensagem de amor ao próximo e a Deus para crianças conectadas ao mundo virtual. Disponível para smartphones e tablets, o aplicativo é totalmente gratuito e conta com jogos, desenhos para colorir, orações, orientação para catequistas, histórias em texto e áudio contadas pelos seis personagens do projeto. O aplicativo foi desenvolvido pela Associação Católica Pequeninos do Senhor, projeto que desde 1997 realiza um trabalho de evangelização por meio da acolhida de crianças, de três a sete anos, durante as Missas e já está presente em mais de 160 paróquias do Brasil e algumas do exterior.


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“Quando pensamos em desenvolver o aplicativo Pequeninos foi com o intuito de ter um produto 100% voltado para as crianças, para que, também de modo lúdico e com uma mensagem indireta, elas se aproximassem dos ensinamentos de Jesus e caminhassem junto com Ele também no mundo virtual”, destaca a presidente do projeto, Rachel Abdalla. Disponível para os sistemas Android e iOS, o aplicativo Pequeninos do Senhor quer chegar a todas as famílias e crianças do Brasil e de países de língua portuguesa. Além de levar a mensagem de amor, o aplicativo busca unir a família em torno da tecnologia e ampliar os laços de amizade entre pais e filhos, que podem interagir juntos nas atividades dele. “É preciso estar atualizado e, se o mundo dos pequeninos hoje é virtual, que seja também virtual uma das formas de evangelizar, por que não?”, avalia Rachel.

Por meio do aplicativo, crianças e catequistas terão acesso a um rico conteúdo lúdico para interagir. Nos encontros dos pequeninos nas paróquias e nas turmas de catequese o aplicativo será uma ferramenta de auxílio na evangelização. “É um novo caminho de divulgação e implantação do projeto nas paróquias, oferecendo a oportunidade de mais e mais crianças serem evangelizadas na linguagem delas, ou seja, brincando”, aponta Rachel. A expectativa? Para Rachel, é das melhores: “Esperamos que seja um sucesso de downloads! Trabalhamos na Igreja Católica, na evangelização dos preferidos de Cristo, os pequeninos, e é neles que está a nossa expectativa, aonde realmente queremos chegar”. O aplicativo Pequeninos do Senhor apresentará mensalmente kits com diversas atividades. A cada mês, a história

#PEQUENINOSAPP


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de um personagem que ilustra o logo do Pequeninos do Senhor será apresentada em texto e áudio por crianças que participam do projeto em paróquias. Os personagens são: Rebeca, Pedro, Sara, Mateus, Lia e Lucas. Desenhos para colorir, quebra-cabeça, histórias e diversos jogos fazem parte do aplicativo e outras novidades serão lançadas dentro de cada mês, para atrair a atenção das crianças e manter o aplicativo sempre atualizado. Neste primeiro momento, orações serão disponibilizadas mensalmente com texto e áudio – gravado por crianças. Os catequistas também terão acesso a material exclusivo de preparação para os encontros com crianças aos domingos, na missa. O espaço “Catequistas” contém o Evangelho de domingo com explicação e sugestão de atividades com as crianças e jovens.

Disponível para smartphones ou tablets, o Pequeninos do Senhor pode ser acessado no Andoid Market e na App Store. É compatível para iPhone, iPad e iPod touch, a partir da versão 5.0 do sistema iOS, e está disponível para mais de 5.900 modelos de dispositivos móveis com o sistema Android a partir da versão 2.0. No hotsite http://www. pequeninosdosenhor.org/index.php/app/ é possível acessar o conteúdo e navegar pelo aplicativo, conferir os screenshots, ler o release, usar o QR-CODE, ver alguns vídeos e tirar dúvidas. HOTSITE goo.gl/PtNDXj A iniciativa foi feita em parceria com a agência Minha Paróquia, que é pioneira em desenvolvimento de aplicativos católicos.


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COMO USAR O

APLICAT IVO DOS PEQUENINOS DO SENHOR

BAIXE AGORA O APLICAT IVO

PROJETO PEQUENINOS DO SENHOR Pequeninos do Senhor é uma associação católica que tem como missão evangelizar crianças de três a sete anos, no acolhimento durante as Missas e celebrações aos fins de semana nas paróquias. Busca levar aos pequeninos a Palavra de Deus, o Amor de Jesus, as virtudes cristãs e o respeito ao próximo e à criação, de forma lúdica e apropriada a eles. O tema do Pequeninos do Senhor é: “Vinde a mim os pequeninos e não os impeçais porque deles é o Reino dos Céus” (Mc 10,14). O lema é: “Ide por todo o mundo e levai o Evangelho a todas as criaturas” (Mc 16,15). Esse serviço de evangelização Pequeninos do Senhor teve início em 1997, em Campinas-SP, na Paróquia de Nossa Senhora das Dores. O projeto conta com o reconhecimento do Arcebispo e da Arquidiocese de Campinas, além de outras Dioceses e Bispos. Hoje, o projeto Pequeninos do Senhor está implantado em mais de 160 paróquias e comunidades em vários Estados do Brasil. Já foi implantado também na África (em Angola, Moçambique e Cabo Verde), no Canadá (em Winnipeg) e no Japão em (Quioto).


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CATECINE

“LITTLE BOY”, O FILME: UM CANTO À FÉ E AO AMOR ENTRE PAI E FILHO

Assista ao trailer: Little Boy Official Trailer #1 (2015)


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N

o dia 27 de fevereiro, estreia nos Estados Unidos “Little Boy”, um filme dirigido por Alejandro Monteverde, diretor de “Bella”, e produzido por Open Roads e Metanoia Films, junto a Eduardo Verástegui. Também participaram da produção Roma Downey e Mark Burnett, os produtores da série “A Bíblia” e do filme “Filho de Deus”. O filme, com roteiro de Monteverde de Pepe Portillo, conta a história de um menino de 7 anos, Pepper Flynt Busbee (interpretado por Jakob Salvati), que tem uma relação muito especial com seu pai (Michael Rapaport, de Prison Break e Friends): ele é seu herói, seu modelo. Juntos, pai e filho inventam e protagonizam aventuras maravilhosas que os levam a situações extremas, das quais saem sempre com uma fé absoluta em sua capacidade de resolvê-las. “Você acredita que pode conseguir isso?”, pergunta sempre o pai ao filho. “Sim, eu acredito!”, responde. Mas, com a entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial, o pai de Pepper tem de abandonar seu lar. Para o menino, isso é um trauma, até que ele descobre que, com a fé que seu pai lhe transmitiu (na qual “não pode haver nem um ápice de dúvida”, ensina-lhe seu pároco), ele consegue mover montanhas, como promete Jesus no Evangelho. A partir desse momento, Pepper tentará utilizar sua fé para acabar com a guerra e reunir novamente sua família.

Em “Little Boy”, o produtor Eduardo Verástegui também intervém como ator, interpretando o Pe. Crispín. Como ele mesmo explica, “é um personagem de apoio, mas muito importante o que ele vai semear”. Completam o quadro de atores: Emily Watson, Kevin James, Tom Wilkinson, Cary Tagawa e o jovem David Henrie. “É preciso ter muita coragem para acreditar”, escuta o pequeno Pepper na última cena do trailer. “Seu pai estaria muito orgulhoso de você.” (Artigo publicado originalmente por Religión em Libertad)



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DICAS DE LEITURA

AS 12 PARÁBOLAS DE JESUS Pe. Guilherme Daniel Micheletti Muitos documentos da Igreja oferecem esclarecedoras palavras sobre o destacado papel que possui a Bíblia na Catequese, sendo que a Catequese se faz com a Bíblia, ligando-a à liturgia, à caridade e à doutrina; não apenas isso, também deve ser feita catequese da Bíblia, procurando conhecer a Bíblia por aquilo que ela é no seu contexto e para a vida de hoje. Deste modo, na catequese, descobrimos a centralidade da Palavra de Deus, pois, a catequese, em suas diversas formas e fases, sempre acompanhou o povo de Deus, colocando no centro de sua pedagogia a explicação das Escrituras, que somente Cristo é capaz de dar, mostrando o seu cumprimento em si mesmo.

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Toque para ver maior

Este livro servirá, portanto, de apoio para que os catequistas conduzam seus catequizandos a entrar na intimidade fraterna com Jesus, para dispô-los a uma escolha fundamental de vida: escolher Jesus como Mestre privilegiado. Que Jesus seja o centro, o ponto de referência para o coração e para a vida dos catequizandos, levando-os a assumir com fidelidade filial esta proposta de vida.


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COLEÇÃO CRESCER EM COMUNHÃO

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Toque para ver maior

Catequese e família Volumes 1, 2 e 3 A coleção Crescer em Comunhão, revista e ampliada, procura oferecer um itinerário de educação da fé para catequistas, catequizandos e famílias, como caminho para o encontro com Jesus Cristo. Para isso, integra os elementos essenciais da iniciação à vida cristã, oferecendo encontros orantes e centrados na Palavra de Deus e no Magistério da Igreja. Esta edição revisada traz também subsídios destinados aos familiares, oferecendo-lhes reflexões para acompanhar seus filhos em sua formação cristã e assim atender a missão evangelizadora da Igreja para a família, compreendida como núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial. Para desenvolver o processo de educação da fé, visando propor uma experiência de encontro íntimo e pessoal com Jesus Cristo, os temas de cada volume se constituem de reflexões orantes, fundamentadas na Palavra de Deus, para ajudar a família na tarefa de assumir e viver plenamente a proposta de Jesus Cristo.




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A próxima edição chega em breve e queremos que nos ajude a torná-la ainda melhor. Envie um e-mail para contato@soucatequista.com.br catequista com as suas sugestões, elogios, críticas, ou mesmo um artigo ou depoimento.

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