Espanhol & Ensino: relatos de pesquisas

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Assim, diferentes teorias e estudiosos da aprendizagem humana já destacaram a importância da interação e do fazer para o desenvolvimento de conhecimentos e de práticas sociais (MOURA; AZEVEDO; MEHLECKE, 2011). Tampouco discordamos do fato de que seria inviável dar conta dos saberes modernos por meio de sua simples exposição nas escolas. Então, qual seria o novo papel das instituições educativas? Apenas introduzir meios, ferramentas e metodologias modernos não basta para transformar a educação (LAVID, 2005). Quem vivenciou, no caso específico das línguas estrangeiras, a valorização dos slides e gravadores na década de 1970, entre outros, sabe que a presença por si só das historinhas ali apresentadas não garantia algo além da repetição sem sentido de frases feitas. Poderia ser mais divertido e atraente para crianças e adolescentes, mas necessariamente não as tornavam proficientes no idioma estudado. Naquele contexto, tudo dependia do professor, de sua abordagem, do uso que fazia das ferramentas ao seu dispor, dos objetivos que traçava, das relações estabelecidas entre objetivos, conteúdos e atividades e, claro, dos estudantes. Sem os fatores humanos, sem seu engajamento no processo, nada era garantia de sucesso. E, se foi assim no passado recente, com aquelas tecnologias, podemos supor que o mesmo valerá para as realidades atuais. Além do mais, as tecnologias não deveriam ser tomadas apenas como ferramentas, pois, no passado, outras tecnologias, como a própria escrita ou a imprensa, contribuíram para transformações nos modos de comunicação, circulação e construção de saberes (LAVID, 2005). Em síntese, o que queremos argumentar é que: (a) o conhecimento humano é vasto e complexo; (b) o acesso a ele se faz por meio de diferentes veículos; (c) entramos em contato com ele no nosso dia-a-dia; (d) no entanto, ter acesso aos dados não garante a construção de informação e menos ainda sua aplicação eficiente, segundo necessidades e objetivos predeterminados. Portanto, mais do que apresentar dados e informações, consideramos que a escola deve assumir o papel de fomentar a reflexão, desenvolver procedimentos e espírito crítico, estimular o aperfeiçoamento do letramento (seja ele digital ou não). É nesse contexto que destacamos a preocupação com a leitura e com a formação de professores. Por isso, nossas pesquisas vêm-se especializando na discussão da compreensão, da formação de leitores, com ênfase nos ambientes virtuais, e na inserção dessas questões no espaço universitário da licenciatura em espanhol como língua estrangeira. Na continuação deste artigo, trazemos reflexões sobre relações que vêm sendo construídas pelos professores com os gêneros digitas e os recursos dos ambientes virtuais, diferenças entre trabalhos on-line e off-line e algumas das dificuldades que surgem nessa nova realidade, com apoio da exemplificação de uma experiência com uma turma de graduação de último ano de licenciatura em espanhol, numa universidade pública no Rio de Janeiro.

<http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080621084711AAC7ZHv> (consultado em 23/05/2011) ou em: <http://www.lanacion.com.ar/1256430-la-vieja-escuela-no-sirve-en-el-siglo-xxi> (consultado em 23/04/2010).


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