A Jangada: Setembro de 2012

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Setembro de 2012

Fernanda e Ana nas OlimpĂ­adas Revista Jangada_n11.indd 1

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EDITORIAL

A Jangada A Revista A Jangada é uma publicação do Clube dos Jangadeiros, de Porto Alegre, com circulação dirigida aos seus sócios, clubes náuticos, entidades esportivas e imprensa.

DIRETORIA DO CLUBE DOS JANGADEIROS – 2012/2014 Renê dos Santos Garrafielo Comodoro Cesar Augusto Jaquet Rostirolla Vice-Comodoro Administrativo Francisco de Paula B. de Freitas Vice-Comodoro Esportivo Jorge Decken Debiagi Vice-Comodoro de Obras e Patrimônio Cristiano Roberto Tatsch Vice-Comodoro de Desenvolvimento e Marketing André Jobim de Azevedo Diretor Jurídico Luiz Francisco Gerbase Diretor Financeiro Paulo Tupinambá Barcellos Fernandes Diretor de Associativismo Werner Siegmann Diretor de Porto Aline Kusiak Diretora Social Daniel Victor Rodrigues Diretor de Captação de Recursos Marcelo Kern Diretor da Escola de Vela Mario Roberto Dubeux Diretor Técnico Renato da Costa Brito Diretor de Vela de Monotipos Átila Pellin Diretor de Vela Infanto Juvenil Pedro Luiz Gomes Boletto Diretor de Cruzeiro CONSELHO FISCAL Efetivos Tuffy Calil Jose Michael Weinschenck Paulo B. Arruda dos Santos Suplentes Caio Mario F Netto da Costa Cleber Duarte de Albuquerque Gilberto de Carvalho

Revista A Jangada

Novos rumos para o Jangadeiros

Iniciamos esta nova gestão revisando e analisando os pontos que precisam de melhorias dentro do planejamento estratégico do clube, e para complementar este trabalho, preparamos uma pesquisa qualitativa com todo o quadro associativo. Este é o momento de todos nós, sócios, pensar no Clube dos Jangadeiros, por isso a sua participação é fundamental na resposta da pesquisa. Os resultados da pesquisa servirão para, alinhados ao planejamento estratégico, nortear as ações da administração do Jangadeiros. Tenho a certeza que os objetivos comuns estarão em sintonia com os novos planos de ação, atendendo os diferentes setores com suas demandas. Nosso compromisso é manter a saúde financeira e, principalmente, a capacidade de investimento em melhorias e na preservação do patrimônio que é de todos nós. Aproveito ainda, em nome da Comodoria, para cumprimentar a dupla Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, que tiveram uma participação emocionante na conquista do sexto lugar nas Olimpíadas

Produção e Edição Jornalista Responsável: Guto Moisés – Fenaj 6543/RS Assistente de Redação: Ivan Netto Foto capa: Daniel Ramalho/AGIF/COB. Fotos: Arquivo Jangadeiros, Ivan Netto e Guto Moisés Projeto Gráfico e Diagramação: Imagine Design Tiragem: 1.500 exemplares Distribuição Dirigida Comercialização: Alexandre Dallapicola Tel.: 3233.7334 – alx@dft.com.br

de Londres na classe 470. Desejamos também, desde já, sucesso aos nossos atletas que farão, não somente a campanha olímpica para o Rio em 2016, mas a todos que competem e honram a história e o nome do Clube dos Jangadeiros, onde quer que estejam. Que os ventos soprem para todos.

Renê Garrafielo Comodoro

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INFORME JANGADEIROS

22º Troféu Cayru de Vela de Oceano O Clube dos Jangadeiros realiza nos dias 20 e 21 outubro o Troféu Cayru de Vela de Oceano. Criado em 1991 para homenagear Leopoldo Geyer e o seu barco Cayru, o evento chega a sua 22ª edição e deve reunir mais de 200 velejadores nas águas do Guaíba. Além do tradicional Velejaço e da Regata em Solitário, barcos das classes BRA-RGS (A e B), J-24 e Microtoner 19 são esperados. As inscrições podem ser feitas em qualquer clube filiado à Federação de Vela do Rio Grande do Sul (Fevers).

Escola de Vela Barra Limpa Quer aprender a velejar e não sabe como começar? Então, entre agora mesmo contato com a Escola de Vela Barra Limpa, do Clube dos Jangadeiros, e conheça os nossos cursos. São diversas opções: Optimist, para a criançada; e Iniciação à Vela em Monotipos e Iniciação à Vela Oceânica, para os adultos. As aulas acontecem tanto durante a semana, como também aos finais de semana. E nem é necessário possuir um barco e ser sócio do Clube dos Jangadeiros para participar. A Escola de Vela Barra Limpa disponibilizará toda a infraestrutura necessária para um aprendizado seguro e muito divertido. Entre agora mesmo em contato conosco pelo telefone (51) 3268-0080 – ramal 7 ou pelo e-mail escoladevela@jangadeiros.com.br.

Dia das Crianças No dia 6 de outubro, sábado, o Clube dos Jangadeiros vai receber a criançada para uma tarde de muita alegria e diversão. É o Dia das Crianças, que será realizado na Ilha dos Jangadeiros e é gratuito e aberto a todos os associados. Além de muitas brincadeiras, foi preparada uma programação toda especial para animar a tarde dos pequenos. Confira: 14h

Abertura

15h30 Lançamento do livro Piquenique no Jardim

14h30 Contação de Histórias

16h

Lanche

15h

17h

Chute a gol

Oficina Artística e Camarim

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VICE-COMODORIA ESPORTIVA

Vela de lazer e de competição Quais são as prioridades da vice-comodoria esportiva para os próximos dois anos? A nossa prioridade é dar mais condições para a vela infanto-juvenil, que é a base do nosso esporte. Estamos com uma classe Optimist muito forte e a qualidade dos nossos velejadores está em amplo crescimento. Temos jovens promessas que nos enchem de orgulho. Temos o retorno da classe 420, que é fundamental para a sequência na vela, após saída do Optimist. Neste final de ano e início de 2013, sediaremos o Campeonato Sul-Americano e o Campeonato Brasileiro de 420, o que irá proporcionar maior intercâmbio e experiência para nossos velejadores. Estamos prevendo pelo menos 20 tripulações em cada evento. Como incentivar os associados na prática da vela e esportes de lazer? Temos uma Escola de Vela que é referência no aprendizado e iniciação à vela, com professores experientes e preparados para oferecer aulas de alto nível técnico para cursos em diferentes classes. Além da Escola de Vela Barra Limpa, o clube dispõe de uma área verde disponível aos associados, seja para a prática de futebol, vôlei, caminhadas entre outras atividades disponíveis aos sócios. Sabemos que hoje as crianças querem ficar jogando videogame, estar conectados no computador, entre outras coisas. Ou seja, temos que ter uma pracinha atrativa, eventos recreativos, festas para a criançada e outros fatores motivacionais para a gurizada. Qual é a importância da vela de competição para o Clube? A formação de velejadores é importante, mas torná-los campeões é ainda mais. São nas competições que nossa bandeira é levada a lugares distantes, com o reconhecido trabalho de base que é realizado com seriedade e dedicação há 70 anos, desde a nossa fundação. A vela de competição é o grande diferencial do Clube dos Jangadeiros em relação a outros clubes. Temos, em cada categoria, velejadores de ponta e, isso, sempre será assim. Temos um trabalho muito forte na vela de base, com

Luis Ventura/Comunicação

Depois de dois à frente da vice-comodoria Esportiva, Francisco Freitas, 38 anos, faz um balanço das prioridades e resultados obtidos. E aproveita para anunciar os planos da Comodoria para a nova gestão 2012/2014.

Xico Freitas, Vice-Comodoro Esportivo

a formação de velejadores que são preparados para a vela de competição, mantendo a sequência dos resultados vitoriosos do Clube. Hoje, temos velejadores como o Tiago Brito, que foi multicampeão de Optimist, competindo de 420, ou Rodrigo Fasolo, que foi um grande destaque no Optimist se destacando agora no 29er. Isto, claro, sem falar nos nossos velejadores olímpicos, como a Fernanda Oliveira, que saiu do Optimist para nos representar em tantas Olimpíadas e até trazer uma medalha de bronze; no Fábio Pillar, campeão Brasileiro de 470 e campeão Mundial de Laser Radial; e no Bochecha, campeão Sul-Americano e Brasileiro de 49er. São muitos os nossos talentos e não posso deixar de destacar o Alexandre Paradeda, bicampeão

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Ivan Netto/Comunicação

Mundial de Snipe; no Rodrigo Duarte, que vem se destacando como velejador de Oceano, na classe S40, e tantos outros. E qual a importância do Fundo de Vela para isso? Como ele funciona? O Fundo de Vela faz parte do orçamento do clube e tem por objetivo garantir a participação do clube em competições locais, nacionais e internacionais. É este recurso que ajuda nossas flotilhas a se prepararem, a viajar, competir, pagar treinador. O Fundo de Vela tem, em média, uma receita de sete mil reais, mas as despesas são muito maiores, o que nos exige muito critério para liberações. Temos demanda de muitas competições, de pelo menos dois treinadores para o Optimist. Estamos em fase de aprovar um treinador para a vela infanto-juvenil, que terá a tarefa de receber os velejadores que saem do Optimist e manterem na sua próxima classe, seja Laser, 420, Snipe, Hobie Cat ou 29er. Alem de auxiliar nossos atletas nos eventos prioritários (Campeonatos Brasileiros; Pré-Olímpicos; Olímpicos; Pré-Pan-Americanos; Pan-Americano; Regatas seletivas organizadas Pela CBVM, Campeonatos Sul-Americanos; Sul Brasileiros).O Fundo de Vela é coordenado pelo Conselho de Vela, composto pelos seguintes membros: vice-Comodoro Esportivo, diretor de Vela de Monotipos, diretor de Vela de Oceano / Cruzeiro, diretor Técnico de Vela Olímpica e Pan-Americana; diretor da Escola de Vela Barra Limpa, diretor de Vela Infanto-Juvenil e capitães de cada uma das flotilhas oficiais e ativas do Clube dos Jangadeiros. O Clube dos Jangadeiros disponibilizou uma ferramenta para que os associados que pagam imposto de renda possam doar 6% deste valor para a Escola de Vela Barra Limpa. Podes explicar como isto funciona e em que vai beneficiar o Clube? A partir da nova Lei de Incentivo ao Esporte, do Ministério dos Esportes, criamos o Projeto Escola de Vela Barra Limpa. Este projeto foi concebido para fomentar a entrada de novos velejadores no clube e a criação de uma flotilha permanente, com uma equipe multi-disciplinar para que nossos velejadores tenham todo o suporte técnico necessário para o desenvolvimento no esporte. A Lei de Incentivo ao Esporte, regulamentada pelo Decreto n°. 6.180/07, prevê a possibilidade de pessoas físicas e jurídicas destinarem uma parcela do imposto de devido em benefício de projetos desportivos. As pessoas físicas poderão destinar a projetos desportivos aprovados pelo Ministério do Esporte a quantia de 6% do imposto de renda devido. As pessoas jurídicas que declaram pelo lucro Real poderão destinar a projetos aprovados pelo Ministério do Esporte a quantia referente a 1% do imposto de renda devido. Para conhecer o nosso projeto e descobrir como contribuir para o desenvolvimento do esporte

Xico e Flotilha da Jangada

da vela e da revelação de futuros campeões, entre em contato pelo e-mail patrocinio@jangadeiros.com.br ou diretamente com o setor financeiro do Clube dos Jangadeiros. E os lancheiros e cruzeiristas, o que a nova gestão planeja para atender estes associados? O nosso diretor de Vela de Oceano, Pedro Bolleto, está organizando um calendário de eventos, tanto para os lancheiros quanto os cruzeiristas. A ideia é que com um calendário fixo possamos nos organizar melhor as atividades e convidar mais associados que possuem barco para os passeios. Nos últimos anos, três duplas do Clube dos Jangadeiros integraram a Equipe Brasileira de Vela Olímpica, da Confederção Brasileira de Vela e Motor (CBVM). Como manter este nível, tendo vista a próxima Olimpíada, que será realizada no Rio de Janeiro, em 2016? Tanto a Fernanda (Oliveira), quanto o Fábio (Pillar) e o Bochecha (apelido de André Fonseca) são novos e possuem total condição de chegar em 2016 ainda mais preparados. O Bochecha e o Fábio estão procurando novos parceiros para a próxima campanha. Quatro anos passam muito rápido e já em fevereiro devemos ter a primeira seletiva para a equipe olímpica do Brasil. Fernanda e a Ana já estão se preparando e montando um novo projeto para ser aprovado junto ao Ministério dos Esportes, pensando em 2016. Este ano na Inglaterra fizeram um belo trabalho, dando muita emoção no final com a Medal Race, pois tínhamos muita esperança que pudessem repetir o feito de 2008, quando a Fernanda (ao lado da Isabel Swan) buscou a medalha de Bronze. Com o Projeto Escola de Vela Barra Limpa, queremos poder formar campeões que se espelhem no exemplo de trabalho e dedicação da nossa equipe olímpica. A Jangada • 5

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SOCIAL

Noite de Queijos & Vinhos O tradicional evento de inverno reuniu os sócios em uma noite especial, com música ao vivo e um ambiente decorado para receber os convidados.

O salão da Sede Continente do Clube dos Jangadeiros ficou lotado no noite do dia 18 de agosto, quando foi realizada a Noite de Queijos & Vinhos. Mais de uma centena de pessoas compareceu ao evento, que teve direito a música ao vivo, pista de dança e muita descontração. A decoração ficou por conta da talentosa Cristina Pereira, enquanto a equipe do Restaurante Pimenta Rosa coordenou magistralmente a área gastronômica. Associados e os seus convidados apreciaram o excelente vinho argentino El Ciprés, um Cabernet Sauvignon da vinícola Luis Segundo Correas, de Mendoza, e dançaram embalados pelas canções italianas do cantor Edgar Pozzer.

“Foi uma noite super agradável, ao lado de bons e queridos amigos.” (Priscila Trainini Hony Plentz)

Marta Bergallo Rodrigues e Tuchaua Rodrigues

Cristiano Tatsch e Beth Carara

Claudio Mika da Silva e Cecília Pillar

Caco More e Flávia Howes

O casal Rejane e Francisco Freitas

Karoline Bauermann e Mario Dubeux

Vanira e Dedá De Lorenzi

O casal Edgar e Priscila Plentz

Laura Bergallo e o marido e comodoro do Clube dos Jangadeiros Renê Garrafielo

Melissa Telles e Luiz Gerbase

Ana Lúcia Freitas e Francisco Freitas

Jorge Debiagi e a esposa Rejane

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PROMOÇÃO

2º Brechó Náutico Muito além da comercialização e da doação de equipamentos náuticos, o evento é uma confraria dos velejadores, comandantes e aficionados da vela.

Associados dos principais clubes náuticos de Porto Alegre se reuniram no dia 1º de setembro para prestigiar o 2º Brechó Náutico do Clube dos Jangadeiros. Com o objetivo de vender, comprar, trocar ou simplesmente jogar conversa fora, centenas de pessoas passaram pelo evento, que começou às 11h e terminou por volta das 17h. Ao todo, foram oito expositores, sendo quatro deles do Clube dos Jangadeiros. Os produtos comercializados variaram de equipamentos náuticos à roupas e livros. Realizado em frente à Sede Continente, o Brechó atraiu muitos clientes do Restaurante Pimenta Rosa, que aproveitaram o tempo de espera para conferir as bancas. Um dos destaques foi a banca do Jangadeiros, que contou com doações da associada Aimée Virgínia Bento Soares e colaboração do sócio Claudio Aberto Franke Aydos. “Foi um evento muito bacana, com antiguidades náuticas, objetos úteis para nossas embarcações e muito papo com amigos”, resumiu a sócia do Clube dos Jangadeiros Rosangela Monser.

Claudio Souza Pinto e Denise Flach Souza Pinto

Renê Garrafielo e Cesar Rostirolla

Miguel Virgilio Petkovicz e Robson Morales

Miguel Virgilio Petkovicz e Deda De Lorenzi

Marcio Lima

Paulo Angonese e Vitor Hartz

Ernesto Lorenzoni e Munir Alle

Silvio Perez

Roberto Bins Ely

Alexandre Gadret

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LONDRES

Daniel Ramalho/AGIF/COB.

Fernanda e Ana já treinam para Rio 2016

Depois de uma excelente participação nos Jogos Olímpicos de Londres, as duplas do Clube dos Jangadeiros iniciam a preparação para o Rio 2016. Por Ivan Netto

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Daniel Ramalho/AGIF/COB

Com muita garra, talento e determinação, as velejadores Fernanda Oliveira e Ana Barbachan levaram o Clube dos Jangadeiros nos Jogos Olímpicos de Londres. Foi a quarta vez consecutiva que o clube tem sua bandeira na mais importante competição de esportes olímpicos. Depois de participações em Sidney/2000, Atenas/2004 e Pequim/2008, foi a vez de carimbar o passaporte para Londres/2012. Das três duplas que representavam o clube no pré-olímpico, apenas Fernanda Oliveira e Ana Barbachan conquistaram a única vaga na Classe 470 feminina da equipe de vela do Brasil. As duplas Fábio Pillar/Gustavo Thiesen, na classe 470; e André “Bochecha” Fonseca/Marco Grael, na 49er, heróis e bravos velejadores, foram fiéis as cores do clube até a última disputa das regatas que selecionaram as vagas para suas respectivas classes.

Vaga Olímpica

Dupla garantiu vaga para Londres na pré-olímpica de Búzios

Torcida do Jangadeiros de olho na TV

A briga com as holandesas Lisa Westerhof e Lobke Berkhout e as francesas Camille Lecointre e Mathilde Geron prometia ser boa e a Comodoria organizou um café da manhã para os associados e os familiares das velejadoras torcerem juntos pela televisão. Em um misto de orgulho, nervosismo e emoção, a turma acompanhou apreensiva a regata, alternando momentos de euforia e de silêncio absoluto. No fim, Fernanda e Ana terminaram a prova na sétima colocação, finalizando a participação nos Jogos Olímpicos de Londres em sexto lugar. O título ficou com as neozelandesas Jo Aleh e Olivia Powrie, com as britânicas Hannah Mills e Saskia Clark ficando com a prata. O bronze foi para as holandesas Lisa Westerhof e Lobke Berkhout. O resultado, porém, não alterou o sentimento da torcida, que saiu satisfeita com o empenho e dedicação da dupla olímpica e o sentimento de dever cumprido, além de muito orgulho pelo excelente desempenho das atletas gaúchas, que já planejam uma nova campanha olímpica.

Guto Moisés/Comunicação

Com a vaga na mão, Fernanda e Ana rumaram para Londres para fazer os últimos ajustes no barco e velejar na raia onde seriam disputadas as regatas do maior evento esportivo do mundo. As atletas do Clube dos Jangadeiros chegaram a Weymouth, na costa sul da Inglaterra, dispostas a lutar pelas primeiras colocações. E foi exatamente o que fizeram. Desde o início da competição, a dupla formada por uma proeira experiente, com 31 anos e disputando a sua quarta olimpíada, e uma jovem de 22 anos, estreante em olimpíadas, mostrou que brigaria na parte de cima da tabela de classificação da classe 470. Após 10 regatas, Fernanda e Ana terminaram a fase classificatória na quinta colocação, com chances matemáticas de brigar pelo bronze na Medal Race.

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LONDRES

Agora é no Brasil Marcio Rodrigues – MPIX

A experiência de 4 olimpíadas e a conquista de uma medalha de bronze são as principais motivações de Fernanda Oliveira em conquistar com Ana Barbachan o pódio no Rio em 2016. para uma campanha olímpica bem-sucedida: “Precisa ter uma dedicação intensa em um período de, no mínimo, quatro anos. De preferência, que seja na classe que você já tenha um bom domínio. Você precisa, é claro, de apoio, patrocinadores, clubes e entidades para poder fazer todos os treinamentos necessários. E sempre é bom ter talento e sorte”. Na mesma linha, Fábio destaca: “Hoje em dia é preciso mais que dedicação plena. É preciso um trabalho técnico, com mais gente envolvida, mais recursos aplicados e mais profissionalismo em todos os campos. A vela tomou proporções muito distintas às de 15 anos atrás. Há cada vez mais profissionais envolvidos nos projetos de ponta, mais velejadores com ‘base’ e bastidores fortes”. Campeão mundial de Laser Radial em 2006 e principal nome da classe 470 no Brasil, o velejador conclui, deixando clara a vontade de representar o País em 2016: “Há o sonho de representar o Brasil nas Olimpíadas de 2016 em pé de igualdade aos adversários mais fortes. Pra isso vamos buscar apoio com o intuito de aprimorar a parte técnica e física, focar nas competições mais importantes e conseguir parceiros de treinamento. O caminho é longo, mas com um trabalho dedicado é possível ir longe”.

Para quem já conhece o espírito de luta da medalhista Fernanda Oliveira, seu recado no final da regata revela um futuro de conquistas: “Estou feliz e animada com a possibilidade de participar pela quinta vez dos Jogos Olímpicos, sendo esse especial, no Brasil, e o mais importante que é poder dar continuidade ao trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos. Tenho certeza que será um atalho muito grande seguir com a mesma equipe, pois lapidar um sexto lugar para tentar chegar na zona de medalhas em 2016 será mais simples do que qualquer ciclo já realizado. A Ana fez uma estreia muito boa nos Jogos Olímpicos e a maturidade adquirida será fundamental para seguirmos em frente”, destacou Fernanda, medalha de bronze na Olimpíada de Pequim. A mesma ambição faz parte dos velejadores André “Bochecha” Fonseca (49er) e Fábio Pillar (470). Com três olimpíadas e duas regatas Volta ao Mundo no currículo, Bochecha está a procura de um novo proeiro. “Uma Olimpíada no Brasil não tem como perder. Agora é tempo de fazer projetos, planejar e conseguir patrocínios. Logo que passe isso, temos que colocar o barco na água e se dedicar muito”, afirma e explica qual é a receita

Francisco Lino – ZDL

André Fonseca e Marco Grael

Fábio Pillar e Gustavo Thiesen

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VELERIA

As velas de Piccolo Vitorioso como velejador, Nelson Piccolo se tornou um especialista na confecção de velas, em uma produção iniciada há 51 anos. Por Guto Moisés

Guto Moisés/Comunicação

Foi um dia como qualquer outro, a caminho da escola, que ele recebeu um convite que daria um norte para toda sua vida. Uma longa jornada de ventos, barcos, de velas e, principalmente, de muitas vitórias. E foi pelo se amigo de bairro, Gabriel seu Gon Gonzales, que ele conheceu o mundo da vela, desde que aceitou aquele convite de fazer dupla na classe Snipe, lá no fi-

nal dos anos 50. Campeoníssimo em diferentes classes, títulos nacionais e internacionais, sua vida jamais se afastou do ambiente náutico, passando de velejador para um dos principais fabricantes de vela do país. E com a mesma dedicação e empenho quando disputava regatas, Nelson Piccolo transformou sua veleria Piccolo Sail em uma marca de qualidade internacional, levando suas velas mundo afora, no começo para custear viagens de competição, fazendo venda direta aos velejadores. E, desde o ano de 61, lá se vão um cinquentenário de produção de velas, que Piccolo, com seus jovens 71 anos, se mantém na lida diária em desenhar novos moldes e, de colocar à mão na máquina de costura, para transformar lonas sintéticas em velas de todos os tamanhos, para todas as classes, de monotipos aos barcos de oceano. Em seu ateliê na Vila Conceição, em Porto Alegre, próximo aos clubes náuticos, é um território bem conhecido por Piccolo desde à infância, quando espiava de longe, na beira do Guaíba, os barcos à vela que navegavam a partir do Clube dos Jangadeiros, o mais próximo da casa de seus pais. Certa vez o pai, seu Oscar Piccolo, improvisou um pequeno barco para os filhos brincarem no rio. “Foi a primeira vez que tive contato com uma vela”, diz Nelson ao falar da ideia do pai em usar um cabo de vassoura e um lençol para tornar o barco navegável ao vento. Nelson Piccolo é o homem-vela, um empreendedor que fez de seu ideal de velejar em uma profissão. Que de sua amizade com Gabriel Gonzales nasceu sua vocação e a criação de moldes exclusivos de vela, elaboradas com suas exigências técnicas e de perfeição, buscando em cada detalhe uma forma de usar o vento à favor de seus numerosos clientes pelo país e no mundo. Mas se sua estória começou pelo convite de um amigo, é bem verdade que o rumo escolhido há 51 anos recebeu apoio total de Dircinha, sua esposa há 44 anos, e dos filhos Daniela e Nelson Filho, os quais não escondem o orgulho de um pai campeão de tudo, campeão de todas as velas. Nelson Piccolo

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ESTALEIRO

Veleiros made in Brazil Guto Moisés/Comunicação

De acordo com pesquisa da Acobar, anualmente o mercado brasileiro produz mais de 3.200 embarcações, com predomínio das unidades com comprimento até 23’, responsáveis por mais de 70% do total fabricado.

Ricardo Weber, Diretor da Delta Yahchts

“A partir da década de 60, quando os veleiros ganharam a versão em fibra e fabricação em escala industrial, houve um avanço pelo mundo, em especial na França e Estados Unidos. No Brasil não foi diferente com a difusão da vela de oceano.” A afirmação é Ricardo Weber, diretor da Delta Yatches, que fez sua estreia em 1990 com a fabricação dos primeiros modelos de 21 e 26 pés. Antes de se tornar empreendedor do setor

náutico, Weber competiu pelo Clube dos Jangadeiros na classe Hobbie Cat 14. Foi pela intimidade com este ambiente de vela de competição e de lazer que nasceu, anos mais tarde, a Delta Yatches. Com mais de 550 barcos velejando mundo a fora, a empresa produz, em média, 20 barcos por ano, em um mercado que mudou muito desde a época de sua maior ascensão:

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Guto Moisés/Comunicação

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“O auge da indústria de veleiros foi, sem dúvida, nos anos oitenta, quando os veleiros representavam algo em torno de 60% do mercado e os barcos a motor 40%.” De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Construtores de Barcos e Seus Implementos (Acobar), nos dias de hoje os números são de ventos contrários, com apenas 15% na produção de embarcações para cruzeiro em relação ao predomínio de equipamentos náuticos com motor, uma expansão garantida, em grande parte, pela entrada dos Jet Skys no setor de motonáutica. A preferência pelas embarcações motorizadas pode ser explicada pela também famosa paixão dos brasileiros por velocidade e esportes de alto desempenho, e devido à maior facilidade de condução oferecida por esse tipo de barco.

Indústria náutica Dados da pesquisa da Acobar indicam que anualmente o mercado brasileiro produz mais de 3.200 embarcações, com predomínio das unidades com comprimento até 23’, responsáveis por mais de 70% do total fabricado. A Indústria Náutica Brasileira tem sua origem em pequenos estaleiros, a exemplo da Delta Yatches, com produção sob encomenda de embarcações de esporte e lazer. Com o choque da competição globalizada e o acesso à tecnologia de produtos e processos disponíveis no exterior, propiciados pela abertura das importações, a Indústria passou a desenvolver soluções específicas para o mercado brasileiro, investindo na qualificação do seu corpo técnico e na modernização de estruturas e processos de fabricação. O resultado destes esforços e investimentos foi o surgimento de um padrão de design e construção reconhecido e respeitado no mercado internacional, cujo exemplo mais recente e evidente é o veleiro Brasil 1, inteiramente produzido no país, que disputa a regata volta ao mundo Volvo Ocean Race, conhecida como a “Fórmula 1 dos Mares”. É o evento de maior repercussão de mídia internacional, visto que a atividade náutica, já consolidada em vários países, desfruta de alta popularidade. Isso significa que em-

Fase inicial do acabamento em interno

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Preparação das formas

Processo de fabricação e laminação

barcações produzidas por pequenos estaleiros, que operam com padrões de qualidade de processo e produto, podem competir em pé de igualdade com produtos semelhantes fabricados por empresas de maior porte. A diversidade e a qualidade da Indústria Náutica Brasileira garante ao país um lugar de destaque no mercado internacional. Atualmente, embarcações e equipamentos brasileiros são exportados para cerca de 10 países nos cinco continentes. Nos últimos cinco anos, as exportações brasileiras de barcos à vela atingiram 32 unidades, somando mais de 1.4 milhões de dólares, enquanto foram exportadas mais de 150 embarcações a motor, no valor de mais de 14 milhões de dólares, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Vários países, especialmente da Europa, têm se interessado pelos produtos “made in Brazil”, que oferecem excelente acabamento, design arrojado, alta tecnologia, elevado padrão de qualidade e preço competitivo. A maior parte da demanda recai sobre as embarcações entre 20’ e 50’. A Jangada • 13

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SOCIAL

Um convite à gastronomia Os restaurantes do Clube dos Jangadeiros oferecem opções de almoço, janta e lanches para melhor atender os sócios, seus familiares e amigos. Para o Happy Hour os restaurantes oferecem sugestões criativas e deliciosas.

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Que tal um bolinho de bacalhau e uma bebida da sua preferência, cercado de amigos e brindado por um pôr-do-sol sem igual? Ou então, reunir a família no domingo e almoçar de frente para o Guaíba? Nos restaurantes do Clube dos Jangadeiros você encontrará tudo isto e muito mais. São duas opções: o Restaurante Pimenta Rosa (continente) e o Restaurante da Ilha. Com propostas variadas, que vão da típica a la minuta ao sanduíche aberto, passando pelo bacalhau gratinado e pelo Rham Schnitzel, os dois estabelecimentos são ótimas escolhas na hora de decidir o local do almoço, da janta ou até mesmo do seu happy hour. O Restaurante Pimenta Rosa abre as portas de terça a domingo, sempre a partir das 11h30min. Para o almoço em dias de semana, há um cardápio saudável e saboroso, com pratos variados, para atender diferentes paladares. “A comida é fantástica e o ambiente é muito bonito”, descreve Cláudio Aydos, que almoça no restaurante sempre às terças, quartas e sextas. No sábado e no domingo, o buffet oferece um número ainda maior de opções, com a inclusão de receitas mais elaboradas. À noite, o restaurante serve apenas à la carte, tendo como pontos altos do cardápio o sanduíche aberto e o popular Peixe à

Continente – Restaurante Pimenta Rosa

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Jangadeiros. A estrutura do estabelecimento conta com 220 lugares e é aberta a sócios e não-sócios. “Eu não tinha o hábito de comer fora de casa, mas a comida do restaurante é tão boa. Almoçamos com tanta freqüência no clube que eu até mexo com a minha mulher, brincando que vou vender o fogão lá de casa”, diverte-se Aydos.

No Continente ou na Ilha, os ambientes favorecem reuniões de amigos, encontros sociais e muita diversão à mesa. Outra opção imperdível é o Restaurante da Ilha, que atende aos sócios e aos seus convidados, sempre de terça a domingo. O local tem espaço para até 160 pessoas e funciona das 10h às 22h. Entre as especialidades da cozinha estão o bacalhau gratinado e o filé com aspargos. Na ala dos mais pedidos, está um prato que virou tradição entre os associados, o Velejador, um a la minuta servido em porções generosas. “É um local que tem um cenário maravilhoso, que simboliza todo o charme da Ilha dos Jangadeiros”, define o ex-comodoro César Augusto Rostirolla, que almoça todos os finais de semana no restaurante, recomendando em seguida: “Não tem coisa melhor que sentar de frente para o Guaíba, tomar um bom vinho na companhia dos amigos e beliscar uns pastéis e croquetes”, afirma Rostirolla.

Restaurante da Ilha

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