RL_edição de Março

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Nº 132 • ANO XII • MARÇO 2010 • GRATUITO • MENSAL • PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA

EM FRENTE AO CENTRO SOCIAL

DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

ACABOU-SE! As barracas foram abaixo!

Joane• pág.09

Padre Adão Salgado: querem torná-lo santo Joane pág.22/23

Centro Social quer Lar de Idosos Ronfe• pág.07

Espectáculo solidário com o Haiti RL MAGAZINE • Pág. 15

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Roberto Mota lidera grupo de comandos no Afeganistão

ENTREVISTA• pág. 11

“É um erro a recandidatura de Fernando Moniz” Orlando Oliveira


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EM FOCO >> >>

ADVOCO


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 3

EM FOCO

O NOVO ROSTO DO LARGO DA FEIRA DE JOANE O projecto da Câmara famalicense tem por base a ideia de tornar aquele largo num espaço de lazer e convívio. Além da demolição das lojas, a requalificação contempla a substituição da iluminação, do pavimento, mobiliário urbano, mais árvores (oliveiras e plátanos) e zonas relvadas. A galeria comercial (quatro lojas) funcionará como pólo de animação da praça. O cruzeiro já foi deslocado para o interior do Largo.

Dos escombros vai nascer um centro novo

Foto. JF JOane

MEMÓRIA

As lojas do Largo da Feira foram demolidas. Centro vai ter uma “nova cara”

C

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omeçaram as obras principais da renovação urbana do Largo 3 de Julho, em Joane, com a demolição das lojas comerciais (“barracas” ou “comboio”) e a desmontagem do cruzeiro. Outubro deste ano será o mês limite para a finalização da obra, embora haja quem, em Joane, deseje que isso ocorra antes, em Julho, por ocasião do aniversário da elevação da localidade a vila. A obra representa um investimento da Câmara Municipal de Famalicão de 325 mil euros. Os imbróglios públicos fizeram com que a renovação do centro avançasse em várias fases. O município começou por

intervir na Avenida Pedro Hispano (acesso à igreja, e já a necessitar de nova intervenção face aos sinais de degradação). Mais tarde foram executados trabalhos na Avenida 25 de Abril (colocação de piso betuminoso e passeios). A obra principal, no Largo 3 de Julho, começou na zona sul quando ainda o espaço acolhia a feira semanal, com a arborização e alcatroamento. Com o impasse, sobretudo político, na última campanha eleitoral, entre Junta e Câmara em torno da transferência da feira, apesar de adjudicada, a obra sofreu novo impasse . Começou com colocação dos passeios junto ao centro de saúde, provocando grandes transtornos a peões e auto-

mobilistas. Como o impasse político se mantinha, a empresa suspendeu a obra. No inicio de Fevereiro a Junta transferiu a feira dando luz verde à Câmara para intervir no Largo. A Câmara avançou a meio do mês de Março. contudo, com a conclusão da obra principal no largo 3 de Julho, a renovação do centro n ã o f i c a d e f i n i t i v a m e n t e c o ncluída. O processo da renovação urbana só terá desfecho quando as autarquias tiverem ordem do tribunal que lhes permita avançar com a requalificação da área que se encontra hipotecada.

MEMÓRIA ANTES DAS LOJAS As “barracas” demolidas colocam fim a mais de meio século de comércio no centro joanense. Os 4 mil metros quadrados do Largo 3 de Julho foram adquiridos na década de 40 para acolher a feira. Mais tarde foram edificados as galerias inferiores (talhos, peixarias e ourives) e o quiosque. Dado o crescimento da população e a importância do local para o comércio, a Junta de Freguesia (era Orlando Oliveira presidente), em 1987, construiu as lojas na parte superior. “A opção por espaços abrigados revelouse não ser a melhor solução”, reconhece, hoje, Orlando Oliveira. “A decisão politica que autorizou a construção foi tomada em sede de Assembleia de Freguesia. Para que conste e se faça história, sempre manifestei reservas, quer quanto à solução técnica, quer quanto à decisão politica”, afirma o autarca e vereador do PS na Câmara de Famalicão. “As deliberações dos órgãos autárquicos são para cumprir. Assim se fez. Dei a cara pela obra. Seria mais seguro não fazer nada? Mas seria insensato e desrespeitador das regras democráticas”. O modelo da adjudicação aos comerciantes assentou na concessão do espaço. Solução híbrida mas ainda distante duma venda ou doação do direito de superfície. A adjudicação foi feita por concurso público. Concorreu quem nas lojas tinha interesse. Com as novas lojas, a feira não parou de crescer, daí o seu alargamento pela Avª 25 de Abril. Hoje, felizmente, temos um novo campo da feira.


4 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

Fórum

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

o que se diz

A lei e a grei é assim opinião

Emília Monteiro

1-Quando a Câmara de Famalicão decidiu custear o transporte escolar dos alunos do concelho, havia duas coisas a fazer: louvar o gesto e pedir que fiscalizasse o serviço que paga. Mas não fiscaliza, ou não fiscaliza como deve ser. Numa acção levada a cabo pela BT da GNR, a Arriva, empresa que transporta os alunos para as escolas de Joane, vai responder a 19 autos de contra-ordenação. Os alunos viajam de pé, ao colo, sentados no chão. Sim, sabemos que o transporte escolar ou excepcional é apenas destinado ao transporte de alunos, que a lei prevê que cada jovem vá sentado e com cinto de segurança. O transporte dito regular é mais flexível. Tem um local de Partida e um local de Chegada, horários e tem que ser aprovado pelas entidades competentes. O que se passa é que, em nome de carreiras regulares, que têm como destino locais como Guimarães, Fafe ou Póvoa de Lanhoso, são transportados alunos em condições que desafiam todas as leis de segurança. Na verdade, dizer que a Arriva cumpre a Lei é uma

MEMÓRIAs de joane

“MACHADO DE GUERRA EM JOANE” “O COMÉRCIO DO PORTO” 09/07/1993 A notícia surgia nA PÁGINA 24, assinada pelo correspondente Ferreira pinto, e ilustrada por uma fotografia de sá machado e agostinho fernandes

falsa questão. A Arriva parece que ‘criou’ rotas e horários apenas para transportar os alunos para as escolas em condições que só visto. Era bom que, quem de direito, na câmara de Famalicão, saísse do gabinete e, de manhã cedo, viesse a Joane, ver como circulam os autocarros e quantas crianças transportam. 2-O senhor presidente da Junta de Joane foi nomeado para a Administração do Hospital de Famalicão. Parabéns, Dr. Ivo Sá Machado. Sei que estará à altura das novas funções e que tudo fará para melhorar e tornar menos complicada a estada dos doentes e a vida de quem lá trabalha. A prova de que está disposto aos maiores sacrifícios para servir os joanenses é o facto de se manter no cargo de presidente da Junta. É assim mesmo. Foi eleito, há que levar a cabo a empreitada de ‘gerir’ Joane. Esqueça as críticas de que não é ubíquo, ignore quem acha que não terá tempo para tamanha empreitada. A inveja é uma coisa muito feia!

“Sá Machado constitui, neste momento, uma das mais sérias ameaças à partilha de poderes que alguns socialistas concelhios têm por hábito cultivar. Começou por correr por fora, como o próprio admite, só que agora, graças ao trabalho feito e a uma imagem pública que sempre soube cuidar, já «é capaz de se ter tornado num dos delfins dos que verdadeiramente dão as cartas no partido (...)». Este, atento e cauteloso, não confirma nem desmente esta versão que o dá como fadado para outros voos na política local. «Admito que o futuro poderá trazer algumas situações que indiquem uma ascensão. Mas essa não é, para já, a minha ambição,

o mês de

ANTÓNIO OLIVEIRA

porque julgo que neste momento devo colaborar e servir», afirma. Para já, deseja «ganhar espaço de intervenção e sedimentar todo um trabalho que, de forma coerente e honesta, tem vindo a ser feito» na vila de Joane (...) Não sendo fatalista, porque acredita que qualquer um pode mudar o rumo das coisas, uma coisa Sá Machado não pode negar: «Tudo me aconteceu um pouco por acidente. Aliás, e olhando para trás, admito com toda a sinceridade que se me tivesse candidatado directamente perderia, sem sombra de dúvida». Agora, e apesar de algumas críticas que certos barões atiram para o ar, outro galo cantará”.

UM BLOG

Vice-presidente da Junta de Joane (PS) JOANE

>> FACTO locaL Destaco quatro: A inauguração da remodelação da Casa de Telhado, da ATC; comemorações do 20º Aniversário do Centro Social da Paróquia de Joane; manutenção do GD de Joane na 3ª Divisão Nacional (que ilustram a força do movimento associativo de Joane); por último, a demolição das lojas do Largo 3 de Julho, por tudo aquilo que representa. >> FACTO NACIONaL PEC, Plano de Estabilidade e Crescimento, alvo de todas atenções, por tudo aquilo que representa em termos nacionais, pela forma como condiciona a nossa “imagem”, económico-financeira em termos internacionais, e pela forma como necessariamente se repercutirá na vida de cada um de nós. >> Figura do mês Ministro da Justiça, Alberto Martins, pela forma, sensata, responsável e temperada, com que tem gerido todos os problemas que atormentam a justiça e os meios judiciais Portugueses. >> Frase Do filósofo Grego Epícuro. Em poucas palavras, traduz a necessidade do exemplo, a premente aspiração de que cada um seja exemplo do outro. Tal como Epícuro, digo: “Faz tudo como se alguém te contemplasse”.

http://moinhovermoim.blogspot.com Mais do que um blog, é a página oficial da Associação Moinho de Vermoim. Promoção e divulgação de iniciativas da associação, essencialmente centradas no atletismo e nas prestações da atleta Rosa Oliveira, espécie de “estrela da companhia” que vai coleccionando prémios e mediatizando a AMVE. Basta aceder ao blog uma vez para verificar o “peso” que a atleta de Joane tem no conjunto da actividade da AMVE. A Cultura e o lazer são outras das áreas de actividade da AMVE. Na próxima edição, outro blog da região.

“Esta enorme mole humana que vota tradicionalmente PS penalizou impiedosamente os socialistas de Famalicão. Apesar de maioritariamente socialistas, os famalicenses não confiam nos protagonistas locais” João Casimiro, candidato à concelhia do PS Famalicão

“A crise não é só económico-financeira, como se viu, no congresso do PPD, ao ser votada, favoravelmente, por expressiva maioria, a proibição de crítica préeleitoral” Gouveia Ferreira, Opinião Pública

“O procurador-geral da República afirmou em Guimarães que “a mistura da política com a justiça é péssima”, mas que é ‘um vício muito antigo” em Portugal. Correio do Minho, 17/03

O país vive a obsessão forçada do PEC. Há quem lhe chame Plano de Estabilidade e Crescimento. É uma designação simpática, moralista e politicamente correcta. Há, porém, quem o apelide de Plano de Espoliação dos Carenciados e com alguma razão. Ou então, Plano de Esvaziamento da Classe média, que é o mais certo, bem vistas as coisas. Artur Coimbra, Correio do Minho

“A igreja vem a terreiro com as mais radicais e desasjustadas exigências em matéria sexual e depois implode com crimes sexuais continuados, com os quais pactua. O Papa fala na sua carta apostólica nos “ensinamentos do Evangelho”. Mas o que os evangelhos ensinam é que Jesus não tinha nenhuma obsessão com os temas sexuais como a Igreja tem hoje” Pedro Mexia, Público, 27/03

“Não se pode estabelecer uma relação inequívoca de causalidade entre celibato e pedofilia, até porque há também muitos casados, até pais, que abusam sexualmente de menores. Mas também não se poderá desvincular totalmente celibato obrigatório e pedofilia, sobretudo quando, para chegar a padre, se foi educado desde criança ou adolescente num internato, aumentando o risco de uma sexualidade imatura. Em todo o caso, será necessário pensar na rápida revogação da lei do celibato. Aliás, a Igreja não pode impor como lei o que Jesus entregou à liberdade. Enquanto se mantiver o celibato como lei, a Igreja continuará debaixo do fogo da suspeita.” Anselmo Borges, padre, teólogo e professor de Filosofia, Diário de Notícias, 28/03


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 5

editorial

Joaquim Forte

ESTADO DO TEMPO

LARGo 3 de julho A “sala de visitas” da vila de Joane vai ter cara nova. Ao fim de dezenas de anos, a nódoa que eram as lojas do chamado “comboio” foram abaixo. Pelo que se vê, tudo indica que o centro joanense vai ficar com a dignidade que merece. E os joanenses.

CENTRO SOCIAL DE JOANE Está a celebrar 20 anos e a preparar novos projectos, entre os quais a nova creche para 66 crianças e um Lar de Idosos, que aguarda financiamento central. Duas décadas depois, é uma instituição com provas dadas na área social e que tem merecido vários elogios.

de 2009) o PS fechou para obras”, acusa o actual vereador socialista. O outro candidato é João Casimiro, que parece ter sido “empurrado” para encabeçar a lista de “um grupo de militantes” depois de uma “enganadora liderança” de Carlos de Sousa, estratega de Fernando Moniz em 2001, quando o PS ficou em terceiro lugar nas Autárquicas que deram origem ao “reinado” da coligação PSD-PP. Dizem os socialistas famalicenses que ao PS, nesta altura, o que não interessa são perspectivas de “guerrilhas” ou episódios mexicanos, como o da célebre roulotte, se aspira a voltar à gestão do município. 3 - Parabéns ao Centro Social de Joane pelos seus 20 anos de actividade na área social.

Roberto mota Este joanense de 28 anos, militar há dez, partiu esta semana, com mais 162 homens, rumo à província de Cabul, no Afeganistão, ao serviço da NATO.

RONFE E AIRÃO STª MARIA Estas duas freguesias aderiram à operação Limpar Portugal. Os voluntários nas duas localidades recolheram várias toneladas de lixo. Espera-se que as populações contribuam para que as áreas que foram limpas se mantenham assim.

O director deste jornal regressa ao contacto com os leitores em Junho. Até lá.

os enfermeiros são mal pagos?

No dia em que as máquinas derrubaram o conjunto de lojas no Largo da Feira de Joane, conhecidas por “barracas”, só faltaram mesmo os foguetes. 1 - As “barracas da feira” de Joane (como eram mais popularmente conhecidas na vila) foram abaixo. Finalmente! No dia em que as máquinas derrubaram o conjunto de lojas só faltaram mesmo os foguetes. Acredita-se que o Largo da Feira não será o mesmo e que a obra que está no terreno irá conferir à zona a dignidade merecida. 2 - O PS de Famalicão vai a votos com três listas (a menos que alguma desista até lá). Sinal de maturidade democrática, dizem. Além de Fernando Moniz, eminência parda do PS famalicense, os outros dois são oriundos do “sistema” que agora criticam - leia-se nesta edição a entrevista de Orlando Oliveira, da qual ressaltam, além de um certo azedume pela recente indicação do seu camarada Sá Machado para a administração do Hospital de Famalicão, críticas à gestão de Moniz à frente do PS concelhio. “Depois das Autárquicas (Outubro

protagonistas

cartoon rl por tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

orlando oliveira Jà o deram várias vezes como “morto” politicamente. Já apostou em cavalos errados. Já esteve ao lado e contra Fernando Moniz. Agora surge de novo como opositor de Moniz, encabeçando uma lista candidata à direcção da concelhia do PS.

GD JOANE O clube de Joane assegurou a manutenção na III Divisão Nacional e a disputa da fase de subida na mesma divisão. Uma boa notícia.

ORA DIGA LÁ...

SOFIA LEITE ! ENFERMEIRA vermil

Se compararmos com a maioria das outras classes, os enfermeiros ganham relativamente bem. Mas a comparação deve ser feita de igual para igual, ou seja, com licenciados, e neste campo, os enfermeiros saem muito prejudicados. Imaginemos que hoje entra no hospital, para trabalhar, um advogado, um psicólogo, um médico e um enfermeiro. De todos, o enfermeiro é quem mais trabalha e quem menos recebe, garanto. A nossa luta é pela injustiça de não recebermos o vencimento como licenciados, algo que está por actualizar há anos sob promessa dos sucessivos governos. Somos licenciados e recebemos como bacharéis. A precariedade é outro problema grave. Assistimos a enfermeiros a trabalhar para os hospitais e centros de saúde do Estado a recibos verdes ou com contratos precários. Sabemos das dificuldades do País mas as nossas dificuldades já há mais de uma década que existem e que ninguém altera nem oferece solução. Os enfermeiros em Portugal, em suma, recebem mal pelo que fazem e pelo que sabem.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão | Telefone 252 099 279 E-mail reporterlocal@hotmail.com | Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte, Luís Pereira e Dominique Machado | Director Joaquim Forte | Redacção Luís Pereira; Dominique Machado | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Rita Machado; Emília Monteiro; Sérgio Cortinhas; Ivânia Fernandes; Luciano Silva; Joana Cunha; Miguel Azevedo; Gil Ribeiro | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem deste nº 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


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6 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

JOANE • NOMEAÇÃO

Sá Machado confirmado na Administração do Hospital de Famalicão Tal como avançou o Repórter Local em primeira mão, na edição passada, confirma-se a nomeação do joanense Sá Machado para o Conselho de Administração do Hospital de Famalicão. Redacção

O RL avançou a notícia na sua última edição: o presidente da Junta de Joane, Sá Machado, está indicado para assumir funções de vogal no Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave (composto pelos hospitais de Famalicão e Santo Tirso). A indicação do autarca socialista, um dos apoiantes de Fernando Moniz na corridaà liderança da Comissão PolíticaConcelhia (as eleições são a 10 de Abril) surge na sequência da transferência de António Barbosa, até há pouco membro do CA do hospital famalicense, para a presidência do Centro Hospitalar do Alto Ave (hospitais de Guimarães e Fafe). A escolha de Sá Machado tem sido saudada por uns e criticada por outros, mesmo no seio das estruturas ligadas ao PS concelhio.

Carlos Sousa, um dos obreiros de uma das listas candidatas ao PS famalicense, mostrou-se, através da blogosfera, bastantes reservas à escolha do autarca de Joane. Orlando Oliveira, vereador do PS, candidato à liderança da concelhia socialista e antigo companheiro de lides autárquicas, deixa perceber alguma discordância face a esta nomeação (ver entrevista na página 11). Entretanto, Sá Machado aguarda apenas o cumprimento de algumas formalidades, nomeadamente a publicação da sua indicação em Diário da República e a sujeição da escolha ao Tribunal de Contas, mas já começou a inteirar-se das suas funções em Famalicão. Por outro lado, já anunciou que não pretende desvincular-se da escola profissional Forave, onde dá aulas há vários anos, nem da Junta de Joane, a que preside desde 1991.

ronfe • solidariedade

Escuteiros promovem “Cantar Haiti”

O agrupamento nº5 de Ronfe do Corpo Nacional de Escutas organiza no próximo dia 18 de Abril um espectáculo humanitário para ajudar as vítimas do terramoto do Haiti. O salão paroquial de Ronfe será o palco do espectáculo que tem confirmadas as presenças de alguns artistas, entre os quais Zé Amaro, Conjunto Flor de Lis, Sigla DEP, Dialectos, Alegria de Viver, Danças Litle Monster, entre outros. A forma de ajudar as vítimas do

terramoto do Haiti é através da compra do bilhete para o espectáculo, que custa cinco euros, ou com o “donativo amiguinho” (para crianças dos 6 as 12 anos) por um euro. Por outro lado, os escuteiros pretendem recolher donativos pela vila através de caixas que serão deixadas em alguns estabelecimentos comerciais de Ronfe. A iniciativa surge numa altura em que o grupo de Ronfe está a festejar mais um aniversário, sob o lema “75 anos a renovar valores”. O espectáculo pretende viver o valor da solidariedade, sendo uma das formas para dar sentido a esse lema. Deste modo, o agrupamento nº 5 de Ronfe associa-se à organização mundial do CNE com uma conta aberta, tendo como objectivo a recolha de donativos para o Haiti.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 7

A Queima do Judas da Associação Teatro Construção de Joane não se realiza este ano. Segundo apurou o RL, os motivos estão relacionados com o facto de a Queima do Judas coincidir com a Caminhada a Santiago de Compostela, promovida pela instituição.

LOCALIDADES região • Polícia

Ficou detido até ao julgamento indivíduo detido com droga GNR de Joane registou, em Março, quatro casos de desaparecimento de menores

GNR de Joane deteve o indivíduo na posse de droga na freguesia de Castelões

A

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guarda julgamento em prisão preventiva o homem de 39 anos detido a 15 de Março pela GNR de Joane por posse e tráfico de droga.

Trata-se de um indivíduo já referenciado pelas autoridades, residente em Serzedelo e que em meados de Março foi detido na freguesia de Castelões na posse de 1,4 kg de estupefacientes.

Além da droga, a GNR apreendeu ainda alguns telemóveis e cerca de 200 euros em dinheiro. Este foi o segundo detido pela GNR joanense no espaço de pouco tempo que se fazia acompanhar por um

bloco de notas onde apontava as dívidas dos “clientes” a quem vendia droga. Presente a tribunal no dia seguinte, o homem viu ser-lhe aplicada a prisão preventiva como medida de coação até julgamento. Entretanto, a GNR registou este mês o desaparecimento de quatro menores. Segundo fonte da guarda, tratam-se de casos isolados e já resolvidos uma vez que os adolescentes, com idades entre os 13 e os 15 anos, já regressaram a casa, uns por iniciativa própria, outros com a intervenção da GNR e da PSP de Famalicão. “São situações normais nestas idades, os jovens aventuramse em desaparecer fruto de pequenas desavenças com a família ou por namoricos”, referiu ao RL fonte da GNR de Joane.

airão s. joão

INcêndio numa caldeira de uma fábrica desactivada Os Bombeiros Voluntários de Guimarães foram chamados para combater um incêndio que se registou no dia 26 de Março em Airão S. João. O fogo teve origem numa caldeira de uma fábrica desactivada. Segundo os bombeiros, as chamas eclodiram durante as operações de desmantelamento de uma caldeira que estava nas instalações da empresa CPM, encerrada há mais de um ano, situada na Rua de S. João Baptista. Os bombeiros vimaranenses estiveram no local com oito homens e duas viaturas. O fogo foi controlado em pouco tempo. O caso não provocou alarme na freguesia, mas o facto de existir material inflamável na empresa não deixou de provocar alguma apreensão.


8 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

(a)Cultura Local Dominique Machado

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Vou generalizar até à exaustão. Decidi, por isso, colocar-me na posição de um simples mortal que vive nestas terras férteis em tradições e pobres em cultura. Afinal, no meio de tantas associações que se auto-intitulam de culturais, onde está a oferta que, por mero jus ao título que carregam, deveriam promover? E não, não falo de magustos, de folclore e concentrações. Refirome a eventos culturais tais como teatro, música, exposições, e com a devida, pensada e direccionada publicidade e não meras fotocópias que aleatoriamente são colocadas nos cafés dois dias antes dos eventos. Já para não falar da falta de uso das novas formas de promoção cultural, nomeadamente a Internet... Falta de imaginação, creio. O pouco que se faz, faz-se para inglês ver, para coroar e promover a instituição e não a obra e/ ou o resultado final. Concordo que a oferta vai de encontro a uma procura que também não se faz sentir, o que dificulta todo o processo, mas também sou da ideia que se deve conduzir e incentivar as pessoas a procurar a oferta, educar mentalidades. Sim, é possível. Isso devia ser uma preocupação das gentes que conduzem a cultura local, assim como dos autarcas. De resto, programas culturais? Quem apresenta, quem organiza? Zero. Quem quiser ver concertos e algo mais, que vá a Guimarães, Famalicão, Braga, Porto. Por aqui, não se passa nada…

JOANE • casa de telhado

Ministra do Trabalho inaugurou Colégio ATC Casa de Telhado acolhe 300 crianças das várias valências da Associação Teatro Construção. Luís Pereira

Helena André, Ministra do Trabalho e da Segurança Social inaugurou, no passado dia 21, as remodeladas instalações da “Casa de Telhado”, que acolhe 300 crianças nas várias valências para a infância da Associação Teatro Construção. Em dia de festa, Custódio Oliveira, presidente da instituição, projectou o futuro falando dos projectos do Lar Residencial e do Centro de Actividades Ocupacionais para pessoas com deficiência como obras a executar, “demorem o tempo que demorarem”. Armindo Costa, presidente da Câmara Municipal de Famalicão presenteou a instituição com o compromisso de assumir 50% dos custos da remodelação que rondam os 850 mil euros. “Hoje, a ATC é uma referência incontornável do movimento associativo local sendo uma instituição decisiva para a coesão social do concelho”, referiu o edil famalicense. Além do apoio da Câmara, a Casa de Telhado foi ainda contemplada com 225 mil euros através do Fundo de Socorro Social. Custódio Oliveira lembrou

A ministra do Trabalho, Helena André, foi a convidada de honra da “festa” da ATC

também o passado que, de resto foi recordado na cerimónia com quadros vivos alusivos representados na rua. Sobre a Casa de Telhado falou em “casa modelar”. “Com esta obra voltamos a ter uma casa modelar para fazer dela o melhor local do mundo para as crianças”, disse o dirigente. Do “desfile de elogios”, o maior veio da ministra que inaugurou. “A ATC é o exemplo dos padrões de qualidade que devem existir quando falamos em serviço às crianças”, disse Helena André.

Em dia de festa, destaque para a presença do presi dente da Junta de Joane, Sá Machado, pouco habitual em cerimónias desta associação,

sobretudo desde a polémica que o opôs a Custódio Oliveira por causa de uma realização da Queima do Judas.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 9

A Quinzena da Educação de Famalicão realiza-se entre 14 e 24 de Abril e envolve um conjunto de actividades destinadas às escolas, aos alunos, professores e encarregados de educação. Destaque para a Feira de Formação e Empreendedorismo, em Ribeirão, e para a Mostra de Teatro Escolar.

LOCALIDADES região • igreja

Processo de beatificação do padre Adão Salgado está em cursoer

AS VÁRIAS ETAPAS ATÉ CHEGAR A UMA CANONIZAÇÃO REDACÇÃO

a mudança dos feirantes

Padre Adão Salgado foi um dos grandes beneméritos de Joane Luís Pereira

A

Congregação da Divina Providência e Sagrada Família está empenhada em abrir um processo de beatificação do falecido padre Adão Salgado, joanense, fundador daquela ordem religiosa. Nesta fase inicial a Congregação encontra-se a criar um movimento de pessoas capazes de difundir esta intenção para que sejam recolhidos eventuais testemunhos de possíveis milagres feitos por Adão Faria de forma a iniciar o processo com vista à beatificação. A co ngregação tem para este efeito estampas com a imagem do benemérito joanense e com uma oração a este propósito. Em Joane as estampas podem ser adquiridas junto dos familiares do sacerdote ou junto da paróquia. Adão Salgado foi um dos grandes beneméritos de Joane. Os terrenos da escola EB1 da Avenida, do Centro Social e do Salão Paroquial, são exemplos de doações feitas por este sacerdote joanense

ADÃO SALGADO FARIA A Congregação da Divina Providência e Sagrada Família está empenhada em abrir um processo de beatificação do falecido adre Adão Salgado, joanense, fundador daquela ordem religiosa.

à paróquia. “Não tenho memória de alguém que tenha doado tanto como o meu tio e no entanto tenho pena que a vila e a paróquia não lhe prestem a devida homenagem”, lamenta Natália Salgado, sobrinha do sacerdote. A superior inteligência do sacerdote fez com que cedo fosse estudar para Roma, algo raro nos anos de 1930. Vindo de Roma, Adão Salgado ganhou fama pelo seu poder de oratória, com as aulas que leccionava nos seminários e com os sermões que proclamava (recentemente foi publicada uma obra com algumas dessas homilias). Ganhou fama e dinheiro. “Quem o conheceu sabe que era um homem que transmitia muita paz, não valorizando a pequena fortuna que tinha. Tanto que foi doando tudo quanto tinha”, explica Natália Salgado. Uma ideia corroborada pelo pároco de Joane, segundo o qual, Adão Salgado era uma pessoa que não dizia mal de ninguém e que procurava, sempre que podia, ajudar o próximo.

O padre que fundou a Congregação da Divina Providência que fosse as circunstâncias”, refere a sobrinha, Natália salgado. Em 2006, na missa que encerrou o centenário do seu nascimento, o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, que presidiu à cerimónia, referiu-se ao padre e cónego Adão Faria como um “fundador de exército, para defender os valores do Evangelho para edificar uma torre, um exército», não para a guerra, mas para «lutar pelos valores perenes do Evangelho».

Qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo para conduzir à canonização, mas tem de ser autorizado pelo Papa após decorrerem, pelo menos, cinco anos após a morte da pessoa. Deus” é proclamado “Venerável”. A segunda etapa consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do “Venerável”. Se um destes milagres é considerado autêntico, o “Venerável” é considerado “Beato”. Havendo uma pessoa que tenha sido alegadamente curada por intercessão divina, através de um “Servo de Deus”, todo o processo clínico é analisado por uma comissão de médicos. O relatório é enviado para Roma e submetido à análise da Comissão Médica da Congregação para as Causas dos Santos. Se a comissão médica considerar que, à luz da ciência actual, a cura não podia ter acontecido de forma natural ou por intervenção médica, o processo segue para o Colégio dos Cardeais. Quando o milagre é dado como provado pelos teólogos, o processo de beatificação está concluído e fica a aguardar a assinatura do Papa e a cerimónia de beatificação. Segue-se o da canonização, sendo necessário mais um milagre que tem de ser dado como provado pelos médicos e pelos teólogos.

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Em 1945, Adão Salgado funda a congregação para acolher freiras, com uma casa em S. Clemente de Sande, concelho de Guimarães. Mais tarde, a Congregação expande-se para Braga e Sameiro com mais duas casas, acolhendo hoje centena e meia de religiosas. “Quando a irmã freira adoeceu, o convento onde estava mandou-a para casa onde acabou por falecer. Terá sido isso a motivá-lo a fundar a congregação, um espaço que acolhesse as irmãs em quaisquer

Servo de Deus » Venerável » Beato » Santo - é este o caminho até à santidade. Qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo que tem de ser autorizado pelo Papa após decorrerem, pelo menos, cinco anos após a morte da pessoa. O processo inicia-se através de um postulador aprovado pelo bispo local. Juntam-se os testemunhos e pede-se permissão à Santa Sé. É feito um exame detalhado dos relatos das testemunhas para apurar de que forma a pessoa se distinguiu nas virtudes cristãs. O bispo diocesano recolhe informação sobre a vida, virtudes, milagres aduzidos, fama de santidade, culto antigo... e envia as informações para a Santa Sé. Se o exame dos documentos é positivo, o “Servo de

Viatura 4-6-9 lugares e Viatura para pessoas com mobilidade reduzida

Serviço permanente: 917 514 596 | 252 991 646


10 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES JOANE • IGREJA

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Guias “dão cartas” no apoio social

A organização Guias de Portugal premiou a dedicação da “patrulha das caravelas”, de Joane, no projecto nacional “Saca Rolhas”. O projecto visa a recolha de rolhas de cortiça usadas para posterior entrega a empresas de reciclagem, que retribuem em dinheiro que as Guias canalizam para apoio às Aldeias SOS. Com 153 quilos, a patrulha de Joane esteve entre as três companhias que mais rolhas recolheram. Por isso receberam uma insígnia do projecto para acrescentarem nas fardas. Em Joane há seis pontos de recolha: piscinas, os cafés Cristo Rei, Copa e Angola, Tasca Porta Larga e Pizzaria Serenata. Depois da recolha, a companhia faz uma triagem já que muitas pessoas confundem este projecto com o das tampinhas. As tampas de plástico são encaminhadas para ajudar Salvador Castro (tetraplégico de Joane) no pagamento de uma cadeira de rodas.

TER MÃOS GRANDES

Construir uma padaria em Timor, uma escola em Angola e uma biblioteca em Moçambique são os objectivos do projecto “Ter mãos grandes” promovido pelas Guias de Portugal e Fundação Evangelização e Cultura. A companhia de Joane está empenhada e a dar cartas. A iniciativa passa pela venda, a um euro, de sacos com 12 biscoitos confeccionados pelas Guias e vendidos no final das missas ou em festas. A venda termina a 10 de Abril e as Guias da diocese querem conseguir 11.150 euros. Joane já conseguiu mais de 500 euros. “A ideia não é mandar dinheiro, mas sim pessoas e materiais, para ensinar as populações a construir infraestruturas”, refere Ana Monteiro, das Guias de Joane. No dia 8 de Abril, o grupo de Joane assinala o centenário do movimento com uma iniciativa aberta à população, que inclui o “Jogo Cidade”.

JOANE

VIA SACRA AO VIVO E SENHOR DOS PASSOS O Agrupamento 184 do CNE de Joane realizou, dia 26 de Março, à noite, a tradicional Via Sacra ao vivo. Devido à chuva não foi possível realizar a iniciativa ao ar livre, como previsto, pelo que as estações foram encenadas no interior da igreja paroquial, com grande presença de público.

Centenas de pessoas participaram a 28 de Março na procissão dos Santos Passos. Com sermão do padre Magalhães, de Requião, foi presidida pelo pároco de Joane, Manuel Sousa e Silva, e cantada pelo Coro Litúrgico. A organização foi da Fraternidade Nun´Álvares com a colaboração do CNE e Guias de Joane.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 11

Fernando Moniz, João Casimiro e Orlando Oliveira são os três candidatos à liderança da Comissão Política Concelhia de Famalicão do PS

LOCALIDADES famalicão • política

‘É um erro nesta altura a recandidatura de Moniz’ Luís Pereira

O

joanense Orlando Oliveira encabeça uma das três listas à Concelhia do PS. Em entrevista ao RL diz que, depois das Autárquicas, “o PS fechou para obras” e que Sá Machado, presidente da Junta de Joane, não está preparado nem tem experiência para ser candidato do partido à Câmara de Famalicão, em 2013. Porque decidiu encabeçar uma lista para a Concelhia do PS? A candidatura nasce do apoio de dezenas de militantes e da vontade de fazer melhor e diferente pelo PS em Famalicão. Somos alternativa não às pessoas mas às ideias. O PS tem de voltar a ser poder nas autárquicas mas para isso tem de alterar muitas coisas que nos conduziram à séria derrota nas últimas eleições para a Câmara. O que tem falhado? Exigia-se mais do diagnóstico que foi feito pós-eleições. Os famalicenses e alguns militantes não se viram neste PS, não é por acaso que em 15 dias (entre Legislativas e Autárquicas) perdemos 15 mil votos. O PS sofre de um estigma de imagem. Sempre foi governado pelos mesmos e são esses que têm pouca disponibilidade para o PS porque até têm tido cargos de nomeação, o que faz com que percam a disponibilidade para estar com os militantes e autarcas. O senhor esteve na campanha de Reis Campos. Apercebeu-se de que as coisas iriam correr mal? Apesar de tudo, tivemos um resultado honroso. As coisas não correram tão mal como alguns queriam. A forma

ORLANDO OLIVEIRA “O PS sofre de um estigma de imagem. Sempre foi governado pelos mesmos e são esses que têm pouca disponibilidade para o PS porque têm cargos de nomeação” como camaradas participaram na campanha levou até alguns a terem prémios, não percebo muito bem como isso funciona, nomeia quem pode e quem sabe…! Refere-se a Sá Machado? Quiçá. Não venha com o Sá Machado porque perde tempo, pois apesar de divergirmos somos amigos e desconheço se foi motivo de alguma nomeação... mas fica o quiçá… Voltando às autárquicas, sentiuse só na campanha com Reis

Campos? Não mas senti que o candidato foi abandonado pelo PS. Na altura, todo o secretariado deveria ter-se demitido. O PS desde as Autárquicas fechou para obras. Não pode ser! Como encara a recandidatura de Fernando Moniz? Se não houver, como espero, a tentação de repetir a história recente do PS de má memória (episódio das eleições na roulotte), os militantes livremente sufragarão as moções. É um erro, nesta altura, a recandidatura Fernando Moniz. O PS anda há muito a falar da unidade. Será possível construí-la? O episódio da roulotte foi mau de mais para ser verdade. É preciso curar as feridas. Não suporto a aparência de uma paz interna e de uma falsa unidade e unanimismo, sempre questionáveis. Acredito na seriedade dos protagonistas das candidaturas e das suas propostas.

“Sá Machado não está preparado para dar um bom presidente da Câmara de Famalicão” Que deve fazer o PS em relação a 2013? Tenho uma proposta redigida para discussão na comissão política no sentido de apresentar e trabalhar desde já nos candidatos, tanto para a Câmara como nas freguesias. Quem seria o melhor candidato à Câmara? Por muito que custe a muita gente, tenho a convicção muito forte que Fernando Moniz teria todas as condições para ser um grande presidente de Câmara. Se é ele ou não e a estratégia para conduzir à eleição, são questões a discutir. Não coloca a hipótese de Sá Machado? Não foi colocada outra hipótese se não a de Moniz . Sá Machado não tem a experiência e a preparação bastante para dar um grande e bom presidente de Câmara. É um bom autarca, capaz de fazer um trabalho ímpar em Joane,

como outros já o fizeram, mas o seu nome não foi pensado para encabeçar a lista à Câmara. Curiosamente, foi pensado para ser o rosto desta moção e ele sabe-o. Tenho a certeza que Sá Machado se revê em muitas das propostas que estão na moção que encabeço. Se for eleito, Joane terá uma secção do PS? Como qualquer outra freguesia, pode e deve receber uma secção desde que se respeitem os estatutos do PS. E o senhor, continua a ver interesse? Joane foi a primeira secção não oficial do PS no concelho. A dada altura percebeu-se que a criação oficial da secção de residência não era a melhor forma de servir o partido, tendo-se Sá Machado, e bem, envolvido então na Associação do Rio Pele.

OPINIÃO

Nós por Cá JOANA CUNHA

Eleita do PSD-PP na Assembleia de Freguesia de Joane “Tudo é disperso, nada é inteiro/ Ó Portugal hoje és nevoeiro” Fernando Pessoa Na conjuntura actual é dever dos principais partidos políticos elaborarem estratégias sérias e desinteressadas para tirarem o país da crise. Mas é utópico pensar que isso acontecerá um dia, pois o que eu vejo nas máquinas dos principais partidos é a corrida desenfreada pela busca do poder...para tratar de vida, para dar empregos, para fazer negócios… Numa altura em que o desemprego aumenta exponencialmente, em que caminhamos para a insustentabilidade do sistema social, as principais preocupações dos partidos políticos são os” jobs for the boys” e as obras megalómanas. Os problemas graves que hoje enfrentamos são sobretudo consequência das más políticas praticadas nos últimos anos. Falta a coragem nos políticos para dizerem aos portugueses a real situação do país e para delinearem estratégias que nos conduzam a uma estabilidade. Mas isso entende-se porque nenhum de nós votará num partido que nos apresente um programa politico de austeridade, cortando nas despesas sociais, aumentando os impostos… Se não se alterar agora as politicas de camuflagem que se tem praticado, se não se alterar as estratégias de investimento público em obras desnecessárias e se não se adoptarem as medidas realmente necessárias o que acontecerá é que a crise mundial vai ser ultrapassada mas a nossa crise interna continuará e os portugueses viverão muito pobres por longos períodos.

“NÓS POR CÁ” Temos as eleições partidárias à porta, para a concelhia no PS e para o núcleo do PSD em Joane. Nos dois casos temos a “gente do costume” e “gente nova”. Se por um lado o PS não tem conseguido resultados satisfatórios nas sucessivas eleições, por outro o PSD em Joane também não conseguiu alcançar os seus objectivos e as derrotas sucessivas acumulam-se. Tendo sido infrutíferas as estratégias usadas pelos dois partidos no passado não me parece sensato insistir na continuidade. É de destacar a candidatura do joanense Orlando Oliveira para a concelhia, uma candidatura assente num discurso de mudança de um partido que segundo ele tem funcionado com base na amizade… assume também que é necessário arrumar a casa para a conquista de novas vitórias. De destacar também o apoio do autarca Sá Machado (de Joane) à candidatura de Fernando Moniz (Governador Civil de Braga) numa altura que foi nomeado para vogal do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Ave. Será a estas amizades que Orlando Oliveira se refere? Pode ser que sim, pode ser que não, reconheço apenas que o “timing” não foi o mais indicado!


12 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

Março

TONY CARREIRA EM GUIMARÃES Tony Carreira actua no Multiusos de Guimarães no dia 10 de Abril (22 horas). O músico português já vendeu cerca de três milhões de discos. O preço dos bilhetes varia entre os 18 e os 25 euros.

conversas curtas Alberto Fernandes

Professor de música | Eleito do BE na Assembleia Municipal de Guimarães Airão Santa Maria

por D. VIRINHA

“Perceber o PEC, eu? Se nem o nosso Governo o percebe!” O estado do nosso País está mais para o fado ou para as baladas? Está sem dúvida mais para os fadistas do Governo e para as baladas da oposição! O que gosta de fazer nos tempos livres? Compor fados e baladas! Já conseguiu perceber o PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento)? Perceber o PEC, eu?! Se nem o nosso Governo o percebe...! Gosta da tradição associada à Páscoa, com a visita pascal, as amêndoas...? Todas as tradições são de manter, principalmente as que me-

tem amêndoas! Já foi ao espaço da nova feira de Joane? Ainda não. Sendo o Alberto de um partido que preza a ecologia, também ajudou a “Limpar Portugal”? Infelizmente não pude!

“O estado do país está sem dúvida mais para os fadistas do Governo e para as baladas da oposição!

Acha que Portugal ainda vai ganhar o Festival Eurovisão da Canção? Se for com uma canção cantada pelo José Sócrates, tocada pelo Paulo Portas e composta pela Manuela Ferreira Leite e orquestrada pelo Durão Barroso, pode ser que Portugal ainda consiga ganhar! Acha que a nossa região está bem servida de superfícies comerciais? Já diz a cantiga: tudo o que é demais é erro! Qual é a sua canção preferida? Aquela que levaria para uma ilha deserta? “Grândola, Vila Morena”, do Zeca Afonso.

Comércio em força Há um ditado que diz “Não há fome que não dê em fartura”. Em Joane passa-se algo parecido no que respeita a supermercados. Durante anos, andou o povo a viajar para Famalicão, Guimarães e Lordelo para abastecer as despensas. Mas agora, é um fartote de supermercados: temos o MiniPreço; anuncia-se o Intermarché; o Bolama ao lado da feira (espera-se que seja mais bonito!) e agora fala-se ainda do Freitas... POr este andar, ainda espero estar cá para assistir à inauguração do primeiro centro comercial de Joane, ali prós lados da VIM. onde pára o vereador do ps? O meu caro amigo doutor Orlando Oliveira anda na boca de muitos famalicenses por causa da sua candidatura à liderança do PS lá do sítio. Mas não deixei de ficar espantada, há dias, ao verificar que o nome do doutor ainda não figura como vereador no site na Internet da Câmara de Famalicão. Ainda por lá anda outra doutora, Maria José de seu nome, que já viajou até Braga. Mas o pior é que no site do PS a coisa é a mesma: nada de Orlando como vereador do partido! Ai Ai!


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 13

O HOMEM ARTISTA O Legendary Tigerman (ou Paulo Furtado) actua na Casa das Artes de Famalicão no dia 17 de Abril, às 21h30, num concerto de apresentação do seu último disco, Femina, que inclui participações de, entre outros, Asia Argento, Maria de Medeiros, Rita Redshoes, Mafalda Nascimento, Cibelle e o Cais do Sodré Cabaret.

Ana Margarida Cardoso (Brito)

Sofrimento musical em três fases Depois de uns anos de esquecimento, parece que a RTP voltou a dar vida a um dos maiores festivais de música ligeira em Portugal. O Festival da Canção tem vindo, nos últimos anos, a recuperar importância perdida. Penso que este regresso deixa, de uma forma geral, todos os portugueses satisfeitos. Basta pensar nas músicas simplesmente fabulosas que representaram Portugal na Eurovisão no passado que ficamos imediatamente nostálgicos e felizes com a existência do mesmo. E depois, há aquele velho factor unificador que funciona também quando a selecção joga. De repente, todo o país se cola à televisão para ouvir o que de melhor se faz em Portugal neste ramo, toda a gente comenta, toda a gente se emociona. Afinal de contas, foi em edições anteriores do mesmo festival que tivemos o privilégio de escutar músicas como a “Tourada”, de Fernando Tordo, a “Desfolhada” da grande Simone de Oliveira ou o clássico “Chamar a Música” da Sara Tavares, cuja letra toda a gente sabe de cor antes mesmo de entrar na escola primária (exceptuando talvez a Inês Santos – que representou Portugal na Eu-

rovisão em 1998 – e a apresentadora Sílvia Alberto, que na noite da final do Festival decidiram fazer um dueto deveras duvidoso para preencher tempo televisivo. O que acabou por resultar num momento de humor televisivo, e não musical, como poderão calcular). Mas o Festival da Canção deste ano, promovido pela RTP no Campo Pequeno em Lisboa, foi o maior desastre musical que eu já vi e ouvi em toda a minha vida. Como alguém que se interessa bastante por música e como espectadora assídua da Eurovisão,

“O Festival deste ano foi o maior desastre musical que eu já vi e ouvi na minha vida” não deixo de assistir a este tipo de Festivais. Vi as duas semi-finais e a grande final no sábado e tenho de dizer que, no final de cada sessão, me sentia mais cansada do que se tivesse corrido a maratona. Houve duas coisas que ficaram provadas com esta edição do festival: uma, é a minha certeza de que a RTP adquiriu um certo humor negro e que, de mais de 300 temas que foram enviados, o júri escolheu aqueles cujos intérpretes tinham um ouvido menos abençoado; outra, é de que o povo por-

tuguês é doentiamente sentimental. Salvo uma ou outra excepção, os temas falavam todos de Amor. Não conseguia deixar de imaginar os concorrentes vestidos de coração, com um cenário todo corde-rosa de fundo. Eu já estava enjoada de tanto amor sofrido em canções – tão enjoada que, se por acaso houvesse outra semi-final e eu não conseguisse controlar o vómito, tenho a certeza que sairia em forma de corações com uma seta atravessada. É que isto logo a seguir ao Dia dos Namorados pode provocar uma verdadeira reacção alérgica. E depois há a questão do júri escolhido pela RTP para cada capital de distrito, que, segundo Sílvia Alberto, eram pessoas ligadas ao ramo musical. Na noite da final, apercebi-me que havia muitos mais profissionais da música do que eu pensava. Incluindo jornalistas e membros de grupos folclóricos regionais. Os maestros e professores universitários de cursos superiores de música são coisa do passado. O que realmente importa é que o Sr. Zé que dança ali no rancho da minha terra diga que cicrano canta melhor que fulano. O que ele disser, é bem dito. Afinal, ele ouve música todos os dias. E dança. É difícil encontrar profissionais de música assim. Pensem lá vocês em alguém que ouça música todos os dias e que dance! Isto não é assim tão fácil, meus amigos… Vale salientar que do Festival da Canção, apesar das músicas desastrosamente mal interpretadas que por lá passaram, saiu uma música que representará Portugal de uma forma muito positiva na Eurovisão. O resto acabará por ser esquecido com o tempo. Ou pelo menos assim espero. Se voltar a ter pesadelos com a Claudisabel, juro que processo a RTP.



REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 15

BOA PÁSCOA HAJA SAÚDE JOÃO Monteiro

982,4 €

médicO

Valor total gasto em hóstias, vinho e cera, durante 2009, pela paróquia de Ronfe. No final do ano, a Paróquia apresentou um saldo positivo.

Paciente acamado Quando um paciente não se desloca sozinho e permanece a maioria do tempo na cama, a colaboração da família é essencial. O auxílio a este tipo de doentes passa por fazê-los sentirem-se úteis, estimulando-os a serem o mais autónomos possível (alimentação, higiene…) e proporcionando-lhes um ambiente de normalidade, tratando-os de forma cordial e atenta. Frequentemente, um sistema fácil de chamada, como uma sineta ou uma campainha, ajuda a tranquilizá-los e a retirar-lhes algum do seu medo e angústia. As refeições devem ser equilibradas, ligeiras e adaptadas ao doente. Se ele tiver dificuldade em mastigar, recorra a puré ou papas; não se esqueça que é importante um bom aporte de líquidos, fruta e fibras. Deverá ter o cuidado de manter a pele do paciente limpa e hi-

398 dratada, o quarto bem ventilado, iluminado e com temperatura adequada. A cama deve ser alta, confortável e larga e a roupa da cama limpa, seca e sem rugas. Se for possível sentar-se, é conveniente que o faça pelo menos 2 horas de manhã e 2 à tarde, assim como devem ser incentivados a mobilizaremse na cama, usando para o efeito corrimãos ou outros dispositivos. Se não conseguir sentar-se, é aconselhável mover-lhe os braços e as pernas. Mude-o de posição a cada 2 ou 3 horas, verificando uma vez por dia se os calcanhares, tornozelos ou costas estão avermelhados. Neste caso, mude-o de

posição mais frequentemente. A prevenção das úlceras de pressão ou «escaras» é essencial, pelo que também poderá ser útil aprender com o seu Enfermeiro do Centro de Saúde a forma de dispor as almofadas segundo a posição do corpo, para diminuir a pressão. Consulte o seu Médico de Família em caso de agitação ou desorientação do paciente, em caso de febre ou rigidez das articulações, se as zonas de apoio ficarem com a pele vermelha e em risco de aparecimento de escaras ou se, com o tempo, achar que não conseguirá tomar conta do seu familiar como gostaria. Até breve.

numero de casos de pedofilia na Igreja Católica dos Estados Unidos em 2009. Uma queda em relação aos 620 casos de 2008 e aos 889 de 2004, segundo um relatório encomendado pelos bispos norte-americanos.

50,59%

adesão dos enfermeiros à greve desta semana, segundo dados do Ministério da Saúde.

90%

adesão dos enfermeiros à greve desta semana, segundo dados do Sindicato dos Enfermeiros.


16 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

No Haiti depois da tragédia Luís Pereira

Depois da Guiné Bissau, o Haiti. O enfermeiro joanense Bruno Matias, voluntário da AMI (Assistência Médica Internacional) não perdeu tempo e na mesma semana do regresso a casa da missão que coordenou na Guiné-Bissau (manchete da edição de Setembro do RL) partiu para o Haiti para integrar uma equipa de cinco voluntários para tratar dos feridos do terramoto que abalou aquele país a 12 de Janeiro. Na sua estada de dois dias em Joane, o RL falou novamente com Bruno Matias que, apesar do cansaço, está pronto para um novo desafio. “O interesse pela missão no Haiti despertou na Guiné aquando da passagem de um responsável da AMI. Para já ainda não tenho noção do trabalho que lá vou desempenhar mas calculo, dadas as informações que todos conhecemos, que haverá muito trabalho dado os milhares de pessoas com lesões que vivem sem tecto, em campos de refugiados”, referiu o enfermeiro. O convite oficial foi feito horas depois do seu regresso a Portugal, no início do mês de Março, após nove meses de missão na Guiné.

“A minha mãe ia tendo um ataque cardíaco quando soube que ia MEMÓRIA >> >>ao RL. para o Haiti”, confessou Ao contrário do projecto da Guiné, que era essencialmente de

desenvolvimento, no Haiti será, sobretudo, de capacitação e formação na área dos cuidados de saúde primários da população. A conversa do RL com Bruno Matias decorreu enquanto tomava o pequeno-almoço, tendo sido este o mote para o balanço da missão na Guiné. “As necessidades do dia-a-dia quando se aterra numa terra como aquela, mudam radicalmente. Estar aqui a saborear este bolo e meia de leite é um luxo. Nove meses depois, estou a saborear isto como se não houvesse amanhã”, descreveu.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 17

ÍDOLOS em guimarães O Multiusos de Guimarães receberá, no dia 17 de Abril (21h30), um concerto da digressão Ídolomania que terá a presença dos 15 finalistas do programa da SIC. Filipe Pinto, o grande vencedor do concurso, e Diana Piedade, são as duas figuras do cartaz. Os bilhetes (15 euros) estão à venda em www. ticketline.pt no Multiusos de Guimarães.

A caminho da guerra ao terrorismo no Afeganistão O joanense Roberto Mota partiu esta semana integrado numa força da NATO Dominique Machado

R

oberto Mota, joanense de 28 anos, é militar há dez e partiu esta semana integrado num contingente de 162 homens, rumo à província de Cabul, no Afeganistão, onde prestará serviço de alto risco durante seis meses no âmbito da NATO. Roberto decidiu ingressar no Exército, há 10 anos, pela “curiosidade de experimentar coisas novas” e passados três anos concorreu à escola de formação de sargentos. Actualmente faz parte dos quadros do Exército Português e é 1º Sargento no único batalhão de comandos na Carregueira (zona de Sintra).

Para o Afeganistão foi destacado para ser o comandante de subgrupo onde será o responsável por um grupo de 15 militares, os seus “putos”, como lhes chama, divididos por três viaturas blindadas Hummer . Uma “força de acção rápida” que tem como principal missão estar pronta para intervir em qualquer situação de perigo, quer em Kabul, quer em Kandahar, província vizinha. “Todos os dias haverá patrulhamentos, todos os dias haverá reconhecimentos mas fora isso, qualquer coisa que aconteça, o batalhão de comandos tem que estar pronto a intervir”. Esta não é a sua primeira missão do militar. Roberto Mota já esteve em Timor Leste, em 2002/2003, mas desta vez vai numa missão de alto risco, onde a sua vida pode estar em jogo. “Durante tantos anos andei a treinar para o real e no Afeganistão é o real, não é treino. Os riscos são elevados mas para além de ser um desafio é a forma de aprender a lidar com o real e a aplicação prática dos nossos exercícios”. Muitos soldados já partiram com destino ao Afeganistão para preparar o terreno e todas as condições logísticas mas essa parte não faz parte da missão de Roberto Mota, que tem como missão intervir. “A nível de treino sinto-me preparado mas sinto-me ansioso. Sem medo, mas ansioso”. Para trás fica a família e amigos. O militar de Joane parte para um destino onde “não se sabe o que nos espera”.

12 anos Jà lá vão 12 anos desde que este jornal foi fundado. Sobre a sua fundação, sobre a motivação que levou um grupo de jovens a criar um órgão de comunicação, já muito se disse. O RL é hoje um órgão de comunicação social imprescindível na região que cobre, composta por freguesias dos concelhos de Famalicão e Guimarães. As suas reportagens despertam atenções de órgãos nacionais, Tv´s e jornais (o caso mais recente foi a peça que publicámos sobre Hermes Fernandes, o homem que conserta bolas de futebol); o seu grafismo suscita elogios de entendidos na matéria; a sua informação mantem-se viva, povoada por pessoas, diversificada e pluralista. Parabéns, caro leitor!


18 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL EDIÇÃO JANEIRO 2010 NÚMERO 64 ANO 7 COORDENAÇÃO DOMINIQUE MACHADO

Limpar portugal debaixo de chuva

Dominique Machado

Em Ronfe, os voluntários que ajudaram a Limpar Portugal (no dia 20 de Março) recolheram oito toneladas de lixos. Lixos dos mais variados tipos e feitios: restos de obras, alcatrão, fogões, plásticos, vidros, metal, madeiras... Em Airão Santa Maria, a equipa de 18 pessoas (escuteiros e autarcas), arrumou quatro toneladas de lixo de vários pontos da freguesia.

TANTO LIXO! Restos de obras, alcatrão, fogões, plásticos, vidros, metal, madeiras... Os voluntários encontraram de tudo nas freguesia de Ronfe, Airão Santa Maria e Airão S. João

THE WEATHERMAN (Música) Dia 17 de Abril, 23h00, Café Concerto da Casa das Artes de Famalicão. Entrada: 5 euros

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CLUBE DA COMÉDIA (Teatro) Dia 24 de Abril, 22h00, S. Mamede, Centro de Artes e Espectáculos, Guimarães.

Ana Freitas Gestor de Seguros Companhia de Seguros Tranquilidade Av. Pe. Silva Rego, Bl 502-B, loja 4 - 4770-205 Joane Tel/Fax 252 928 489; Tlm 966 441 391 email: ana.freitas@parceiros.tranquilidade.pt

Santiago AAssociação Teatro Construção de Joane organiza, de quatro a 11 de Abril, a quarta Caminhada-Peregrinação a Santiago de Compostela (Espanha). Os Caminhos de Santiago proporcionam o contacto com a cultura e história europeias, além do factor religioso que lhe estão associados.

O RL acompanhou as operações delimpeza nestas duas freguesias, no âmbito do projecto “Limpar Portugal“ que reuniu, a 20 de Março, centenas de pessoas a nível local. Munidos de sacholas, pás, ancinhos e sacos de lixo, os voluntários meteram mãos à obra tirando das ruas e montes o maior número de lixo possível. Em Ronfe, “participaram voluntários e entidades - escuteiros, paróquia, Juntas e o grupo de acção social”, segundo Tiago Ribeiro, um dos voluntários. No caso desta vila do concelho de Guimarães, as pessoas que estão actualmente abrangidas pelo rendimento social de inserção foram convidadas a participar nesta iniciativa, como foi o caso de José Fernandes. “Fui chamado ao salão e mandaram-me vir fazer isto”, disse à reportagem. De Ronfe, o RL partiu para Santa Maria de Airão. Os voluntários das limpezas eram na maioria escuteiros. “É uma forma de sensibilização da população para que não deite lixos nos montes ou nas ruas. Que fique claro que este não é um problema dos escuteiros mas de toda a freguesia”, disse o chefe do agrupamento do CNE, Paulo Silva. O presidente da Junta, António Carvalho, lamentou que, além da autarquia e dos escuteiros, não tenha havido mais gente a participar nas operações de limpeza. Ali ao lado, em Airão S. João, os voluntários recolheram cinco toneladas, apesar da chuva. A nível nacional, cerca de 100 mil pessoas aderiram ao projecto, recolhendo 70 mil toneladas de lixo. Com lotação limitada a 70 inscritos, a quarta edição dos Caminhos de Santiago inclui cinco acontecimentos diferentes: Caminho Francês (primitivo), de Fonsagrada a Santiago; Caminho Português, de Ponte de Lima a Santiago; Caminho de Finisterra; Passeio BTT Joane-Santiago (nove e 10 de Abril) e Passeio de Autocarro (dia 11). A chegada a Santiago está prevista para o dia 10 de Abril, estando o dia 11 reservado para visitar a Catedral, com missa do peregrino e o habitual almoço convívio entre todos os participantes.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 19

escolas • desporto

Novos desportos Nem só de futebol vive o desporto. Que o digam os alunos da EB 2,3 de Joane Dominique Machado

No dia 26 de Março, a escola EB 2,3 Bernardino Machado, de Joane, iniciou um conjunto de actividades ligadas ao ambiente e ao desporto escolar. Desta vez, porém, a escola apresentou actividades que se afastam do esteriótipo do desporto escolar. Os desportos são “novos” e representam uma nova filosofia desportiva. Nesta linha de pensamento, o futebol deixa de ser o desporto de eleição e os desportos alternativos, que incutem novas formas de pensar e a possibilidade de todos participarem, entram em acção. Kin-Ball, arborismo, unihockey, rugby, aikido, tiro com arco e ar comprimido são exemplo disso. Futuramente a escola irá introduzir mais desportos alternativos como a esgrima, lacrosse, street surfing, entre outros. “Fizemos um percurso de orientação dos alunos, cerca de mil, do 5º ao 9º anos e até do primeiro ciclo”, informa Paulo Sarmento. “A apresentação de novos desportos visa ultrapassar um problema actual nas escolas que é conseguir prender a atenção dos miúdos. É muito complicado chegar aos miúdos, ainda por cima esta é uma zona complicada em termos sociais. Por isso decidimos optar por implementar novos desportos que implicam riscos, que implicam novos materiais que eles não estão habituados a ver, coisas que causam surpresa nos miúdos”, conclui aquele professor de Educação Física e responsável pelo projecto de Desporto Escolar na EB 2,3 de Joane. O docente adianta que a adesão dos alunos está patente, por exemplo, no silêncio com que acompanham a apresentação de uma nova modalidade como o Kin-Ball. No arborismo, prossegue, os alunos são responsáveis pela sua segurança, sentem isso e gostam. Estão sempre habituados a que seja sempre alguém a fazer isso por eles. Criam autonomia e lidam com o perigo, coisa que não conseguiam com outras situações. Para Sarmento, esta responsabilização “é importante para a formação e da personalidade do jovem”. “São actividades que se vão reflectir na vida real pois ninguém vai poder pensar por eles”. O animador do Desporto Escolar vê na introdução destas “modalidades inovadoras” outras vantagens. Desde logo porque dão a possibilidade a todos de praticar desporto. “ Todos aqueles que não têm qualidades para o futebol podem confirmar que podem ser bons nalguma coisa. Por exemplo, no tiro com arco e ar comprimido os melhores são geralmente os mais gordinhos porque têm uma maior postura física e conseguem estabilizar melhor a arma. Isso é importante”.

PAULO SARMENTO | Prof. EDUCAÇÃO fíSICA

É muito complicado chegar aos miúdos, ainda por cima esta é uma zona complicada em termos sociais. Por isso decidimos optar por implementar novos desportos que implicam riscos, que implicam novos materiais que eles não estão habituados a ver, coisas que causam surpresa nos miúdos

MODALIDADES INOVADORAS E CRIATIVAS KIN-BALL Estanos perante um jogo de cooperação por excelência. Três equipas em simultâneo em campo, atrás de uma bola gigante. A grande dinâmica de jogo é outro factores que lhe confere um carácter inovador. UNIHOCKEY Também conhecido como Floorball, é uma variante do hóquei em patins mas com regras e técnicas muito próprias. Recorre à utilização de materiais menos agressivos. É considerada por Paulo Sarmento como a forma ideal para a abordagem do hóquei na escola.

AIKIDO De elevado potencial pedagógico. Valoriza pessoal e socialmente os praticantes. O respeito pelo outro, a autoestima e a responsabilidade tornam esta modalidade fundamental no plano educativo das crianças e jovens. É uma arte marcial de defesa e não de ataque. TIRO ARCO E AR COMPRIMIDO Apresentam forte carácter pedagógico e formativo : disciplina, concentração, auto-domínio e responsabilidade, não descurando os aspectos psico-motores. São atributos que se podem transferir para o dia-a-dia.

BREVE Academia de vermoim no nacional de dança

A Academia Let’s Dance de Vermoim esteve presente, no dia 27 de Março, na competição nacional de Dança Desportiva, na Maia. Concorreram cerca de 430 pares de todo o país. O par Rui Ramos e Rita Machado (adultos Novice B latino-americanas) conquistou o primeiro lugar nacional com a respectiva promoção a Adultos Novice A . Leonardo Teixeira e Paula Oliveira ( Juvenil Novice C latino-americanas) conquistaram o primeiro lugar nacional, passando a Juvenil Novice B; Bruno Marques e Ângela Marques ( Juvenil Novice C latino-americanas) ficaram em terceiro lugar, sendo promovidos a Juvenil Novice B; Francisco Oliveira e Mónica Pereira ( Juvenil Novice C latino-americanas) não foram apurados para a final; Francisco Sá e Márcia Rocha ( Júnior Novice C latino americanas) conquistaram o segundo lugar, sendo promovidos a Junior Novice B. As próximas competições são a 15 de Maio, em Faro, a 26 de Junho, em Lisboa, e a 24 de Julho, em Guimarães.


20 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

TORNEIOS DESPORTIVOS 25 DE ABRIL

Desporto

Estão abertas as inscrições para os Torneios Desportivos do 25 de Abril, iniciativa da Tempo Livre de Guimarães. Este ano integram Futebol, Gira-Volei, Mini-Basquetebol, Mini-Andebol, Atletismo, Natação, BTT, Mini-Râguebi , Xadrez e Judo.

BREVES

opinião

NoTÍCAS Do RL, NOTÍCIAS COM INTERESSE A peça publicada pelo nosso jornal na edição passada, sobre Hermes Fernandes, o homem que há 20 anos conserta bolas de futebol na freguesia de Airão Santa Maria, não passou despercebida às televisões e

jornais nacionais. A reportagem do jornalista Dominique Machado mereceu destaque na estação de televisão SIC, em vários serviços noticiosos (incluindo o Jornal da Noite e o Primeiro Jornal) e no Jornal de Notícias.

Volta ao Concelho A Associação Moinho de Vermoim (AMVE) realiza no próximo dia 10 de Junho a II Volta ao concelho de Famalicão e o I Bike Tour Rota dos Monumentos. A Volta contará com várias alterações em relação à primeira edição, realizada em 2009. A primeira delas prende-se com a separação da vertente lazer da vertente de Competição. A II Volta ao Concelho de Famalicão terá a

distância de 65 quilómetros, sendo destinada a atletas dos escalões Elites Amador, Masters A , Masters B e Masters C. Quant ao I Bike-Tour Rota dos Monumentos, terá um percurso com cerca de 25 quilómetros de extensão, tendo como público-alvo todas as pessoas interessadas, independentemente das suas idades. A organização promete mais informações para breve.

Ciclismo de Pousada

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A Associação de Ciclismo de Pousada de Saramagos | Escola de Ciclismo Carlos Carvalho esteve em competição em Santa Marta de Penaguião na primeira prova da Taça Nacional de Juniores da Federação Portuguesa de Ci-

clismo, numa distância de 78 quilómetros. Rui Barros foi o melhor classificado da formação de Pousada (10ª posição). Hugo Vaz foi 13º. Entretanto, no passado fim-de-semana a equipa esteve na I Prova da Taça de Portugal de cadetes, em Ílhavo. Carlos Machado foi o melhor classificado (7º lugar). Carlos Carneiro (11º), João Fernandes (20º) e Ricardo Teixeira (75º) foram os restantes ciclistas de Pousada, num total de 109. Com estes resultados a AC Pousada conseguiu ser a 4ª melhor equipa nacional. Na mesma altura, esteve também no prémio Futebol Clube de Ramalde, em Gondomar. O juvenil João Pereira ficou em 3º. No próximo dia 11 de Abril os cadetes participam na II prova da Taça de Portugal, em Cuba (Alentejo) numa distância de 80 quilómetros.

Estão abertas as inscrições para os Torneios Desportivos do 25 de Abril, iniciativa da Tempo Livre que este ano integrará torneios de Futebol), Gira-Volei, Mini-Basquetebol, Mini-Andebol, Atletismo, Natação, BTT, Mini-Râguebi , Xadrez e Judo. Os Torneios Desportivos visam

a promoção de vivências desportivas como referência de qualidade de vida, a ocupação dos tempos livres e de lazer, a criação de condições para uma competição “pura” e “sã” e a prática desportiva como alternativa às vivências nocivas.

basquete da atc presente em torneio espanhol Tal como aconteceu nos últimos anos, as equipas de Minibasquete e Iniciados da Academia de Basquetebol da Associação Teatro Construção (ATC), de Joane, participarão no Torneio Internacional Vilagarcia Basket Cup. O Torneio realiza-se entre os dias um e três de Abril, em VilaGarcia de Arosa (Espanha).

A participação da ATC, na próxima sexta-feira, dia dois de Abril, contará com cinco equipas, dos escalões de minis e iniciados, perfazendo um total de 60 atletas. Reunindo mais de 1500 atletas de diversos países da Europa, o Vilagarcia Basket Cup é uma verdadeira festa desta modalidade.

GRANDE prémio amitorre e caminhada solidária A Associação de Moradores de Monte Alvar (AMITORRE), de Joane, promove no próximo dia 25 de Abril o habitual Grande Prémio de Atletismo. Ao mesmo tempo, a associação promove a caminhada pela integração social, com extensão de três quilómetros, aberta ao público em geral, que será aproveitada para fazer a apresentação pública da cadeira de Salvador Castro

(tetraplégico de Joane), que foi adquirida no âmbito da campanha de recolha de tampinhas. A iniciativa da AMITORRE tem uma larga tradição no meio do atletismo. A organização espera, este ano, a participação de mais de 400 atletas nos diversos escalões etários. A competição decorrerá entre as 10h00 e as 10h30 e a caminhada começará às 11h00.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 21

ESCOLAS JOANE • ESCOLA SECUNDÁRIA

Alunos dos cursos EFA vão conhecer Londres Aprende-se mais e melhor quando os objectivos são bons e estão bem definidos. Neste sentido, as professoras das Novas Oportunidades do grupo de Inglês, da Escola Padre Benjamim Salgado, lançaram o desafio aos formandos dos cursos EFA (Educação e Formação de Adultos) e das Formações Modulares Certificadas para participarem numa viagem a Londres. A adesão ao projecto foi positiva, de tal forma que houve necessidade de formar vários grupos para responder a todas as pretensões. Assim, um primeiro grupo realiza a sua viagem de 23 a 25 de Abril, enquanto um segundo viajará de 21 a 23 de Maio ficando o terceiro e último para o fim-de-semana compreendido entre 22 e 24 de Maio. No total, são 70 pessoas. Desenvolver competências de comunicação e expressão, partilhar saberes e ideias, proporcionar momentos de convívio entre formadores e formandos são aspectos que o grupo

d e e s p e ra a l c a n ç a r. A a q u i s i ç ã o e utilização da língua Inglesa é outra das vertentes a desenvolver, por exemplo com o conhecimento de normas de a e ro p o r t o , r e l a t i va s à b a g a g e m , à

conduta do passageiro, bem como o alargamento dos seus conhecimentos em termos linguísticos, históricos, culturais, sociais e económicos.

Poesia na biblioteca Bernardino Machado

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A E s co l a E B 2 , 3 B e r n a r d i n o M a c h a d o comemorou o Dia Mundial da Poesia homenageando um poeta da terra , António Soares, autor do livro “Lascas de uma Rocha”. Alunos dos 8º e 9º anos, funcionários e professores partilharam ideias sobre poesia e ouviram e declamaram poemas. António Soares, alguns alunos e a D. Lucília leram poemas da sua autoria. Com esta iniciativa, a Equipa da Biblioteca pretendeu motivar os alunos para a leitura d a p o e s i a e i n c e n t i vá - l o s a e s c r e v e r poemas.

cASO

atraso no PAGAMENTO AOS ALUNOS dos efa O Centro das Novas Oportunidades da escola secundária de Joane está com dificuldades no pagamento dos subsídios de alimentação e transporte aos alunos dos cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA). Os alunos chegaram a fazer circular um “abaixo-assinado” manifestando o desagrado pelo atraso.”Não estão a pagar aquilo a que temos direito”, disse um dos alunos ao RL. A direcção da escola responsabiliza a “complexidade” do financiamento dos cursos e assegura que ainda esta semana os alunos receberão os pagamentos referentes aos dois primeiros meses de formação. Segundo apurou o RL, em causa estarão cerca de 16 mil euros mensais só para os formandos. Por outro lado, a direcção da escola fala em cerca de 100 mil euros que aguarda receber do POPH (Programa Operacional do Potencial Humano), que financia as formações. “Há, de facto, atrasos no pagamento fruto da falta de liquidez devido à demora de transferência das verbas do POPH”, refere Alfredo Mendes, director da escola, adiantando que a situação já foi comunicada aos formandos. Segundo Alfredo Mendes, até que a escola receba as verbas do POPH, destinadas ao pagamento das despesas com a formação, existe um grande processo burocrático. “As despesas realizadas são pagas pela escola. Temos de remeter as facturas para o POPH e aguardar pela aprovação da despesa. De seguida temos de provar com documentos contabilísticos o pagamento das despesas. Só depois é que o POPH dá ordem de pagamento, que chega passados dois meses. Na prática, o pagamento é feito quase quatro meses depois da despesa paga pela escola”, refere aquele responsável. Perante a situação, a escola define prioridades; uma delas o pagamento dos vencimentos dos formadores o que faz com que não haja liquidez para a curto-médio prazo sejam pagos os subsídios. “Quem está em formação não deve contar com o dinheiro certo ao fim do mês porque estas coisas demoram. Os alunos devem vir para escola com o objectivo de se formarem e não de receberem subsídios”, refere Alfredo Mendes lembrando ainda que os contratos assinados com os alunos existe o compromisso de pagamento destes subsídios mas não determinam um prazo para o seu pagamento.


22 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

Especial

Centro Social de Joane: 20 anos de apoio social Efeméride serviu para apontar projectos para o futuro: nova creche e Lar de Idosos

Luís Pereira

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com o pensamento no futuro que o Centro Social da Paróquia de Joane (CSJ) comemora os seus 20 anos de existência. No jantar do passado dia 26de Março, o projecto do Lar de Idosos foi um dos assuntos em foco. Há mais de um ano que o centro adquiriu, por 300 mil euros, um terreno com 6000 m2, junto ao Centro Escolar, para concretizar o projecto, já desenhado e com todos os licenciamentos exigidos. O objectivo passa por aglomerar várias valências do CSJ para a terceira idade com uma estrutura capaz de ser residência de 60 idosos (40 quartos), Centro de Dia e

continuidade do apoio domiciliário. A ambição poderá ir mais longe, com respostas na área da saúde para os idosos. Trata-se de um investimento avaliado em mais de 1,5 milhões de euros. Apesar de todas as aprovações, falharam os primeiros esforços para o financiamento uma vez que, ao contrário do projecto da creche (ver notícia), a candidatura ao programa PARES não foi aprovada por falta de verba e o projecto marcou passo. Os responsáveis não desistem e receberam um importante sinal do Governador Civil de Braga, durante a cerimónia dos 20 anos. “Há condições para que, proximamente, o vosso sonho seja

concretizável”, afirmou Fernando Moniz, a propósito deste projecto, numa alusão à abertura de uma nova fase do PARES. “Quando chegamos ao ponto de vermos idosos que precisam de pagar milhares de euros para ter um final de vida digno, o Centro Social, vocacionado para a solidariedade, tem de fazer esforços para dar resposta aos que não têm esses dinheiros”, desabafa António Cardoso, director do CSJ. “É ilegal receber jóias de inscrição e não se compreende os 40, 50 e 60 mil euros que alguns pedem para assegurar o lugar. A nossa ligação à Igreja exige que sejamos diferentes”, remata.

nova creche em setembro Capacidade para 66 crianças

Em Setembro, o Centro Social de Joane (CSJ) vai aumentar o número de utentes. O edifício de raiz idealizado para a creche está praticamente pronto e vai permitir o acolhimento de 66 crianças. Edificado num terreno contíguo às instalações actuais, o prédio (rés-do-chão e um andar) representa um investimento de 700 mil euros. Trata-se de uma obra ao abrigo do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), e por isso, subsidiada com 376 mil euros pela Segurança Social. No entanto, por cumprir os prazos previstos, a instituição deverá contar ainda com mais 10% de financiamento, devendo atingir os 400 mil euros de subsídio do Estado. Sem revelar o montante, a Câmara Municipal de Famalicão já anunciou a intenção de comparticipar a nova creche. “Não é um favor, trata-se de uma obrigação”, referiu Ademar Carvalho, que esteve em representação da Câmara no jantar dos 20 anos do CSJ. Seis salas para crianças, refeitório, cozinha, gabinete médico, lavandaria e um pequeno recreio ao ar livre preenchem a infra-estrutura assente em 450 metros quadrados de terreno. “O centro já não conseguia dar respostas às solicitações com o edifício actual. Não era possível alargar e por isso optámos pela construção de um novo edifício”, justifica António Cardoso. Este é um dos 11 projectos financiados pelo PARES no concelho de Famalicão. Para Joane, além do CSJ, também a Associação Teatro Construção foi abrangida (remodelação da Casa de Telhado). Os centros sociais de Vermoim e Pousada foram contemplados. Ambos constituem respostas para a terceira idade; o de Vermoim representa um investimento de 680 mil euros. Pousada recebeu o maior apoio das 11 candidaturas aprovadas. Dos 724 mil euros do projecto, o Estado irá financiar com 487 mil euros.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 23 MAQUETE DO LAR DE IDOSOS

O projecto está feito e será para erguer num terreno com 6000 m2 junto ao Centro Escolar. O objectivo passa por aglomerar várias valências do Centro Social de Joane para a terceira idade, com zona residencial para 60 idosos, Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Trata-se de um investimento avaliado em mais de 1,5 milhões de euros.

Especial

“Se souber que há uma família a passar fome, o Centro oferece a refeição”

idosos capaz de responder a várias freguesias. Poupar-se-ia dinheiro e consumições. Como é feita a admissão de utentes no CSJ? Existem normas e critérios legais para serem avaliados através de um sistema de pontos. A título de exemplo, são atribuídos 5 pontos se o preponente for de Joane (damos prioridade aos joanenses), se não for, tem menor classificação. O resultado final determina a escolha de admissão em função das vagas. O rendimento é o último e o menos importante critério de pontuação. É comum acontecer que um utente com maiores rendimentos não seja admitido se não houver mais vagas. E quanto pagam os utentes? É sempre em função do rendimento per capita. O escalão máximo é de O que mudou em 20 anos nas 100 euros mensais. Aqui a política respostas sociais da região? é fazer com que as famílias paguem Mudou a qualidade. A exigência agora é o menos possível porque não tem toda ao nível do profissionalismo. Não lógica cobrarmos o mesmo dinheiro pode haver ninguém num centro como que cobram as instituições com o nosso a servir refeições sem que esteja fins lucrativos. Há uma portaria preparado. Há controlo das entradas e que regulamenta os cálculos para saídas das crianças, tudo tem de estar determinar a mensalidade do registado… Antes tínhamos pessoas utente e nós além do legalmente comuns a tomar conta de crianças obrigatório ainda descemos mais porque “gostavam delas” ou porque ANTÓNIO CARDOSO dois escalões. Há crianças que nem “tinham jeito”. Hoje isso só não chega. pagam, seguindo uma lógica da Nota mudanças no conceito de “O desemprego tem solidariedade. afectado as famílias. Prova O q u e o m o t i v a a d i r i g i r o família? A e d u c a ç ã o d e u m a c r i a n ç a é disso é que já tivemos Centro Social de Joane? m u i t o d i f í c i l . H á m u i t a s f a m í l i a s de baixar prestações e O espírito cristão e o apelo desestruturadas. Há cada vez mais filhos já chegamos a perdoar que a Igreja tem feito aos mais de pais separados, sendo as crianças as mensalidades”. desfavorecidos. Não estamos principais vítimas. Os colaboradores vocacionados para os ricos porque do CSJ estão permanentemente em não necessitam destas instituições. formação para saberem lidar com todas Estou empenhado em conseguirmos as situações. o lar e a residência para idosos. Com a quantidade de equipamentos sociais Quando conseguir, deixo a direcção do Centro. existentes na região, não teme que se fique Há mais miséria em Joane do que há 20 anos? com mais equipamentos que utentes? Há gente que vive com algumas dificuldades mas não O CSJ nunca apresentaria uma candidatura para um se pode considerar miséria. Se souber que há uma lar se considerasse haver respostas suficientes, da família a passar fome, o Centro oferece a refeição. mesma forma que também nunca construiria um lar As pessoas acomodam-se. No entanto, sentimos que para apenas 20 idosos. Com mais “concorrência”, o desemprego tem afectado as famílias. Prova disso a qualidade melhora, mas seria favorável para a é que já tivemos de baixar prestações e já chegamos região se fosse criada uma só estrutura para lar de a perdoar mensalidades.

OFERTAS DE EMPREGO PARCERIa RL - CENTRO DE EMPREGO DE FAMALICãO

MARÇO | ABRIL

HÁ 20 ANOS

Tudo começou no «velhinho» Salão Paroquial de Joane As respostas sociais da Igreja Católica em Joane começam pela mão de um departamento da Fábrica da Igreja designado por Cooperativa de Ajuda Familiar. Em 1990, constitui-se como pessoa colectiva religiosa e assume a designação de Centro Social da Paróquia Joane, sendo uma espécie de “sub-empresa” dentro da “empresa-mãe” que é a paróquia. Começam em Outubro desse ano, acolhendo 20 crianças nas precárias instalações do Salão Paroquial, em regime de Jardim-deInfância. “De início não foi fácil, tivemos de pedir dinheiro emprestado a um particular para pagar os primeiros salários”, recorda António Cardoso, fundador da obra social da igreja joanense. A degradação do salão e a elevada procura dos serviços, leva o CSJ a pensar na construção do edifício onde, desde 1997, funciona a instituição e que no ano 2000, após preparação dos técnicos com as empresas de inserção, viu alargadas as respostas sociais, chegando aos idosos com o apoio domiciliário. Com um programa de controlo alimentar em funcionamento e com um processo de certificação de qualidade em curso, o Centro Social de Joane é hoje uma importante ajuda para famílias. “Estamos a inovar, orgulhamo-nos dos elogios unânimes de técnicos que nos visitam que reconhecem que a nossa instituição é das mais bem organizadas do distrito”, salienta António Cardoso.

DADOS 65 utentes na creche 75 utentes no jardim-de-infância 80 utentes em ATL 56 utentes no Apoio Domiciliário 314 refeições servidas diariamente 38 colaboradores efectivos (o CSJ conta com outros colaboradores avençados como médico, professores de Música, Inglês e Informática)

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REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2010 • 25

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores opinião

Dar barraca Miguel Azevedo PSD - Joane

O dia 16 de Março de 2010 fica para a história da Vila de Joane. As velhas barracas da feira foram abaixo. Pena que outras se tenham erguido. Separadas por décadas, em comum têm o dedo socialista da junta de Joane. O projecto na nova feira, se é que existe, devia ter sido alvo de apresentação púb l i c a e c o ns e qu e nt e me nt e discussão. Não o foi. Esta junta optou pela arrogância e prepotência de quem usa e abusa do poder e fez tudo sozinha. O resultado aí está. Aquilo que devia ser um espaço de referência em termos de condições para quem vende

e para quem compra, não o é. Aquilo que deveria ser um espaço multiusos não o é verdadeiramente. Aquilo que deveria ser uma referência regional não foi conseguido. O espaço em causa custou 350.000€. É utilizado meiodia por semana. Nos restantes 6 dias e meio não passa de um terreno que acolhe a feira semanal. O espaço devia ter sido projectado como um espaço multiusos. Um espaço onde pudessem ocorrer as variadas festas da Vila. Um espaço onde se pudessem realizar espectáculos desportivos, musicais, sessões de teatro e cinema ao ar livre. Um espaço com potencial para as mais variadas manifestações de natureza cultural e recreativa, bem como outras actividades desportivas e de lazer. Um espaço que pudesse acolher espectáculos populares, feiras temáticas, concentrações e outros eventos. Um espaço que durante a semana e o restante fim-de-semana pudesse ser utilizado sem restrições. Estas e outras possibilidades não foram devidamente equacionadas.

A nova feira custou 350.000€. É utilizada meiodia por semana. Nos restantes 6 dias e meio não passa de um terreno que acolhe a feira semanal.

O espaço construído tem uma mistura de pisos desinteressante e desaconselhada. Mistura pavimento em alcatrão, com pavimento em cubos (desaconselhável por razões óbvias para zonas pedonais) e, pasme-se, calçada portuguesa (pavimento do sec. XII, há muito em desuso). Só esta heterogeneidade de pavimentos retira de forma muito significativa potencial ao espaço. As barracas (já não bastavam as velhas) apresentam arqui-

tectura naif, típica na zona na construção de albergues para galináceos. Não passam de paredes em blocos cobertas com folhetas. Nem um lata de tinta (lá vem outra vez a lata de tinta…) tiveram para dar um ar mais asseado. As casas de banho, para além de não cumprirem os mínimos em termos de acessibilidades, apresentam louças sanitárias, como alguém dizia, “à caçador”. Não têm condições de acessibilidade, conforto e salubridade. Não esquecer que uma semana após a sua estreia, a mesma junta de freguesia que a dimensionou, planeou e construiu, destruiu parte da obra para fazer um aumento. Os Joanenses tinham razão: o espaço era pequeno. Esta junta usa e abusa do poder que tem e desperdiça dinheiro nosso com estes gritantes erros. Não esquecer ainda que, duas semanas após a sua estreia, a junta autorizou a instalação por parte de alguns feirantes de coberturas fixas em chapas metálicas. Já estão construídos dois corredores. Quantos mais serão construídos? Por

este andar mais valia fazer um pavilhão. O que é certo é que estas estruturas fixas retiram potencialidade ao espaço na medida em que reduzem significativamente a área útil disponível. Considero este planeamento um desrespeito por Joane, pelos Joanenses e para com toda a região. Merecíamos mais do que aquilo que nos apresentaram. Esta junta não pode ter orgulho naquele espaço. Foi mal pensado e mal projectado. Esta visão redutora sobre o que deve ser um espaço público não é aceitável e não me digam que aquilo que explanei aqui traria um aumento de custos porque não é verdade. A obra poderia custar os mesmos 350.000€. O espaço, se tivesse sido bem planeado, podia constituir uma oportunidade para o desenvolvimento do tecido económico, social e cultural da freguesia. Assim vamos ter que nos remediar. A era das barracas continua e só vai acabar quando esta junta for “abaixo”. Já faltou mais… Porque esta junta, na verdade, só dá barraca!

Da decadência da arte à estética hollywoodesca Luciano Silva

Advogado? Candidato do BE em Joane

Fará sentido dizer que a arte, em sentido amplo (música, teatro, cinema, literatura) atravessa uma crise aguda hoje, os tempos em que a tecnologia e os media nunca conheceram tamanha profusão? Faz todo o sentido. Talvez haja mesmo uma relação de causalidade entre o superavit de informação a que assistimos e a crise da criatividade. A música vive de aditivos fornecidos por um mercado editorial que tenta sobreviver

a todo o custo. Fazem-se cantores instantâneos com os pozinhos do costume: boa imagem, projecções de voz inaceitavelmente artificiais, clonagens ridículas de clássicos da música e, ao final de contas, banalidade... Doses industriais de banalidade. O cinema vive da espectacularidade cénica e de novidades tecnológicas. Filmes 3D em formato HD, hiperrealismos foleiros e, mais uma vez, ao final de tudo, um imenso vazio. A lógica do mercado aplicada à arte cinematográfica. Quanto à classe culta do país, essa que sempre se autonomizou tão facilmente do comum dos mortais, facilmente destacável num país onde a ignorância ainda

grassa de forma preocupante. Quando não vive de “cunhas” e orçamentos para a cultura de uma qualquer câmara municipal, vive dessas intermináveis bolsas de estudo e investigação que os anos de luta rápido habilitam os intervenientes a “sacar”. O facto de estas classes viverem enfeudadas em realidades muito próprias e de amiúde pouco ou nada saberem da vida, no sentido mais visceral da palavra, não seria só por si tão negativo não fosse o resultado ser invariavelmente mais do mesmo, excesso de referências, vulgaridade. Na literatura, o caso é igualmente grave. As estantes das livrarias encontram-se

apinhadas de «best-sellers» e reedições, edições comentadas, colecções de autores, edições temáticas. Um Saramago monotonamente polémico, um Lobo Antunes invariavelmente incompreensível, um Dan Brown com olho para o negócio, romances da treta a repetir fórmulas de sucesso, “Fernandos Pessoas” de mil e uma formas, esoterismos ad nauseam, teorias da conspiração. Estantes e mais estantes que escorrem azeite. No meio de toda esta Babilónia de sucessos, a palavra “Novidade” e o fluxo constante das obras são os imperativos, impulsionadas por um mercado editorial livreiro no epicentro da sociedade consumista.

O teatro, quando não padece da doença crónica da subsidiodependência, desemboca em fenómenos aberrantes daquilo que seja a cultura, como os “La Férias”, que já há alguns anos aterrorizam os palcos nacionais. Remakes e adaptações pós-modernas de peças clássicas estão também na moda. Algumas pequenas ilhas onde se pode respirar ar fresco e, de resto, vulgaridade e mais vulgaridade. Onde está essa arte independente? Esses heróis domadores de dragões que dão tudo por amor à arte, a quem ofende mais um pontapé na gramática do que uma bofetada de senhora? Precisamos de poetas! Poetas em tempos de prosa.


26 • MARÇO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

CARMINHO abriu famafest Abriu com casa cheia o Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Famalicão (Famafest). Dirigido por Lauro António e patrocinado pela Câmara Municipal, o certame contou, na abertura, com um concerto da fadista Carminho, que encheu o Grande Auditório da casa das Artes.

Assim nascem os cartoons do RL Tiago Mendes, 19 anos, explica o processo de criar, todos os meses, uma crítica humoristica ou satírica...em desenho. Dominique Machado

U

m lápis de carvão, uma folha de papel, um tema e alguma imaginação. Estes são os quatro ingredientes necessários para se fabricar um cartoon. Tiago Mendes, um jovem joanense a caminho dos 20 anos, tem tudo isto e aceitou colaborar com o Rep]orter Local há cerca de dois anos. Tiago olhou para o desafio do RL como uma forma de aperfeiçoar os seus desenhos e de mostrar o seu trabalho. Olha para o cartoon como uma forma engraçada de fazer crítica social, sobretudo em temas como a política. O RL foi beber um café e conhecer melhor este jovem que ambiciona seguir Artes Plásticas e que se “esconde” por detrás dos cartoons do RL.

Como é que se faz um cartoon? Em primeiro lugar, é preciso ter um tema. A partir daí é desenvolver as personagens e o ambiente, tudo de acordo com o tema escolhido. A partir daí é explorar. A nível de elaboração propriamente dita, primeiro faço o cartoon a papel, depois passo pelo scanner e melhoro o traço num software de desenho. Depois é só enviar para o RL. Como é que escolhes a forma a dar às tuas personagens? É fácil. Está tudo relacionado, como referi em cima, com o tema. Se estamos a retratar um tema mais rural, tenta-se fazer umas personagens que exprimam melhor o português rural, o “zé povinho”. Personagens mais baixas, mais gorditas, com bigode, etc. Tudo parte do tema.

O cartoon é uma boa forma de retratar a sociedade? Sim, é uma forma agradável de criticar determinados aspectos e situações que se passam, neste caso, na nossa localidade. Por vezes as palavras não chegam onde chega o desenho. Sentes que o teu trabalho é visto e apreciado pelos leitores do RL.? Acho que sim. Por vezes vêm falar comigo sobre isso. Quando acham que está menos bom comentam e quando acham que está bom dão-me os parabéns. É recompensador? Sem dúvida. É uma boa forma de praticar e melhorar o meu desenho e de mostrar algum do meu trabalho.

Que cartoon te deu mais gozo fazer? Talvez um sobre a demolição da igreja velha de Joane. Foi numa altura que nevou em Joane. A ideia foi fazer uma crítica no sentido de mostrar às pessoas que Joane tinha demolido património que poderia trazer turismo e que, sem isso, a única forma de trazer turistas seria mesmo através da neve. Qual o tema que mais gostas de abordar nos teus trabalhos? A política. Hoje em dia criticar os políticos por palavras é discurso já batido e por desenho dá outro gosto. Veja mais em www.behance.net/artconcept


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2

(no edifício de Escapes J. Ribeiro)

Preenchimento do IRS



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