Revista Vírgula - Edição de Março

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Economia

Investir em Tempo de Crise Investir em tempo de crise pode parecer arriscado, sendo a instabilidade dos mercados capaz de atemorizar os mais conservadores. No entanto, ser criativo na escolha dos produtos financeiros pode compensar, desde que se ponham em prática alguns princípios básicos do investimento. Conheça-os neste artigo e aprenda como e onde investir. Diferentes objectivos traduzem-se em diferentes investimentos. Assim sendo, o primeiro passo está em estabelecer uma meta - qual a finalidade do seu investimento? Pode considerar objectivos de diferentes horizontes temporais, quer seja poupar para educação, a longo-prazo, ou para umas férias, a curto-prazo. De seguida, determine como será feita a alocação de recursos , ou seja, qual o montante a investir em cada produto. Uma boa forma de organizar a sua carteira de investimentos é através da organização de um portefólio, composto por vários produtos financeiros, como acções ou obrigações. Após determinar quanto dinheiro quer investir e quando quer obter os lucros , é tempo de escolher o produto que mais se adequa às suas necessidades específicas. Independentemente do objectivo do investimento, os produtos devem ser escolhidos em função do horizonte temporal, incluindo o tempo que tem até começar a utilizar os recursos e o tempo de resgate. Quanto menor o horizonte temporal, mais recomendável será diversificar a carteira de produtos. A curto prazo, deve ser conservador e apostar em investimentos de retorno seguro, tais como certificados de aforro, depósitos, obrigações. As obrigações são uma opção menos arriscada que as acções, porque possibilitam o retorno constante através de pagamentos anuais de juros. Assim, o rendimento é fixo, a diversidade de obrigações existentes no mercado é maior e também são negociáveis na bolsa. A longoprazo (10-15 anos), aposte na compra de acções do grupo PSI 20. É necessário um suporte estável para enfrentar o actual mercado volátil. Para investidores

iniciantes, fazer depósitos regulares é a chave para construir essa base. Os investimentos estão sujeitos a diversos graus de risco, quer sejam eles de mercado ou de inflação - o seu investimento pode diminuir de valor no mercado ou, com a inflação, pode diminuir o seu valor real caso não esteja dentro do conjunto de produtos inflacionados. A subida de preços nas matérias-primas e alimentos fez aumentar a inflação, o que pode afectar o retorno de alguns investimentos. Na zona euro, a inflação acelerou para 2,4% em Janeiro, realçando a necessidade de criar uma carteira de investimentos que seja imune a esta situação. Tal é possível através de um portefólio que abranja uma diversidade de produtos menos sujeitos a instabilidades, como activos imobiliários. Por outro lado, investir em commodities pode ser uma boa aposta, já que de acordo com os dados da agência Bloomberg, matérias-primas como o algodão e o açúcar subiram mais de 150% entre 2007 e 2010, à semelhança de outros produtos alimentares e matérias-primas. Outra opção é a compra de títulos de dívida pública, cujos juros são anunciados mensalmente no site do Instituto Gestão da Tesouraria e do Crédito Público. Aguarde pelos últimos dias do mês para comparar se os juros do mês actual serão ou não mais vantajosos dos do mês que se segue . Acima de tudo, qualquer estratégia de investimento em tempo de crise deve se centrar no estabelecimento prévio de objectivos, na diversificação dos investimentos, em assumir perdas para minimizar maiores danos e em ser paciente. IR

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