apresentação estudos de caso

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ESTUDOS DE CASO

JOGOS E ILUSTRAÇÃO PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIAS VISUAIS



Reach & Match Lau Shuk Man Austrália 2010

A partir de pesquisas o criador deste projeto observou que as crianças cegas têm muita dificuldade em explorar os espaços mesmo no seu próprio ambiente. Por isso este projeto tem a intenção de criar uma fantasia táctil em que oferece um jogo físico e toque táctil dando a oportunidade de movimento e experiências sensoriais. Assim as crianças podem brincar com as mãos, pés descalços, e outras partes do corpo sobre as peças do jogo com diferentes padrões, oferecendo ainda a possibilidade de uma iniciação ao Braille. Como as crianças cegas são sensíveis ao som pela compensação da cegueira e todos os seus sentidos devem ser estimulados, foi aplicado nas peças sons que são imitidos quando as crianças interagem com elas. Outro ponto importante é a percepção espacial e a identificação corporal, pois as crianças cegas normalmente apresentam também uma aprendizagem lenta porque como não veem o que os outros fazem para poder imitar. Por isso, Lau Shuk Man projetou um dos lados das peças de forma que produzam um caminho para as crianças percorrerem a pé ou de gatas. Ao caminharem as crianças podem ter a percepção de direção e de espaço desenvolvendo as suas habilidades motoras e a consciência corporal. Em termos estatísticos, ainda existe muitos cegos que não sabem ler Braille. Isto deve-se a falta de meios e à desvalorização por parte dos pais na educação das crianças cegas. A falta de professores especializados em Braille torna ainda mais amplo este problema principalmente nas comunidades mais pobres. Com o avançar das tecnologias, os cegos são aliciados a procurar sistemas digitais e de áudio, afastando-os ainda mais do estimulo à aprendizagem Braille que é uma mais valia para as pessoas cegas poderem ter uma independência económica, especialmente em países mais pobres. Este projeto tenta então responder a estas questões proporcionando às crianças, de uma forma divertida, estimular a pré-aprendizagem de Braille e o desenvolvimento da comunicação.


Hello Haptic

Sunmin Lee, Saehee Lee, Youngsoo Hong, Rhea Jeong. Coreia do Sul 2009

As crianças cegas necessitam do tacto para conhecerem e sentirem o mundo. No entanto, segundo os designers criadores deste projeto, estas crianças têm restrições no conhecimento de objetos principalmente por questões ambientais, dimensões, objetos de exterior e assistência na sua aprendizagem. Isto quer dizer, as crianças cegas não têm a possibilidade de explorar o exterior das suas casa pelos imensos perigos que o espaço lhes proporciona, para além de que normalmente um cego não se sente confiante em ambientes que desconhece. Os objetos de grandes dimensões normalmente existem no exterior das casa e não estão ao alcance das mãos de uma criança. Devido ao facto de não verem, certos conceitos, materiais e formas não são acessíveis à criança e tentar explicar determinados assuntos são uma tarefa complicada. Por isto, torna-se complicado para as crianças cegas conhecerem o que está fora do seu ambiente habitual. Como resposta a estas necessidades estes designers decidiram que era necessário mostrar as crianças com deficiências visuais as texturas que a natureza contêm. O projeto Hello Haptic baseia-se em kit’s de cartões para crianças cegas e crianças com deficiências visuais poderem sozinhas aprender e ter experiencias sobre a natureza. A ideia do projeto é dar a possibilidade das crianças sentirem a verdadeira textura de elementos constituintes na natureza, fazendo com que comecem a reconhecer estes materiais como ainda desenvolverem as aptidões do tacto sem saírem do seu ambiente. Cada kit esta catalogado por ‘ZOO’, ‘Beach’ or ‘Forest’, que representa como por exemplo a casca das árvores, pele de animais, ou objetos do quotidiano. No verso de cada cartão está a descrição do material tanto em Braille e em caracteres. Para além do kit com os cartões vem um livro com uma história infantil em que contem espaços nas ilustrações em que as crianças devem completar com estes cartões. A criança lê o que é referido a determinada ilustração e pelo tacto identifica qual dos cartões completa os espaço.


ColorADD® Miguel Neiva Portugal 2008

ColorADD é um código que pretende melhorar a vida e a integração social dos daltónicos, pois a maior parte das pessoas que padecem desta patologia são dependentes de outras pessoas para a escolha de cores em simples tarefas do dia-a-dia como a compra de roupa, interpretação de mapas, sinais de transito, entre outras. Este tipo de deficiência para além da perda de independência em certas tarefas pode provocar falta da autoconfiança e mau estar simplesmente pela incapacidade de distinguir ou ver cores. Um individuo daltónico conta com várias profissões interditas pois a falta de distinção da cor influencia a capacidade de trabalho em certos sectores. O daltonismo é uma insuficiência visual que faz com que o individuo com esta patologia possa apenas identificar de 500 a 800 cores em vez das 30.000 cores que o individuo normal consegue. Este tipo de deficiência é hereditária associada a uma falha genética em que prevalece mais no individuo masculino. Possivelmente 10% da população mundial é daltónica, em que 98% destas pessoas são homens. Miguel Neiva tenta ser universal e isento de valores culturais, geográficos, religiosos e linguísticos. Todo o objectivo deste projeto foi criar um código monocromático com base em conceitos universais de interpretação de cores para que seja fácil de identificar por um daltónico. Tendo este projeto a intenção de comunicar as cores, o daltónico pode sentir-se estimulado a arriscar-se nas suas escolhas e tarefas do dia a dia com mais segurança. Este código poderá ser utilizado em qualquer tipo de objecto de identificação e produto. É ideal para sinalética de espaços públicos em que a comunicação de informação recorre à cor, vestuário e objetos em que as suas características estão a ligadas à cor. As aplicações sugeridas por Miguel Neves em que é restritamente necessário este tipo de informação de cor são: as pulseiras de hospitais que são identificadas por cor consoante o nível de prioridade; material escolar didático onde se encontra o maior desconforto dos daltónicos; material informático e transporte onde os mapas são regidos por cores; e, vestuário e têxteis sendo esta a tarefa do dia-a-dia em que o daltónico mais recorre a ajuda de terceiros.


Universidade de Aveiro | Departamento de Comunicação e Arte Mestrado em Design |Ergonomia Social Rita Silva | 41558


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