12 meses para contar, 12 meses para rimar

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Antonieta Félix

O que acontece num mês não cabe num livro, quanto mais o que acontece em doze! Ainda assim, a Antonieta pegou nalgumas coisas que acontecem nalguns meses e pôs-se a rimar, veio o José, pegou nas rimas, e pôs-se a pintar... O resultado são meses e rimas para todos os gostos, tamanhos e feitios! Num livro onde o leitor também é convidado a ser escritor.

José Pinto Nogueira




Editor: edições Parténon ® Título : 12 meses para contar, 12 meses para rimar Texto : Antonieta Félix Ilustrações : José Pinto Nogueira Design Gráfico : Joana Dias / Rogério Veloso Revisão de Texto : Teresa Molar Impressão : … ISBN: 978-989-99291-9-7 DL: 396365/15 Publicação:

Rua da Assunção, n.o 42, 5.o Piso, Sala 35 1100-044 Lisboa www.sitiodolivro.pt


Antonieta Félix José Pinto Nogueira


Janeiro Mês primeiro, ouvem-se pedidos para o ano inteiro. Escutam-se cantares ao Menino e aos Reis que lhe viram o destino.

Grandes frios e nevões, trazem novas opções. Visitar um palácio, ou jogar xadrez com o tio Inácio.

Tecidos a ouro, ou feitos de velhos panos, abundam os planos. Dentro e fora do mealheiro, é pouco o dinheiro.

Robustas são as comidas na mesa, como o cozido à portuguesa. Quente se devora o pão, da árvore cai a laranja e o limão.

Com mais ou menos pressas, muitas são as promessas. Em Janeiro feitas, no resto do ano desfeitas…

Novas Esperanças, mudanças. Energias renovadas, em Janeiro os dias são de fortes lufadas.

Vou começar uma dieta, diz a vizinha Anacleta. Se o meu clube vencer rapo o bigode rente, afixa o padeiro na montra da frente.

Enorme o sente o estudante e o professor, comprido o acha o trabalhador. Do barbeiro ao pedreiro, quem não se alivia ao ver chegar Fevereiro?

Mas, ser ambicioso em Janeiro, pode manter-nos a sonhar o ano inteiro…


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Fevereiro Para descansar do longo Janeiro, vem o breve Fevereiro. Apenas com 28 ou 29 dias, ele dá o nome ao ano, sabias?

É ainda o mês dos namorados, ou dos simplesmente enamorados, que trocam caixas de bombons, e peluches de pompons.

Sendo do calendário o mais pequeno, nada tem de ameno. Traz tempestades e geadas, ou atrevidas manhãs prateadas.

Fatos com gravata e vestidos de cetim, são usados no São Valentim. Noite atribulada para os avós, quando os pais jantam a sós.

Oferece muitas vezes fantasia, música, dança e folia. Pois é o mês dilecto do Carnaval, festa sem igual.

Quem prefere calmaria, opta por uma boa pescaria. Cheios que estão rios e ribeiras, lagos e albufeiras.

O índio e o bombeiro, a bailarina e o cozinheiro, o palhaço e a enfermeira, todo o mascarado entra na brincadeira.

No princípio, no meio ou no final, este é um mês especial, prepara o Inverno para a estação seguinte, com muito requinte.

Mesmo com poucos dias, não faltam em Fevereiro alegrias!


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Março No calendário é o terceiro, este mês companheiro, que ouro merece, pois de louvores não carece.

Nele tem seu dia a Mulher, melhor será não meter a colher. Deixá-la celebrar com as amigas, não haja em casa brigas….

Na horta, muito há para sachar, nos campos, muito se pode semear. Está ocupado o lavrador, entusiasmado o agricultor.

O Pai também recebe homenagem, dia 19 deixa o carro na garagem. Com a mãe vai de boleia, dos filhos ganha beijos e geleia.

É Março, o Marçagão! Dá um friozinho e um calorão. Cedo, sopra frescas aragens, ao entardecer, convida a camaradagens.

Ainda a árvore e a floresta, têm a sua festa. No mesmo dia que a Poesia, que me lembra a tia Maria.

Do armário sai a mochila, para passeios fora da cidade e da vila, de roupas leves e boné, começam as caminhadas a pé.

A Páscoa aqui pode ser celebrada, mas a água é de certeza gabada. Como o estudante e a juventude, que gozam de toda a sua plenitude.

Se for amoroso faz o ano formoso, diz o provérbio popular, eu digo que é sempre charmoso.


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