Escola de Redes

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podem ser adequadamente captados e explicados pelas categorias e hipóteses que compõem as teorias tradicionais das ciências sociais. Este é um livro sobre visões, não sobre análise. Embora me apóie em algumas recentes descobertas científicas (da nascente ciência das redes), o que vou expor aqui são resultados de explorações imaginativas e não construções teóricas ou investigações experimentais stricto sensu. Até agora, as redes foram consideradas pelas ciências sociais como metáforas estruturais para agrupamentos sociais, como mais um recurso explicativo. Trata-se aqui, entretanto, de tentar ver a realidade social como rede, tomando o que é visível e conhecível por meio de sua fenomenologia como manifestação dessa realidade oculta. A esse tipo de abordagem falta ainda, por certo, um estatuto propriamente científico. O que não significa que as eventuais “descobertas” que eu possa ter feito não contenham conhecimento novo. Não pretendo anunciar hipóteses aceitas ou aceitáveis pelas chamadas ciências sociais, mas um modo de ver que, espero, acrescente conhecimento ao que, até agora, sabemos sobre o assunto. O assunto é o que se chama de social como rede social. Ou seja, como espero mostrar neste livro, o assunto é política. Não estão aqui os resultados detalhados das investigações desenvolvidas por mim durante os últimos oito anos, que deverão continuar sendo realizadas por um bom tempo. O que segue é apenas um índice dessas explorações imaginativas no multiverso das conexões ocultas que configuram o que se denomina de social. Escola-de-Redes, Nodo-de-Curitiba, inverno de 2008. Augusto de Franco

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