PORTUGAL PROTOCOLO Nº15 - EDIÇÃO ESPECIAL NATAL | NR. 15 CHRISTMAS SPECIAL EDITION

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2012 | Nº 15 | Edição Especial Natal www.portugalprotocolo.com

Natal Tradição e Cultura Mesas de Natal O Hino de Natal Português


Livros para executivos e empresas de Excelência O Protocolo é essencial na gestão de uma carreira de sucesso feita de reuniões, encontros, apresentações, jantares sociais, comunicação aos órgãos de comunicação social entre tantos outros eventos que fazem, cada vez mais, parte do dia-a-dia de um profissional exigente e conhecedor.


5 | Editorial

6 | Natal, Tradição e Cultura

12 | Mesas de Natal a favor da ACREDITAR

28 | Receituário natalício em Portugal

34 | “Adeste Fidelis”, o Hino de Natal Português

37 | Protocolo, o Natal na Presidência da República

Capa Casamento Místico de Santa Catarina, Escola Holandesa, Séc. XV

PORTUGAL PROTOCOLO Edição Digital Nº 15 | Edição Especial Natal 2012

Director João Micael Arte

Portugal Protocolo Design

Propriedade João Micael - Protocolo, Imagem e Comunicação Unipessoal, Lda.

Rua Actor Augusto de Melo, Nº 4, 3º Dto. 1900-013 Lisboa Portugal Tel. +351 21 410 71 95 | Telem. +351 91 287 10 44 protocolo@portugalprotocolo.com www.portugalprotocolo.com Registo ERC Nº 125909 INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS E IMAGENS POR QUAISQUER MEIOS

Por vontade expressa do editor a revista respeita a ortografia anterior ao actual acordo ortográfico. nº15 | Edição Especial Natal | portugal protocolo | 3


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e d i t o r i a l Ao ser convidado por Margarida Ruas a aceitar o desafio de “pôr uma mesa” de Natal a favor da ACREDITAR – Associação dos Pais e Amigos de Crianças com Cancro, juntamente com tantas outras pessoas de boa vontade, e utilizando os conhecimentos protocolar e cultural de Portugal, pareceu-me uma excelente oportunidade para, pela primeira vez, a Portugal Protocolo ser apresentada numa edição especial – o Natal. Neste número, o Natal é abordado em diversas perspectivas: A histórica, que descreve as origens das festividades natalícias em ritos pagãos, e a representação da Natividade, criada por S. Francisco, bem como a evolução da personagem dos sonhos infantis – o Pai Natal. A protocolar, na disposição de uma mesa para o jantar e ceia de Natal, onde num alinhamento tradicional português as iguarias são servidas ao som de um programa musical alusivo a esta quadra festiva. A gastronómica, de inspiração regional e popular, aliada aos sabores asiáticos. A estética, servida em porcelana chinesa, e decorada com frutos portugueses decorados com especiarias, recordando as viagens ultramarinas. Não podendo faltar os doces conventuais, únicos no Mundo, e que distinguem com Excelência a Doçaria de Portugal. No programa musical descobrimos que “Adeste Fidelis”, uma música reconhecida mundialmente, foi composta por D. João IV, rei músico iniciador da Dinastia de Bragança. Termina com o ambiente natalício de inspiração na cultura popular portuguesa na Presidência da República. Um Santo Natal. João Micael Director Portugal Protocolo nº15 | Edição Especial Natal | portugal protocolo | 5


Natal, tradição e cultura

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Natal, tradição e cultura O Natal é o centro dos feriados de fim de ano e da temporada de férias, sendo, no cristianismo, o marco inicial do Ciclo do Natal que dura doze dias. Uma tradição do Natal é a decoração temática de casas, edifícios, estabelecimentos comerciais, prédios públicos e cidades com “as luzes de Natal” e guirlandas. Na Roma Antiga, os Romanos penduravam máscaras de Baco em pinheiros para comemorar uma festa chamada de "Saturnália", que coincidia com o nosso Natal. A árvore de Natal é considerado por alguns como uma "cristianização" das tradições e rituais pagãos do Solstício de Inverno, que incluía o uso de ramos verdes, além de ser uma adaptação da adoração pagã das árvores. Outra versão sobre a procedência da árvore de Natal, a maioria delas indicando a Alemanha como país de origem, uma das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero, autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado parecendolhe um colar de diamantes por cima da copa das árvores. Tocado pela beleza daquele ambiente, decidiu arrancar uma ramada para levar para casa, onde a colocou num vaso com terra e, chamando a mulher e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas nos ramos e papeis coloridos. Nascia assim a árvore de Natal. As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semilitúrgicas que aconteciam durante a Missa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio.

Originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno - natalis invicti Solis -, foi adaptado pela Igreja Católica no terceiro século d.C., para permitir a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano, passando a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré. Ao lado “Jesus Menino”, colecção do editor

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Natal, tradição e cultura

Em cima Maquete Adoração dos Pastores, de Joaquim de Castro M.N.A.A. (era propriedade dos marqueses de Belas) Página ao lado Presépio, de Machado de Castro, Basílica da Estrela, Lisboa

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Natal, tradição e cultura

A tradição católica diz que o presépio, do latim praesepio, surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal. O Presépio em Portugal tem tradições muito antigas e enraizadas nos nº15 | Edição Especial Natal| portugal protocolo | 9


Natal, tradição e cultura costumes populares. Este é montado no início do Advento sem a figura do Menino Jesus que só é colocada na noite de Natal, depois da Missa do Galo. Tradicionalmente colocam-se os presentes perto do presépio que são que são distribuídos depois de se colocar a imagem do Menino Jesus. O presépio é desmontado a seguir ao Dia de Reis. As cenas da Natividade de setecentos modeladas ao modo de Estremoz, resultam do trabalho das barristas de adaptação ao gosto e tradição local, dos grandes Presépios realizados em barro por artistas como Joaquim Machado de Castro. As canções natalícias são símbolos do Natal e as letras retratam as tradições das comemorações, o nascimento de Jesus, a paz, a fraternidade, o amor, os valores cristãos.

Página ao ldao “Adoração dos Reis Magos”, de Gregório Lopes - O Mestre do Retábulo de São Bento Escola Portuguesa - 1ª metade do Séc. XV 10 | portugal protocolo | nº15 | Edição Especial Natal

Uma série de figuras de origem cristã e mítico têm sido associadas ao Natal e às doações sazonais de presentes. Entre estas estão o Pai Natal, também conhecido como Santa Claus, na anglofonia, Père Noël e o Weihnachtsmann; São Nicolau ou Sinterklaas, Christkind; Kris Kringle; Joulupukki; Babbo Natale, São Basílio e Ded Moroz. A mais famosa e difundida destas figuras na comemoração moderna do Natal em todo o mundo é o Pai Natal, um mítico portador de presentes, vestido de encarnado, cujas origens têm diversas fontes. A origem do nome em inglês Santa Claus remonta até ao Sinterklaas holandês, que significa simplesmente São Nicolau. Nicolau foi bispo de Mira, na actual Turquia, durante o século IV. Entre outros atributos dados ao santo, ele foi associado ao cuidado das crianças, à generosidade e à doação de presentes.


Natal, tradição e cultura

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesas de Natal a favor da ACREDITAR Associação dos Pais e Amigos de Crianças com Cancro 12 | portugal protocolo | nº15 | Edição Especial Natal


mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Margarida Monteiro Ruas Gil Costa e João Micael decoraram uma Mesa de Natal a favor da Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, a convite de Maria José Couto dos Santos, organizadora desta iniciativa beneficente, no dia 9 de Dezembro, no Hotel Palácio Estoril. Convidados como Maria Filomena Alves, Julieta da Cunha Gonçalves, Paula Taborda, Maria Augusta Osório de Castro, Teresa Ressano Garcia, Luísa Mendes de Almeida, Maria Rosa Infante Vieira, Patrícia Esquível, Carlos Veríssimo e Miguel Duarte, a organizadora Maria José Couto dos Santos, entre outros, apresentaram as suas sugestões natalícias bom gosto e grande efeito cénico.

Página ao lado Mesa de Margarida Ruas e João Micael Em cima Mesa de Margarida Ruas e João Micael

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Maria José Couto dos Santos

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Julieta da Cunha Gonçalves

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Chá de Julieta da Cunha Gonçalves

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Teresa Ressano Garcia

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Maria Filomena Alves

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Maria Filomena Alves

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Maria Augusta Osório de Castro

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Paula Taborda

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Patrícia Esquível

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Luísa Mendes de Almeida

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Carlos Veríssimo

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Mesa de Miguel Duarte

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mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Lurdes Carvalho, Margarida Ruas, Judite Fevereiro e Adília Carvalho 26 | portugal protocolo | nº15 | Edição Especial Natal


mesas de natal, a favor da ACREDITAR

Maria Filomena Alves e Catarina Alves nº15 | Edição Especial Natal| portugal protocolo | 27


receituário natalício em Portugal

No menu apresentado na mesa de Margarida Ruas e João Micael, com a imagem inspirada na porcelana chinesa “Mil Flores”, ressoam as iguarias tradicionais do Natal em Portugal, acompanhadas por um programa musical alusivo à quadra festiva. 28 | portugal protocolo | nº15 | Edição Especial Natal


receituário natalício em Portugal

Menu

Programa musical

Caldo de Galinha perfumado com Hortelã * Migas de Bacalhau com Azeite Novo * Perdizes com Couve Lombarda e Maçãs ao Madeira * Arroz Doce Sopa Dourada Barrigas de Freira Salada de Fruta * Vinhos Café * Bolo Rei Filhós com Laranja Fatias da China * Vinho Quente com Especiarias Licor de Tangerina Licor de leite Licor de Folha de Figueira

Joy the World I.Watts (1719) – G. F. Haendel (1685-1759) El Jubilate (Ensallada) – Mateo Flecha (c. 14811553) Der Herr Hat Des Tages (Exc. Salmo 42) – F. Mendelssohn (1809-1847) Rejoice Greatly (Aria) - G. F. Haendel (1685-1759) Stille Nacht F. Grüber (Séc. XIX) Natal d’Elvas – Tradicional Portuguesa Harm. M. Sampayo Ribeiro Adeste Fideles (Hino) D. João IV (1604-1656)

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receituário natalício em Portugal

O tradicional Bolo Rei

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É um bolo tradicional português que se come na consoada na quadra natalícia- do Natal até ao Dia de Reis. De forma redonda com grande buraco no centro representa uma coroa decorada com frutos secos e cristalizados, alusivos às jóias. Na massa do Bolo Rei encontram-se misturadas passas de uva, frutos secos, frutas cristalizadas, e, antigamente a característica fava, rezando a tradição que tinha o direito a pedir um desejo quem tal fava lhe calhasse na fatia. Inicialmente escondia-se também em cada Bolo rei uma pequenina surpresa, brinde e mesmo moedas de ouro.


receituário natalício em Portugal

Caldo de Galinha perfumado com Hortelã

Migas de Bacalhau com Azeite Novo

Perdiz com Couve Lombarda e Maças ao Madeira nº15 | Edição Especial Natal| portugal protocolo | 31


receituário natalício em Portugal

Arroz Doce

Sopa Dourada

Barrigas de Freira 32 | portugal protocolo | nº15 | Edição Especial Natal


receituário natalício em Portugal

Filhós com Laranja

Fatias da China

Vinho quente com Especiarias nº15 | Edição Especial Natal| portugal protocolo | 33


“a des t e f i de l i s ” , o h i n o d e n at a l p o r t u g u ê s

D. João IV o “Rei Músico” compõs “Adeste Fidelis”, o Hino Português 34 | portugal protocolo | nº15 | Edição Especial Natal


“adeste f i del i s ”, o h i n o d e n a t a l p o r t u g u ê s

"Adeste Fideles" é o título do chamado Hino Português escrito pelo Rei D. João IV em 1640. Muitos alegam a autoria deste hino, no entanto o autor mais divulgado, John F. Wade, não pode ter escrito a obra, já que o seu manuscrito data de 1743. O mais provável é que Wade tenha traduzido o Hino Português, como era chamado em Londres na época e ficado com os louros. João IV de Portugal, “O Rei Músico” nasceu em 1604, e foi um mecenas da música e das artes, assim como um sofisticado compositor, e durante o seu reinado foi dono de uma das maiores bibliotecas do mundo. A primeira parte da sua obra musical foi publicada em 1649. Fundou uma escola de música

em Vila Viçosa, que “exportava” músicos para Espanha e Itália e no seu palácio foram encontrados dois manuscritos desta obra. Esses escritos são anteriores à versão de 1760 feita por Wade. De entre os seus escritos podemos encontrar “Defesa da Música Moderna”, Lisboa, 1649, ano em que o Rei D. João IV lutou contra o Vaticano para conseguir a aprovação da música instrumental nas igrejas. Uma outra famosa composição sua é Crux fidelis, um trabalho que permanece popular nos serviços eclesiásticos.

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Protocol o , o N a t a l na p r e si d ê n c i a d a r e p ú b l i c a

Exposição “E um Filho nos foi dado”, árvore e mesa da ceia de Natal, no Palácio de Belém.

Fonte: © 2006-2012 Presidência da República Portuguesa

O Presidente da República inaugurou, no Palácio de Belém, a exposição “E um Filho nos foi dado”, a árvore de Natal e a mesa da ceia de Natal da Presidência. A exposição está patente ao público até 14 de janeiro do próximo ano, reúne cerca de uma centena de peças, do séc. XV à actualidade, e foi organizada conjuntamente pelo Museu da Presidência da República e pelo Departamento do Património Artístico e Histórico da Diocese de Beja, constituindo a maior mostra jamais organizada em Portugal sobre o tema.

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Prot oc ol o , o N a t a l n a p r e s i d ê n c i a d a r e p ú b lic a

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Protocol o , o N a t a l na p r e si d ê n c i a d a r e p ú b l i c a

Na inauguração da iluminação da árvore de Natal e da mesa da ceia de Natal do Palácio de Belém, e na presença de muitos convidados, actuou o Coro dos Pequenos Cantores do Conservatório de Lisboa, com temas alusivos à época natalícia. A árvore de Natal e a mesa da ceia foram decoradas com artigos exclusivamente portugueses, nomeadamente da Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro, num trabalho do arquitecto Álvaro Roquette.

Fonte: © 2006-2012 Presidência da República Portuguesa

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