Maré de Notícias #56

Page 1

Fábio Caffé / Imagens do Povo

56

agosto de 2014 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita

Travessias 3

Imagens do Povo artista da Maré a partir de 23/8 Pág. 12 a 14

Guia Cultural Jovens do projeto Solos Culturais desenvolvem o primeiro Guia Cultural de Favela do Rio, a ser alimentado com a colaboração das pessoas, que poderão indicar seus próprios espaços ou os que frequentam. Na versão de lançamento, o guia apresentará 50 pontos da Maré, Manguinhos, Rocinha, Penha, Alemão e Cidade de Deus. A iniciativa poderá ser acessada a partir do dia 29 de agosto, pela internet (www. guiaculturaldefavelas.org.br). Pág. 8 e 9

Acontece em 7 de setembro Pág. 6

Escola de cinema

Inscrições abertas Pág. 15

Lona

Otto, Jards Macalé, BNegão e Felipe Cordeiro em setembro Pág. 15 Lona da Maré Centro de Artes Pág. 15

A força dos comerciantes da Maré

Elisângela Leite

Divulgação

Parada LGBT

Os Arteiros / Divulgação

Rovena Rosa / Imagens do Povo

Ano V, No

Censo comercial e de serviços mapeou 3.182 estabelecimentos na Maré, 80% deles de propriedade de moradores que empregam, em sua maioria, pessoas também residentes aqui. Quatro em cada dez comerciantes aceitam fiado e apenas dois em cada dez aceitam cartão de crédito. Evento de lançamento do censo apresentou os dados e pode impulsionar a criação de uma associação de comerciantes Pág. 10 e 11 da Maré.

Relíquia de Marcílio A agente de saúde Rita Oliveira resgatou um texto sobre Marcílio Dias publicado pela escritora Raquel de Queiroz em 1961, quando o local se chamava Praia das Morenas. Não obstante as dificuldades da época enfrentadas pelos moradores, Raquel escreve poeticamente, chamando o lugar de Veneza carioca: “Quem vê a foto pensa em lugares longínquos — cidade de palafitas, barracos sobre a água, ruas que são canais... e logo vem a infalível comparação com Veneza”. Pág. 4 e 5


A visibilidade das favelas

Zezé, tricampeã na Liga Nacional e medalhista de ouro no Pan-Americano de 1999, ensina handebol no Piscinão de Ramos

Esta edição traz uma característica marcante: falamos de várias iniciativas que visam tornar a favela mais visível. O tema de capa (pág. 8 e 9) cita o mapeamento dos pontos culturais; as páginas seguintes apresentam o censo comercial e de serviços da Maré; e, em seguida, a matéria sobre a exposição Travessias 3 mostra o trabalho dos fotógrafos populares que documentaram artistas locais.

Rosilene Miliotti

Nossa homenagem ao Seu Justino

A Maré

Esta foto do poeta José Justino Filho (à dir.), abraçado ao seu amigo-irmão e artista naïf Manoel, saiu na pág. 12 da Ed. 4 do Maré, em março de 2010. Mês passado, recebemos a triste notícia do falecimento de Seu Justino e gostaríamos de registrar essa pequena homenagem a ele, publicando um de seus poemas:

Este perfil da edição de agosto não havia sido planejado quando iniciamos a produção deste número. Podemos dizer que foi uma coincidência, mas não por acaso. A favela sempre produziu cultura e muitos eventos. A diferença é a visibilidade que essas iniciativas começam a ter, o que pode ser muito bom, desde que contribua para quebrar estereótipos a respeito dos espaços populares. Afinal, há tempos já dizemos que “favela é cidade”.

A todos e todas, boa leitura!

Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias

Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa

Instituição Proponente

Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros

Conexão G Conjunto Habitacional Nova Maré

Diretoria

Associação de Moradores do Morro do Timbau

Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros

Expediente

Redes de Desenvolvimento da Maré Andréia Martins Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir Patrícia Sales Vianna

Instituição Parceira

Observatório de Favelas

Apoio

Ação Comunitária do Brasil Administração do Piscinão de Ramos Associação Comunitária Roquete Pinto Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança

Mudança que vem pelas mãos

Associação de Moradores do Parque Ecológico Associação de Moradores do Parque Habitacional da Praia de Ramos

Estou pedindo inspiração a Jesus de Nazaré Para escrever e versar um trecho aqui da vida, Assim como ela é, e conta com a beleza Que tem aqui na Maré. Na Maré tem muita coisa que se diz maravilhosa, Tem muita moça bonita, meiga, linda e carinhosa. Tem muita gente decente, muita mulher contente e muita pretinha dengosa. Veja o que estou falando. só quero lhe convidar, Para você ver o comércio da Teixeira, tem tudo que procurar, tem uma excelente feira que você vai invejar.

Fotógrafa

Elisângela Leite

Redes de Desenvolvimento da Maré

Luta pela Paz

Monica Soffiatti

Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531 www.redesdamare.org.br comunicacao@redesdamare.org.br

União de Defesa e Melhoramentos do Parque Proletário da Baixa do Sapateiro

Colaboradores

Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.

União Esportiva Vila Olímpica da Maré

Associação de Moradores do Parque Maré

Editora executiva e jornalista responsável

Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz

Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)

Associação de Moradores do Parque União Associação de Moradores da Vila do João

- José Justino Filho

Editor assistente

Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)

Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda Biblioteca Comunitária Nélida Piñon

Leia o Maré e baixe o PDF em www.redesdamare.org.br

Repórteres e redatores

Aramis Assis Fabíola Loureiro (estagiária) Rosilene Miliotti

/redesdamare

Proj. gráfico e diagramação Pablo Ramos

Logomarca

Anabela Paiva André de Lucena Aydano André Mota Flávia Oliveira Numim/ Redes da Maré

Coordenadores de distribuição

Luiz Gonzaga Sirlene Correa da Silva

Impressão

Gráfica Jornal do Commercio

Tiragem

40.000 exemplares

@redesdamare

Permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte.

Parceiros:

Depois de vencer três Ligas Nacionais e um Pan-Americano, de 1999, Maria José Batista de Sales, a Zezé, ensina handebol a crianças e adolescentes no Piscinão de Ramos. Alguns alunos já competem e ela espera que o esporte mude suas vidas, como aconteceu com ela mesma. Zezé não é somente uma referência nacional quando se fala de handebol. Ela é, para as dezenas de seus alunos do Piscinão, uma referência de motivação, experiência e técnica. Revelada pelo Clube Esportivo Mauá, em São Gonçalo, Zezé, hoje aos 45 anos, subiu ao pódio mais de cem vezes em competições estaduais, nacionais e internacionais. Atualmente, ela joga na equipe de handebol de areia Z5, da qual é também treinadora. Zezé conta que seus objetivos, no projeto, vão desde movimentar as crianças até levá-las a se apaixonar por esportes. Para estimular os alunos, ela organiza jogos amistosos e torneios frequentemente. Suas aulas fazem parte de uma série de cursos promovidos pela prefeitura no local, onde os alunos recebem também suporte alimentício, nutricional e médico.

e durante um mês treinou no Olaria Atlético Clube, mas teve que parar pois não foi possível encontrar alguém que pudesse levá-la. “O handebol é um esporte que entrou de vez na minha vida e não consigo mais parar”, afirma a menina. Assim como Zezé espera que aconteça aos seus alunos, ela teve sua vida transformada pelo esporte. “O handebol é minha vida. Venho de uma família humilde e não teria conseguido pagar uma faculdade ou viajar para mais de 20 países se não fosse o esporte”, afirma a atleta.

“O handebol é minha vida. Venho de uma família humilde e não teria conseguido pagar uma faculdade ou viajar para mais de 20 países se não fosse o esporte”

Zezé, treinadora de handebol no Piscinão

Layla (à esqu.), de 13 anos: “O handebol entrou na minha vida e não consigo mais parar”

A treinadora conta que trabalhar com projetos sociais não estava nos seus planos iniciais. “Aos 19 anos, eu era uma atleta de alto rendimento, convocada para a seleção brasileira e nunca imaginei que poderia trabalhar com projetos sociais”. Ela começou este tipo de trabalho depois de dar aulas no Projeto Caravana, do canal de TV ESPN Brasil. “Sempre pensei em ser treinadora, com toda a estrutura que eu tinha como atleta. Mas eu vi que no Rio de Janeiro não tinha essa realidade. Na Caravana, vi que para dar aulas de handebol eu não precisaria de toda aquela estrutura que eu imaginava. Hoje eu consigo dar aula na grama, na areia ou no barro, mas ainda adoraria ter uma equipe com toda a estrutura”, analisa. Um dos destaques do projeto é Layla Santos, de 13 anos. Ela joga no Piscinão há 2 anos

Zezé (de azul) com um grupo de alunos na Praia de Ramos

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Editorial

3 ESPORTE

HUMOR - André de Lucena: “Efeito colateral”

Elisângela Leite

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

EDITORIAL

2


Nos livros infantis encontramos muitos contos de tesouros escondidos, com mapas e piratas. Na vida real, os tesouros são outros, que também poderiam ser guardados em cofres. Em Marcílio Dias, a agente de saúde Rita Pereira de Oliveira ao frequentar em 2013 o curso de Técnico em Agente Comunitário na Fiocruz, na matéria Território e Territorialidade, realizou um trabalho sobre o passado da comunidade e descobriu um tesouro histórico.

Elisângela Leite

Ao ouvir moradores sobre ocorridos do século XX, ela encontrou a antiga revista A Cigarra, edição nº 4, de abril de 1961. Neste exemplar se deparou com um texto feito pela escritora Raquel de Queiroz, no qual detalha uma visita

Entre o lodo e as estrelas

Elisângela Leite

Rita exibe a reportagem escrita por Raquel de Queiroz

Rachel de Queiroz, Revista A Cigarra, Ed. 4, abril de 1961

“Quem vê a foto pensa em lugares longínquos — cidade de palafitas, barracos sobre a água, ruas que são canais... e logo vem a infalível comparação com Veneza. Será Veneza, será. Veneza carioca, Venezinha dos pobres, na velha Praia das Morenas, para as bandas de Maria Angu, entre o Quartel dos Marinheiros e os aterros da Cruzada São Sebastião. Toma uma estradinha que sai da Avenida Brasil e costeia o paredão...”

Nossa História

Veneza carioca São quatro páginas que falam de Marcílio Dias, onde Raquel de Queiroz chama a comunidade de Veneza, cidade italiana entrecortada por canais. “Quando eu pesquisei essa revista, fiquei apaixonada, tive um enorme cuidado, pois é uma relíquia. Essa é única, acredito que na comunidade só existem cópias”, detalha. Rita agora sonha em adquirir a sua própria revista. Num site de vendas da internet, um exemplar original é oferecido por R$ 70. O trabalho que ela entregou à Fiocruz mereceu nota máxima. “Tirei nota dez, foi gostoso resgatar a história, ver como começou a comunidade. Também ouvi pessoas idosas, que aqui em Marcílio correspondem a 10% da população. Eles gostam de contar e cada um traz uma novidade”, finaliza.

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Hélio Euclides

Para Rita, a revista é uma visita ao túnel do tempo. “Na pesquisa achei a revista, que me emocionou. Nas linhas, Raquel de Queiroz descreve com detalhes, percebo que ela veio aqui”, conta ela. Quando se aprofundou na pesquisa, Rita desvendou entrelinhas do passado. “Como moradora eu achava a revista legal, mas era algo que passava batido. Já como trabalho, quando estudei os detalhes, acabei viajando no passado. No curso eu estudei o território e entendi que só poderia exercer bem minha profissão se aprendesse o que aconteceu no passado”, expõe.

Rita identificou a última pessoa desta foto: é Dona Delma. Vejam o que Raquel de Queiroz escreveu: “Às vezes tem festa, aniversário, batizado, casamento, como podem ver pela foto. A noiva é linda, o noivo distinto, as convidadas muito elegantes, iguais no chapéu e no vestido alinhado, às que se veem nos casamentos da zona sul, na cidade de alvenaria. Olhando assim, parece que o cortejo atravessa não uma calçada aérea, numa favela erguida em palafitas, mas enfrenta uma passarela em destile de elegâncias.” Carregando água e Zezé, e atrás Garrincha, segundo nos conta Rita Alexandre Baratta / Reprodução de A Cigarra

Moradora de Marcílio Dias relembra passado em texto da escritora Raquel de Queiroz, de 1961

a Marcílio Dias, naquela época chamada de Praia das Morenas. Natural do Ceará, Raquel escreveu diversas crônicas e livros, entre eles “Memorial de Maria Moura” e “O Quinze”. Ela viveu entre 1910 e 2003.

Alexandre Baratta / Reprodução de A Cigarra

Nas páginas do tempo

5

Alexandre Baratta / Reprodução de A Cigarra

NOSSA HISTÓRIA

4

“Os moradores tiram do mar o seu sustento. Aos domingos tem uma movimentada feira de peixe. E, às vezes, aparecem, vindas do oceano, tartarugas e arraias“, diz a legenda da foto acima


Semana da Diversidade Sexual da Maré

Mais uma Academia da Terceira Idade é instalada pela prefeitura na Maré

A Semana da Diversidade Sexual da Maré acontece de 1º a 7 de setembro, com atividades voltadas à temática dos direitos humanos e da promoção da saúde da população LGBT de favelas.

Elisângela Leite

Dia 12 de agosto foi inaugurada no Conjunto Esperança uma Academia da Terceira Idade (ATI), com equipamentos para a prática de atividade física. O espaço escolhido foi a praça situada atrás da Escola Municipal Teotônio Vilela. Até então, somente a Praia de Ramos contava com ATI no conjunto de favelas da Maré. Como em todas as academias ao ar livre, é importante lembrar que as instalações são de uso exclusivo para exercícios, e que precisam ser preservadas por todos. “Essa é uma conquista que faz parte das reivindicações que fizemos junto à prefeitura com as outras 15 associações, dentro do Projeto Maré Que Queremos. Como associação, cobramos outros serviços, pois nos sentimos abandonados há mais de 20 anos. Para nos ajudar contamos apenas com moradores e comerciantes”, afirma o presidente da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, Pedro Francisco dos Santos. Ele lembra que trabalhar em parceria é muito importante. Por isso, realiza reuniões trimestrais com todos os síndicos e lideranças na associação, para debater as demandas locais.

A sigla LGBT refere-se a lésbica, gay, bissexual, travestis e transexual. “A iniciativa se mostra necessária e visa estimular o respeito à orientação sexual de cada um”, diz Gilmar Cunha, coordenador do Grupo Conexão G, que em 26 de agosto tomará posse no Conselho Nacional de Juventude.

Linha 909 retorna como 334 Muitos moradores lembram de um ônibus todo vermelho, com letreiro Iapetec. Isso foi no final da década de 1980, a primeira linha de ônibus a circular por toda a Maré. Era de numeração 909, da empresa Vila Isabel. No início deste novo século, já administrada pela Mosa, ela foi extinta. Agora ela retorna como 334, da empresa Gire. O destino é Cordovil, com saída do Morro do Timbau, Linha Amarela, via Praça das Nações. A academia em fase final de instalação, no início de agosto

Aramis Assis

O objetivo é mobilizar, articular e dialogar sobre as diversas formas de preconceito e sobre a incidência de AIDS na população. O evento é organizado pelo Grupo Conexão G em parceria com CAP 3.1, Luta Pela Paz, Observatório de Favelas, Redes da Maré e Fase. A semana abrirá com um seminário no dia 1º, às 19h, em local a ser definido (informação pelo email: gilmarconexaog@gmail.com). No dia seguinte, haverá oficina sobre saúde às 14h, no Observatório (R. Teixeira Ribeiro, 535). Dia 4, às 15h, será lançada uma cartilha sobre a temática na Unidade de Saúde Samora Machel (R. Principal); e no domingo, dia 7, na R. Teixeira Ribeiro, terá feira de saúde de 9h às 16h, seguida da Parada do Orgulho LGBT.

“As pessoas aprendem que a violência é uma regra que governa as relações”, diz sociólogo

Com o tema “Segurança Pública e Escola: o Impacto da Violência nas escolas”, o IV Seminário de Educação na Maré contou com cerca de cem participantes, entre professores, diretores e educadores das unidades públicas locais. O encontro, em 23 de julho na Escola Municipal Bahia, foi promovido pelo Programa Criança Petrobras na Maré (PCP Maré), da Redes da Maré. O sociólogo Ignacio Cano, do Laboratório de Análise de Violência da Uerj, inverteu o tema e falou sobre o impacto da educação na violência. Para ele, a violência é algo presente na comunidade escolar, existe dentro e fora dela, e as escolas precisam aprender a lidar com isso. “As pessoas aprendem que a violência é uma regra que governa as relações”. Para esclarecer sua fala, Ignacio apresentou uma pesquisa realizada pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, no ano 2000. Dos 2.000 entrevistados, 33% concordam plenamente e 11% em parte com a expressão popular “bandido bom é bandido morto”, ou seja, 44% acreditam na política do extermínio como solução final. “Quando enfrentamos a violência do Estado, a violência policial ou de grupos armados, estamos enfrentando boa parte da sociedade que acredita que violência se combate com violência”, explicou Ignacio. Miriam Guindani, do Núcleo Interdisciplinar de Ações para a Cidadania (Niac) e da Escola de Serviço Social, ambos da UFRJ, observou que políticas no campo da educação e segurança pública ainda são poucas na universidade. Como o tema é muito complexo, o cuidado sobre o limite entre a segurança, a área penal e a área da educação é fundamental. Ela explicou que é preciso saber os limites de cada área sem misturar papéis, sem a segurança pública entrar na área da educação e vice-versa: “O espaço da escola

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Hélio Euclides

Impacto da violência nas escolas

7 EDUCAÇÃO

Terceira idade em forma no Conjunto Esperança

Reprodução

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

FAVEL AS DA MARÉ

6

“Quando enfrentamos a violência do Estado, a violência policial ou de grupos armados, estamos enfrentando boa parte da sociedade que acredita que violência se combate com violência”

Ignacio Cano, sociólogo

vai além do espaço da sala de aula, mas o professor não tem que dar conta dessas várias demandas e sim estar integrado com essas áreas.” A professora da Escola Municipal Teotônio Vilela (no Conjunto Esperança), Marcia Caetano, observou que a falta de parceiros, como psicólogos e assistentes sociais dentro das escolas, faz com que os professores assumam papéis que não são deles e fiquem sobrecarregados: “A nossa função de educador fica comprometida, pois não temos todas essas competências”, pontuou ela.

Escolas em turno único Também presente, Eduardo Fernandes, coordenador da 4ª Coordenadoria Regional de Educação da Prefeitura (CRE), apresentou o plano municipal de educação, que escolheu a Maré como área prioritária para a implantação do turno único nas escolas, ou seja, as crianças estudarão pela manhã e à tarde. Por aqui, todas as unidades deverão adotar esse funcionamento a partir de 2016, o que será viável com a construção de 20 novas escolas. Em todo o município, somente 35% das unidades vão funcionar em turno integral em 2016. Segundo Eduardo, o aumento de horas na educação o deixa otimista, pois gera a perspectiva da presença do poder público, garantindo segurança. Ele falou sobre a resistência de professores em trabalhar na Maré: “Porém, depois, mesmo com a chance de sair, eles se apaixonam pelo trabalho e decidem ficar”, afirmou. Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré, lembrou a importância da participação dos moradores que, desde 2010, lutam pela criação dessas novas unidades.


GUIA CULTURAL

Em um mapa virtual colaborativo, guia reúne pontos de práticas culturais da Maré, Manguinhos, Rocinha, Penha, Alemão e Cidade de Deus. O lançamento será em 29 de agosto Rosilene Miliotti

(!)

Dia 29 de agosto, às 18h Local: Observatório de Favelas (Rua Teixeira Ribeiro, 535, Parque Maré) - saiba mais: www.guiaculturaldefavelas.org.br

de Favelas

Futebol Cacareco, em Manguinhos

Divulgação

O Guia Cultural de Favelas é um desdobramento do Solos Culturais, projeto do Observatório de Favelas que em 2012 e 2013 formou 120 jovens em produção cultural e pesquisa em cultura. Durante seis meses, 40 jovens que participaram do projeto retomaram a pesquisa e revisitaram os pontos culturais das favelas, com o objetivo de produzir o conteúdo multimídia que alimentará o mapa virtual. Um laboratório de produção cultural, unido a oficinas conceituais e práticas, levou os jovens a um entendimento ainda mais amplo sobre a produção cultural e seus desdobramentos políticos e sociais nas favelas. Nathalia Menezes, moradora do Complexo do Alemão, mapeou os pontos culturais da comunidade onde mora e diz que a dificuldade que teve para fazer o trabalho foram os confrontos policiais, mas que retornou aos locais documentados para se divertir. Para ela, há diferença entre os espaços de entretenimento nas favelas e na cidade, mas pelo lado estrutural, físico e de recursos. “Alguns são equipados, mas ainda não o suficiente para atender as demandas. Mesmo assim, a galera não desiste. Na favela existe a ideologia da integração, de formar, criar, buscar novas oportunidades e revelar novos talentos através da cultura seguida da educação”, completa. Gilberto Vieira, coordenador do guia, diz que durante o Solos, cerca de 500 práticas culturais

foram mapeadas nesses territórios, mas quando o projeto acabou eles se perguntaram: “O que fazer com essas fichas e dados?” Daí surgiu a ideia do guia. “Fizemos um processo formativo com alguns participantes do Solos para rever o material que já existia, mapear novos pontos, atualizar a pesquisa e verificar se os espaços que já haviam sido mapeados ainda existiam ou não. A partir daí, construímos conteúdo para estes lugares. O guia é um mapa online colaborativo. Quando você abrir o mapa, vai ver vários pontinhos. É só clicar em um desses pontos que vai abrir uma caixa com texto, foto e vídeo sobre aquela prática cultural”, explica ele. No lançamento, dia 29 de agosto, o guia já terá cerca de 50 pontos, sendo oito na Maré, e as pessoas poderão, então, acrescentar outros locais.

É ou não é cultura? Durante os encontros, o debate sobre o que é cultura foi pauta quase que constante. “Se fossemos aos locais com preconceito, esse processo poderia dar em um mapa apenas com teatro, dança, música, cinema e audiovisual. Vimos que cultura não era só isso. A partir daí, fomos abrindo o leque de oportunidade. Uma pessoa que produz pipa em Manguinhos: é importante que esse cara esteja no guia? Sim, é. Ele mobiliza uma porção de crianças em torno da pipa. Isso é cultura? Sim, é”, defende. Gilberto ressalta que o Guia é para surpreender o turista, para que ele saiba que existem outras coisas para fazer na cidade além do que está no guia cultural que ele ganha da prefeitura ao chegar no aeroporto. “O guia deve ajudar a potencializar a economia que tem na favela. Parece prepotente que a gente queira abarcar tanta coisa, mas é uma ferramenta importante”, defende.

Os Arteiros, l da grupo culturaeus Cidade de D

ão, de ç a r g e t n i gia da o l o des e e a d d i i n a u e t t r s o i ida s op a ex “Na favel criar, buscar novaés da cultura segu formar, s talentos atrav o” ão o ã v do Alem ç o o a x n c le r p u a m d da e lia Menezes, do Co revel Natha

#VaiProGuia

seja o mais colaborativo possível. Então, se você tem um samba, um grupo de teatro, qualquer coisa que tenha a ver com produção cultural em qualquer favela do Rio de Janeiro, você pode colocar no mapa. O site terá moderação apenas para checar se o conteúdo está nos moldes adequados e se aquele espaço é mesmo ponto cultural ou não. O guia também terá um aplicativo para celular e tablet.

Como tem o propósito de ser colaborativo, o site tem uma aba “Colabore”. Gilberto explica que a intenção é difundir o guia para que ele

“Essa é uma plataforma para que as pessoas que produzem cultura na favela se reconheçam no mapa, para que esses produtores

dir para poderá pel no site (www. gar, m u r e u lq ra e a u Qu . Para nav ponto cult inserir umraldefavelas.org.bpr)ontos que vai guiacultuar em um desses , foto e vídeo é só clic a caixa com texto ral abrir um uela prática cultu sobre aq

Favelas do Rio

Vem aí o

Lançamento do Guia Cultural de Favela

9

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

FAVEL AS DO RIO

8

culturais possam divulgar o seu trabalho e pra quem chega à cidade. O turista que chega ao Rio não tem guia nenhum de eventos culturais para além do centro e a zona sul da cidade. Às vezes ele ganha um guia da prefeitura ainda no aeroporto, mas com a plataforma ele poderá acessar do celular e ver quando tem feijoada na Cidade de Deus, por exemplo”, explica Gilberto. Além disso, o mapa é do mundo inteiro (é só dar zoom menos). Se alguém na África quiser colocar seu ponto de cultura, ele vai poder, mas colocar os pontos culturais da Rocinha está sendo um problema. “No Google Maps, a Rocinha aparece como uma pedra, não tem ruas e a participação da galera que mora lá está sendo essencial”, conta Gilberto.

Feira da Teixeira, no Parqu e Maré

Associação de Surf da Rocinha


GRANDES NEGÓCIOS

“Nosso trabalho é ajudar o empreendedor. Alguns trabalham no mercado informal e estamos aqui para colaborar na legalização, mas não é só isso, desejamos dar todo o suporte necessário a essa micro ou pequena empresa”, expõe a consultora do Sebrae na Maré, Ana Carolina Ferreira Machado. No primeiro mês de atuação, o Sebrae realizou mais de 100 atendimentos na Maré. Para o dono de hortifruti, Geilson Marques, o posto foi essencial. “Não tinha tempo para ir ao Centro, e aqui ficou muito mais fácil de resolver meu caso”, conta ele, que procurou o Sebrae para mudar endereço e ramo.

A união faz a força

Seminário divulga resultado de censo econômico e empreendedores discutem futuro

Hélio Euclides

Elisângela Leite

Em julho, foi realizado o I Seminário de Empreendedores da Maré, com o tema “Compartilhando experiências e possibilidades”, evento desenvolvido pela Redes da Maré em parceria com o Observatório de Favelas e apoio das associações de moradores, Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Actionaid e Fundação Ford. No encontro, no Centro de Artes da Maré (CAM), na Nova Holanda, foi divulgado o resultado do primeiro censo local de empreendedores, que identificou 3.182 estabelecimentos na Maré. O evento também serviu para que empreendedores presentes argumentassem sobre a fundação de uma associação. O Censo Maré é repleto de informações e possibilita produzir conhecimento sobre

O comerciante Geilson (na foto com Ana Carolina, do Sebrae) recorreu ao órgão para resolver mudança de endereço e de ramo (foto do alto: Seminário de Empreendedores)

Para a realização do Censo Econômico foram necessários 21 meses de coleta, de fevereiro de 2012 a outubro de 2013. “O objetivo é fazer com que o próprio empreendedor possa pensar numa ação, para contribuir com o coletivo”, explica a diretora da Redes da Maré, Eliana Sousa. O coordenador do Censo Maré, Dálcio Marinho, compartilha com o pensamento de

Ao final da apresentação dos resultados do Censo, os empreendedores presentes debateram a necessidade de criar uma organização local que possa dar força nas reivindicações do grupo. “Estamos desprotegidos; até hoje tenho medo, pois aqui era área da Marinha e hoje da prefeitura, mas não temos documentação oficial de posse do estabelecimento. Enfrentamos dificuldades enormes; e se tiver uma associação com pessoa correta na presidência vai haver orientação e crescimento de todos”, defende o comerciante do ramo de fotos no Parque Maré, Antonio Mesquita. “Acredito que é necessário uma associação, pois hoje não temos respaldo nem lugar para tirar dúvidas, não temos para onde correr. Tudo é difícil, são mais de sete anos de trabalho, mas não existe reconhecimento por parte do governo, que não faz nada por nós que somos trabalhadores. Os políticos só sabem cobrar, em contrapartida não oferecem benefícios”, reclama a dona de bar no Conjunto Pinheiro, Maria de Fátima Ventura Martins.

o território para subsidiar a elaboração de políticas públicas e ações integradoras. O resultado foi reunido em livro, que traz ainda um catálogo dos empreendimentos que servirá como referência para a comunidade e para a cidade. O guia está dividido em três partes: o que é a Maré, a metodologia e o guia. A empreendedora do Salão Afro, na Vila do João, Jaqueline Soares, era só elogio ao catálogo. “Muito bom o guia, ajuda na comunicação da comunidade, além de trazer mais pessoas para o comércio, incluindo turistas”, afirma.

11 Economia

Pequenos comércios,

Maré, das 10 às 16h. O propósito do serviço é dar suporte e orientação para formalização dos negócios, além de incrementar a visão empreendedora dos empresários locais nos processos de desenvolvimento de seus trabalhos. “Esse resultado do censo é rico e vai facilitar o nosso trabalho no apoio aos empreendedores. O próximo passo é saber a demanda e assim oferecer cursos e oficinas”, esclarece a coordenadora de empreendedorismo em área pacificada do Sebrae, Fabiana Xavier.

O Sebrae prometeu ajudar nos primeiros passos para a formação de uma associação comercial ou cooperativa. Para isso foi marcada uma reunião no dia 21 de agosto, às 19h, no CAM. “Essa reunião trará união para potencializar ainda mais o comércio local. Esse é o desdobramento desse censo, algo promissor que faz pensar o coletivo, o desenvolvimento econômico e social”, finaliza Dálcio. Os comerciantes Antonio Mesquita (à frente) e Jaqueline Soares (de colete preto)

Foram identificados 3.182 estabelecimentos comerciais e de serviços

que o resultado vai colaborar na vida dos empreendedores. “A ideia do censo foi de conhecer as características e o potencial para o desenvolvimento dessa economia, o que influi na realidade do morador”, avalia ele.

Sebrae na Maré No evento foi destacado que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está atuando na Maré, com atendimento todas as quartas-feiras na Rua Teixeira Ribeiro, 629, loja 09, no Parque

Perfil e curiosidades sobre os estabelecimentos da Maré:

Baixe o guia em redesdamare.org.b

Um empreendimento para cada 42 habitantes 40,2% aceitam fiado 19% aceitam cartão de crédito Temos 37 lan houses e 28 costureiras 91% dos clientes são moradores 80,8% pagam fornecedores à vista

84,6% não têm dívidas 76,4% dos trabalhadores são moradores da Maré 80,4% dos empreendedores são moradores 76,7% não fizeram curso para atuar no ramo da atividade 23,2% reivindicam serviço bancário

Censo de Empreendimentos Maré / Redes da Maré e Observatório de Favelas.

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

ECONOMIA

10


Imagens do povo artista da Maré

O músico Bhega Silva, com seu Cinema no Beco, por veri-vg

A pintora, atriz e poeta Ana Maria por Fabio Caffé

Rovena Rosa, fotógrafa e coordenadora do IP, acredita que o convite foi feito a partir do reconhecimento do trabalho do grupo e também para integrar a Maré na mostra. “Essa é uma forma de aproximação, para que as pessoas se sintam incluídas, não só por terem um centro de artes dentro da Maré, mas se sentirem incluídas nas obras, estarem retratadas”, avalia. Uma das imagens expostas será sobre o músico Bhega Silva, morador do Parque União, que sente orgulho de ter seu trabalho acompanhado de perto pelo fotógrafo veri-vg. “Estou feliz de ser reconhecido e ver todo trabalho de formiguinha sendo valorizado pelos meios de comunicação da nossa Maré. Dedico esse trabalho a todos que torcem pela coisa tão simples e importante: o nosso planeta. Nunca pensei que isso poderia chegar a uma galeria de arte”, emociona-se.

Para o fotógrafo veri-vg, demorou para que o IP tivesse o trabalho reconhecido como arte. A escolha de Bhega para ser fotografado não foi difícil. “Considerei o trabalho dele porque mistura cultura e questões políticas e ambientais. Ele é um cara que trabalha com música, reciclagem e cinema no beco, isso é incrível”, ressalta. O fotógrafo lembra que por onde passou com o Bhega, o artista era reconhecido por pessoas de todas as idades. “Ele cumprimentava todo mundo, chamava pelo nome. As pessoas pedem opinião a ele a respeito de política, por exemplo. Além disso, aprendi e estou aprendendo muito com ele sobre a Maré. Às vezes me pergunto: ‘Como não documentar esse cara?’”, brinca veri-vg.

Addara Macedo, que pratica pole dance, documentada por Rovena Rosa

Mestre Manuel, artista naïf, foi clicado por AF Rodrigues

Elisân gela L eite

Bhega, além de exibir filmes em becos e vielas da comunidade de cima de sua bicicleta, compõe canções que alertam para a questão do meio ambiente e recolhe óleo de cozinha usado. Ele ressalta que o trabalho que faz é por amor e respeito ao planeta.

Fotografando a multiartista da Maré

“É uma luta diária que os artistas enfrentam e muitas vezes não conseguem espaço para expor o trabalho. Com essas fotografias, esperamos ajudar na divulgação do trabalho desses artistas”

O fotógrafo Fábio Caffé acompanhou o cotidiano da mineira Ana Maria, de 84 anos, moradora da Vila do João. “Ela é uma simpatia, brinco dizendo que ela se tornou nossa musa. Ela é uma guerreira e uma multiartista incrível. Ela pinta, faz poesia e é atriz. São lindas as pinturas e poesias que ela faz”, conta.

Fabio Caffé, que documentou a artista da Segundo Caffé, os moVila do João, Ana Maria mentos de conversa são

la Leite Elisânge

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

De 23 de agosto a 16 de novembro acontece na Nova Holanda o Travessias 3, exposição de arte contemporânea que reúne artistas consagrados que, este ano, incluirá também o coletivo de fotógrafos do Imagens do Povo (IP), projeto desenvolvido pelo Observatório de Favelas, com sede no Parque Maré. O grupo é composto por nove fotógrafos, que apresentarão 15 imagens no Galpão Bela Maré, local da exposição, fruto de um trabalho de documentação de artistas e personagens da cultura local.

Elisângela Leite

Coletivo de fotógrafos do Imagens do Povo participará do Travessias 3 mostrando artistas e personagens da cultura na Maré Rosilene Miliotti

Cultura

13

muito ricos por também

Fotógrafos do IP e respectivos artistas fotografados Fábio Caffé e Renan Otto (Ana Maria), AF Rodrigues (Seu Manuel), Rosana Rodrigues (Klaus), Thiago Diniz (Zé Toré), Rosilene Miliotti (Victor), Rovena Rosa (Addara Macedo), Monara Barreto (Felipe Reis) e veri-vg (Bhega).

serem de aprendizado. “Ela sugere fotos e nos recebe com tanto carinho e alegria que é sempre um prazer encontrá-la e a família dela. Estamos tendo o privilégio de conhecer essa mulher porque é contagiante ver o amor que ela tem pela arte”, ressalta Caffé, que cita o fun-

dador do IP, o fotógrafo João Roberto Ripper, para falar sobre o trabalho do fotógrafo. “O Ripper sempre diz que o trabalho do fotógrafo deve ser a extensão da maneira como ele sente e vivencia o mundo e que fotografar é reconhecer valores”, afirma.

O fotógrafo acredita ser importante valorizar os artistas da Maré e do Brasil. “É uma luta diária que eles enfrentam e muitas vezes não conseguem espaço para expor o trabalho. Com essas fotografias, esperamos ajudar na divulgação do trabalho desses artistas”, conclui.

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

CULTURA

12


Herbert Vianna

PROGRAME-SE !

#Falatório

Mostra Maré de Artes Cênicas

Segunda-feira

“Radisfoque”

Dança de Rua Introdução ao ballet

Sábado, 30/08, às 18h

Espetáculo de dança infanto-juvenil

Classificação etária: maiores de 5 anos

Terça-feira

Ballet Dança contemporânea Consciência corporal Percussão

Domingo, 31/08, às 17h

(!)

De 23 de agosto a 16 de novembro Terça, quarta, sábado e domingo, das 10h às 18h - Quinta e sexta, das 10h às 20h Artistas: Barrão, Dora Longo Bahia, Sandra Kogut, Mauro Restife, Jonathas de Andrade, Cao Guimarães, Luiz Zerbini e fotógrafos do Imagens do Povo. Local: Galpão Bela Maré (Rua Bittencourt Sampaio, 169, entre as passarelas 9 e 10 da Av. Brasil). Além da exposição das obras, haverá uma série de eventos paralelos, como debates e shows. Acompanhe em www.travessias.org.br e na página do facebook: Travessias 3 | Arte Contemporânea na Maré Realização: Observatório de Favelas e Automatica. Entrada gratuita!

Quinta-feira

Ballet Dança contemporânea Dança criativa

Sexta-feira

Gotam Grooves edição Maré

Sábado, 18h às 20h

Gotam CRU, Dvata, MC Guizo, batalha de rimas, graffite e apresentação de dança (Passinho). Apresentação: Lola Salles

Sábado, 9h às 12h

pALCO DE RUA

Festival Internacional de Teatro Segunda, 25/08, às 15h Sexta, 29/08, às 21h

R. Bitencourt Sampaio, 181, Nova Holanda. Programação no local ou pelo tel. 3105-7265 De 2 a a 6a, de 14h às 21h30

R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré Tels.: 3105-6815 / 7871-7692 lonadamare@gmail.com FACE: Lona da Maré Twitter: @lonadamare

Faça cinema!

Mais informações pelo email: diego@redesdamare.org.br ou tel.: 3105-5531.

cultura

Oficina do movimento - dança

Sábado, 10h às 12h

Complementação pedagógica

Horário e local a confirmar Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado Ao lado da Lona, atende a toda a Maré: Amplo acervo, brinquedoteca, gibiteca e empréstimo domiciliar

Bolo de fubá da tia Ritinha INGREDIENTES -- • 4 ovos • 2 xícaras (chá) de leite • 3 xícaras (chá) de açúcar • 1 pacote de coco ralado • 9 colheres (sopa) de fubá • 1 colher de fermento em pó

Inscrições para a Escola de Cinema Olhares da Maré

A Ecom foi implantada no início do ano na Redes da Maré como Ponto de Cultura pela Secretaria Municipal de Cultura. A partir deste segundo semestre, a escola agregará ao projeto a parceria com o Itaú Cultural, após ter sido contemplada pelo edital Rumos. Com isso, integrará em seu plano de ação oficinas em diferentes segmentos da produção audiovisual, assim como a abertura do edital interno DOC-SE para a realização de curtas-metragens de documentário e a realização da Mostra Maré Brasil, com exibição de filmes de curta e longa-metragem oriundos da produção brasileira independente.

Skate

RECEITA Enviada por Jaqueline Silva

CULTURA

A Escola de Cinema Olhares da Maré (Ecom) abre inscrições para três novas oficinas: Prática de Documentário (a partir de 18 anos), Fotografia e Vídeo Experimental (16 a 25 anos) e Preparação de Atores (18 a 29 anos). As inscrições podem ser feitas na secretaria da Redes da Maré no período de 20 de agosto a 8 de setembro, na Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda. As aulas terão início em setembro.

Dança de salão

Sexta, 22/08, 21h

Bandas: Confronto, Maieuttica e Eternyx

ATIVIDADES GRATUITAS

Educação Ambiental

2ª e 4ª feira, 16h às 17h30 3ª feira, 10h às 11h30 e de 14h às 15h30 4ª feira, 14h às 16h

Favela Rock Show edição Metal

Dança de salão

Desenho básico

2ª feira, 10h às 12h

Sexta, 22/08, às 14h

Baluarte Agência em parceria com o Quarteto Radamés Gnattali

AGOSTO

Espetáculo de teatro - Monólogo com a atriz Florencia Santágelo. Classificação etária: maiores de 5 anos

Arte – costura

2ª feira, 8h às 10h

Design têxtil

Brasil de Tuhu

“Acorda Amor”

Quarta feira

Dança Criativa Dança contemporânea

05/09- Abayomy convida Felipe Cordeiro 12/09 - Jards Macalé --19/09 - Otto 26/09 - Bnegão

PREPARO: É muito simples! Bater tudo no liquidificador e levar para assar em forma untada e farinhada por 45 minutos. Arquivo / Jaqueline Silva

Travessias 3 - Arte contemporânea na Maré

Oficinas da Escola Livre de Dança da Maré

Divulgação

Além de retratar artistas locais, o IP criou uma cabine que circulou por cinco espaços da Maré colhendo histórias que serão projetadas durante o Travessias. “A cabine é uma forma de os moradores participarem mais ativamente da exposição contando suas histórias. E para isso a gente se inspirou em trabalho de alguns artistas, como a Sandra Kogut, que também vai expor no Travessias este ano. Entre os anos 1980 e 1990, ela espalhou cabines como esta por vários lugares onde as pessoas contavam suas histórias. Além disso, o Museu da Pessoa, em São Paulo, também faz esse tipo de trabalho, de colher depoimentos que entram num mapa social”, explica Rovena.

Otto, Jards Macalé, BNegão e Felipe Cordeiro Em setembro, às sextas-feiras, às 21h, a Lona recebe o projeto ‘’Na Maré da Abayomy’’, de Abayomy Afrobeat Orquestra, que contará com artistas convidados:

OFICINAS

15 Cultura

www.redesdamare.org.br - entrada gratuita

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Lona cultural

Rosilene Miliotti / Imagens do Povo

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

Cultura

14


ESPAÇO ABERTO

16

Garanta o seu jornal

Busque um exemplar na Associação de

Moradores

da sua comunidade! todos os meses!

pra Maré participar do Maré

Envie seu desenho, foto, poesia, piada, receita ou sugestão de matéria. Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 – Nova Holanda Tel.: 3104-3276 E-mail: comunicacao@redesdamare.org.br

Maré de Notícias No 56 - agosto / 2014

FAMÍLIA INSPIRADA Recebemos mais um super desenho do Diogo e uma poesia de seu pai, Alex Bonfim. Pai e filho fazem mais uma dobradinha no Espaço Aberto. Adoramos!

LIBRA Alex Bonfim Sei que fiz uma coisa boa. Ajudei o senhor Hermes, eu e os anjos que naquele dia apareceram... Também, ganhei uma caneta nova; presente de uma amiga de classe. Então, eu não sou todo mal. Há algo de bom em mim. e é esse bem que me alimenta; me faz ter esperança; me faz saber que a morte não é o fim do mundo. Um dia, nosso pai nos chamará; para estarmos em sua mesa. Lá na sua presença; o alimento que nos aguarda são os frutos que plantamos aqui.

Hélio Eucides

A culpa é...

)

Rindo at o a

Então irmão! Ajude-nos uns aos outros, e, uma ajuda não se presume a dinheiro; pois esse de nada valerá na presença do Senhor...

Futebol

Um cara só sabia falar de futebol. Então ele fica sabendo que o vizinho caiu na área. Sem pensar ele grita: se empurraram ele é PÊNALTI!

Ao fazer um exame de sangue, um paciente fica sabendo que está diabético. Ele olha para o médico e fala que a Pedido de namoro culpa é do casamento. Um rapaz vai pedir ao pai para namorar com a moça. O médico pergunta: Sua mulher faz Sem assunto, ele logo pergunta: O senhor é confeiteiro? muitas guloseimas? o pai resmunga que não. Não! É que eu sou BEM CASADO! O engraçadinho responde: É que sua filha é um doce.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.