lutas travadas nos “capões” de mato entre escravos, que combatiam no corpo a corpo os portugueses, por ocasião da Guerra de Palmares. Devido a esse acontecimento, é elucidado que Por esta razão ou qualquer outra anterior ao fato, após a Guerra dos Quilombos e Palmares o capoeira já era um tipo característico do Brasil colonial. Como os samurais japoneses, vestiam-se de maneira particular, chapéu de lado e argola de ouro na orelha, e se ofereciam mercenariamente para empreitadas de assassinatos e emboscadas (COSTA, 1962, p. 14).
É notória a visão simplista do percurso histórico da Capoeira, que vai de uma luta de libertação dos escravos para se tornar uma luta marginal. Essa transição é feita sem sequer situar historicamente o momento em que isso ocorreu, buscando dar à Capoeira o status de uma arte marcial brasileira, comparando o capoeira ao samurai japonês. Lamartine P. da Costa (1962) continua ressaltando que “a luta africana” foi aprimorada pelo mestiço/mulato que, de acordo com seu biotipo, foi “o seu executante ideal”. Supomos que esta referência deve ter sido adquirida pelo autor a partir dos estudos de Inezil Penna Marinho, apesar dele não citá-lo em sua obra. Ele encerra esta parte histórica tratando de sua proibição pelo governo de Marechal Deodoro da Fonseca, dizendo que “os praticantes da ginástica nacional eram sumariamente recolhidos à Ilha de Trindade para trabalhos forçados” (COSTA, 1962, p. 14) e que [...] dessa campanha pouco restou da capoeira. Atualmente elementos isolados, alguns de idade bastante avançada, ainda mantêm viva, talvez inconscientemente, uma das mais antigas e verdadeiras expressões de nossa nacionalidade (COSTA, 1962, p. 14).
Após a apresentação desse histórico, o autor passa a descrever sua metodologia, que é dividida em oito pontos: -
Principais características da capoeiragem;
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A ginga;
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Movimentos defensivos;
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Movimentos ofensivos;
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Combinação dos golpes;
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Treinamento dos movimentos;
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Séries de aprendizagem e
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Emprego dos golpes (COSTA, 1962).
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