XXV Simpósio Nacional de História

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57 Nome: Sônia Maria dos Santos Carvalho E-mail: professoradauespi@hotmail.com Instituição: UESPI Título: Entre narrativas e representações: história, memórias e imagens de si Analisamos as representações construídas sobre Dom Avelar Brandão Vilela [arcebispo de Teresina entre os anos de 1955-1971]. Utilizamos como fontes textos presentes na mídia impressa e narrativas elaboradas por historiadores e pelo próprio arcebispo. Buscamos compreender como os autores daquelas narrativas representaram, a seu modo, Teresina, cidade capital do Piauí, e os espaços de sociabilidades vividos pelo religioso católico [relações político-sociais, valores, crenças, identidades...]. A atuação de Dom Avelar, portanto, não é só pretexto, mas fio condutor do objetivo de pensar Teresina e seus narradores, enquanto trabalhadores inseridos em lugares sociais específicos e tempos históricos diferenciados. Desejamos analisar as representações construídas em três narrativas - a jornalística: impressos como O Dia e Jornal do Piauí e entrevistas publicadas em revistas de circulação nacional; documentos oficiais e cartas assinadas pelo clérigo e historiográfica. Nome: Suzana Arakaki E-mail: arakaki@uems.br Instituição: UEMS Título: Terra e política no Mato Grosso do Sul: questões para o presente O estado de Mato Grosso do Sul é relativamente novo. “Nasceu” em 1977 da divisão do antigo Mato Grosso. Aspiração antiga dos habitantes da porção sul e rejeitada por longo tempo pela porção norte, a divisão se deu muito mais por conveniência política do governo militar. Desde a divisão novos atores políticos são lançados no espaço político estadual e vem construindo o que denominamos de memória política. Analisados sob o prisma de uma nova concepção da história política, vislumbramos a atuação de outros segmentos sociais como os sem-terra, os indígenas, os quilombolas, os sindicatos e os partidos políticos, além da tradicional classe proprietária. Tais segmentos vêm ocupando seus espaços políticos com maior intensidade desde o final do governo militar, perpetrando conquistas por um lado e fazendo inimigos de outro. É a situação vivida pelos sem-terra e pelas classes proprietárias. Outras lutas vêm sendo travadas, como a dos indígenas que ganharam o direito a terra com a Constituição de 1988 e mais recentemente os quilombolas e remanescentes vem requerendo seus direitos. Este trabalho visa apontar algumas conquistas desses novos atores sociais no espaço político do estado. Nome: Vera Lucia Cortes Abrantes E-mail: vera.cortes@skydome.com.br Instituição: UNIRIO Título: Trabalho feminino com o sisal na Bahia (1962): fotografia, memória e espaço. O ato fotográfico possibilita a construção de histórias e memórias, e as múltiplas possibilidades de abordagens e conexões entre a fotografia e a memória constituem-se num dos principais vetores de estudo da imagem fotográfica. É nesse sentido que analisaremos fotografias do trabalho feminino, infantil, familiar desenvolvido com o beneficiamento do sisal, no município de Irecê, Bahia, em 1962. No conjunto das fotografias, recorte da “coleção” Tibor Jablonszky, observamos representações das trabalhadoras em seus locais de trabalho marcadas por valores culturais e sociais que definem os lugares das mulheres e meninas, diferenciados e desiguais. Há trabalhos de homens e trabalhos de mulheres, sendo que um trabalho masculino “vale” mais do que um trabalho feminino, conforme veremos.

57. Militares, política e estratégia Sidnei Munhoz - UEM e UFRJ (sidneimunhoz@pq.cnpq.br) Francisco César Alves Ferraz – Universidade Estadual de Londrina (fcaf64@hotmail.com) Os campos temáticos abrangidos pela presente proposta serão aqueles originados da inter-relação entre a história política, história militar e dos estudos estratégicos. Serão aceitos trabalhos que versem sobre: Política: doutrinas e ações estratégicas; soberania nacional; alianças internacionais de cunho estratégico; políticas de defesa nacional; políticas internas e externas de intervenção armada, relações sociais e políticas entre grupos e classe civis e as instituições militares; conexões entre conflitos internos e externos às nações, potenciais ou reais; História militar: história das instituições militares; preparação, desenvolvimento e conseqüência das guerras na sociedade; inserção da instituição militar nas estruturas do Estado Nacional; história social dos conflitos armados; Estratégia e relações internacionais: formulação, desenvolvimento e conseqüências de teorias e doutrinas estratégicas; aspectos conjunturais dos conflitos internacionais e suas conexões com as lutas políticas nos âmbitos internos e externos às nações. Em suma, a essência do campo temático proposto é o conjunto de estudos do uso da força na política, estatal ou não, e suas conseqüências.

Resumos das comunicações Nome: Adriana Iop Bellintani E-mail: bellinta@ibest.com.br Instituição: UnB Título: O Positivismo e o Exército Brasileiro A doutrina positivista de Augusto Comte (1798-1857) encontra muitos adeptos no Brasil, e entre os principais representantes está o Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) e o Exército Brasileiro. Esta filosofia está baseada na cientificidade e na hierarquia das ciências, onde para Comte a matemática está em primeiro lugar. Até 1920 o positivismo é a doutrina militar desenvolvida nas academias e escolas militares. “Ordem por princípio e progresso por fim”, eis o lema de nossa bandeira e de nossa instituição militar. Mas a doutrina positivista defende o fim dos exércitos e das guerras, pois afirma que com a evolução científica a sociedade viverá num estado pacífico. Para Comte, o progresso humano aliado ao progresso industrial determina o fim do estado de beligerância. A doutrina positivista se desenvolve nas casernas e embasa a formação profissional do soldado-cidadão, considerado um civil de farda, que com pouco grau de instrução militar, participa ativamente da política. Este militar se considera mais cidadão do que propriamente um soldado, o que acarretou prejuízo para o Exército. Nome: Aline Cordeiro Goldoni E-mail: alinegoldoni@gmail.com Instituição: UFRJ Título: Conflito e negociação: as dificuldades de realização do recrutamento de Guardas Nacionais durante a Guerra do Paraguai na província do Rio de Janeiro O objetivo do presente trabalho é mostrar que, na província do Rio de Janeiro, com o advento da Guerra do Paraguai, a relação de clientela estabelecida entre as elites locais e a Guarda Nacional precisou ser revista. A grande necessidade que havia de se recrutar homens para o front interferiu, de maneira determinante, na capacidade do poder local de gerir o recrutamento de guardas. Não se podia mais deixar os “protegidos” fora das “garras” do recrutamento. Neste sentido, com o estabelecimento do conflito, toda a dinâmica do recrutamento precisou ser reavaliada para possibilitar um maior engajamento por parte dos cidadãos às fileiras do Exército Imperial. A demanda por soldados aumentava a cada dia, pondo em xeque quase todos os procedimentos que usualmente atrapalhavam a aquisição de homens para engrossar os corpos do Exército. Desta maneira, durante a Guerra do Paraguai, tornou-se muito difícil para as elites da província do Rio de Janeiro continuar gerindo o recrutamento, principalmente no que concerne a Guarda Nacional. Neste sentido, a intervenção do poder central para extração de recrutas se deu contra vontade das lideranças locais, que tradicionalmente “controlavam” esse processo. Nome: Arlan Eloi Leite da Silva E-mail: eloihistoriador@yahoo.com.br Instituição: UFRN

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Título: Rádio Patrulha: policiamento ostensivo e tecnologia na cidade de Natal (1965-1970) Analisa o surgimento da Rádio Patrulha no Rio Grande do Norte, como policiamento ostensivo com apoio de tecnologia, isto é, veículos motorizados, rádio-comunicação, armamento específico e treinamento técnico diferenciado, no período da ditadura militar, bem como procura discutir a relação da polícia patrulheira com o público natalense. Nome: Arthur Bernady Santana E-mail: arthurbernady@yahoo.com.br Instituição: UFMT Título: A BR-163: “ocupar para não entregar”, a política da ditadura militar para a ocupação do “vazio” amazônico Este trabalho pretende analisar o recente processo de ocupação ocorrido nas três últimas décadas do século XX no estado de Mato Grosso. Para compor nossa narrativa o espaço selecionado diz respeito à parte norte do estado, sobretudo, o território cortado pela BR-163. Abordamos nosso objeto a partir da política de segurança nacional, em que as medidas tomadas pelos governos militares possibilitaram a rápida ocupação da região. O ponto de partida, para desenvolvermos nosso estudo, é a criação do Programa de Integração Nacional, de 16 de junho de 1970. No decorrer de nossa narrativa os aspectos referentes ao ambiente de fronteira, e à multiplicidade ganham maior destaque. Para desenvolvermos nosso trabalho procuramos atentar para as questões políticas, econômicas e sociais da sociedade do período, sobretudo, o processo de migração que ocorreu a partir da década de 1970. Naquele momento Mato Grosso recebeu o maior fluxo de migrantes em seu território, resultando em um crescimento muito elevado da população do estado. Nome: Barbara Nunes Alves Loureiro E-mail: bn.loureiro@gmail.com Instituição: UNIRIO Título: Memória e história de um presídio político: a Penitenciária Milton Dias Moreira Os anos de chumbo da ditadura militar, período compreendido entre os anos de 1968 e 1974 caracterizam-se pela promulgação de leis que possibilitaram o fechamento do regime. O Ato Institucional nº 5 e a Lei de Segurança Nacional foram decretados com o objetivo de concretizar a ditadura. Nesse momento, formou-se uma resistência organizada ao governo. A deflagração da luta armada foi a causa muitas prisões. Com isso, houve um aumento do contingente de presos políticos nos cárceres. A legislação criada após o fechamento do Congresso, ocorrido devido ao AI 5, permitia formalização da violência e definia o grau de abrangência do que era considerado crime contra o Estado. A Lei de Segurança Nacional considerava todo tipo de reivindicação como crime. Dessa maneira, cidadãos que realizassem qualquer manifestação crítica ao sistema poderiam ser seqüestrados sem ordem judicial e sujeitados a tortura. Se condenados posteriormente pela justiça militar eram enquadrados na LSN e condenados a prisão. Esse trabalho busca caracterizar o espaço, a experiência prisional e o funcionamento da Penitenciária Milton Dias Moreira, utilizando

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