Drops #236

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ESTADO DE MINAS >> quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Aclamado no festival de Gramado, Colegas tem estreia prevista para dia 9 de novembro

De igual para igual Primeiro longa-metragem brasileiro protagonizado por jovens atores com síndrome de Down traz leveza à questão da inclusão social e desconstrói preconceitos

V

Você sabia que a síndrome de Down não é uma doença? Essa condição genética, descrita pelo médio britânico John Langdon Down há pouco mais de um século, é causada pela presença de um cromossomo extra na cadeia de DNA durante o desenvolvimento de um embrião e já foi comprovado que pode ocorrer em qualquer família, independente de raça, classe social ou religião. De acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje existem mais de 300 mil pessoas no país com essa alteração. É errado — e preconceituoso! — dizer que quem nasceu assim é “doente” ou “retardado”. Esse tipo de condição não é contagiosa e o atraso no desenvolvimento mental de alguém com a síndrome pode estar associado a outros problemas clínicos. Jovens Down têm as mesmas necessidades de descoberta, manifestações de afeto e, principalmente, têm sonhos como os de qualquer outro adolescente. Pensando assim, o diretor Marcelo Galvão decidiu levar em frente a produção de um filme sobre três sonhadores.

A TRAMA

PRÊMIOS

Os órfãos Stalone, Aninha e Márcio são apaixonados por cinema e trabalham na videoteca do instituto onde moram. Um dia, inspirados pelo filme Thelma & Louise, resolvem fugir em busca de realizar seus sonhos: ver o mar, se casar e voar. A bordo de um velho carro conversível, os três se envolvem em aventuras inusitadas que incluem muitas fantasias, beijos na boca e até uma divertida perseguição policial. Longe do viés do politicamente correto, o diretor enfatiza que escreveu um roteiro para fazer o público sorrir, chorar e torcer por seus protagonistas de igual para igual. “Colegas não fala só sobre a síndrome de Down. Em vez de focar em deficiências ou limitações, ele tenta ser um road movie feliz, pra cima, que fala sobre a forma mais franca de se comunicar, sobre a emoção à flor da pele e várias coisas simples da vida”, define Galvão, que viveu sua infância com um tio portador da síndrome.

Exibido na mostra competitiva do 40° Festival de Cinema de Gramado, o filme levou para casa o título de melhor longa do ano, além de prêmios especiais para os atores Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Breno Viola. Durante a cerimônia de premiação, o elenco de Colegas também foi ovacionado pela plateia em seu discurso de agradecimento, que declarava que “perante a sociedade somos Down, mas perante Deus somos normais”. Nos cinemas, o filme tem estreia prevista em novembro e, para fazer com que essa experiência seja acessível a todos, seus produtores estão promovendo uma campanha de financiamento coletivo em troca de recompensas (crowdfunding) para propor ações que facilitem a inclusão de portadores de necessidades especiais em suas várias salas de projeção — como a áudiodescrição, para deficientes visuais, e recursos de linguagens de sinais, para deficientes auditivos. Saiba mais em www.catarse.me/colegas.


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